Como urbanista, "lemos"a história na paisagem ou fragmentos dessa história. Pretensiosamente, também tentamos traduzir as marcas deixadas nessa paisagem a partir das movimentações sociais dentro de um recorte de um período histórico. Se não temos sucesso, ao menos, observamos e registramos com toda a curiosidade que nos é cabida. As imagens comunicam.
Observamos a paisagem que reflete as marcas das práticas sociais no espaço da cidade, ou das "muitas cidades" dentro da Metrópole. Falamos de São Paulo, que aniversaria no dia 25 de janeiro e é a cidade mais populosa do Brasil e do continente sulamericano. Também é a 7° cidade mais populosa do planeta - são: 12 106 920 habitantes em uma estimativa populacional do IBGE - do ano 2017.
A cidade possui o 10º maior PIB do mundo, tem a fracão de 10,7% do PIB brasileiro.
Foi fundada no ano de 1554 por 12 Padres Jesuítas, reflexo do surgimento da Companhia de Jesus na Espanha, iniciativa da Igreja Católica de Roma para enfraquecer a Reforma e as dissidências que a Igreja vinha tendo - Cristianizar o novo mundo, a partir de escolas - então foi fundado o Colégio Jesuíta no local onde surgiu a cidade de São Paulo.
A Povoação de São Paulo de Piratininga, como foi primeiramente batizada, surgiu em torno desse colégio, marcando a data de 25 de janeiro de 1554, como seu início. O local escolhido, presente ainda no tempo presente, foi o local mais alto no meio de dois ribeirões: Anhangabaú e Tamanduateí (canalizados e reificados em alguns trechos).
O nome de São Paulo, é justificado, porque o dia da fundação da cidade, dia 25 de janeiro, é o mesmo dia que a igreja católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso - explicado pelo padre José de Anchieta aos seus superiores da Companhia de Jesus na Europa, através de cartas.
A cidade de São Paulo, como principal característica, apresenta a cosmopolidade a partir de amostra cultural de representantes de muitos povos de várias partes do mundo que chegaram na cidade - em 2016, possuía moradores nativos de 196 países diferentes.
Tarsila do Amaral - participou do primeiro momento do Movimento Modernista - obras de 1933. |
Com isto, são vários os cheiros, as cores, os sotaques, cores, sabores e paisagens. Nós, sob nossa ótica muito pessoal e a partir de nossa profissão, percebemos na cidade de São Paulo - há cidade dentro de cidades. Cidades de vários tamanhos territoriais e adensamentos, com mais ou menos conflitos - dependendo da infraestrutura, localização da economia e tipo e concentração de meios de transportes. Cidades com qualidade de vida, outras, nem tanto. Cidades que se desenvolveram dentro do "centro", da célula primeira, embrião, do primeiro centro. Cidade com muitas marcas histórica na sua paisagem. Atualmente, inclusive, com a presença do Colégio Jesuíta do século XVI.
O centro, ou "centrão" de São Paulo, é uma "colagem" de justaposição de camadas de tempos históricos, onde alguns resistiram mais, outros menos. Há várias camadas culturais/econômicas/sociais dividindo o mesmo espaço urbano, sem no entanto interagirem entre si. Algumas pessoas tornam-se "invisíveis" e são ignoradas entre si quando estão em diferentes dessas situações. Fazem o uso simultâneo do mesmo espaço, mas "não se encontram". Dentro do caos aparentemente instaurado, há uma organização pautado no conformismo, que "é assim mesmo" e "infelizmente não podemos fazer nada". Mas, sabemos, trata-se de partes de cidades "doentes", sobre as quais tanto comentamos e mencionamos, a partir de nossas cidades catarinenses, com número bem menores, mas talvez, proporcionalmente, com números maiores se considerarmos o adensamento e número de habitantes.
Não é por acaso, que a civilização grega clássica e quase 90% das cidades alemãs tem, ou tinham, a população de suas cidades variando em torno de 5 mil habitantes.
Não é por acaso, que a civilização grega clássica e quase 90% das cidades alemãs tem, ou tinham, a população de suas cidades variando em torno de 5 mil habitantes.
Apresentamos, ao longo dessa postagem, algumas imagens que fizemos "olhando" a cidade de São Paulo 2018 entre os dias 11 ao dia 15 de janeiro de 2018.
Estrutura de concreto de parte do complexo da Estacão de metro - ponto Armênia - rumo ao ."centrão". |
Sistema de Metrô e trem - cidade de São Paulo - marcação estacão Armênia. |
Dentro das estacoes - há espaço para divulgação cultural |
"Cidade dentro de cidades" - poderia ser um bairro de uma cidade qualquer de porte médio - proximidades do centro de São Paulo. |
Pessoas abaixo do nível do solo - transporte público sem conflito - metrô. |
Rua 25 de Março
Visitando uma rua e arredores do centro de São Paulo, onde pessoas de todo o Brasil se encontram e também, fora do Brasil - Rua 25 de Março.
A Rua 25 de Março, é uma rua da cidade de São Paulo, considerada o maior centro comercial da América Latina.
O primeiro registro existente sobre a rua data do ano de
1865, em substituição à Rua de Baixo, fato revelado por Lineu Francisco de
Oliveira no livro Mascates e Sacoleiros.
Rua 25 de Março às margens do Rio Tamanduateí - início do Século XX |
Rua 25 de Março - Rio Tamanduateí - com o leito retificado |
A primeira grande enchente na região pode ter ocorrido em
1.° de janeiro de 1850 quando um temporal de seis horas aumentou o nível dos
rios Tamanduateí e Anhangabaú e a água invadiu casas, causando a destruição de
27 delas, sendo 14 de taipa. Mais tarde, os rios foram desviados e canalizados,
embora, até hoje, a região registre enchentes.
Seu nome é uma homenagem dada pela Câmara Municipal e pelo
Poder Executivo ao dia em que foi redigida a primeira constituição brasileira,
em 25 de Março de 1824, outorgada pelo imperador D. Pedro I.
Rua de compras - 25 de Março - onde o Brasil se encontra |
Fragmentos de cidade de outro período histórico. |
Fragmentos de cidade de outro período histórico. |
Rua 25 de Março |
Rua 25 de Março |
Rua 25 de Março |
As camadas que não se encontram - alguns compram, outros moram em caixas. |
História nas paredes e murais |
Centrão - Complexo Cantareira
O Complexo Cantareira é formado pelo Mercado Municipal Kinjo Yamato e o Mercado Municipal Paulistano (Mercadão). Os dois mercados compartilham de histórias em comum não só no que diz respeito à comercialização de produtos. Durante o período de construção do Mercadão, o espaço do Kinjo foi utilizado como base de construção. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 o local foi utilizado como enfermaria, enquanto o Mercadão serviu como depósito de armas.
Mercado
Municipal Kinjo Yamato
Mercado Caipira |
Em 1922 o local do comércio mudou para o número 377
da Rua da Cantareira. O novo local – que foi adquirido pela Prefeitura de São
Paulo – até então era utilizado pela Light (atual Eletropaulo), companhia que
acomodava os bondes (meio de transporte coletivo utilizado na época) numa
espécie de estacionamento.
Originalmente o local atual nao tinha cobertura – que ocupa uma área
construída de 4.550 metros quadrados – recebeu em 1936 a doação da
cobertura oriunda da Escócia e inicialmente, seria usada na estação de trem que
ficava no Anhangabaú. Em 1988, quando se completou 80 anos de imigração japonesa no Brasil, o local foi batizado de Kinjo
Yamato - uma maneira de homenagear o primeiro imigrante japonês a se
formar em Odontologia.
Cobertura com estrutura de ferro. |
Cores e sabores de temperos de todo o mundo - com diversos aromas |
Folhas de babosas vendida por unidade. |
Mercadão
O Mercadão - Mercado Municipal Paulistano, está localizado também no "centrão" - centro histórico de São Paulo, entre as ruas Cantareira, Comendador Assad Abdalla
e as avenidas Mercúrio e do Estado, sobre uma área próxima ao rio Tamanduateí.
A edificação histórica foi restaurada no ano de 2004, quando foi construído um mezanino
para colocar os restaurantes - tornando-o um centro de gastronomia - as fachadas foram recuperadas e os vitrais foram restaurados. O trabalho foi feito sob a coordenação do arquiteto Pedro Paulo de Mello Saraiva.
Arquitetura
O edifício foi construído na linguagem eclética com projeto de 1925, assinado pelo
engenheiro Felisberto Ranzini, que trabalhava no escritório do arquiteto
Francisco de Paula Ramos de Azevedo, sendo o desenho das fachadas de Felisberto
Ranzini. Sua construção aconteceu entre os anos de 1928 e 1933. Sua construção, bem como outras obras desse tempo, são reflexos do período da cultura cafeeira, quando a cidade buscava a
valorização de suas áreas centrais, associada a uma ideia de modernidade e
adequada ao aquecimento econômico proveniente da produção cafeeira.
Pedra fundamental |
Alguns afirmam que a construção do Mercado Municipal também é resultado da adoção de ações higienistas que ocorreram entre o início do século XIX até meados do
XX, em cidades europeias, e inspiraram diversas cidades brasileira, no mesmo período, a dotarem os novos modelos espaciais e de arquitetura - como edificações de mercados públicos e outros equipamentos de infraestrutura urbana - para minimizar focos epidêmicos.
A tipologia arquitetônica tem semelhança com o Mercado
Central de Berlim - a semelhança também é percebida na planta modulada do edifício. O edifício paulistano, eclético, como mencionamos (misturas de mais de um estilo), com uma construção de estrutura de concreto e
fechamento feito com tijolos, tem em sua composição eclética - a partir da composição do estilo neoclássico e de nuances do gótico - representado na presença dos 55 vitrais que mostram vários aspectos da produção
de alimentos. Os vitrais são de autoria do artista russo Conrado Sorgenicht Filho, também conhecido pelo trabalho realizado na Catedral da Sé. A iluminação natural é feita pela presença de claraboias.
As imagens comunicam.
Fragmentos de história na paisagem atual - de outros períodos históricos - Rua 25 de Março.
Mosteiros de São Bento
O Mosteiro de São Bento é parte do patrimônio histórico arquitetônico do
estado de São Paulo e do Brasil. Está localizado no Largo de São Bento, no “centrão”
da maior cidade do Brasil. No local pode ser encontrado o conjunto da
Basílica Abacial Nossa Senhora da Assunção, do Colégio de São Bento e da
Faculdade de São Bento.
A ordem beneditina em São Paulo iniciou no ano de 1598,
quando chegaram na cidade, frei Mauro Teixeira e construiu uma pequena igreja
dedicada a São Bento, com a doação do capitão-mor Jorge Correia. O terreno estava localizado no alto do morro,
entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí, atualmente totalmente poluído – local da
casa do cacique Tibiriçá“.
Embrião do núcleo urbano de São Paulo - pico onde foi
implantada São Paulo de Piratininga e os vales ao seu lado, formados pelos rios
Tamanduateí e Anhangabaú.
|
As obras foram concluídas no fim do ano de 1634. No início,
a pequena igreja foi dedicada a São Bento. Mais tarde, a pedido de D. Francisco
de Sousa – presidente da província, foi modificado para Nossa Senhora de
Montserrat e em 1720, para Nossa Senhora da Assunção e esse nome, permaneceu até os dias atuais.
O local foi ampliado a partir do ano de 1650 – mediante iniciativa
do “caçador de esmeraldas” - Fernão Dias Pais. Em troca de sua “generosidade”,
os monges lhe permitiram, que após a sua morte, poder ser sepultado na capela-mor da
igreja do mosteiro, assim como seus descendentes. E assim foi feito. Seus
restos mortais se encontram sepultados na cripta da igreja.
Mediante o perigo da implantação de uma lei do governo
imperial que determinou a extinção dos noviciados no Brasil, fato que impediu a
renovação dos monges, houve o início do processo de decadência até que, na
primeira metade do Século XIX, o abade alemão D. Miguel Kruse renovasse o
mosteiro. No ano de 1903, por iniciativa de Kruse, foi fundado o Colégio de São
Bento, de ensino secundário, e em 1908, a Faculdade de Filosofia. Foram
demolidas a primeira igreja e o mosteiro do período colonial para a construção
de um edifício mais moderno e monumental. No ano de 1910 teve o início a construção
da atual edificação. O projeto é do arquiteto alemão de München - Richard
Berndl, com decorações de D. Adalbert Gressnigt Essa edificação que fotografamos
é a quarta construção desde sua fundação na cidade de São Paulo. tivemos a sensação de reconhecer espacialmente e percebemos a semelhança com a paisagem de algumas cidades da Alemanha, ao circularmos no "centrão" da cidade de São Paulo.
Viaduto Santa Ifigêniae o Mosteiro de São Bento na década de 1920. |
São destaques no interior de seu espaço: as imagens da nave
realizadas entre 1919 e 1922 pelo escultor e pintor belga Adrian Henri Vital
van Emelen - do Liceu de Artes e Ofícios. De 1921 data o
conjunto escultórico localizado numa trave sobre a capela-mor, da autoria de
Anton Lang e finalmente, o altar-mor - feito de mármore da região do Lago Maggiore
na Itália.
O relógio do Mosteiro de São Bento, foi fabricado na Alemanha
e foi instalado em 1921. Seu maquinário, conta com um carrilhão com seis sinos que
tocam nas horas cheias e nas meias.
O órgão é do ano de 1954 e também foi construído na Alemanha.
Foi produzido pela firma Walcker e
possui mais de 6.000 tubos.
No ano de 2006, o mosteiro passou por obras de restauração e
melhorias para receber e hospedar o papa Bento XVI, durante sua visita ao
Brasil, em maio de 2007.
A Faculdade de São Bento, atualmente é referência e ainda ministra
o curso de licenciatura em filosofia, além de cursos línguas clássicas, como
grego e latim.
Lembra muito a arquitetura em cidades da Alemanha - que apresentam mais cuidado com o seu patrimônio |
Porta corta vento |
Interior da igreja. Órgão localizado no lado esquerdo. |
Pessoas na porta do Mosteiro São Bento pedindo ajuda - sentada no chão |
Ed Martinelli
É um edifício pertencente ao patrimônio histórico arquitetônico de São Paulo, localizado, também no "centrão” da cidade. Está localizado na frente do "triangulo" formado pelas ruas São Bento, São João e
Líbero Badaró. Foi o segundo edifício mais
alto construído no Brasil e na América Latina, sendo ultrapassado pelo Edifício
Joseph Gire, ou Edifício A Noite, no Rio de Janeiro.
A construção do Edifício Martinelli teve início no ano de
1922 e foi inaugurado inacabado no ano de 1929, com apenas 12 pavimentos, em
função da inauguração do Edifício A Noite no Rio de Janeiro. A construção do
edifício continuou até o ano de 1934. O trabalho terminou quando o edifício
tinha 30 andares.
O Ed. Martinelli foi idealizadao pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli e o
projetado foi assinado pelo arquiteto húngaro Vilmos Fillinger - da Academia de Belas-Artes de
Viena.
Martinelli |
Com 105 metros de altura, entre os anos de 1934 e 1947 – foi o edifício
mais alto do Brasil. Sua construção foi polêmica, pois, até esse momento, não
havia nenhum outro edifício alto em São Paulo. Talvez aí surgiu um divisor de
águas, pois até o início do século XX. São Paulo era uma cidade de porte
pequeno.
A técnica construtiva usada é a de alvenaria de tijolos e
estrutura de concreto. A estrutura do andar principal é inteiramente revestida
por granito vermelho róseo, tornando sua identidade marcando fazendo-o um ponto
focal com forte característica na paisagem.
A partir da década de 1950, Martinelli entrou em uma fase de decadência.
Foi ocupado por moradores de rua e foi cenário de alguns crimes das muitas
manchetes, no período. Em 1975 foi desapropriado pela Prefeitura de São Paulo e
reformado no mandato do pelo prefeito
Olavo Setúbal – nesse mesmo ano e em 1979, foi reformado novamente. Atualmente,
o prédio abriga órgãos municipais, como a Empresa Municipal de Urbanização de
São Paulo (EMURB) e a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo
(COHAB-SP), além de várias lojas no piso térreo.
Seu idealizador teve problemas durante a construção do edifício.
Sem apoio governamental para terminar a obra, Martinelli teve que vender uma
parte do empreendimento ao "Istituto Nazionale di Credito per il Lavoro
Italiano all'Estero" do Governo Italiano, motivo pelo qual o governo
brasileiro tomou o prédio para si no ano de 1943.
No ano de 2008, a cobertura do edifício passou por reformas novamente.
Após dois anos de obras, o local foi reaberto para os visitantes que apreciar a
vista da cidade.
As imagens comunicam...
Rua São Bento |
Rua São Bento |
Hall de Entrada |
Sede da prefeitura de São Paulo |
Viaduto do Chá
O Viaduto do Chá foi o primeiro viaduto a ser construído na
cidade de São Paulo, localizado no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade. Foi
idealizado pelo francês Jules Martins em 1877. Mas foi inaugurado somente no dia 6
de novembro de 1892. Inicialmente sua construção foi projetada com armações
metálicas, que acabaram cedendo com o uso. Por causa disso, a antiga estrutura
foi substituída por vigas de concreto.
Sao Paulo - Centro |
Mosteiro de São Bento visto de outro ângulo |
Mosteiro de São Bento visto de outro ângulo |
Mosteiro de São Bento visto de outro ângulo |
Mosteiro de São Bento - detalhes |
Viaduto Santa Ifigênia
Está localizado no “centrão” da cidade de São Paulo, e
atualmente seu uso é exclusivamente para pedestres - calçadão. Ele começa no
Largo São Bento próximo a estação de metrô e termina em frente a Igreja de
Santa Ifigênia.
Seu projeto é do arquiteto Giulio Micheli e executados pelos
engenheiros Giuseppe Chiapori e Mário Tibiriçá. A estrutura veio da Bélgica. O
viaduto foi construído para melhorar o trânsito e a circulação de carros,
carruagens e bondes que atravessavam o Vale do Anhangabaú. Foi construído entre
os anos 1910 e 1913 e inaugurado no dia 26 de julho de 1913.
Promove a ligação entre o centro velho e centro novo da
cidade ao passar sobre o Vale do Anhangabaú e a Avenida Prestes Maia. O Viaduto
Santa Ifigênia, foi construído dentro da linguagem do Art Nouveau.
Viaduto de Santa Ifigênia |
Viaduto de Santa Ifigênia |
Viaduto de Santa Ifigênia |
Viaduto de Santa Ifigênia |
Viaduto de Santa Ifigênia |
Viaduto de Santa Ifigênia |
Galeria do Rock
Centro Comercial Grandes Galerias – que ficou conhecido como
Galeria do Rock teve sua construção iniciada no ano de 1962 e foi inaugurada no
ano de 1963. Está localizada na Avenida São João, no centro de São Paulo, entre
as ruas 24 de Maio e o Largo Paysandu.
O que chamou nossa a atenção foi a arquitetura moderna,
fazendo uso das curvas na fachada e o átrio, criando galerias e espaço aberto,
atualmente com cobertura zenital. Originalmente é provável que havia um átrio com jardim
interno.
Também muito nos agradou a tão comentada atualmente, a cobertura verde, na qual vimos árvores frutíferas, aparentemente plantadas no
tempo de sua inauguração. Um jardim, no centro de São Paulo, com mais
de 50 anos localizado na 7° laje de um edifício. Maravilhoso.
O espaço é conhecido por gerações, como um espaço de pessoas
que curtem som. Na década de 1970 e 1980 – local do vinil.
Arquitetura
Seu projeto foi assinado pelo arquiteto Alfredo Mathias,
formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. O resultado da concepção
arquitetônica é a dinamicidade da forma, possibilitando organicidade a partir
do olhar para a parte externa do prédio, bem como para a parte interna.
Largo Paysandu |
Átrio com atual cobertura zenital |
Edifício vazio visto das sacadas da Galeria do Rock |
Edifício vazio visto das sacadas da Galeria do Rock |
Atrio |
Largo Paysandu visto da sacada da Galeria do Rock |
Largo Paysandu |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Jardim suspenso localizado na 7° laje da Galeria do Rock |
Átrio |
Edifício vazio visto da sacada do lado posterior da Galeria do Rock |
Piso com pequenos ladrilhos |
Teatro Municipal de São Paulo
Está localizado no “centrão” da cidade de São Paulo, na Praça Ramos de Azevedo e
foi inaugurado no ano de 1911. São Paulo recebeu muitos imigrantes europeus no
final do Século XIX - após a libertação dos escravos - e culturalmente esses sentiam falta desse espaço na cidade.
Sua arquitetura foi inspirada na Ópera de Paris. O edifício
faz parte do Patrimônio Histórico Arquitetônico do estado desde 1981 quando foi
tombado pelo Condephaat. Em seus espaços aconteceu a histórica Semana de Arte
Moderna - marco do Modernismo no Brasil.
Foi no ano de 1895 que teve início os planos para a
construção de um teatro, especificamente para ópera. Foi enviado um projeto para
a Câmara Municipal que tramitou sem êxito. Após o incêndio(?) no Teatro São
José em 1898, a Câmara Municipal lançou incentivo para o empreendimento da
construção de um novo teatro, mediante a isenção de impostos. O Escritório
Técnico de Ramos de Azevedo apresentou a proposta de construção, sendo que já
existia uma proposta de Cláudio Rossi – apresentada ao prefeito Antônio Prado. Houve
uma conciliação entre as duas propostas.
O terreno escolhido para a construção do novo teatro estava
localizado no Morro do Chá, local onde estava o Teatro São José. Com o projeto
de Cláudio Rossi, desenhos de Domiziano Rossi e construção pelo Escritório
Técnico de Ramos de Azevedo, as obras foram iniciadas no dia 26 de junho de
1903 e concluídas no ano de 1911. O estilo é eclético, em voga na Europa desde
a segunda metade do século XIX. São combinados os estilos Renascentista,
Barroco do setecentos e Art Nouveau, sendo o último o estilo da época. O teatro
é estruturado em quatro corpos: a fachada, composta pelo vestíbulo, o salão de
entrada e a escadaria nobre; o central, no qual encontra-se a sala de
espetáculos; o palco; e, por fim, o ambiente onde estão localizados os camarins.
A inauguração aconteceu no 12 de setembro de 2011. O
espetáculo foi iniciado com a abertura da ópera O Guarany de Carlos Gomes,
devido à pressão da crítica paulistana. Seguiu-se depois a encenação da ópera
Hamlet, de Ambroise Thomas, com o barítono Titta Ruffo no papel principal. A
companhia apresentou outras óperas durante a primeira temporada.
No período de 1912 a 1926, o teatro apresentou 88 óperas de 41 compositores, sendo dezessete italianos, dez franceses, oito brasileiros, quatro alemães e dois russos, totalizando 270 espetáculos. Mas o fato mais marcante do teatro no período foi um evento que assustaria e indignaria grande parte dos paulistanos, na época: a Semana de Arte Moderna de 1922.
No período de 1912 a 1926, o teatro apresentou 88 óperas de 41 compositores, sendo dezessete italianos, dez franceses, oito brasileiros, quatro alemães e dois russos, totalizando 270 espetáculos. Mas o fato mais marcante do teatro no período foi um evento que assustaria e indignaria grande parte dos paulistanos, na época: a Semana de Arte Moderna de 1922.
Grupo de turistas ouvindo a história do idioma inglês. |
Edifício Alexandre Mackenzie
O prédio da Light – ou seja, o Edifício Alexandre Mackenzie,
localizado também na área central da cidade de São Paulo, entre o cruzamento a
Rua Coronel Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá é projeto de Preston e
Curtis, e sua execução é do escritório de Severo, Villares & Cia. Ltda.
O
prédio foi sede da empresa distribuidora de energia elétrica São Paulo Tramway,
Light and Power Company e, posteriormente, da antiga estatal Eletropaulo. Foi
concluído no ano de 1929 e ampliado em 1941. Desde 1999, após cautelosa restauração,
abriga o Shopping Light.
A empresa The São Paulo Tramway, Light and Power Company
instalou-se em 1899 em salas alugadas em um prédio da Rua São Bento. Seu
constante crescimento obrigou sua transferência para áreas cada vez mais
amplas, muitas vezes em diferentes localidades da cidade. No total, eram 7
escritórios por São Paulo, o que dificultava sua administração central. A empresa
adquiriu o antigo Teatro São José – o mesmo do incêndio para sua construção. A
obra foi concluída no mês de abril de 1929.
Em 1941, o prédio foi ampliado e sua área final passou a ter
29.720 m2.
Átrio do Edifício Alexandre Mackenzie - atual Shopping Ligth |
Átrio do Edifício Alexandre Mackenzie - atual Shopping Ligth |
Shopping Ligth |
Vale do Anhangabaú |
Edifício Matarazzo - Sede da prefeitura de São Paulo
Prefeitura de São Paulo e Viaduto do Chá |
A atual sede da Prefeitura Municipal da cidade de São Paulo ocupa,
desde o ano de 2004, os espaços do
antigo Edifício Matarazzo, também conhecido como Palácio do Anhangabaú. Por ter pertencido anteriormente ao Banco do
Estado de São Paulo, também é conhecido como Banespinha.
Está localizado no Vale do Anhangabaú, junto ao Viaduto do
Chá. Chama os olhares de longe, pelo exuberante telhado verde - tão em voga no momento presente e politicamente correto - localizado no
último andar do edifício, onde também possui um heliponto.
Cobertura verde no Edifício Matarazzo |
O projeto é do arquiteto italiano Marcello Piacentini, encomendado
pelo empresário Francisco Matarazzo Júnior, no qual abrigou por anos, a sede da
empresa. O projeto seguiu a linha neoclássico simplificado, desenvolvido por
Piacentini e muito usado na Itália nos anos 30, utilizando simbologia da época
do Império Romano e que foi também adotada pelo regime fascista. O prédio tem
14 andares e 27.800 m² de área construída.
Foi a sede das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo desde
sua inauguração até 1974, quando foi adquirido pelo Grupo Audi e depois, em
2004, pela prefeitura da cidade de São Paulo.
Igreja São Francisco de Assis
A primeira construção foi executada no século XVI, a Igreja São Francisco de Assis está localizada no Largo de
São Francisco, no centro histórico de São Paulo. É de propriedade da Ordem
Franciscana dos Frades Menores, fundada por São Francisco de Assis em 1209, na
Itália. Está ao lado da Igreja de São Francisco das Chagas e da Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo.
Sua técnica construtiva utilizou: taipa, pedra-ferro nos
arcos internos e externos, telhas capa e canal e paredes em alvenaria de
tijolos maciços - autoportantes. A igreja foi reformada no ano de 1744, onde
foi repaginada com o decorativismo barroco. Antes disso, a igreja tinha
características jesuíticas, que eram consideradas padrão para as igrejas da
província. Em 1880, o edifício foi reconstruído, após um incêndio do qual só
restou as paredes da edificação e a imagem de São Francisco de Assis.
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
A tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo (FDUSP), também conhecida como Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco ou ainda, "Arcadas" é uma instituição de ensino superior parte
da USP.
A Faculdade de Direito, a mais antiga Instituição do Brasil
— juntamente com a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco,
foi fundada a partir de um decreto imperial assinado em 1827.
A Carta de Lei assinada por D. Pedro I no dia 11 de agosto
de 1827 criou dois "Cursos de Sciencias Jurídicas e Sociaes" no
Brasil, um instalado no Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo, e
outro, no Basílica e Mosteiro de São Bento (Olinda), Pernambuco.
Mais tarde, ficou conhecida como Academia de Direito do
Largo de São Francisco ou também, Academia de Direito de São Paulo.
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo |
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo |
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo |
Catedral Metropolitana de São Paulo - Sé
A Catedral da Sé está localizada na Praça da Sé, no “centrão”
e é o ponto “zero” da cidade de São Paulo.
Sua construção teve início no ano de 1913, e sua arquitetura
apresenta predominantemente as características do estilo neogótico. Sua construção foi quase concluída na década de 1950.
Mesmo inacabada, foi inaugurada nas comemorações do 400º aniversário de fundação
da cidade de São Paulo, década de 1950.
25 de janeiro de 1954 - 400° aniversário da Cidade de São Paulo - inauguração com a igreja inacabada. |
Apesar de sua cúpula ter uma linguagem do estilo
renascentista, portanto caracterizando o ecletismo (mistura de estilos), a
Catedral Metropolitana de São Paulo é considerada o quarto maior templo
neogótico do mundo.
Catedral de São Paulo construída em 1764 até 1911 - quando foi demolida (?) Por que? Tem a mesma linguagem de muitas das igrejas que vimos em Minas Gerais. |
Catedral de São Paulo construída em 1764 até 1911 - quando foi demolida (?) |
Maximilian Emil Hehl |
Todos os mosaicos, esculturas e mobiliário que compõem a
catedral, foram trazidos de navio da Itália. Entretanto, devido às guerras
mundiais, houve grande dificuldade para concluir a obra.
Assim, a inauguração da nova catedral aconteceu no dia 25 de janeiro de 1954, com as torres ainda inacabadas. As torres foram terminadas somente em 1967.
As obras foram coordenadas, inicialmente, por Alexandre Albuquerque e, a partir de 1940, por Luís Inácio de Anhaia Melo.
Assim, a inauguração da nova catedral aconteceu no dia 25 de janeiro de 1954, com as torres ainda inacabadas. As torres foram terminadas somente em 1967.
1939 |
As obras foram coordenadas, inicialmente, por Alexandre Albuquerque e, a partir de 1940, por Luís Inácio de Anhaia Melo.
Após um longo período de decadência, a catedral foi
completamente restaurada entre os anos de 2000 e 2002. As plantas originais,
datadas de 1912, foram encontradas dentro do próprio edifício, permitindo uma
restauração fiel ao projeto original.
Partes coloridas - foram elementos construídos no momento de restauro. |
A restauração incluiu reparos nos vitrais, revitalização dos
sinos, manutenção das redes hidráulica e elétrica, resolução de problemas que
ameaçavam a estrutura - como rachaduras e infiltrações - e lavagem e pintura do
prédio. Restaurada, a catedral ganhou 14 torreões novos, previstos no projeto
original de 1912 de Maximilian Emil Hehl.
A catedral é a maior igreja de São Paulo, com 111 metros de
comprimento, 46 de largura, duas torres com 92 metros de altura e uma enorme
cúpula. Tem capacidade para abrigar 8.000 pessoas.
A igreja tem forma de cruz latina, com cinco naves e
transepto com cúpula sobre o cruzeiro. A fachada, dotada de um portal principal
e uma grande rosácea, é flanqueada por duas altas torres.
O órgão da catedral foi construído em Milão pela firma
italiana Balbiani e Rossi, em 1954. Sua inauguração ocorreu em 25 de
novembro de 1954, no "Dia de Ação de Graças", doado pela companhia
Antárctica (hoje AmBev). Seu restauro foi realizado entre 1996 e 1997 sob o
patrocínio do Banco Real. O instrumento tem dois corpos e uma
"console" (mesa de teclados), colocada atrás das colunas que rodeiam
o altar-mor, com cinco teclados (cada um com 61 teclas) e uma pedaleira. Possui
cerca de 12 mil tubos sonoros e 124 registros, sendo 112 os registros reais.
A cripta está localizada debaixo do altar principal e é um
vasto salão suportado por várias colunas e arcos de perfil gótico – como vimos
em muitas igrejas alemãs – durante nossas pesquisas na Alemanha. Nela estão sepultados
bispos e arcebispos de São Paulo e vários personagens importantes da história
do Brasil.
Cripta |
Semáforo com a forma de catedral - nas proximidades |
Linhas arquitetônicas do neogóticos. |
Interior da grande cúpula com linguagem renascentista. |
Cúpula |
Praça da Sé |
Praça da Sé |
"Tamanduateí" é um termo de origem tupi que
significa o "rio dos tamanduás-bandeiras".
No seu percurso original, o rio se encontrava com seu
afluente principal: o Rio Anhangabaú, no lugar onde atualmente se encontram a
Avenida São João e o Vale do Anhangabaú. Suas nascentes estão no Parque
Municipal da Gruta de Santa Luzia no município de Mauá, na região da Serra do
Mar. Passa pelos municípios de Mauá, Santo André e São Caetano do Sul e deságua
no rio Tietê, na cidade de São Paulo. Sua bacia hidrográfica possui 320
quilômetros quadrados. Sua extensão é de 35 quilômetros.
Atualmente, o rio está morto e sem vida, devido à poluição
vinda de córregos afluentes, um deles o Córrego dos Meninos. Está em projeto
sua despoluição, segundo fontes oficiais do Governo do Estado de São Paulo.
Entre as décadas de 1870 e 1880, o rio Tamanduateí foi um
dos pontos de lazer do paulistano. Existia a Ilha dos Amores - uma pequena ilhota munida de equipamentos urbanos e com paisagismo e a presença de um pequeno coreto - nas proximidades da atual Rua 25 de
Março. Existia quiosques com bebidas e comidas, além de uma casa de banho e
espaço para o descanso, permitindo, assim, um local de entretenimento e lazer
para a população - estimada nessa época, em 31 mil habitantes, conforme o censo de
1872.
Ilha dos Amores no Rio Tamanduateí - ao fundo a cidade de Sao Paulo com um Skyline totalmente diferente daquele que conhecemos hoje |
Após vários alagamentos, a ilha foi abandonada e deixou de existir no início do Século XX, quando aconteceu a segunda retificação do rio.
O Rio Tamanduateí, até o início do Século XX, foi uma via de
transporte fluvial, atendendo os Mercado Grande (ou Mercado Velho - Mercadão) e o Mercado
dos Caipiras que existiam na antiga Rua de Baixo (atual rua 25 de Março),
quando barcos transportavam mercadorias até o porto denominado de Ladeira Porto
Geral. Ah outros tempos.
Rio Tamanduateí |
Feira do Bixiga
No domingo, dia 14 de janeiro, também visitamos o tradicional bairro italiano do Bixiga - famoso pelas cantinas, pela
arquitetura das casas de imigrantes do começo do Século XX e por sua feira de
antiguidades que acontece todos os domingos, desde
1982, na Praça Dom Orione, entre as ruas Treze de Maio e Rui Barbosa.
Na feira, encontramos um estande que comercializava lindas e originais bonecas de porcelana, a qual era de responsabilidade de Dona Marília. Conversamos muito. No final, fomos presenteados com uma relíquia, ao custo de R$20,00, que temos ciência, de que foi um presente. Guardaremos com carinho, precioso presente.
Com Dona Marília |
O mesmo tipo de serrote usados pelos carpinteiros do Vale do Itajaí no final Século XIX e início do século XX para construir suas casas em enxaimel |
Com Dona Marília |
Da Feira de antiguidades na Praça Dom Oreone, caminhamos até a Avenida Paulista, onde acontece o Calçadão - sem a presença de veículo motorizados - com muitas atividades, no dia de domingo. As pessoas vão às ruas e participamos disso.
Para chegar até a Avenida Paulista, a pé, andamos aproximadamente 1 Km, passando pelo Bairro Jardins - a seguir, algumas imagens.
Avenida Paulista
A Avenida Paulista é uma das centralidades mais importantes
na cidade de São Paulo, do estado de São Paulo e do Brasil.
A Avenida Paulista
não tem importância somente sob o aspecto econômico, mas também, como centralidade
cultural e de entretenimento.
Sua população fixa soma mais de 200 mil residentes.
A avenida foi criada no final do Século XIX, quando foi inaugurada
no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro uruguaio Joaquim
Eugênio de Lima e do prefeito Clementino de Souza e Castro.
O projeto foi pautado na especulação imobiliária, como acontece nos moldes atuais. Valorização do solo com mais valia e apresentação de inúmeras vantagens aos supostos interessados. Claro que isso promoveu a expansão imobiliária em terrenos de antigas e históricas fazendas, como monumentais propriedades de senhores cafeicultores. Rasgaram a região com novas vias, seguindo projeto efetuados por engenheiros, onde, nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central, eram vendidos os terrenos mais caros - dotados de "mais valia".
O projeto foi pautado na especulação imobiliária, como acontece nos moldes atuais. Valorização do solo com mais valia e apresentação de inúmeras vantagens aos supostos interessados. Claro que isso promoveu a expansão imobiliária em terrenos de antigas e históricas fazendas, como monumentais propriedades de senhores cafeicultores. Rasgaram a região com novas vias, seguindo projeto efetuados por engenheiros, onde, nas áreas mais próximas à avenida e a seu parque central, eram vendidos os terrenos mais caros - dotados de "mais valia".
O primeiro nome apresentado para a avenida, seria Avenida das
Acácias ou Prado de São Paulo, mas Joaquim Eugênio de Lima decretou, definindo o
nome: “Será Avenida Paulista” – dessa forma impactando e minimizando polêmicas
sobre o grande negócio imobiliário.
Para que tudo isso acontecesse, Joaquim Eugênio de Lima se
fez sócio de Borges de Figueiredo e João Augusto Garcia quando iniciaram a compra de
terrenos no espigão entre os rios Tietê e Pinheiros. Em 1890 adquiriram na rua
Real Grandeza (posterior avenida Paulista) dois terrenos de propriedade de José
Coelho Pamplona e no mesmo ano, adquiriram mais dois lotes de Mariano Antonio
Vieira. Mais tarde compraram a Chácara Bela Cintra de Cândido de Morais Bueno. Na
época essa região era o caminho dos comerciantes, viajantes e boiadas a caminho
do matadouro.
O projeto da avenida foi elaborado pelo agrimensor Tarquinio
Antonio Tarant e, como deveria ter a topografia plana, exigiu o aterro de um vale na atual Avenida
9 de Julho - onde passam os túneis e onde está localizado o MASP - com a melhor vista par o centro de São Paulo.
Bonde elétrico |
A Avenida Paulista foi inaugurada, juntamente com a linha de
bondes em 1891. Apresentava uma extensão de 3 km de comprimento e 12m de largura. A avenida foi dividida em: uma parte para bondes - a do centro, para carruagens e a outra, para cavaleiros. O piso carroçável foi coberto por pedregulhos brancos.
O bonde elétrico foi inaugurado 9 anos depois, no ano de
1892.
Em 1898 aconteceu uma reestruturação urbana, como a execução
de um novo calçamento, e a derrubada de quatro fileiras de árvores, juntamente com o alargamento
dos passeios, que foram arborizados com ligustruns e ipês.
1898 |
No dia 25 de junho de 2016, o prefeito em exercício Fernando
Haddad, publicou no Diário Oficial do município de São Paulo o decreto que
oficializou a abertura da avenida como espaço de lazer nos domingos e aos
feriados nacionais. A avenida fica restrita a
veículos das 10:00 até às 19:00 horas e no documento oficial que permitiu a
medida, inserida no programa "Ruas Abertas", outras ruas também devem
ficar abertas, tornando os locais livres para lazer e cultura para pedestres e
ciclistas e foi esse momento do domingo, do dia 14 de janeiro de 2018, que participamos e
fizemos imagens da Avenida Paulista para essa postagem.
O decreto também terá sua eficácia monitorada por um comitê
formado por organizações civis, sendo que o primeiro teste de fechamento da via
se deu em junho de 2015, na inauguração da ciclovia no canteiro central.
Como estratégia de remanejamento do trânsito, o que não
acontece em Blumenau que faz uma tentativa de imitar a ação, quando fecha a Rua
XV de Novembro para o mesmo uso, no entanto, sem oferecer outras opções de
transito. Na Avenida Paulista, os ônibus são redirecionados para vias
paralelas, como a Alameda Santos e a Rua São Carlos do Pinhal; carros e motos
seguem a mesma adequação. Moradores e clientes de alguns estabelecimentos têm a
autorização de entrar e sair com seus carros dos prédios.
Vídeos
Vídeos
Avenida Paulista - calçadão de domingo |
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Estando na Av. Paulista é impossível não entrar nos espaço do MASP - ícone cultural e ponto focal importante na Avenida Paulista - cujo arrojado projeto foi assinado pela arquiteta Lina Bo Bardi.
O museu está localizado na Avenida Paulista desde o dia 7 de novembro de 1968, quando foi inaugurada a sede projetada por Lina Bo Bardi.
A arquitetura da nova sede do MASP não passa desapercebida quando estamos sob o grande vão de mais de 70 metros que se estende entre quatro enormes pilares vermelhos.
Quando Lina Bo Bardi idealizou o espaço para o Museu de Artes de São Paulo, pretendeu, além de criar o espaço para o uso preestabelecido, também o de criar um vão livre, de convívio e encontros sob o grande vão e também, "liberar" a paisagem da vista e avenida Nove de Julho e do centro histórico de São Paulo que se estende aos fundos do museu em terreno com topografia mais baixa. Isso porque, durante a construção da Avenida Paulista, que de acordo com o projeto, deveria ser plana, houve um aterro nesse terreno, tornando-o, naturalmente, um mirante.
De acordo com a história pretérita ao "MASP da Paulista", três anos após a fundação do museu – em 1950 - esse estava funcionando com restrições em três andares do Edifício Guilherme Guinle, onde, o terceiro andar foi reservado para a coleção permanente. Cursos e palestras ocupavam o quarto e o décimo-quinto andares. No segundo andar, ficavam os auditórios, e espaços expositivos, além de biblioteca e laboratório fotográfico
Lina Bo Bardi coordenou a Escola de Desenho Industrial do MASP nesse período, responsável pela primeira iniciativa voltada ao campo do ensino de desenho industrial no Brasil, onde lecionaram Carlos Bratke, Gregori Warchavchik, Lasar Segall e Leopold Haar. O curso, criado nos moldes do Instituto de Design de Chicago, dava continuidade aos métodos pedagógicos da Bauhaus. Lina, mesmo, é autora de muitos desenhos de mobiliário, conhecidos nacionalmente.
No final da década de 1950, com o crescente volume do acervo e a ampliação das atividades didáticas do museu demandavam maior espaço e adequado às atividades de museu. Existia um terreno na Avenida Paulista, anteriormente ocupado pelo Belvedere Trianon - era um tipo de mirante junto com o edifício social com vista para o centro da cidade, projetado por Ramos de Azevedo e que foi demolido em 1951 para construir um pavilhão, onde fora realizada a primeira Bienal Internacional de São Paulo. Só no Brasil!!!
No final da década de 1950, com o crescente volume do acervo e a ampliação das atividades didáticas do museu demandavam maior espaço e adequado às atividades de museu. Existia um terreno na Avenida Paulista, anteriormente ocupado pelo Belvedere Trianon - era um tipo de mirante junto com o edifício social com vista para o centro da cidade, projetado por Ramos de Azevedo e que foi demolido em 1951 para construir um pavilhão, onde fora realizada a primeira Bienal Internacional de São Paulo. Só no Brasil!!!
A sede da 1° Bienal Internacional construída sobre os escombros da Arquitetura de Ramos de Azevedo negando a vista da cidade - Arquitetura de gosto duvidoso. |
Lina Bo Bardi aceitou o desafio e percebeu o local ideal para a nova sede do MASP. Tomou as devidas providencias burocráticas e teve êxito. Seu projeto foi construído no local.
No dia da inauguração da nova sede do MASP na Avenida Paulista, no dia 8 de novembro de 1968 estavam presentes, a Rainha da Inglaterra e seu esposo.
No dia da inauguração da nova sede do MASP na Avenida Paulista, no dia 8 de novembro de 1968 estavam presentes, a Rainha da Inglaterra e seu esposo.
Palavras da Rainha Elizabeth II, em seu discurso de inauguração da nova sede do MASP, em
“É, para mim, motivo de especial satisfação inaugurar este magnífico Museu de Arte. A sua beleza, simplicidade e a perícia com que foi construído tornam-no mais um impressionante exemplo do espírito de iniciativa dos paulistas. Sinto-me feliz também em pensar que ele abrigará uma coleção de quadros de um dos mais ativos e generosos embaixadores que jamais foram à Corte de St. James: o dr. Assis Chateaubriand. Lembro-me muito bem de seu espírito e estuante personalidade e todos sentimos, profundamente, que ele não esteja mais aqui conosco neste dia. Aos paulistas desejamos, meu marido e eu, felicidades e prosperidade. É com grande prazer que declaro inaugurado este Museu.”Rainha Elizabeth II Rainha da Inglaterra
Lina Bo Bardi concebeu arquitetonicamente a atual sede do MASP. Para preservar a vista do centro da cidade, exigência durante a doação do terreno, seria necessário propor uma edificação subterrânea ou suspensa. A arquiteta optou por ambas as alternativas, concebendo um bloco subterrâneo e um elevado, suspenso a oito metros do piso. A construção é considerada única pela sua peculiaridade: o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais, resultando em um vão livre de 74 metros, na época foi considerado o maior do mundo. A inovação foi viabilizada pelo trabalho do engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, que aplicou na obra a sua própria patente de concreto protendido. A equipe de engenharia e arquitetura funcionam bem.
O edifício, projetado por Lina Bo Bardi em 1958, levou dez anos para ser concluído.
As imagens do e no MASP em dia Calçadão. Nesse dia tivemos o privilégio de assistir no teatro localizado no subsolo do museu, um Concerto - Festival de Música Clássica - financiado pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretária de Cultura.
Toda essa movimentação no espaço da Avenida Paulista e no MASP fez-me lembrar do artigo do Professor Arquiteto Vilmar Vidor sobre "Modernidade Urbana". Deseja conferir? - Clique sobre: Reflexão - Modernidade Urbana - Arquiteto e Urbanista Vilmar Vidor.
Para onde vamos? Jornada da alma...
Teatro no subsolo |
O grande vão que permite a vista para o centro da cidade - genialidade da arquiteta |
O grande vão que permite a vista para o centro da cidade - genialidade da arquiteta |
O grande vão que permite a vista para o centro da cidade - genialidade da arquiteta |
Zona cerealista
Uma região localizada nas proximidades do novo leito do Rio Tamanduateí após a sua retificação - atrás do mercadão - parte baixa, onde há inúmeros armazéns. Nesses são comercializados uma série de produtos naturais, muitos, desde grãos, ervas, sementes e farinhas.
Bairro Santa Ifigênia |
O local, onde foi edificada a estação ferroviária de passageiros da primeira Estação da Luz, era no Bairro da Luz - na época era um bairro distante do centro da cidade de São Paulo. Na época, o Presidente da Província era João Teodoro Xavier de Matos. A primeira estação ferroviária do bairro da Luz era muito simples. Sua tipologia era uma edificação de um pavimento localizada às margens da ferrovia. Continha espaço para despacho, compra de bilhetes, plataforma de embarque e desembarque de passageiros e a residência do chefe da estação. Nos entorno, surgiram outras construções que tinham ligação com a estação ferroviária - como Administração, engenharia, Depósito, Guarda-chaves, etc.
Estação da Luz - 1865 - Lembramos que a Estação da Luz era a Porta de entrada dos imigrantes - 1890 - São Paulo tinha 65 mil habitantes
Fonte:http://www.skyscrapercity.com
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No dia 17 de março de 1888, houve uma ampliação, com o aumento da plataforma e da cobertura e a edificação recebeu o aumento de mais um pavimento, dentro da linguagem neoclássica, o uso de materiais modernos e novos a partir da industrialização na Europa - como o ferro. Sua cobertura na estrada e sobre as plataformas foi feita em ferro e encampou a pequena estação como uma célula mediante o fenômeno da fagocitose.
Ano 1870
Fonte:http://www.skyscrapercity.com
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Esta edificação foi demolida no início do Século XX para a construção da terceira estação ferroviária da Luz - Estação da Luz. A terceira estação da Luz é uma réplica de uma estação de Sidnei - Austrália.
Estação da Luz, por Guilherme Gaensly - 1902
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Colocação dos trilhos da Estação da Luz – 1902 - São Paulo
Fonte: www.soniavandijck.com
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A terceira estação ferroviária da Luz tem uma área construída de 7.520m2 e foi composta por dois blocos distintos. No primeiro bloco tem dois pavimentos - construído com tijolos autoportantes - na época abrigava os escritórios da superintendência, engenharia e contadoria. Recebeu um torre com relógio, avistado de várias partes da cidade. Sua linguagem arquitetônica respeitou a mesma adotada nas estações do Brás e de Santos com mansardas, como construídas na França e na Inglaterra.
Construção - 1899 |
Colocação dos trilhos da Estação da Luz – 1902 - São Paulo
Fonte: www.soniavandijck.com
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Antiga estação de trem de Orsay - Atual
Museu Orsay - Paris - França
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Edifício neoclássico dentro de uma quadre bem definida, com ruas largas sem interferência visual de outra edificação de gosto suspeito |
O segundo bloco é um monumental espaço com um vão de 40 metros, 150 metros de comprimento e 25 metros de altura - para cobrir 6 linhas ferroviárias rebaixadas em comparação às ruas laterais à estação. Na Europa, foram construídas estações com semelhante tipologia - existentes até os dias atuais.
Degração visual da atual paisagem do entorno da Estação da Luz - 2009 |
Lado norte da Estação da Luz, além de um bonde trafegando pela via - Fonte: www.pinterest.com Sem a interferência visual de edificações que agredisse a arquitetura da estação - referência na paisagem |
Enviado pelo bisneto do Sr. Charles H. Driver Sr. Pirran Driver |
O arquiteto da estação ferroviária da Luz tinha vasta experiência em projetos de estações ferroviárias e contribuiu para o uso de algumas modernidades na nova estação, como - coberturas envidraçadas.
A terceira estação ferroviária da Luz não foi oficialmente inaugurada, pois não tinha sido interrompido o tráfego de trens no local. Á medida que o corpo principal da estação era construído, passou a abrigar serviços da mesma. As obras foram formalmente concluídas em 1901 - oito anos antes de ser inaugurado o primeiro trecho da EFSC na região do Vale do Itajaí SC - antiga Colônia Blumenau.
Obras de restauro após incêndio. |
Pinacoteca
Aprendizado - nos espaços da cidade de São Paulo.
Escalas dentro da escala!!
Cidades dentro da cidade....
Leitura Complementar - Clicar sobre: São Paulo SP - A História da Metrópole através das Imagens de José Wasth Rodrigues JWR
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