segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Leopold Franz Hoeschl - 1° Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau - 1° Parte

Uma determinada pesquisa sobre um fato da História da região sempre faz surgir novas lacunas inesperadamente esclarecidas ou outras, para que sejam preenchidas com novas informações. A inspiração para essa postagem teve início durante a pesquisa sobre a história da fundação e os primeiros anos da cidade de Rodeio - localizada no Vale do Itajaí, no interior do Estado de Santa Catarina - uma das "colônias italianas" dentro da grande Colônia Blumenau. 

Fotografia Oficial do Kaiser Franz Joseph
 - Imperador do Império Austro - Húngaro.
Acervo do Museu dos Usos e Costumes da 
Gente Trentina - Rodeio SC.
Naquele momento, ao pesquisarmos in loco, visitamos o Circolo Trentino e o seu Museu de Usos e Costumes da Gente trentina – Rodeio/SC e nos deparamos com a fotografia oficial do Kaiser Franz Joseph I – Imperador do Império Austro-Húngaro, neto do pai da Imperatriz do Brasil, Dona Leopoldina (seu sobrinho) e consequentemente, primo de D. Pedro II, Imperador do Brasil.
Esse fato nos intrigou muito e investigamos mais sobre as datas e as culturas envolvidas na localidade - desde a origem - na Europa -  e concluímos que os primeiros imigrantes nessa região foram famílias tiroleses (do Império Austro-Húngaro - Atual Áustria) e não italianos, como muitos propagam atualmente.  O Tirol, local de origem das primeiras famílias que vieram para a região do Vale do Itajaí, apresentava cultura própria em um território unido a Áustria. Esse quadro permaneceu até o fim da 1° Grande Guera Mundial, em 1918. As primeiras famílias oriundas dessa região chegaram ao Vale do Itajaí - cidade de Rodeio - a partir do ano de 1875. 
No ano de 1875, ano da chegada dos italianos, também chegaram os imigrantes austríacos vindos do Tirol, da Gorízia, do Friúl, da Boêmia. Os imigrantes do Tirol passaram a ser confundindo com italianos erroneamente. A Itália ocupou seu território somente após o fim da 1° Guerra Mundial – em 1918. No Brasil, de acordo com o pesquisador  Everton Altmayer,  a partir de 1970, esses passaram e ser denominados de “trentinos” e foi o que constatamos no Museu de Usos e Costumes de Gente Trentina – de Rodeio.

Sugerimos a leitura do Site: 160 anos de Imigração Tirolesa no Brasil

Essa conclusão foi devidamente analisada e explicada na postagem (Para sua leitura - Clicar sobre): Rodeio - Colônia Tirolesa no Brasil - Visita ao Ensaio de música do Circolo Trentino
Sugerimos a leitura, para melhor compreensão.
Residência da família Feller - em conversa com os irmãos Feller (na janela) nos disseram que sua mãe era "austríaca", e pelo nome, o pai também o era - Rodeio - 2017.

Mauro Kirsten
Atual cônsul da Áustria em Blumenau.
Não bastasse as evidências e contrariando, um pouco, do que é contato na região, entorno da cidade e na cidade de Rodeio, descobrimos um fato curioso durante uma conversa informal com o atual  Cônsul Honorário da Áustria na cidade de Blumenau - Mauro Kirsten, na qual comentamos sobre o resultado de nossas pesquisas. O Cônsul nos falou sobre uma publicação não oficial assinada por uma neta de Leopold Franz Hoeschl - Lieselotte Hoeschl Ornellas. Ele foi o primeiro Cônsul do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau. O livro de Lieselotte, escrito 1997,  tem o título: Meu Caleidoscópio - que para simplificar, chamaremos de "Caleidoscópio" quando mencioná-lo.
Nesse momento tomamos conhecimento da existência do 1° Cônsul Honorário do Império Autro-Húngaro e também, da casa onde ele e sua família residiram até 1913, antes de mudarem para Blumenau, localizada na localidade de Warnow - atual Indaial. Localidade muito próxima das principais colônias "trentinas", ou melhor, tirolesas, ou ainda "austríacas".
Na época, essas localidades tinham outros acessos e ligações política, cultural e econômica muito estreitas, diferentemente dos dias atuais. O sítio, como é atualmente, não era cortado e segregado pela rodovia BR 470 e os caminhos eram muito próximos: falamos de Ascurra, Rodeio, Timbó, Indaial e Warnow.
Acreditando na descrição do atual Cônsul Honorário Austríaco na cidade de Blumenau, procuramos e encontramos a histórica edificação, na paisagem atual de Warnow, em estado de conservação muito ruim e lamentavelmente abandonada.
Residência e comércio do 1° Cônsul do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau - Leopold Franz Hoeschl - em Warnow - Indaial SC.
Residência e comércio do 1° cônsul do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau - Leopold Franz Hoeschl - em Warnow - Indaial SC.

Nessa postagem - 1° Parte, pretendemos apresentar um pouco sobre a biografia do personagem da história da Colônia BlumenauLeopold Franz Hoeschl - que teve parte de sua história publicada na Revista Blumenau em Cadernos do ano de 1960 - Nº 12 e curiosamente não deram muita ênfase ao fato de que tratava-se do primeiro Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau, mesmo residindo seus últimos 20 anos de vida em Blumenau. Cópia da publicação citada, no anexo no final dessa postagem. E dando sequência, na 2° Parte - mostraremos um pouco sobre a arquitetura, da primeira propriedade do Cônsul e da família, ainda existente na paisagem de Warnow, no momento presente.

Um pouco da biografia do 1° Cônsul Honorário do Império Austo-Húngaro na Colônia Blumenau - Leopold Franz Hoeschl.

Hoeschl nasceu no dia 27 de outubro de 1850 (Ano da fundação da Colônia Blumenau) na cidade de (em alemão) Bielitz - na Galícia - Província do antigo Império Austro-Húngaro, atualmente região extremo sul da Polônia. Em polonês é conhecida como Bielsko-Biała.
Localização da cidade natal de Leopold Hoeschl.



Bielsko-Biała - cidade natal de Leopold Franz Hoeschl.

Hoeschl mudou-se para o Brasil no ano de 1868, com 18 anos de idade. Foi um dos primeiros pioneiros que ajudou a construir a Colônia Blumenau, pois essa tinha somente, como ele próprio, somente 18 anos de existência desde a chegada dos primeiros 17 imigrantes fundadores. 
Stadtplatz da Colônia Blumenau - 1869.

A família de sua futura esposa Emilie Augustine Ernestine Helene Ebert, migrou para o Brasil no ano de 1857, quando ela tinha 6 anos de idade - um pouco antes e quando a colônia Blumenau tinha somente 7 anos de existência. Helene, como todos a conheciam, nasceu no dia 4 de abril de 1851 na cidade de Halle an der Saale, território da atual Alemanha. 
Localização de Halle an der Saal


Halle an der Saal - Terra natal de Emilie Augustine Ernestine Helene Ebert - futura esposa de Leopold Franz Hoeschl.
















No de 1861 - Hermann Blumenau já era
servidor público do império brasileiro.
Blumenau deixou de ser colônia particular  - propriedade de Hermann Blumenau - no dia 21 de setembro de 1859. A partir dessa data, passou a ser uma colônia Imperial, legalizada pelo documento  assinado pelo Conselheiro  do Estado e Diretor geral de Terras Públicas Manuel Felizardo de Souza Mello e pelo Fiscal Interino Inácio Alvares de Azevedo, em nome do Governo Imperial do Brasil. 
Passados dois anos da nova situação política econômica da Colônia Blumenau - em 1961, mais precisamente no dia 25 de março, chegou o primeiro padre católico à colônia fundada por Hermann Blumenau. Nesse tempo foi criada a freguesia de São Paulo Apóstolo na nucleação de Gaspar em lote colonial doado por Hermann Blumenau. Entre os colaboradores da comunidade católica mais antiga da Colônia Blumenau estava Karl Hoeschl, irmão de  Leopold Franz Hoeschl, ambos, como eram os austríacos e tiroleses, católicos fervorosos
Manuel Felizardo
 de Souza Mello.
Lembramos que o herói da resistência austro-húngaro (Clicar sobre) Andreas Hofer  morreu defendendo também sua pátria e seu imperador, como também, sua religião.
Naquele tempo, também na colônia Blumenau - existia um antagonismo entre as duas fés - católica e luterana. Os representantes da fé católica, se fiavam na autoria e no poder de sua fé por ser a fé oficial do estado e do império e a fé luterana era a fé das principais famílias da Colônia Blumenau - inclusive a de seu fundador. Essas diferenças, de acordo com a publicação Caleidoscópio, interferiram nas relações da família Hoeschl.

Leopold Franz Hoeschl

O Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau - Leopold Franz Hoeschl, como já mencionado, nasceu no dia 27 de outubro de 1850, na cidade de Bialitz e foi o mais novo de cinco filhos de Karl Hoeschl e Maria Czelsky (seu pai era natural da Galícia e sua mãe da Bohemia). O seu segundo nome - Franz - era uma homenagem ao Kaiser Franz Joseph I - o mesmo Kaiser da foto do Museu dos Usos e Costumes da Gente Trentina de Rodeio - Imperador do Império Austro-Hungaro. Seus irmãos eram: Franz, Emmanuel, Karl Jr. e Amalie.
Nessa época o grande Império Austro-Húngaro abrangia os territórios dos atuais países da Alemanha, Áustria, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Polônia, entre outros. Dessa região, saiam muitas famílias de imigrantes para outras regiões do planeta, como também para o Vale do Itajaí, principalmente durante o governo do Kaiser Franz Joseph I - dinastia dos Habsburgos - sua sede era na cidade de Viena.
Império Austro-Húngaro de Franz Joseph I.
Leopold Franz Hoeschl (antes da pesquisa feita para a publicação  de sua neta Lieselotte) tinha pesquisado sobre sua ascendência e deixado registro sobre. Mantinha correspondência com Behumil Hoeschl, bisneto de Waslow, irmão de Karl Joseph Hoeschl - seu avô. Behumil Hoeschl era juiz aposentado na cidade de Písek - e lhe forneceu informações importantes sobre a história da família, história muito antiga. Leopold Franz Hoeschl se considerava austríaco e seguia a fé católica. 

Lieselotte Hoeschl Ornellas 
Neta de Leopold Franz  Hoeschl com 96 anos.
Leopold Franz Hoeschl deixou registrado para a história, que existia em Bohemia de Kadaň, um museu onde estava, em um álbum de famílias, o nome da Família Hoeschl com fotografias, incluindo as fotografias de seus netos: Markus, Arno, Adolf, Karl, Walter e Werner. Essas tinham sido enviadas por ele mesmo, pois tinham o direito de estar lá, pela linha masculina, com herança do nome, que poderia atingir até a 6° geração e para a indignação de sua neta (mulher) Lieselotte Hoeschl Ornellas e autora da publicação Caleidoscópio.

Os primeiros imigrantes da Família Hoeschl no Brasil

O primeiro membro da família Hoeschl que migrou para o Brasil foi sua irmã Amalie, em 1851.  Chegou nas primeiras levas de imigrantes bem no início da fundação da Colonia Blumenau. Amalie foi casada com Ferdinand Klein. Klein foi proprietário de uma casa comercial e também era torneiro. 
Afogou-se ao atravessar o ribeirão Garcia em uma balsa, durante uma enchente, no dia 2 dezembro de 1855. Amalie, além de perder o marido na enchente, também teve prejuízos materiais e ficou em uma situação difícil. A família de Amalie, na Alemanha, recebeu as notícias da Colônia Blumenau não muito positivas e enviaram seu irmão  Karl Hoeschl. Por imprevistos, o veleiro no qual Karl viajava foi parar no Rio Grande do Sul. O irmão de Amalie, sem muita opção, juntou-se aos tropeiros e iniciou uma viagem demorada, até conseguir chegar à região da Colônia Blumenau, para poder se encontrar sua irmã. Diante da situação imprevista, consumiu a reserva destinada a ela e pela qual foi enviado. O irmão Karl Hoeschl encontrou Amalie casada em segundas núpcias e muito bem instalada com seu marido, na localidade de Capim Volta. Nesse tempo Amalie tinha 27 anos e antes da chegada de Karl, conheceu Julius Paupitz, vizinho de Peter Wagner. Casaram-se no dia 8 de outubro de 1857 - Paupitz era imigrante nascido na cidade de Eilenburg - região da atual Alemanha e muito atuante na Colônia Blumenau.
O casal depois mudou-se para a localidade de Passo Manso, localidade  onde construiu e montou o histórico salão Paupitz. E  Karl Hoeschl mudou-se para São Pedro de Alcântara, onde trabalhou como professor e conheceu e casou-se com  Maria Zimmermann
Motivados e confiantes, Karl Hoeschl e família, acompanharam um grupo de famílias alemãs que estavam instaladas em São Pedro de Alcântara até Gaspar. As famílias migrantes, além do Hoeschl, eram: Schmitt, Spengler, Müller, Händchen, Werner, Zabel, (...). Em Gaspar abriu a "venda", embrião de seus futuros negócios.
Karl Hoeschl tornou-se, a partir da paróquia católica, um líder local em Gaspar e região.
Os outros dois irmãos de Leopold Franz Hoeschl, os mais velhos - Franz e Emmanuel - ficaram na Europa, onde Fritz tornou-se um guarda florestal no Ducado de Potocky e Emmanuel era oficial de um regimento de cavalaria do Exército austríaco.

Como foi que Leopold Franz Hoeschl imigrou para a Colônia Blumenau?

Leopold nasceu em cidade próxima da fronteira e com isso se familiarizou com dois idiomas: Alemão e polonês. Com a idade de 15 anos, Leopold Franz Hoeschl completou o curso da Realschule, não podendo mais prosseguir os estudos, por motivos financeiros. Fritz sugeriu a Leopold, que prestasse exame na Cracóvia e o fez em 1867, sendo aprovado. Com auxílio do irmão deu continuidade aos seus estudos.
Em 1868, houve uma guinada em todos os planos da família. O pai de todos - Karl Hoeschl - convencido pelos filhos que estavam na Colônia Blumenau - resolveu também imigrar para o Brasil, levando a esposa e o filho mais novo, Leopold. No dia 10 de maio de 1868 partiram de Hamburg e chegaram em Itajaí no mês de junho, onde se hospedaram na única hospedaria da cidade - Casa Comercial  de Malburg. O mesmo local que Hermann Weege, com a idade de 14 anos, um pouco mais tarde - 1891 trabalhou como aprendiz. Parece-nos que esse pessoal da Malburg "explorava" a mão de obra dos jovens naquela época - pois também aconteceu com Leopold - na sequência, mais sobre.
Casa Malburg em 2022.


Casa Comercial de Malburg - Itajaí.
Leopold, com 18 anos de idade, começou a trabalhar no engenho de serra de Jacob Zimmermann - sogro de seu irmão. Mais tarde um pouco, tornou-se sócio  de Elias Müller, trabalhando em um engenho movido à água, para serrar madeira. Passado algum tempo, começou a trabalhar para Nicolau Malburg - sem definir função. Nesse trabalho fez o papel de  carregador, guarda-livros, tratador de cavalos, engraxate das botas do Malburg, (...) e professor do filho mais velho da casa - Leopold Malburg. 
Por algumas diferenças e por não aceitar fazer algumas incumbências - como transportar cubos de sólidos fecais, seus serviços foram dispensados pela esposa de Jacob Malburg.
Nesse tempo que trabalhou com os Malburg, conheceu o agente de imigração H. von Trompwski, que coincidentemente era seu conterrâneo. Ficaram próximos, porque falavam o mesmo idioma. Trompowski prometeu interceder e auxiliar conseguir um emprego na firma de Lidio Livramento Vieira na capital da Província - Nossa Senhora do Desterro. 
Nossa Senhora do Desterro - Final do Século XIX.
Leopold encontrou dificuldades para viajar para Nossa Senhora do Desterro. Conseguiu uma passagem em uma embarcação marítima e chegou atrasado para reivindicar a vaga de emprego, e essa já tinha sido preenchida. O sócio de Trompowski, Onkel Brandt - dono de um armazém, orientou a Leopold que poderia se hospedar na casa da Frau Schefsmacher, mesmo local que tinha hospedado Carl Franz Albert Hoepcke, que nessa época trabalhava com seu tio, ex sócio de Hermann Blumenau - na firma de Colônia Agrícola - Ferdinand Ernst Friedrich Hackradt. Também com Carl  F. L Hoepcke, trabalhou o filho mais novo de Leopold - Walter Leopold - pai de Lieselotte Hoeschl Ornellas.
Instalado em Nossa Senhora do Desterro (Atual Florianópolis), Leopold Franz Hoeschl procurou emprego. Passou por momentos ruins de restrições financeiras. Por breve momento, não pode pagar a pensão. Conseguiu ocupação temporário, pela situação em que estava, no local, no primeiro local indicado por Trompowskina firma de Lidio Livramento Vieira.  Sua principal função era de ir duas vezes por semana, às 4:00h da madrugada, no mercado, esperar os moradores das colônias de Vargem Grande, Palhoça, Capivari, Teresópolis e São Pedro de Alcântara, entre outras colônias, e convencer-lhes de comprar os produtos que seu patrão vendia.
Os imigrantes - colonos - os quais encontrava no mercado, eram oriundos de Mosela e Westphalia - território da atual Alemanha. Naturalmente surgia a aproximação e a situação de afinidade auxiliava nos negócios e no seu trabalho, que deixava seu patrão temporário, satisfeito. Recebeu a proposta de seu patrão, para que dirigisse sua filial na cidade de Itajaí, onde possuía um veleiro. Leopoldo não aceitou. Resolveu retornar para Gaspar e abrir seu próprio negócio. Propôs sociedade ao seu irmão Karl Hoeschl.
Em 1870, os dois irmãos Hoeschl foram até Tijucas, compraram um veleiro usado e sem muitas condições e o colocaram pronto para a navegação. Gastaram 3 contos de réis.
Leopold, que acompanhou a recuperação do veleiro, foi se familiarizando com o seu comando. Levaram a embarcação para Desterro e a registraram com o nome de "Felizardo". Leopold tirou a carta de credenciamento  para navegar e recebeu a nomeação de "capitão Náutico".  Nas primeiras viagens para Itajaí, Brusque e  Colônia Blumenau tiveram um considerável lucro. 
Quando surgiu a Companhia de Navegação na Colônia Blumenau e mediante ações das lideranças locais, surgiu o primeiro barco à vapor para fazer o trajeto regular entre Blumenau e Itajaí. De acordo com notícias na revista Blumenau em Cadernos, tomo XXI nº 10, outubro de 1980, página 284, o barco foi adquirido por Eduardo Schadrack, de Brestlein, de Joinville, em agosto de 1871. O vapor, batizado de São Lourenço, inaugurou suas viagens regulares como rebocador de lanchas de carga. O terminal da linha era em Gaspar, sendo local do ancoradouro no meio do rio Itajaí Açu, em frente a propriedade de Karl Hoeschl, onde tinha uma casa comercial. 
O São lourenço tanto transportava mercadorias, como fazia o transporte de pessoas que tomavam a embarcação ali, para ir para outros destinos, ou mesmo fazer baldeações. Tomando outro vapor para diferentes destinos. A nova situação de transporte fluvial trouxe boas perspectivas comerciais para a casa comercial de Karl Hoeschl, o que o possibilitou, na época, adquirir uma chácara em frente à casa comercial, na qual construiu uma grande residência, onde também hospedava pessoas. Karl Hoeschl constituiu família e viveu toda sua vida em Gaspar, o que não aconteceu com seu irmão Leopold. Isso não significou que não fossem companheiros e simultâneos conselheiros, um do outro. Em Gaspar, Karl Hoeschl era conhecido como "o austríaco".

Leopold Franz Hoeschl se casou com Emilie Augustine Ernestine Helene Hoeschl (Ebert), nascida no dia 6 de Abril de 1851 na cidade Halle an der Salle - Sachsen-Anhalt.
Documento que comprova o nascimento de Emilie Augustine Ernestine Helene Hoeschl (Ebert), 
Helene veio com a família para o Brasil - 4 irmãos e os pais - Ferdinand Ebert e Emilie Willner Ebert (*7/5/1820 - +20/7/1892[Warnow]), no ano de 1857. Na Alemanha ficou uma irmã casada. A família de Helene se fixou entre as localidades de Altona e Blumenau, local onde conheceu Leopold no ano de 1873. Ficaram noivos no natal de 1874.
Nos negócios, Leopold Franz Hoeschl saiu da sociedade com o irmão Karl. No ano de 1878, chegaram muitas famílias pomeranas e polonesas e se fixaram na comunidade de Warnow (Localidade de Indaial - atualmente). Comunidade que recebia famílias desde 1868. O nome da localidade foi inspirado em uma localidade da antiga Pommern, norte da Alemanha, de onde eram originárias muitas das famílias que ali se fixaram.

Territorialmente os dois Warnow's tinham semelhanças - tamanho e características geográficas - próximo a um rio. É só.


Hoeschl adquiriu um lote colonial diretamente na direção da Colônia Blumenau, localizado em Warnow. Como toda a família de imigrantes que chegava no Século XIX, passou por todas as etapas: limpa do terreno, construção da casa provisória, plantio da roça e do pomar, do jardim, construção dos ranchos e melhorias sucessivas.
Todos que chegavam à região, trabalhavam na terra e nas melhorias da propriedade, sem exceção - e nos primeiros tempos, passavam privações, pois ainda não tinham feito a primeira colheira e nem possuíam infraestrutura suficiente para. Necessitavam construir tudo e aguardar o fruto da produção - tudo feito em família e com muito trabalho. Na foto - a limpa de um terreno e o feitio de uma casa mais sólida que a provisória.




Em 1878, após 5 anos casado, abriu um pequeno comércio - "venda" para comercializar produtos regionais, excedente da produção dos vizinhos e mercadorias que trazia de suas viagens. Dava crédito aos colonos que chegavam à nucleação, como também oferecia transporte - prática muito comum entre os residentes do Stadtplatz da colônia, nesse tempo. Contam que o caminho entre a nucleação de Indaial atual até Warnow era uma picada de difícil acesso. Sua firma também transportava gênero de primeira necessidade para Salto e Pilão. Passado algum tempo, pode construir sua casa de alvenaria, meta de quase todos, durante décadas, na região (casa de material). Seus negócios no comércio aumentavam.
O casal encontrou um pequeno grande entrave para a época, na Colônia Blumenau: Leopold Franz Hoeschl era católico e sua esposa Helene era evangélica luterana.
As pessoas que professavam a religião que não fosse oficial - a católica - no estado brasileiro (e em quase todo o ocidente) encontravam problemas. Em 1863, Hermann Blumenau propagava entre a população da região, sobre as medidas do governo brasileiro, dificultando a vida dos imigrantes não católicos, desde casamentos até a prática do ofício de lecionar.
As diferenças foram superadas e o casal se casou no dia 25 de novembro de 1875, na igreja evangélica luterana - religião da família de Helene. Lembramos que nesse ano é comemorado a chegada dos primeiros imigrantes tiroleses para a região onde hoje se encontra Rodeio. Tirol nessa época era uma pátria independente com cultura própria e que estavam sob domínio da Áustria do Imperador Franz Joseph I.
Imigrantes trentinos (1875) e seus primeiros filhos nascidos no Brasil. Em pé: Antonio Dee Pin (de Luigi), Massemino Moser (de Nicolà), Antonio Tonet (de Francesco), Benniamino Fruet (de Valentino), Germano Depiné (de Carlo), Sr. Luiggi Sardagna. Sentados: Giovanni Battista Fiamoncini, nonno Titi - de Bernardo, Nicola Moser, Giovanni Tonet, Valentino Fruet, Giacomo Furlani.

Durante o ano de 1876, Leopold continuou fazendo viagens comerciais até a capital da Província - Nossa Senhora do Desterro e em outras localidades, levando e trazendo mercadorias. Os novos colonos de Warnow se associaram a Leopold, e esses faziam parte da Kulturverein, desenvolvendo uma grande atividade agro-pecuária - adotando a técnica de confinamento de animais e alimento à base de ração. Tomavam como exemplo, as práticas do Stadtplatz e da colônia agrícola de Hermann Blumenau. Os negócios ampliaram e Leopoldo construiu mais armazéns, depósitos, melhorias para atender toda a movimentação - esse fato é perceptível na arquitetura das ruínas ainda presentes na paisagem atual.

A produção de leite, através da associação de famílias produtoras era grande e comercializavam o excedente no comércio de Leopold Franz Hoeschl. O sistema de pagamento era feito através de escambo, ou seja, troca de mercadorias de consumo básico, como: trigo, açúcar, sal, ferramentas, tecidos, etc. A produção local dos colonos cresceu tanto, que Leopoldo teve que comercializá-la em regiões mais distantes. Por exemplo: a manteiga, depois de batida, sortida, lavada, salgada era enlatada e enviada, até para o Rio de Janeiro.
Também era produzido em seu negócio, manufaturas de madeira esculpida como também, móveis em geral. Possuíam uma marcenaria. Alguns desses trabalhos estão por aí, inclusive como herança de família - mobiliário do próprio Leopold Franz Hoeschl.
Resquício desse tempo no tempo presente - Maquinário - entre as ruínas - Warnow Indaial SC.

Enquanto isso, no Stadtplatz de Blumenau, aconteceu um fato importante para o desenvolvimento econômico e político da região. O governo provincial liberou uma quantia de 5 contos para desobstruir o rio Itajaí-Açu nas corredeiras de Belchior, e no dia 10 de agosto de 1878 foram aprovados os estatutos da “Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itajahy-Blumenau”.
Mesmo com as dificuldades encontradas pela Companhia, ocasionadas pela desconfiança do sucesso do empreendimento, foi encomendado um navio a vapor de rodas, construído nos estaleiros de Schlicksche Flussdampfwerke, em Dresden, Alemanha. O navio, adquirido com um capital inicial de 30 contos de réis, dividido em títulos de 100 mil réis, atravessou o Atlântico a reboque de outro barco e transportaria passageiros, pequenas cargas, bem como rebocaria grandes lanchas, destinadas unicamente a carga pesada, entre a sede da Colônia Blumenau e o porto de Itajaí.
O vapor, a que foi dado o nome de “Progresso”, construído em Dresden, chegou, efetivamente, a Blumenau em meados de 1879, tendo-o a população recebido com música, foguetes e júbilo geral. Era um barco de rodas laterais, de 22 e meio metros de comprimento por 3,34 m de largura, calado de 70 centímetros. (SILVA, 1972, p. 103).

Tendo chegado o navio – chamado na região, de forma mais íntima, de vapor – foi batizado de Progresso. O nome escolhido refletia toda a expectativa dos líderes locais, no que tange  melhorias do transporte da produção local. O transporte efetuado entre o porto fluvial e o último núcleo do vale acima permanecia rudimentar e precário, utilizando veículos a tração animal, ou somente animal ou a pé, inquietando a elite local e provocando-a a buscar uma alternativa para suprir e efetivar o escoamento da produção com maior agilidade e segurança nesse trajeto.

Família

O casal Leopold e Helene tiveram cinco filhos:
Rudolf - 10/09/1876  (Homenagem ao príncipe imperial austro-húngaro)
Alice (Altenburg - casada) - 06/12/1878
Arthur Ferdinand - 06/09/1880
Stephanny (Weitneur- casada) - 25/02/1883
Walter Leopold - 10/12/1885 - Pai da autora da publicação Caleidoscópio - Lieselotte Hoeschl Ornellas

Com 35 anos de idade, ano de 1885, Leopold Franz Hoeschl estava estabilizado e com a família constituída - na comunidade de Warnow. Até então houve muitos desafios para os colonos da Colônia Blumenau e para a família Hoeschl. Um deles foi a grande enchente de 1880 e que para a família parecia um fato periódico que se repetiu outras vezes. Achamos muito curioso a narrativa de sua neta Lieselotte, ao mencionar que após a grande enchente de 1880, as famílias mudaram a maneira de construir suas casas. Nesse tempo foi construída mais edificações com estrutura em enxaimel.
Edificação com estrutura enxaimel do mesmo período - nas proximidades da propriedade dos Hoeschel, na paisagem atual de Warnow.

Mediante a ausência de escolas e mesmo falta de professores, Leopold contratava professores de outras regiões, ou de imigrantes alemães que chegavam à região, papel que ele também assumiu, quando era mais jovem. Lieselotte conta que seu pai Walter, quando tinha 9 anos de idade, teve uma boa oportunidade de estudar. Conta que no dia 3 de setembro de 1883, com a fundação no Distrito de Itoupava, uma comunidade evangélica, para orientação religiosa e ensino dos filhos das famílias locais. A comunidade solicitou ao Conselho Eclesiástico de Berlim e foi enviado o Pastor Hermann Faulhaber, que assumiu seu cargo no ano de 1889. Foi construída várias capelas, entre elas, a de Indaial e a de Warnow. Nesse momento lembramos da atual comunidade de Ilse - Igreja da Graça, onde aí existe a igreja/escola com datas de fundação mais ou menos nesse período. Para ler mais sobre - Clicar sobre: Passando por Warnow/Ascurra - Comunidade Centenária - Ilse - Indaial SC
Comunidade de Ilse - Igreja da Graça que também era uma escola construída em 1886 - foto com a turma de alunos da comunidade - essa foto está no interior da igreja. assim era os contemporâneos das crianças de Leopold e de Helene Hoeschl.

Comunidade de Ilse - Igreja da Graça.
As crianças dos Hoeschl cresceram na mesma casa que fotografamos, a qual Lieselotte chamou de mansão e onde também estava o comércio de Leopoldo Franz Hoeschl. A propriedade possuía uma área ajardinada, com plantas que Leopold trazia de suas viagens, lembrando que também era uma prática de Hermann Blumenau, reforçando o quanto o imigrante apreciava a fauna e a natureza. Na propriedade também havia um pomar e uma horta. Em uma das partes da propriedade havia o espaço para a criação de animais domésticos para abastecimento da residência e também, para ser comercializado.
Lieselotte comenta sobre algumas atividades comuns em todas propriedades locais da Colônia Blumenau do Século XIX, dentro das famílias:
Naturalmente Leopold Franz Hoeschl tornou-se uma das lideranças mais atuantes na sua comunidade e na Colônia Blumenau, com isso houve reflexos políticos. Em 1883, recebeu a incumbência de coordenar a equipe da construção da ponte sobre o ribeirão no Warnow, presente na paisagem até os dias atuais.
Ponte sobre o Ribeirão Warnow.

A localidade maior próxima - Indaial - se desenvolveu  na confluência dos Rios Benedito e Itajaí Açu, e estava distante somente 26 km do Stadtplatz da Colônia e Blumenau. Desenvolveu-se rapidamente  e no dia 4 de setembro de 1886 foi elevado a Distrito de Paz, constituído, em Câmara Municipal. O intendente além de coletar impostos, administrava a comunidade. Foi nesse período que se instalou a primeira linha telefônica entre o Stadtplatz de Blumenau e o porto de Itajaí, auxiliando mais ainda no desenvolvimento local.
Stadtplatz de Blumenau  - Igreja Luterana aos fundos cuja pedra fundamental foi lançada em 1868 e inaugurada em 1877. Tempo contemporâneo a história de Leopoldo Hoeschl - período de desenvolvimento.
Em julho de 1886, Leopold Franz Hoeschl foi eleito, com mais 6 vereadores para compor a segunda formação da Câmara Municipal da história da Colônia Blumenau. José Henrique Flores Filho, que era o presidente da Câmara até então, quis criar caso mediante a eleição de dois novos eleitos - Lungershausen e Lasen - argumentando que esses não falavam o português - essa medida já tinha sido usada por Henrique Flores Filho na primeira eleição e baseado nesse precedente, proibiu-os de prestarem o juramento. Mas nessa eleição a coisa não foi tão simples, como na primeira. Três outros vereadores eleitos, entre eles Leopold Hoeschl, foram até o Governo Provincial e narraram o ocorrido, obtendo ordens para que os eleitos fossem empossados. Assim iniciou a vida pública de Leopold Franz Hoeschl, quebrando paradigmas. 
Nesse mandato da segunda Câmara Municipal de Blumenau, entre outras medidas e projetos, destacam-se a criação da estação telegráfica e a construção do Caminho até Curitibanos - Serra catarinense, coordenada por Emil Odebrecht. No Ano de 1888, Leopold Franz Hoeschl, juntamente com seu primeiro patrão - Jacob Zimmermann foi eleito Deputado da Assembléia Provincial.
 Leopold, Helene e Rudolf com a família na Europa - 1899.

 Franz Joseph I - Jovem.

Em 1899, Leopold e Helene, junto com o filho mais velho Rudolf - o primogênito, que estava com 15 anos, retornaram à Europa para visitar familiares de ambas as famílias - Hoeschl e Ebert e mostrar ao filho, o velho mundo. Visitaram a cidade de Biale e Halle. Contou ao filho, a história de seu Imperador, cujo nome recebera em sua homenagem - Franz Joseph I e de como esse teve que assumir o trono da Áustria com 18 anos de idade somente - 1848. Lieselotte, neta de Leopold, lembra em vários momentos de sua publicação, sobre a admiração e de como acompanhavam a vida do Kaiser do Império Austro-Húngaro - Franz  Joseph I. O Kaiser que tem sua fotografia oficial no acervo do Museu dos Usos e Costumes da Gente Trentina - Rodeio SC.
Franz Joseph I -  Maduro.

Brasão de Armas do grande
Império Austro-Húngaro
Foi nessa viagem à Europa que Leopold Franz Hoeschl recebeu o título de Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro - ano de 1899. Em um primeiro momento, não reconhecido no Colônia Blumenau pelas lideranças locais. 
"Além das ótimas lembranças que trouxeram da viagem, o que importa ressaltar é que foi concedido a Leopold Hoeschl o honroso cargo de Cônsul Austríaco, por mérito de sua conhecida atuação e intercâmbio e relacionamento entre imigrantes e visitantes que vinham ao Brasil." - Lieselote Hoeshl Ornaellas.
Tão logo retornou à Warnow, como Cônsul, colocou um grande brasão do Império Austro-Húngaro, no frontão principal e mais alto de sua casa. Esse, posteriormente foi levado para sua casa de Blumenau - em 1913. A pergunta é: Onde estará esse brasão atualmente?
Com já mencionamos em outras postagens, de como a Proclamação da República, foi um golpe de estado no Governo monárquico brasileiro por um grupo de militares que lutaram na Guerra do Paraguai e viviam na sombra e com regalias (na "mamata") desse mesmo governo. Também já mencionamos nesse Blog, como essa reviravolta política brasileira mudou as lideranças políticas no Vale do Itajaí a partir de "respingos" de Nossa Senhora do Desterro - capital da Província de Santa Catarina e que não demorou muito a se chamar Florianópolis - em homenagem um dos algozes do governo imperial brasileiro e de muitos catarinenses.














Na década de 1890 - Século XIX, houve grandes movimentações das lideranças nacionais, estaduais e na região da Colônia Blumenau, em conseqüência das mudanças sociais e do golpe mencionado anteriormente. Em Blumenau, um coletor de impostos oriundo de Itajaí, José Henrique Flores Filho, assumiu a administração da colônia, no lugar do fundador (1883), que tinha como principal meta, integrar os interesses da economia local à economia do país e que criou problemas na 2° eleição à Câmara, como já mencionamos. A abolição da escravatura, em 1888, incendiou os ânimos dos republicanos, fortalecendo-os e dando argumentos e força à traição militar que fez a orquestração do golpe (traição) que culminou com a Proclamação da República, com outros interesses não apresentados em um primeiro momento e sobre os quais escrevemos. Para ler - Clicar em: Proclamação da República do Brasil - Golpe Militar no Governo Imperial brasileiroA Proclamação da República surpreendeu os moradores da Colônia Blumenau. O Partido Republicano estabeleceu-se na cidade, tendo como líderes José Bonifácio da Cunha, Hercílio Pedro da Luz e Victorino de Paula Ramos.  Estes novos líderes políticos saem fortalecidos após essas mudanças, e são agora os novos representantes das lideranças econômicas e políticas locais - estaduais e os grandes atores nas ações para promoção do desenvolvimento social e econômico local e realizações em toda a região, no início do Século XX. 
O republicano engenheiro Hercílio Pedro da Luz, chefe da Comissão de Terras e Colonização de Blumenau, assumiu o governo do Estado em 28 de setembro de 1894.
Neste tempo, em 1896, Hercílio Pedro da Luz oportunizou e iniciou a construção da Ponte Lauro Müller perto da nucleação de Badenfurt na altura do Salto - somente iniciou.  Nesta época, o estado recebeu empréstimo federal e parte deste empréstimo foram destinados a construção de infraestrutura na Colônia Blumenau - Construção da Estrada até Curitibanos e uma ponte sobre o Rio Itajaí Açu - próximo ao Stadtplatz, até então sem pontes - final do Século XIX.
Nesse cenário nacional, estadual e regional, Blumenau tornou-se município e Indaial, sua primeira intendência municipal, e Leopold Franz Hoeschl foi nomeado seu primeiro intendente. De acordo com Lieselotte Hoeschl Ornellas, o Presidente da Província nomeou a primeira Intendência Municipal, composta por Leopold  Franz Hoeschl, Georg Wemser e Eugen klein.Leopold também foi eleito Deputado Estadual e membro do Conselho Municipal de Blumenau. A autora de Caleidoscópio, neta de Leopold Franz Hoeschl apresenta parte do artigo publicado por Ferreira da Silva, baseado em documentos guardados no Arquivo Histórico de Blumenau. Segue:
Leopold Franz Hoeschl, prosseguiu dentro da vida política local, municipal e estadual, de maneira ativa, bem como cumprindo o papel de Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro. São lacunas histórica com  ricas ramificações a serem preenchidas. No ano de 1900, morre seu irmão e companheiro Karl Hoeschl. Karl, muito doente, faleceu no dia 26 de junho de 1900, na residência dos Engelke, em Indaial, onde tinha ido se tratar com o médico Johson Topp. Foi sepultado em Gaspar no dia 5 de Julho - 9 dias depois.
O "Spenger" mencionado pela autora - poderá ser Spengler ou ainda, Sprenger, famílias tradicionais em Gaspar. Também esse texto mostra o quanto a família Hoeschl era católica e de como Leopold se adaptou muito bem à religião de sua esposa Helene - evangélica Luterana , na localidade de Warnow. Uma das preocupações do casal Hoeschl era a  instrução dos filhos, o que encontraram na igreja luterana das comunidades.
Foi somente no dia 20 de setembro de 1909, que Leopold Franz Hoeschl teve seu título de Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro em Blumenau, reconhecido pelas lideranças locais, mesmo que tenha trazido documentos oficiais de Viena. Por que isso aconteceu? Influência da Companhia Colonizadora Hanseática. 
Nesse ano de 1909, foi inaugurado o primeiro trecho da ferrovia EFSC - ligando Blumenau a Warnow, cuja construção teve início em 1907. Leopold foi Conselheiro da Companhia Coonizadora Hanseática - que com o apoio do governo alemão e do Banco Alemão construiu a EFSC. A Companhia tinha grande prestígio na região e influenciou politicamente para o título de Leopold fosse formalmente reconhecido. Além de  ser Conselheiro da Companhia, Hoeschl trabalhou na construção da EFSC e ainda, recebeu um pedido para fornecer 11 mil dormentes. Foi nomeado pagador da Comissão de Construção da EFSC - formada por muitos técnicos e engenheiros. Tornou-se um homem muito bem relacionado naquela época. 
Equipe de execução e projeto da EFSC, dezembro de 1907 do livro - A Ferrovia no Vale do Itajaí do Itajaí - Estrada de Ferro Santa Catarina.
Weltnauer se casou com a filha de Leopoldo Hoeschl - Stefanny - 2 anos após esta foto. Estes voltaram a residir na Suíça.


A sede da Companhia ficava em Warnow, pertinho da residência e da firma de Leopoldo Franz Hoeschl o que facilitou a amizade com todos aqueles que  vieram de fora, para participar da execução do projeto ferroviário. Os trabalhadores, administrativos e técnicos frequentavam seu estabelecimento para a prática do Stammtisch, se divertir, encontros de trabalho e lazer.
Eisenbahnbau in Blumenau, Brasilien (Cyanotypie aus dem Nachlass Albert Weitnauer)
 Construção de uma ponte ferroviária da EFSC  - Colônia Blumenau - Essa é a ponte de pedre, na Itoupava Seca e que está no meio do mato e é uma das pontes mais lindas que já vimos - Projeto de  Albert Weitnauer

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Um pouco sobre a História dos filhos de Leopold e Helene Hoeschl
A filha Alice foi a primeira a se casar.  As famílias Hoeschl de Warnow e de Gaspar tinham grande amizade com a família Altenburg. Alice e Adolf tinham a mesma idade. Quando completaram 22 anos noivaram e se casaram. Consta no livro de registro de casamento da Comunidade Evangélica de  Blumenau (1896-1930) - página 58. n 19: "Data de nascimento de Alice: 06. 12.1878; batismo: 03. 05. 1894; confirmação: na mesma data de Warnow. Casou-se com Adolf Altenburg em 10. 05. 1900. Foram padrinhos Rudolf e Arthur Hoeschl (irmãos da noiva), Franz Hoeschl e Elier Ebert (tio da noiva), Christian Peter Feddersen e Victor Gaertner, amigos da família. "A nova família" formada por Alice e Adolf fixaram residência em Gaspar, onde trabalharam na atividade comercial dos Altenburg. A primeira filha do casal nasceu no dia 14 de abril de 1901 e recebeu, como sua tia, o nome da princesa do Império Austro-Húngaro - Stephanny. Em Gaspar o casal encontrava problemas a partir da diferença de fé religiosa entre os familiares. A família do irmão de Leopold - Karl Hoeschl permaneceu dentro da fé católica e surgiram rusgas pelas práticas luteranas do novo casal. 
Quando ficou viúva, Alice vendeu a propriedade e com os filhos, retornaram a residir em Blumenau - junto ao seu pai Leopold - então viúvo.

Rudoph Hoeschl, o filho mais velho de Leopold e Helene, foi o segundo a se casar, quando tinha 26 anos de idade. Foi ele que viajou com os pais para a Europa. Tomou rumo da carreira política e tinha bom relacionamento com a família de Peter Christian Feddersen do localidade de Altona.  Casou-se com a filha do Coronel Feddersen - Elsa. No dia de seu casamento - 5 de julho de 1902, Rudolph tinha 26 anos e Elsa, 20 anos. Do casamento nasceu Hella no dia 13 de maio de 1903 e após quatro anos, nasceu Peter Leopold. O nome foi homenagem aos dois avós, dos quais seguiu a carreira política. Em 1908, nasceu o terceiro filho do casal - Adolf.











Os herdeiros de Peter de Christian Feddersen doaram parte do terreno para a comunidade luterana de Itoupava Seca, cujo projeto foi assinado pelo arquiteto Hans Broos e onde se encontra a atual igreja da comunidade.  
O terceiro filho a se casar foi Arthur Ferdinand Hoeschl e também se casou com uma filha da família Altenburg de Gaspar - Gertrudes, ou a Trude, ele tinha 25 anos e ela, 22 anos. Gertrudes nasceu no dia  22 de outubro de 1883. O casamento aconteceu no dia 25 de maio de 1905. O casal se fixou em Blumenau, onde Arthur abriu um estabelecimento comercial no final da Rua XV de Novembro - que depois ficou muito conhecido como Casa Willy Siebert. A primeira filha do casal nasceu no dia  21 de março de 1906 em Blumenau. Markus, Carlos e Erna nasceram em Warnow, nos anos 1908, 1913 e 1916 respectivamente, quando Arthur auxiliava Leopold na administração da firma. Também nos anos de 1936 e 1937, Arthur Hoeschl foi vereador  na cidade de Indaial. 
"Na década dos anos 1920, a Casa Peiter, Arthur F. Hoeschl (depois Casa Willy Sievert) e a Casa Domingos Borba eram as principais lojas de tecidos e armarinhos de Blumenau." Memória Digital
O próximo casamento na família foi da filha Stefanny. Stefanny tinha oportunidade de conhecer muitas pessoas diferentes. Trabalhava no comércio do pai, que exercia o papel de Cônsul, político e empresário durante um tempo que a Colônia Blumenau "fervilhava" novos ares e desenvolvimento, como por exemplo, a construção de uma ferrovia. O comércio da família era um natural local de encontro político, social e econômico. Não demorou muito para que Stefanny conhecesse Albert Weitnauer - um Engenheiro Arquiteto da cidade de Basel - Suíça.
Basel - Suíça


Albert Weitnauer Jr.
Anteriormente, Albert tinha trabalhado na construção da ferrovia na Colônia Alemã da Nairóbi - sudoeste africano, trazendo para Blumenau sua experiência na Companhia Colonizadora Hanseática, onde conheceu seu futuro sogro Leopold Franz Hoeschl. Albert e Stefanny. Casaram-se no dia 9 de novembro de 1911, quando a noiva tinha 28 anos e o noivo, 37 anos. A nova família passou a residir em uma edificação construída com estrutura enxaimel. Liesellote fotografou essa edificação histórica e enviou ao filho do casal, na Suíça - no ano de 1982. O casal teve uma filha - Charlotte, que nasceu no dia 13 de março de 1913 e um filho - Albert Jr, que nasceu no dia 30 de maio de 1916. Albert Weitnauer Jr. foi um nome conhecido na Europa e na América.

Com o início da 1° Grande Guerra Mundial, os trabalhos da construção da Ferrovia EFSC foram suspensos. Albert Weitnauer abriu um escritório de Engenharia e Arquitetura. Construiu estradas, pontes, casas e até hospital. Assinou o projeto da ponte sobre o rio Itajaí Açu, executado posteriormente.
Albert Weitnauer foi nomeado Cônsul Honorário da Suíça em Blumenau. 
Albert Weitnauer ficou muito doente e antes de falecer no dia 2 de outubro de 1918, pediu à esposa que levasse os seus filhos para Suíça para conhecer a família paterna e terminar os estudos por lá. A filha Charlotte tinha 5 anos e Albert Jr tinha 2 anos de idade. 
Antes de cumprir sua promessa, após o falecimento de sua mãe Helene, três anos após esse episódio, Stefanny e seus filhos foram morar na residência do pai Leopold, para cuidar  dele. Aguardou a época adequada para viajar com os filhos para a Suíça, cumprindo a promessa que fizera ao marido, no leito de morte. Partiram, no dia 6 de junho de 1926. Foi doloroso para Stefanny, mas o fez por amor aos filhos. Faleceu longe de sua família - na Suíça no dia 20 de fevereiro de 1942, com 52 anos de idade.
Pais de Lieselotte Hoeschl Ornellas
Fotografia retirada do Grupo "Antigamente em Indaial"
Foto de Ângela Hoeschl.
Leopold Franz Hoeschl em Blumenau

No ano de 1913, Leopold Franz Hoeschl mudou-se para Blumenau. Todo seu acervo foi transferido para Arthur, que passou para o filho Carlos, o qual faleceu em 1997, com mais de 80 anos. Também faleceu seu irmão Markus com 86 anos, sendo que esse forneceu muitos dados sobre essa história a Lieselotte Hoeschl Ornellas.
Arthur e Gertrudes festejaram as bodas de ouro no ano de 1955, com grande recepção na localidade de Warnow, onde aconteceu um grande encontro de família. Nesse evento compareceu a irmã de Lieselotte - Waltrudes, que lhe forneceu informações.
Arthur faleceu no dia 2' de fevereiro de 1960, com 80  anos e Gertrudes viveu até a idade de 96 anos. viveu seus último 20 anos com seu filho Markus e sua esposa Ruth.

A nova Residência de Leopold Franz Hoeschl foi projetada por seu genro, o Engenheiro Arquiteto Albert Weitnaeur e a família se mudou no ano de 1915. A nova residência Hoeschl estava localizada na esquina da Alameda Rio Branco com a Rua Dr. Luiz de Freitas Melro - Blumenau.
A nova residência de Leopold Franz Hoeschl foi projetada por seu genro, o engenheiro Albert Weitnaeur (Que trabalhava na construção da ferrovia EFSC e durante a obra conheceu e se apaixonou pela filha do Cônsul que residia em Warnow). A família se mudou para Blumenau - para esse endereço, no ano de 1915. Pelo menos sua residência em Warnow, mesmo que ruínas e sendo mais antiga, ainda se encontra na paisagem. Já não podemos dizer o mesmo da cidade de Blumenau.
 "Prezada Angelina. A casa da família Hoeschl em Blumenau ficava na esquina da Alameda Rio Branco com a então rua Maranhão, rebatizada posteriormente para rua Luiz de Freitas Melro. Foi posteriormente residência da família Willecke. Onde se localizava a casa, existe hoje um prédio menor, com testada para os dois logradouros." João Carlos von Hohendorff

A casa possuía um caramanchão de alvenaria, coberta com um pergolado de madeira envernizadas que receberam  trepadeiras de algumas espécies. Próximo folhagens e flores variadas, na sequencia,um pequeno jardim. A casa foi construída sobre pilotis e possuia um certo afastamento da rua. Possuía, na parte da frente, uma monumental escadaria, que acessava uma grande varanda, para a qual se abria as portas da sala de estar. Essa possuía, entre outros mobiliários, ainda construídos na sua marcenaria de Warnow, um grande piano. Tinha uma segunda porta, que acessava o escritório de Leopold Franz Hoeschl. A casa possuía também uma grande sala de jantar, uma saleta, na qual se faziam trabalhos rotineiros de costura, remendo e bordados. Junto a esses ambientes estava a cozinha e a dispensa, com uma escada que acessava o quintal e outra varanda sobre pilotis, na qual estava o espaço  para lavar, estender e passar roupas. Ao lado, estava o quarto de banho e a privada, tal qual percebemos na residência de Warnow, que ao observamos essa descrição tem certa semelhança, com a diferença que lá existia em anexo, a fábrica e o comércio. Rotineiramente, a primeira "toilette" era feita nos quarto, com o uso de bacias, jarras e baldes. Também eram usados urinóis. A exemplo da casa de Warnow, no corpo central da casa existia uma grande escada de madeira com corrimão que conduzia para os quartos dos familiares e de hospedes. Observando a descrição tem muita semelhança com a casa que visitamos em Warnow. 
Na propriedade existia uma horta, pomar, jardim e um pequeno estábulo, onde tinha uma vaca para o leite consumido na propriedade. Isso era  na segunda década do Século XX, na Alameda Rio Branco!!
Atividades de Hoeschl em Blumenau...
Quando residiu em Blumenau, Leopold Franz Hoeschl dedicou-se às atividades administrativas e políticas na comunidade. Já escrevemos sobre um momento histórico no bairro de Passo Manso, quando Leopold se reuniu no salão Paupitz - propriedade de seu cunhado Julius Paupitz, marido de sua irmã Amalie - no dia 24 de maio de 1914. A reunião aconteceu para tratar sobre o apoio ao candidato a prefeito: Paul Zimmermann. Politicamente, esses senhores eram alinhados. Nessa reunião se reuniram os "descontentes" com a política de Alwin Schrader e lançaram a candidatura de Paul Zimmermann - que pertencia ao grupo político de Peter Christian Feddersen - à sucessão da Prefeitura de Blumenau. Paul Zimmermann tinha comércio na localidade de Fidélis. 
Também Leopoldo Hoeschl, participou ativamente da vida cultural e esportiva de Blumenau e sociedade, como ilustra a fotografia a seguir.
Em 1916, quando Paul Zimmermann, então já prefeito de Blumenau, nomeou Leopold - Tesoureiro da Prefeitura, reflexos de uma reunião no salão Paupitz. Permaneceu no cargo por aproximadamente 15 anos, até se aposentar no ano de 1931 - em caráter compulsório, por exceder a idade de 80 anos. Sim, trabalhou até quando tinha 81 anos.
Helene viveu somente mais seis anos, depois que mudou-se para a nova casa. Faleceu no dia 21 de janeiro de 1922, após uma cirurgia para a retirada de um tumor. Estiveram casados por 46 anos. Leopold tinha 71 anos.Após o falecimento da mãe, Stefanny, que também ficou viúva de Albert Weitnauer e mudou-se com os filhos Charlotte e Albert Jr. para a residência do pai - Leopold.
Stefanny e os filhos moraram com o pai até o ano de 1926, quando embarcaram no dia 6 de junho para a Suíça para se encontrar com a família de  Albert Weitnauer. Leopold os acompanhou até o Porto de São Francisco do Sul, de onde foram levados ao transatlântico "Madrid" do Lloyd Brasil Alemanha. Despedidas e emoção de ambas as partes, temorosos diante da ideia de não mais se encontrarem - e assim o foi. 
Leopold convidou a sua outra filha - Alice, que tinha ficado viúva e 1921, para morar com ele e os três filhos solteiros e ela aceitou. Alice vendeu a propriedade de Gaspar mudou-se para Blumenau. Cuidou de Leopold até ele partir.Os netos, como Lieselotte - autora do Caleidoscópio, tem muitas lembranças dessa personagem da História da Colônia Blumenau.

A família, como nos tempos atuais na região do Vale do Itajaí, passava as férias reunida na praia. Se encontravam na praia de Cabeçudas - Itajaí. A terceira geração se divertia com o improviso.
Leopold Franz Hoeschl  contraiu uma virose o qual iniciou um processo diarreico que o levou a desidratação. Mesmo internado e recebendo cuidados no Hospital Santa Catarina, não resistiu e faleceu no dia 28 de janeiro de 1933 aos 83 anos. Faleceu no hospital.
Leopold Franz Hoeschl - Fotografia do Acervo de José Henrique Hoeschl Mendonça
Está sepultado no cemitério evangélico do centro de Blumenau, junto ao jazido de Victor Gaertner (amigo da família), do genro Albert Weitnauer e do Diretor da Colônia Blumenau - Hermann Wenderburg. Nesse local, também está Helene Hoeschl, sua esposa

Esposa
Emilie Augustine Ernestine Helene Hoeschl

Filhos
Rudolf - 10/09/1876 (Homenagem ao príncipe imperial austro-húngaro)
Alice (Altenburg - casada) - 06/12/1878
Arthur Ferdinand - 06/09/1880
Stephanny (Weitneur- casada) - 25/02/1883
Walter Leopold - 10/12/1885 - Pai da autora da publicação Caleidoscópio -
Lieselotte Hoeschl Ornellas
No dia 4 de janeiro de 2018
Um encontro com o cenário de parte dessa história - Warnow - Indaial SC Brasil.


Visita ao local de sua casa e comércio - Warnow - Indaial
O lote colonial de sua propriedade teve parte ocupada com um loteamento popular e é visível que os loteadores foram impedidos de demolir a sede de sua residência e comércio, atualmente circundado pelo novo loteamento. Conversamos com vizinhos e fomos informados que essa pequena parte da propriedade foi doado para a prefeitura, por que o custo do restauro da edificação histórica seria muito onerosa ao proprietário. Deixaremos essa postagem aberta para receber mais informações e registros, pois ainda há muitas lacunas a serem preenchidas. 
Apresentaremos algumas imagens do local bem como a contribuição do fotografo pesquisador de Indaial Heins Beyer, que gentilmente, atendendo o nosso pedido, enviou imagens da propriedade antes de entrar no processo de ruinificação. 
Também visitamos o cemitério de Warnow, para observar as famílias contemporâneas ao seu tempo e que tinham contato com a família Hoeschl quando essa foi residir na localidade. 
A residência/comércio de Warnow - Leopold Franz Hoeschl

Até o final do ano de 2017 estava no Site da Prefeitura de Indaial como um patrimônio histórico arquitetônico indicado para visitar como elemento importante na paisagem de Indaial - hoje não mais. Junto a sua imagem no Site - Clicar sobre: Site: www.indaial.sc.gov.br/turismo
"Descrição: O conjunto de edificações foi construído por Leopoldo (?) Hoeschl, vindo da Alemanha (?), há mais de 100 anos, originalmente para abrigar um comércio "Antigo Secos e Molhados", um açougue e residência da família.
Formas de proteção: Bem tombado em nível Estadual n° 006/2007"
No dia 16 de julho de 2012 - a propriedade ainda estava íntegra como mostra a fotografia de Ângela Hoeschl  - postada na página Antigamente em Indaial em uma rede social.


Se é um bem tombado pela lei estadual - Por que foi permitido o loteamento em seu entorno - lote colonial? Investido de outra municipalidade










Algumas imagens antigas - feitas a partir de foto de foto pelo fotógrafo indaialense Heinz Beyer - que a pedidos - gentilmente nos enviou.


Carlos Hoeschl (neto de Leopoldo Hoeschl), no seu velho escritório, quando a Comercial Hoschel já havia fechado. 





Comentários retirados da página de uma rede social 
Antigamente em Indaial...
Sobre esse patrimônio histórico arquitetônico
Imagem postada na página por Leandro Will - 8 de agosto de 2017




  • Agro Warnow agropecuária. - Paulo Sergio Felisberto
  • Se não me engano, uma leiteria e um armazém. - Rosemeri Weingartner Loes 
  • Acho que era um mercado e açougue. - Mayara Hoffsess de Oliveira 
  • Era açougue e venda, tinha de tudo, era muito bom. Saudades. - Ivani Jeanete Hahn 
  • Do site: www.indaial.sc.gov.br/turismo -Descrição: O conjunto de edificações foi construído por Leopoldo Hoeschl, vindo da Alemanha, há mais de 100 anos, originalmente para abrigar um comércio "Antigo Secos e Molhados", um açougue e residência da família. Elaine Pickler Moser 
  • Esse é mais um imóvel abandonado só esperando cair. Um dó. Muito triste - Patricia Benhur
  • Lembro muito bem! Mercado Hoeschl. Tinha uns 8 anos e era ali que eu ia de bicicleta, para fazer a compras de alguns alimentos para minha avó. Normalmente quem me recebia com todo carinho e simpatia era a Ângela Hoeschl e quando não estava estudando, sempre estava na venda para ajudar! Saudades! - Dirce Reinhold Ramos 
  • Era a casa do meu avô Caroli Hoeschl, que saudades tenho desse lugar, da venda, do açougue, do sótão, do matinho, da jabuticabeira, do fumeiro, de tudo. Obrigada pela foto, não tinha nenhuma. Nádia Morgana Klein 
  • Era a casa dos pais de meu tio Carlos Hoeschel, muito conceituado, naquela época no Warnow. Era casa de comércio da família e a moradia de outro lado da casa que era bem grande. Havia em torno, um jardim muito lindo, de arvores e flores. Marília Schroeder Cesário Pereira 
  • Essa é a Antiga casa de Arthur Hoeschel, no Warnow. - Margit Busarello 
  • Mercearia, tecido em metro. Açougue - Evaldina Fronza 
  • Isto era a casa comercial de Artur Hoechel, acho. - Raimundo Kretzschmar 
  • Essa casa ainda existe? José Carlos Peixer 
  • Já morei nessa casa. - Wilfried Hemmer 
  • Casa de Arthur Hoeschel no Warow. - Margit Busarello 
  • Eu me lembro muito bem era mercado açougue do Heschel. Meu pai trabalhava de açougueiro muitos anos - eu tinha uns 7.8 anos. Uma das donas era a professora Ângela Hoeschel. Os principais proprietários eram os pais dela. Anilde Amarildo Moneretto
Na sequência a essa postagem apresentaremos, em outra postagem - Parte 2 - referente aos aspectos da arquitetura da propriedade da família Hoeschl, em Warnow. 
Cemitério de Warnow 
Contemporâneos da família Hoeschl, quando se instalaram na localidade de Warnow. O cemitério está localizado aos fundos da centenária igreja Luterana de Warnow.










"Bom dia, Angelina. 
Sou vizinho da antiga mansão Hoeschl aqui no Warnow. Um dos jazigos que você fotografou é da sogra do Sr. Leopold Hoeschl (Emilie Willner Ebert). Ela era esposa de Ferdinand Ebert, um dos pioneiros em Altona, Blumenau, que depois se mudou para o Warnow. O túmulo de Emilie é o segundo mais antigo ainda preservado (1820). Se não me engano existe outro com nascimento em 1817. Outros familiares de Leopold Hoeschl estão neste cemitério (cunhados, sobrinhos...). 
Sou amigo de infância de vários descendentes de ambas as famílias e muitos ainda moram em Indaial e Blumenau." Giovani Renato Zonta
9 de janeiro de 2018











 Publicação de Blumenau em Cadernos - Ano 1960 - N°12 
Lieselotte Hoeschl Ornellas - neta de Leopold Franz Hoeschl

Lieselotte Hoeschl Ornellas  - Fotografia do
Acervo  de José Henrique Hoeschl Mendonça
Para fazer esse trabalho, usamos como base, o trabalho de compilação da neta de Leopold Franz Hoeschl - Lieselotte Hoeschl Ornellas - Caleidoscópio. Somente como base, pois ao ler seu trabalho, encontramos muitos desencontros de informações e diferentes datas para o mesmo episódio e diferentes nomes para a mesma pessoa. "Cruzamos" os dados com dados de outras fontes históricas que temos e também, com dados de outros trabalhos que escrevemos anteriormente e fomos desnudando uma história fantástica. Inclusive sobre a própria biografia de Lieselotte, que merece uma página somente para si. 
Não satisfeitos, deixamos algumas publicações sobre sua vida, que estava para completar 100 anos no ano de 2017, quando partiu no mês de fevereiro. Foi uma mulher, filha do filho mais novo de Leopold Franz Hoechl, que quebrou paradigmas e foi  pioneira dentro da área científica da nutrição, no país.

Para ler um pouco sobre a biografia da neta de Leopold Franz Hoeschl - Clicar sobre: Lieselotte Hoeschl Ornellas
Biografia resumida de Lieselotte Hoeschl Ornellas




























Leitura Complementar:
Clicar sobre o título
Referências
  • GERLACH, Gilberto Schmidt. Colônia Blumenau no Sul do Brasil / Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti, pesquisa; Gilberto Schmidt-Gerlach, organização; tradução Pedro Jungmann. – São José: Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019. 2 t. (400 p.): il., retrs.
  • HUMPL, Max. Crônica do vilarejo de Itoupava Seca: Altona: desde a origem até a incorporação à área urbana de Blumenau; Méri Frotscher Kramer e Johannes Kramer (orgs.). – 1.ed. – Blumenau (SC): Edifurb, 2015. – 226 p.: il.
  • SILVA, José Ferreira. História de Blumenau. -2. ed. – Blumenau: Fundação “Casa Dr. Blumenau”, 1988. – 299 P.
  • WITTMANN, Angelina C.R. A Ferrovia no Vale do Itajaí – Estrada de Ferro Santa Catarina. -Blumenau : Edifurb, 2010. – 304 p. :il.
  • WITTMANN, Angelina C. R . A estrada de ferro no Vale do Itajaí: Resgate trecho Blumenau-Warnow. Blumenau : Edifurb, 2001. – 145p. :il.
  • WITTMANN, Angelina. Andreas Hofer. 21 de maio de 2017. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2017/05/andreas-hofer.html
  • WITTMANN, Angelina. Carl Franz Albert Hoepcke – Uma personalidade da História Catarinense. 11 de dezembro de 2014. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2014/12/carl-hoepcke-um-personalidade-da.html
  • WITTMANN, Angelina. Colônia Blumenau – Blumenau – Desde 1846 – Um pouco desta História. 1 de setembro de 2016. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2016/09/colonia-blumenau-blumenau-desde-1846-um.html
  • WITTMANN, Angelina. Da Casa Rischbieter ao Norden – Valorização da Cultura – da História e da Arquitetura – Blumenau SC. 5 de outubro de 2021. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2021/10/norden-valorizacao-da-cultura-e-da.html
  • WITTMANN, Angelina. Hermann Christian Rüdiger – Um Pioneiro do Vale do Itajaí – Biografia. 9 de maio de 2020. Disponível em https://angelinawittmann.blogspot.com/2020/05/hermann-christian-rudiger-um-pioneiro.html
  • WITTMANN, Angelina. Leopold Franz Hoeschl – 1° Cônsul Honorário do Império Austro-Húngaro na Colônia Blumenau. 8 de janeiro de 2018. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2018/01/leopold-franz-hoeschl-1-consul.html.
  • WITTMANN, Angelina. Proclamação da República do Brasil – Golpe Militar no Governo Imperial brasileiro. 17 de novembro de 2015. Disponível em: https://angelinawittmann.blogspot.com/2015/11/proclamacao-da-republica-do-brasil.html
















7 comentários:

  1. Bom dia Angelina
    Parabéns pelo texto! Um trabalho de pesquisa sensacional!
    Sou vizinho da antiga mansão Hoeschl aqui no Warnow. Um dos jazigos que você fotografou é da sogra do sr. Leopold Hoeschl (Emilie Willner Ebert). Ela era esposa de Ferdinand Ebert, um dos pioneiros em Altona, Blumenau, que depois se mudou para o Warnow. O túmulo de Emilie é o segundo mais antigo ainda preservado (1820). Se não me engano existe outro com nascimento em 1817.
    Outros familiares de Leopold Hoeschl estão neste cemitério (cunhados, sobrinhos...).
    Sou amigo de infância de vários descendentes de ambas as famílias e muitos ainda moram em Indaial e Blumenau.
    Um abraço.
    Giovani Renato Zonta

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    1. Boa noite. Bom ler seu retorno. Quando fotografamos esse túmulo lembrei da família de Helene Hoeschl (Geb Ebert). É uma história incrível que tomou proporções a cada busca e deve existir ainda muita coisa. Colocaremos seu depoimento no corpo do trabalho. Muito obrigada e abraços. Ahhhh....se unam para preservar essa história....Façam desse lugar "O ponto" de Warnow...Vale a Pena.

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  2. Olá, fiquei encantada e muito envolvida por sua fantástica narrativa. Que ótimo conteúdo sobre famílias de imigrantes! Meus parabéns.
    Por favor, estou buscando informações sobre Arno Hoeschel, que dá nome a rua Desembargador A.H. em Fpolis. Ele descende desta família que você nos apresenta aqui?
    Grata, felicidades!

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    1. Que bom que gostou. Agradecemos seu retorno. Esta história foi publicada na Revista História Catarina.
      Sim, descende desta família e tem ligação com a família de Lieselotte. Entrou em contato conosco José Henrique Hoeschl Mendonça, que reside em Florianópolis e é da família.

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    2. MUITO GRATA! TENTAREI DESCOBRIR ENTÃO. UM ABRAÇO E DESEJO SUCESSO!

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  3. Ola Angelina, aquí e o Jose Henrique de Floripa. Estarei indo amanha 09/04/2019 a Blumenau e gostaria de trocar umas ideas com voce. Obrigado Henrique 48 98811 3773.

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  4. Olá Angelina, estou procurando informações sobre Friedrich August ferdinand ebert, que era casado co emilie willner ebert, que vc postou foto do túmulo. Ele foi pioneiro em altona, morou no warnow, mas sua data e local de falecimento é desconhecido. Ele é meu tataravô, é só falta essa informação para fechar minha árvore. Você tem alguma informação para me ajudar? Att, Bárbara

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