No dia 21 de julho de 2016 aconteceu mais um concerto da Banda Municipal comemorando com a comunidade blumenauense e região o 54° aniversário de existência. O concerto foi no palco principal da Sociedade Dramático Musical Carlos Gomes - Teatro Carlos Gomes.
Antes de apresentarmos os momentos da grande noite da Banda Musical apresentaremos um pouco de sua história.
Banda Municipal de Blumenau
A Colônia Blumenau e depois Blumenau e os mais de 31 novos municípios a partir do territória desta colônia- após da década de 1930, sempre tiveram no seu âmbito cultural a presença da música cantada, coral e tocada. Os primeiros imigrantes chegavam à região e na sua bagagem traziam pelo menos um instrumento musical. A música faz parte da educação primária de uma pessoa, até os dias de hoje, por lá.
Alto Vale - Fundação Cultural de Rio do Sul |
Sr. Ary Lindner -Descendente de um dos coordenadores de uma das primeiras bandas da Colônia Blumenau - Herr Lindner |
Primeiros grupos de imigrantes com seus instrumentos |
Desfile |
Maestro Heinz Geye ao centro - lado direito do violoncelo - Grupo Musical Foto de 1930 - Acervo particular Família Max Altenburg (em memória) Autorizado pelo Sr. Dieter Altenburg |
Sr. Hercílio Deeke |
Oficialmente, a cidade passou ter uma banda somente no ano de 1962 - durante o governo do Sr. Hercílio Deeke. No 21 de março de 1962, através do decreto N° 412, foi fundada a Banda Municipal de Blumenau com o objetivo de apresentar-se em concertos de música clássica e popular - nos espaços públicos da cidade e auditórios e também fomentar e viabilizar o aprendizado musical e a formação de músicos na cidade e região.
Sr. João Carlos Cunico |
A Banda Municipal de Blumenau abrilhanta momentos da e solenidades da Prefeitura Municipal de Blumenau junto à solenidades públicas, como também eventos particulares como formaturas, inaugurações, desfiles. No seu site está o telefone, para contato.
Percebemos que o único Concerto da Banda Municipal de Blumenau, de fato, acontece na data de seu aniversário, de maneira festiva.
A banda também toca no Oktoberfest Blumenau sob o nome de Stadtkapelle - homenagem ao local do Stadtplatz da Colônia Blumenau. Apresentam-se na festa com uma formação de big band, com vocais femininos e masculinos.
Stadtkapelle |
Stadtkapelle |
No período de natal, a banda se traveste de Banda Noel, participando dos desfiles de Natal pelas ruas de Blumenau. Também participa da Festa Itália.
Seu primeiro Maestro foi Frank Baumgart. Depois o cargo foi assumido pelo Maestro Marcílio Pereira. Em 1997, a Banda Municipal passou a ser regida pelo Maestro Edson Ricardo seguido pelo Maestro Almir França e desde 2007, a batuta da Banda pertence ao Maestro João Carlos Cunico.
A Banda Municipal de Blumenau distribui convites para o concerto de aniversário, por um kilo de alimento ou um livro. O ingresso foi retirado intantes antes do início do concerto. A casa da noite do concerto do 54° aniversário estava cheia.
O material arrecadado será destinado aos projetos de leitura da Fundação Cultural de Blumenau - sede da banda e também sua coordenação acontecem na Fundação Cultural de Blumenau.
O concerto, como é tradição, teve a duração de aproximadamente, uma hora e meia. O repertório foi composto de músicas do cancioneiro popular de alguns estados brasileiros e internacionais, como Alemanha e Itália - etnias responsáveis pela fundação da maioria das cidades da região. Segue as melodias na noite, no programa a seguir.
O Programa da noite do 54° aniversário:
2 - High Maintenance
Arranjo: Gordon Goodwin
Com que roupa
Adaptação: João Carlos Cunico
3 - Closely Dancing
Arranjo Arturo Sandoval
4 - Bygon
Compositores: Edu Colvara e Gregory Haertel
Arranjo: João Carlos Cunico
5 - Soul Vaccination
Arranjo: Paul Lavander
6 - Baby it's Cold
Arranjo: Roger Holmes
7 - O Rei do Baião
Adaptação: João Carlos Cunico
8 - Michael Forever
Arranjo: João Carlos Cunico
9 - Logo Eu
Compositora: D'Lara
Arranjo: João Carlos Cunico
10 - Suoni D'Itália
Arranjo: Gesdson Jair Bento e João Bridi
11 - Viva Colônia
Arranjo: João Carlos Cunico
12 - Medley Rock Brasil 80
Arranjo: Rafael Girardi
Banda Municipal
João Carlos Cunico - Maestro
Nathália Benevenutti - Flauta e Vocal
Danielle Laranjeira - Clarinete
Fernanda Gabriele Gebien - Clarinete
Andreas Flesch Hoops de Freitas - Clarinete
Paulo Ariel Luft - Sax alto
Maria Eduarda Benevenutti - Sax alto
Fernanda Flesch Hoops - Sax tenor
João gustavo Howe Bridi - Sax tenor, flauta e vocal
Adriano Camargo - Sax tenor
Gedson Jair Bento - Trompete
Gregori Schlingmann - Trompete
Gerson Riosk - Trompete
Flávio G. Gebien - Trompete
Maicon Marcos dos Santos - Trompete
Albert Pereira Oliveira - Trompete
Luciano Victorino da Costa - Trompete
Josué Kujak - Trompete
Rafael Girardi - Teclado, acordeon e vocal
Caio Fernando - Contra baixo
Pedro Ricardo Reichert - Bateria
Ruan Rogê Mueller - Percussão
Maurício Schaeffer - Percussão
Convidados
Escola de Dança Arte A2
Rafaela Cunha e Abner Cypriano - Dançarinos.
Cantoras:
Mareike Valentin
D'Lara
Nosso comentário...
O Maestro João Carlos Cunico mencionou, no meio do espetáculo da noite do 54° aniversário da Banda Municipal de Blumenau, que o Samba é a música, por excelência, brasileira e é a melodia que representa o Brasil no exterior.
Históricamente, o Samba é a canção mais tocada nas duas cidades que foram as duas primeiras capitais do Brasil - Salvador e Rio de Janeiro - Local onde estava a elite brasileira e onde chegavam estrangeiros, naquele período. Isto não representa a realidade brasileira, em todo seu território.
Debret - Escravos e
soldados na região da Praça XV - Rio de Janeiro - Início do Século XIX
|
Estas duas cidades: Salvador e Rio de Janeiro, foram (e de repente, ainda o sejam - ou não, pois vivemos a era das Comunicações) os centros econômicos e culturais, de um país em formação e onde a etnia colonizadora destas cidades - portugueses - fez uso da mão de obra escrava oriundo do continente africano, em sua sociedade colonial brasileira.
Nos séculos XVI, XVII e até mesmo XVIII, a população desta etnia, entre as muitas que formaram o Brasil, em todas as regiões e nos mais variados períodos históricos, superou as demais - nestas duas primeiras capitais brasileira. Isto não define que o Samba, como a música, represente o Brasil continental.
Por exemplo, a origem de nossa família (Quem vos escreve) é natural da serra catarinense, e na cidade de nossos familiares, o Samba nunca se fez presente, mesmo que nosso avô foi bisneto de escrava - a bisa Mariana - oriunda da África - no Rio Grande do Sul. O Brasil tem um território continental e sua cultura é multidiversificada para que, de maneira simplista, alguem afirme que o Samba é a música brasileira.
Em Blumenau, terra dos antepassados alemães e italianos, a música de formação é outra e acreditamos que devemos respeitar esta identidade.
A identidade de uma cidade mantém viva a alma desta e por isto, temos grande prazer em visitar Salvador e e Rio de Janeiro e perceber como respeitam a sua, por lá.
Salvador - BA |
Debret - Samba no Rio de Janeiro - Início do Século XIX |
O que vem sendo feito para resgatar a musicalidade de "raiz" local - de Blumenau -aquela trazida pelos imigrantes?
É preciso repensar o conteúdo musical da Banda Municipal de Blumenau e não frustarmos o visitante - principalmente o visitante brasileiro, que vem para conhecer a região, sua cultura e sua história, que difere - e muito - da história das duas primeiras capitais do Brasil: Rio de Janeiro e Salvador.
Escrevemos estas observações como pesquisadora e cientista das Cidades: Mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Escrevemos estas observações como pesquisadora e cientista das Cidades: Mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Quando vamos para Salvador e Rio de Janeiro, vamos ver o Samba e o Axé e os encontramos por lá. Estão corretos.
E o que encontram aqueles que vem para Blumenau?
Não devemos temer e nem ter crise de identidade, pois a Campanha de Nacionalização já passou - que foi um Bullyng instituicionalizado e tirou muito a auto estima de muitos que ajudaram a construir esta região.
Quem chega, como nós chegamos, à região precisa respeitar esta identidade pois tem relação com à cidade e sua cultura.
E o que encontram aqueles que vem para Blumenau?
Não devemos temer e nem ter crise de identidade, pois a Campanha de Nacionalização já passou - que foi um Bullyng instituicionalizado e tirou muito a auto estima de muitos que ajudaram a construir esta região.
Quem chega, como nós chegamos, à região precisa respeitar esta identidade pois tem relação com à cidade e sua cultura.
Salvador - BA |
Sobre esta questão, falamos em uma palestra, como urbanista, para leitura, basta Clicar sobre: Nossa Palestra na Associação Cultural e Recreativa Brasil-Alemanha - A Cultura alemã na Alemanha e no Brasil
54° Aniversário em imagens
Melhores momentos da Banda Municipal
Aquisição do ingresso - 1 livro ou 1 Kg de alimento |
Um noite de boa música com casa cheia!
Parabéns Banda Municipal de Blumenau.
Leituras Complementares (Clicar sobre o título escolhido)
- Refletindo...Cultura e o idioma alemão - Culto de Natal
- Nacionalismo no Vale do Itajaí - a partir do Governo de Getúlio Vargas
- Maestro Heinz Heinrich Geyer
- Coro Masculino Liederkranz - 105 anos de História
Em construção...
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