Martha Müller-Grählert Fonte Wikipédia |
Das canções folclóricas mais conhecidas do norte da Alemanha, junto ao Báltico, Wo de Ostseewellen trecken - é a que nos faz desejar cantarolar junto, quando a ouvimos. Estudando sua origem, soubemos que é a canção mais conhecida do mundo - originária do território da antiga Pomerania.
Wo de Ostseewellen trecken é uma composição antiga, do início do século XX e sua compositora foi Martha Müller-Grählert de Vorpommern.
Um pouco de sua história...
Nem sempre o nome da compositora de Wo de Ostseewellen trecken foi Martha. Quando, nasceu em 20 de dezembro de 1876 em Barth, recebeu o nome de Johanna Friederike Karoline Daatz.
Barth - Alemanha. Fonte: Wikipédia. |
Sua mãe - Caroline Henriette Christine Daatz - a teve solteira e escolheu esse nome, o qual está registrado no livro de batismo da cidade. Seu pai era o farmacêutico de Barth. Por ser filha ilegítima, Martha sofria Bullyng na infância e no início da juventude. Viveu este período na casa de sua vó materna, que foi homenageada, mais tarde, em seu poema Túmulo da avó, lembrando de sua memória com gratidão.
Mais tarde, sua mãe se casou com o moleiro da cidade de Zingster, Karl Friedrich Mathias Grählert, com quem teve mais dois filhos. Grählert adotou a filha ilegítima de sua esposa - e trocou seu nome de Johanne para Martha. A poetisa começou a trabalhar na fábrica de Grählert, em Zingst.
Zingst. |
Cursou a faculdade de Pedagogia (para ser professora) no Seminário de Franzburg e trabalhou como professora particular. Nesse tempo começou a escrever poemas. Os primeiros poemas de baixo alemão e alto alemão foram publicados no Barther Tageblatt, desde 1891. Isso encorajou e levou Martha a se mudar para Berlin com a objeção dos pais, onde começou a trabalhar no escritório editorial da “Deutsche Familienblatt”, em 1898.
Não era bem vista na pequena cidade de Zingst, por ter ido sozinha para a grande cidade. Martha Grählert afirmou-se na capital imperial, adquiriu uma vasta experiência. Estava saudosa de sua terra natal e escreveu o poema sobre as ondas do Báltico na Pomerânia Ocidental. Nessa época, com o título Mine Heimat, exatamente a letra da canção famosa do norte da Alemanha.
Seu poema foi publicado em 1907 - no volume Schelmenstücke. Durante esse período, a poetisa se familiarizou com Dr. Max Müller, que estudava agricultura e pecuária e trabalhou inicialmente, como professor particular. Casaram-se algum tempo depois.
Ao lado de Müller, Martha agora era bem-vinda na cidade da família - Zingst.
Em 1911, quando seu marido recebeu uma cátedra na Universidade Japonesa de Sapporo, mudaram-se para o Japão, onde o casal permaneceu até o início da Primeira Guerra Mundial - 1914. Tensões surgiram entre as tendências poéticas dela e a exata orientação científica dele. O retorno do casal para casa no momento do início da guerra foi extremamente turbulento. Após a guerra, o casal se separou. A partir de então, Müller trabalhou em Chemnitz, onde morreu em 1933.
Dentro desse contexto histórico, político e econômico, Martha iniciou uma vida de privações. Tentava ganhar um renda - proferindo palestras e noites de leitura.
Em 1920, Mudder Möllersch - Reis de Berlin foi publicada.
Em 1924, retornou à sua terra natal e tentou se sustentar com poemas nos jornais da região o que não era muito viável. Teve vida difícil.
A letra da canção Wo de Ostseewellen trecken - poema de Martha Müller-Grählert - é testemunho de seu profundo amor pelo Heimat localizado na costa do Mar Báltico. A canção teve várias versões com pequenas modificações em redor do mundo - mas a essência é a mesma, como canção e como poema original de Martha Müller-Grählert, de Vorpommern.
Seu poema Mine Heimat se tornara muito conhecido. Um vidreiro de Flensburg levou-o, publicado em um jornal Folhas de Meggendorf, para, o então, maestro do coro masculino dos trabalhadores, Simon Krannig. O maestro gostou tanto do texto poético que o escolheu para a letra de sua música - 1910, que foi sucesso imediato.
A estréia da canção Wo de Ostseewellen trecken aconteceu em Zurique, na Suíça.
Martha Müller-Grählert viveu em necessidade econômica nos anos seguintes. Apesar de um processo longo e cansativo, ela não conseguiu afirmar seus direitos autorais sobre a música do mar Báltico e seus selos, nem receber royalties. Martha chamou atenção para as muitas violações de seus direitos autorais e se posicionou como autora da letra. A poesia era um sucesso e amplamente divulgada, sem o seu nome como autora que passou por privações e nunca teve acesso aos direitos autorais de sua composição que rendeu muitas divisas.
Em 1936, finalmente ela e o compositor Krannig receberam os direitos autorais, quase tarde demais para Martha. Antes que as disposições do julgamento se tornassem definitivas, Martha Müller-Grählert partiu em 18 de novembro de 1939, quase cega, pobre e sozinha no lar de idosos, em Franzburg, perto de Stralsund.
Zingster Heimatmuseum. |
Foi sepultada na sua cidade natal, Zingst, onde a memória da poetisa é respeitosamente cultivada de muitas formas diferentes. Seu túmulo é muito visitado e preservado no parque Martha-Müller-Grählert no centro do Dorf, lembrando da canção do Mar Báltico até o Zingster Heimatmuseum, que homenageia sua memória e dedicou o Zingster Heimatheft N° 2 a ela .
Zingster Heimatmuseum. |
Algumas regiões reescreveram em outras versões da letra da música: os frísios cantam: as ondas do Mar do Norte, a Prússia Oriental: as ondas Haffes. Em Val di Fassa, longe da água e das ondas, a letra reporta: Onde os prados estão cheios de flores.
Atuamente as ondas viajam pela Europa e pelo mundo. A música é conhecida na América, Canadá, no Brasil, África e Austrália.
Para ouvir e ver cantando, segue:Vídeos
Letra
Wo de Ostseewellen treckenComposição/Letra:Martha Müller-Grählert
Música: Simon Krannig
Wo de Ostseewellen trecken an den Strand,
wo de gäle Ginster bleught in’ Dünensand,
/:wo de Möwen schriegen grell in’t Stormgebrus,
dor is mine Heimat, dor bün ick tau Hus./:
Well- un Wogenruschen wiern min Weigenlied,
un de hogen Dünen seg’n min Kinnertied,
/:seg’n uck mine Sähnsucht un min heit Begehr,
in de Welt tau fleigen öwer Land un Meer./:
Woll hett mi dat Läwen dit Verlangen stillt,
hett mi allens gäwen, wat min Hart erfüllt,
/:allens is verschwunden, wat mi quält un drew,
häw nu Fräden funden, doch de Sähnsucht blew./:
Sähnsucht nah dat lütte, stille Inselland,
wo de Wellen trecken an den witten Strand
/:wo de Möwen schriegen gell in’t Stormgebrus;
denn dor is min Heimat, dor bün ickt tau Hus!/:
Partitura
Cantar faz bem e não tem contra indicação!
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