Harpia - Monumento de uma rótula - Bairro do Salto do Norte - Blumenau - SC - Brasil

Heloísa Dutra perguntou-nos sobre o monumento na rótula localizada no bairro do Salto do Norte de Blumenau e que chama atenção dos transeuntes. Alem da beleza plástica da escultura de metal, também chama a atenção, a esbeltez e o porte do animal retratado. 

O animal é uma Harpia - também conhecido como gavião-real. Muitos a confundem com uma águia, também animal com muitos significativos em algumas culturas. É um  dos símbolos dentro dos símbolos nacionais da Alemanha, ao longo dos períodos de sua história. Alemanha, país de origem das primeiras famílias e pioneiros em muitas cidades da região, que na virada dos Séculos XIX para o Século XX eram parte da grande Colônia Blumenau, colônia que recebeu o nome do alemão que fundou a cidade de Blumenau.

Filhos de imigrantes alemães em escolas alemãs
 com professores alemães - Colônia Blumenau.

 

A obra colocada neste ponto estratégico de Blumenau, foi a materialização de uma homenagem (março de 1996) de Günter Hermann Horst Koczorski e da Fundação Municipal do Meio Ambiente à Comunidade de Blumenau, por sua consciência ecológica. Esta ave já fazia parte do ecossistema do Vale do Itajaí, hoje não mais.

A Harpia é a mais pesada e uma das maiores aves de rapina do mundo, com uma envergadura de 2,0 metros e pode ter até 10 Kg de peso.

Quando os europeus chegaram à América a confundiram com a águia. A Harpia é uma referência ao ser da mitologia grega - pelo seu tamanho e valentia.
Pertence à família Accipitridae e possui asas largas e redondas. Suas pernas são curtas e grossas e tem dedos muito fortes munidos de fortes garras. A cor de sua cabeça é cinza, com papo e nuca em cores preta com branco no peito, barriga e interior das asas. Sua altura, em pé, varia de 50 a 90 cm.
São encontradas nas florestas tropicais - do México até Bolívia, Argentina e parte do Brasil - nas florestas do Amazonas. Tempos passados, poderia ser encontrada em todo o Brasil, onde existia Mata Atlântica, quase extinta. É um predador natural, principalmente dos mamíferos. Foi notícia o nascimento de um filhote de Harpia, no dia 15 de janeiro de 2009, no Refúgio Biológico de Taipú. Foi o primeiro filhote a nascer  em cativeiro no sul do Brasil.

Como as águias, as Harpias são monogâmicas, tendo somente um parceiro na vida. Seus ninhos são feitos nas árvores mais altas, que podem chegar a 40 metros de altura. O casal dá uma cria de um filhote a cada dois ou três anos. A fêmea bota de um a dois ovos. Se nascer os dois filhotes, o filhote maior matará o outro. Aos seis meses o filhote sobrevivente estará tentando voar. É considerado adulto aos quatro ou cinco anos e poderá fazer família no mesmo ninho que nasceu.

Por necessitar grandes áreas naturais para sobreviver, atualmente somente é encontrado no Amazonas. É caçado, por ignorância, por ser considerado perigoso aos animais domésticos. Por exemplo e de repente, por isso usado como símbolo e homenagem a consciência ecológica, na cidade de Blumenau.

Brasão do Panamá

É encontrada no brasão do Panamá, nas armas do estado brasileiro do Paraná, é símbolo do Museu Nacional - Rio de Janeiro, é símbolo e estampa do escudo da tropa de elite da Polícia Federal do Brasil, parte do símbolo do 4° Batalhão de Aviação do Exército brasileiro e também foi inspiração para o personagem Fawkes - fênix - filme Harry Potter e a Câmara Secreta. E na cidade de Blumenau é um monumento de homenagem a consciência ecológica em um dos pontos estratégicos da cidade - ponto focal.

Este monumento foi colocado neste local em março de 1996. Atualmente é um ponto focal na cidade. Este ano estava dentro do mandato do Prefeito Prefeito Renato Vianna.

Algumas imagens do Monumento

Escala Humana - a Harpia do monumento foi feita na escala 1:1 - natural.

Harpia - um símbolo de resistência, porém frágil mediante as ações do homem. Vivia na Mata atlântica, hoje somente nas florestas da Amazônia. Corre risco de extinção.

Rótula localizada no Bairro Itoupava Norte - Blumenau

Em  construção............

Publicação do Jornal de Santa Catarina 
Dia 16 de março de 2017

A pergunta do Ecologista Lauro Baca em seu artigo...

Finalizando-o.

Posso estar errado, mas não seria o caso desse monumento ter muito mais visibilidade, sendo transferido para o Centro, na rua 7 de Setembro, no início da rua Ingo Hering, chamando a atenção para o Parque São Francisco, que agora funciona logo ali atrás?  Lauro Bacca  JSC 16 de março de 2017

Não...

Não seria o caso. A cidade toda está sem muita visibilidade pelo rumo que vem sendo adotado o Planejamento Urbano. As construtoras e incorporadoras, e também as artérias abertas para o escoamento dos fluxos criados por elas - através da verticalização sem reflexão, comprometem o espaço da cidade, antiga preocupação dos ex prefeitos Evelásio Vieira e Félix Theiss - que implantaram o primeiro Plano Diretor com esse objetivo - Planejamento. 

Existem duas construtoras em Blumenau, ou mais, que estão "construindo" a cidade nas últimas duas décadas, sem reflexão. Suas torres chegam de "mansinho" junto às edificações unifamiliares e em vias, sem qualquer estruturação prévia. Os pontos focais são "engolidos" neste contexto. São muitos os pontos focais e não somente, esta belíssima escultura - a Hárpia - que se encontra em um local que ainda tem visibilidade e , nesse local é um ponto focal importante.

Onde está o busto do Coronel Feddersen? De Peter Wagner? Deveriam retornar aos seus lugares de origem.

Quanto a Hárpia - foi idealizada para o local. Na escala do local e para ser vista pelas pessoas que usam o deficiente transporte coletivo naquela região (O fotógrafo do Santa clicou a torres do Terminal usado por inúmeras pessoas). 
Um exemplo: as obras de Guido Heuer, idealizadas pelo artista para serem vistas a partir de uma determinada escala - uma no Bairro de Itoupava Seca, "sufocada" pela grande número de postes de iluminação pública e o estrangulamento do sistema viário no entorno com a verticalização emergente. A outra, junto a Via Expressa, ponto focal naquela região. Atualmente, desrespeitada pelas intervenções posteriores, que deveriam seguir o plano iniciado nos Governos municipais citados anteriormente. O que se pode dizer? Em últimos casos,a relocação, pois o entorno faz parte da criação.
É preciso ter muita cautela e propor mudar uma obra. Muita cautela. 
Há outras gravíssimas prioridades na cidade.