Angelina Wittmann - Arte-Cultura-História e Antropologia : Winterbach im Remstal - A terra dos antepassados

Winterbach im Remstal.

Filho de Christian e Emma Louise.

Fez parte do Roteiro Alemanha 2016, o reencontro com as raízes a partir dos olhos de um filho de alemães que nunca quebrou o elo com os familiares que permaneceram na Alemanha.

Por estimá-lo e sabendo que não fora possível, em vida, este contato pessoal (depois de adulto), o fizemos, efetuando empatia com sua pessoa, sua distinta e nobre pessoa.

Como apreciávamos ouvir suas histórias tão nítidas, reais, cheias de detalhes e emoção! Nunca perdeu o contato com seus primos, filhos dos irmãos de seu pai e de sua mãe. Neste Roteiro Alemanha 2016, tivemos a alegria de visitar estes primos, nos quais, não cabia em si, a alegria de nossa presença em suas casas.
Sua mãe, Emma Louise (Solteira Müller) Wittmann era nascida na cidade de Winterbach im Remstal e seu pai, Christian Wittmann, era nascido na cidade próxima - Kirchheim unter Teck.

Emma Louise com seus pais Karl Michael Müller e Katharina Bässler
Tinha como irmãos: Marie Anna Müller, Friedrich Albert Müller (Brasil), Christian Gott Müller, Wilh Ernst Müller e Karl Wilh Müller.

Christian Wittmann é o primeiro em pé à esquerda - Na sequência, seu irmão Franz, Wilhelm, sua irmã Marie e Wilhelmine. A última irmã tem seus filhos morando na cidade de Kilchheim -próxima postagem sobre "Roteiro Alemanha 2016" - Os pais eram Marie Christine e Franziskus Wittmann.

Correspondências trocadas entre as famílias do Brasil e da Alemanha
- até os dias atuais - Cartão do irmão de Christian Wittmann.

As duas famílias eram suábias e suas cidades estavam no estado de Baden-Württemberg, cuja capital é Stuttgart.
Através deste filho da terra, que residia em Blumenau, nasceu no Rio de Janeiro, viveu no norte do Paraná e constituiu família em Blumenau, conhecemos os hábitos, costumes, familiares, nomes, paisagens, músicas de uma terra distante, mas ao mesmo tempo, tão próxima, da qual nunca rompeu o contato.

Caserna em Stuttgart - Christian Wittmann serviu -
à direita, seu neto Roberto.

Seu pai Christian serviu na Caserna de Stuttgart, capital do Estado Baden-Wüttemberg, a qual fotografamos (acima). Serviu no exército alemão e como tantos jovens da época, participou da 1° Guerra Mundial. De acordo com os filhos de sua irmã Wilhelmrine, os quais também visitamos na cidade de Kirchheim unter Teck, era o irmão preferido de sua mãe.

No ano de 2016, estivemos conversando com um neto seu - Wilhelm Wittmann (Guilherme Wittmann) - irmão de Rodolph, o qual reside no interior do Paraná - na mesma propriedade que Christian Wittmann construiu com sua família. Este nos contou um pouco da história, que já tínhamos ouvido tantas vezes e neste momento, as lembranças retornaram.

No detalhe da fotografia ao lado, a semelhança facial entre o neto e o avô. Christian com a farda - 1° Guerra Mundial.

Roberto e Christian .

Christian e Emma Louise Wittmann

Casa provisória da família Wittmann do interior do Paraná - Ano 1946.

Como já mencionado, em 2016 estivemos no interior do Paraná - na propriedade da Família Wittmann, no dia que completavam 70 anos da chegada de Christian Wittmann e Emma Louise Wittmann e sua família, 3 filhos - Rodolph, Wilheim e Heinrich - ao local.
O local, quando da chegada da família Wittmann era desprovido de benfeitorias e estrutura mínima. Um lote rural negociado em 1946, da Cia Norte. Neste dia, 10 de julho de 2016 Wilhelm Wittmann nos contou sobre esta história e disse que a família saiu da cidade do interior de São Paulo - Presidente Venceslau em um dia de muita chuva. Dormiram na cidade de Regente Feijó.
Vamos deixar este registro - pelo valor histórico.

Por Wilhelm Wittmann (Julho 2016) - viagem da família para o Paraná - ano de 1946.
Momentos...

O chofer e os pais pousaram em uma pensão. Dormiram mal, porque tinha um bode. Rodolph e Harald dormiram em um pasto. Passaram os dias 8 e 9 de julho na cidade de Regente Feijó. Os dias 9 e 10, em Poricatu. No dia 10 de julho de 1946 chegaram na estrada de Rochedo - nome da localidade próxima a nova propriedade. Chegaram até o meio da estrada, pois adiante era de difícil acesso com o caminhão. Descarregaram a mudança e todos dormiram sobre um monte de palha. Os jovens Rodolph e Wilhelm foram até o vizinho mais próximo. Este possuía um carro de boi. Com este veículo tracionado a animal, levaram, mais ou menos, um terço da mudança. Depois, fizeram mais duas viagens semelhantes. Como não tinha infraestrutura, colocaram a mudança e ficaram acampados no outro lado do rio Rochedo, no rancho do vizinho. Começou a esfriar e à noite, geava. Limparam o terreno. Fizeram um rancho coberto com tábuas de marfim verde. Quando estas secaram surgiu inúmeras goteiras. A primeira roça foi de arroz.

O primeiro trabalho de fato, foi a derrubada das árvores para preparar a sede e a roça. Com as árvores derrubadas, construíram uma serraria. Os irmãos Rodolph e Wilhelm construíram as rodas d'água. Para fazer as engrenagens, cortaram com serrotão manual. Com a roda d'água e o ribeirão, conseguiam alimentar as máquinas. A primeira enchente aconteceu no ano de 1948, quando quebrou o rodão da Serraria.

Wilhem contou também que os pais dividiam os lucros entre os filhos. Quando ele e Rodolph recebiam a sua parte, colocavam o pé na estrada. Segundo Wilhelm, ele geralmente voltava antes, porque o dinheiro terminava antes. Temos alguns registros feitos por Rodolph, em suas viagens pelo Brasil, nesta época, nas quais investia sua parte recebido da produção da propriedade. Estarão listados no final da postagem.

O Hobby dos filhos de Christian e Emma Louise no sítio, segundo Wilhelm Wittmann, era andar na floresta e buscar abelhas. Ele contou que naquele tempo não existiam abelhas africanas. No primeiro ano, quando fizeram a primeira colheita de mel na propriedade Wittmann, produziram 60 vezes 25kg de mel. Wilhelm contou que venderam 30 latas de mel para uma padaria. Também lembrou que Christian escrevia em um diário e nele escrevia tudo que fazia. Gostaríamos de encontrar esta preciosidade.

Continuando...

Pai de Emma Louise (Müller) Wittmann
Era um Pastor e Ferreiro.

O casal Wittmann se conheceu na cidade de Stuttgart, após o término da 1° Guerra Mundial. Até então, Emma Louise residia na cidade de Winterbach com a família. Eram luteranos. Louise assistiu uma palestra de outra religião e ficou bem impressionada, converteu-se à religião - Adventista do Sétimo Dia. Seu pai não compreendeu sua opção e a convidou para deixar a sua casa. Louise foi residir na capital - Stuttgart onde começou a trabalhar em uma hospedaria como arrumadeira. Nesta, estavam hospedados dois soldados que haviam participados da 1° Guerra Mundial. Quando trabalhavam, Louise e sua colega de trabalho, cantavam um antiga marcha que falava de um soldado com o nome de Christian. Ficaram surpresas quando descobriram que o nome de um daqueles dois soldados também se chamava Christian, o mesmo que viria a ser seu marido. Casaram-se na cidade de Stuttgart. Para se casar, Christian, não muito de acordo, também de família luterana, se converteu à religião de Emma Louse.

Louise tinham um irmão residindo em Petrópolis - Brasil. Resolveram iniciar um nova vida no Brasil, na mesma cidade do irmão, dono de uma fábrica mais ou menos bem sucedida e que acolheu sua irmã e cunhado. No Brasil passaram por diversas cidades, até que pararam na cidade do interior do Paraná, com seus três filhos. Um dos seus filhos nasceu na Alemanha. Isto aconteceu, porque entre indas e vindas, retornaram para a Alemanha com um filho pequeno - Rodolph. Não permaneceram muito tempo no país. Voltaram novamente para o Brasil, neste momento, com dois filhos. Retornaram, por orientação do médico das crianças, que mediante o frio da Alemanha eram muito doentes. O médico, que se deslocava até a residência dos Wittmann para poupar as crianças do frio - disse-lhes, que se pudessem, retornassem ao país americano, pois o clima era mais adequado à saúde dos pequenos. E assim o fizeram - retornaram ao Brasil com o dinheiro da venda de parte da herança de Louise. Tiveram o terceiro filho no Brasil e este, ainda hoje, reside nas terras da família, no interior do Paraná. Foi este tio, que contou-nos que Christian tinha um diário. Por certo teríamos muita história para ler ao encontrarmos este diário.

Winterbach im Remstal terra natal de Emma Louise.

Christian Wittmann e Emma Louise Wittmann foram - avós de Roberto Wittmann, e estiveram em nossas mentes durante nossa visita em Stuttgart, Winterbach e Kirchheim. Com grande alegria encontramos os locais, familiares e a história que já conhecíamos através de Rodolph Wittmann, seu pai. Histórias semelhantes a tantas outras de famílias que também, resolveram imigrar, já na descoberta do Brasil. Mas, de forma organizada, somente desde o século XIX. Parte da história desses imigrantes e famílias permaneceram na Alemanha.

Foto de Wilhelm Wittmann - Encontro de Família na sede - Paraná.

Digitalizamos o registro em vídeo feito em VHS de uma visita à propriedade de Christian e Emma Louise, em julho de 1993. Segue as imagens:

Fritz Müller - Rio de Janeiro - 1931
Filho do irmão de Emma Louise - Friedrich Albert Müller.

Fritz Müller - Rio de Janeiro - 1940
Filho do irmão de Emma Louise - Friedrich Albert Müller.

Antes de mostrarmos as imagens da cidade natal de Emma Louise (Müller)Wittmann, vamos conhecer um pouco da história de...

Winterbach im Remstal

A cidade de Winterbach im Remstal está localizada junto a Rodovia Federal 29 (Stuttgart - Aalen) entre Stuttgart e a cidade de Schorndorf, que também visitamos e escrevemos sobre as tipologias em enxaimel (Fachwerk) - Observar na lista - série Roteiro Alemanha - no final desta postagem. Em 2015, a população de Winterbach era de 7602 pessoas. A cidade foi mencionada pela primeira vez em um publicação do ano de 1046, nos documentos de Heinrich III.

Descobertas recentes sugerem uma história muito mais antiga na cidade. Em 1080, a cidade fez parte de negociatas e acordos de Heinrich IV. Estava no capítulo da posse do capítulo da Catedral de Speyer. Em 1238, pela primeira vez, Winterbach possuia um pároco. Em 1309, a Igreja Michael foi consagrada, mas existia um igreja anterior primitiva. Desde 1369, a paróquia de Winterbach é subordinada a paróquia de Schorndorf.

Na divisão do Conselho de Württemberg, Winterbach im Remstal passou a fazer parte de Stuttgart. Em 1490, foram colocados os afrescos na Igreja Michael e são preservados até os dias atuais. Rodolph Wittmann sempre mencionava esta igreja e a emoção tomou conta de nós, quando estávamos na sua frente, em maio último.

Em 1514, com a revolta do povo contra Konrad - estavam entre os revoltosos, pessoas da cidade. Retornando de Württemberg, o duque Ulrich, em 1534 trouxe os ventos da Reforma para o Ducado e este, também foi envolvido na Guerra dos Trinta anos. As cidades de Remstal foi duramente devastada por várias vezes.

Em 1644, um relâmpago deu início a um incêndio na torre da igreja. Em 1751/1758 a Igreja Michael foi convertida ao luteranismo.

No ano de 1825 foram abertos fontes de banhos de enxofre - Gasthaus Adler. Durou por somente 25 anos, quando secou. As instalações deram lugar a uma instituição para crianças com retardo mental.

Como Stuttgart, a cidade foi produtora de vinho, que teve, no ano de 1900 uma queda na produção devido o filoxera e o mofo.

As imagens comunicam - em Winterbach im Remstal

GPS do carro sinalizando reencontro com a história.

Chegando em Winterbach com chuva no dia 16 de maio de 2016.

Chegada .

É primavera.

Igreja Michael - ponto focal - tão lembrada por Rodolph.

Árvore genealógica.

Antigo registro.

Parte da família de Winterbach im Remstal.

Karl Michael Müller.

Emma Louise - filha de Karl Michael Müller.

Cultural - familiar - Primeiro café da manhã.

Paisagem do café da manhã.

Passeando na cidade...

Platz e a torre da Igreja Michael.

Detalhes do Maibaum da cidade colocado duas semanas antes.

Destaque para as profissões com mais destaque na cidade.

Lembrando de Rodolph Wittmann - que conhecia muito bem este lugar.

Igreja que Emma Louise frequentava até o momento que se converteu
à religião Adventista do Sétimo Dia.

Testemunhos de gerações dentro das famílias.

Casa do irmão de Emma Louise que mudou-se para o Brasil - Onkel
Friedrich Albert Müller .

O "Keller"

Como é importante o porão no dia à dia das famílias na Alemanha. Não está presente somente em edificações históricas. Ficamos hospedados em uma casa que estava sendo terminada - nova - na cidade de Sttutgart, que tinha seu "Keller". É o local onde, até hoje guardam seus doces e compotas feitos em casa e a bier que não é servida tão gelada como no Brasil.

E este apresentado nas fotos, em especial - casa histórica da família é o local onde se protegiam, durante os bombardeios em Sttutgart - durante a 2° Guerra Mundial. Continua guardando água, bier e doces.

Relembrar na casa de outra prima...

Que a história das famílias, a exemplo dos primos Erika e Rodolph, prossigam entre os membros das novas gerações. Todos fazem parte da mesma história e cultura e isto é identidade

Esta postagem é dedicada...

A Rodolph Wittmann - filho de Christian e Emma Louise...

...eterno aprendiz!

Rodolph Wittmann.

Para conhecer o Sítio dos Wittmann no interior do Paraná - Clicar sobre: Sítio Rochedo

2019

Houve o casamento do neto de Wilhelm na propriedade de Christian e Emma Louise, no dia 13 de julho de 2019, onde os jovens noivos fizeram um vídeos nos espaços desta história da saga da Família Wittmann.

Um dia após o dia do casamento de Fábio Wittmann e Angelica.

Para ler sobre a cidade natal de Christian Wittmann - Kirchheim unter Teck - Clicar sobre: Kirchheim unter Teck - A terra dos antepassados

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