O Brasil passa por um processo reflexivo sobre ações e práticas no e do governo brasileiro - nas escalas federais, estaduais e municipais. Práticas que fizeram parte da literatura do Brasil em todos os períodos históricos desde o início de sua história. Mas, nunca com a transparência daquilo que acompanhamos no momento presente. Isso não é mérito dos políticos atuais, com práticas ainda muito arcaicas. É mérito do momento da tecnologia das comunicações instantâneas e notícias que não podem mais ser seguradas ou "abafadas".
As redes sociais, os celulares (que até são celulares) que registram e propagam o tempo todo a todo momento. Vivemos o momento da transparência. E dentro desse contexto da comunicação - através desse Blog, também comunicamos a história da família Odebrecht, do seu início, na grande Colônia Blumenau, atual Vale do Itajaí.
Abaixo de uma das muitas postagens sobre o patriarca da grande Família Odebrecht - Emil Odebrecht - Engenheiro formado pela Universidade de Geifswald - Prússia que imigrou para o Vale do Itajaí no de 1856, com 21 anos de idade. Participou e coordenou expedições de demarcação de terras, de levantamentos topográficos e da construção de estradas na região do Vale do Itajaí e desta ligando a outras regiões - Alguém nos fez uma pergunta.
A pergunta foi feita abaixo da postagem (Clicar sobre) Emil Odebrecht e os Caminhos ligando Blumenau ao litoral e a Serra Catarinense
A Pergunta
Prezada Angelina, o Herr Odebrecht é o patriarca de toda família Odebrecht que depois migrou ao Nordeste brasileiro? Se for, infelizmente, seus sucessores não honraram a ilibação e a dignidade dele.Nossa resposta...
Boa noite,
Sim, o patriarca da Família Odebrecht, também da família da Bahia, foi Emil Odebrecht, que chegou à Colônia Blumenau no ano de 1856, como já comentamos em outras postagens.
Ele e sua esposa – Bertha Bichels - tiveram 15 filhos. Esses filhos também tiveram famílias grandes. No início do Século XX, um de seus netos – Emílio Odebrecht - foi o responsável pela construção de uma ponte no interior da Colônia Blumenau. Uma enchente inesperada carregou a obra quase pronta. Os colonos da região que contribuíram para o mutirão exigiam do construtor, Emílio Odebrecht, o reembolso do capital aplicado.
Emílio e a família só viram uma saída nesse momento. Ir embora da região, ir embora para a Bahia. Na Bahia criaram a construtora Isaac Gondim e Odebrecht Ltda. No ano de 1923, Emílio Odebrecht fundou a empresa Odebrecht e Cia.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, surgiram problemas, com o superfaturamento do material de construção que vinha da Europa. O bisneto de Emil Odebrecht – Norberto Odebrecht assumiu os negócios da família da Bahia no ano de 1941.
Quanto ao seu comentário, hoje conversávamos sobre os julgamentos que os Odebrecht vêm sofrendo por estarem contribuindo e contando sobre suas próprias práticas dentro de um sistema viciado. O pagamento de propinas em um país como o Brasil é “quase oficial”. O assunto já foi abordado em enredos de estórias televisivas – o mundo conhece essa prática.
Será que essa empresa é a única prestadora de serviços ao governo brasileiro e a políticos estaduais e municipais dentro do país? É a única a pagar propinas para que seu trabalho seja aceito ou contratado?
Essa prática na e da política brasileira iniciou com a Odebrecht?
No momento presente, como faria o patriarca da família, sem medos do julgamento, da exposição, os Odebrecht estão apresentando os nomes daqueles que cobraram as propinas e praticaram o tráfego de influências.
Para fazer isso, é preciso ter a coragem de Emil Odebrecht.
Para fazer isso, é preciso ter a coragem de Emil Odebrecht.
E os demais? Onde estão?
Quanto ao nome da família, sua honra e a ilibação - pessoalmente, somos da opinião que uma coisa não tem nada a ver com a outra. A família de um contraventor – de maneira generalizada - não deve nada a justiça, pelos atos menos nobres e dignos desse.
Sem julgamentos.
Grata pelo questionamento, o qual possibilitou-nos essa reflexão.
Grata pelo questionamento, o qual possibilitou-nos essa reflexão.
Abraços.
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A história de Emil Odebrecht resumida...
Emil Odebrecht nasceu no seio de uma grande família e também construiu uma grande família no Brasil (15 filhos) e entre seus descendentes diretos, existem netos e bisnetos.
Texto de Rolf e Renate Odebrecht em uma de suas publicações
"Cartas de Família"
"Emil Odebrecht nasceu a 29 de março de 1835 em Jacobshagen, Pomerânia, Reino da Prússia (a partir de 1945 a cidade faz parte da Polônia com o nome de Dobrzany, onde seu pai exercia as funções de juiz de direito. Foi o Primogênito de August Odebrecht e Louse Juliane Albertha (sempre assinava e era chamada de Bertha, nata L´Oeillot de MarsNa pia batismal da Igreja de Himmelsburg (trad: Fortaleza celeste) recebeu o nome de Carl Wilhelm Emil. Na frente da igreja existiam 12 tílias (Lindenbäume) e dois pinheiros (Edeltannen) e nos fundos o grande jardim que se estendia até o Ribeirão Ihna, com enormes nogueiras (Wallnussbäume) e ameixeiras, e a residência para o superintendente e dirigente do Sínodo Evangélico de Jacobshagen.Enquanto a família lá residia, nasceram também suas quatro irmãs: Clara ou Anna Dorothea (1837-1852), Marie Louse (1840-1888, Hedwig (1842-1882) e Anna Dorothea (1846-1939).Tudo faz crer que o saudável garoto teve uma infância e pré adolescência feliz na casa dos pais, juntamente com os quatro irmãs menores e as crianças da vizinhança, correndo e brincando pelos jardins, pomares e campos de Jacobshagen. Perto de casa havia o Ribeirão Ihna, duas lagoas de bom tamanho, onde no verão dava para tomar banho e percar de caniço. Havia também uma zona pantanosa com sapos, muitos insetos e outros bichos mais. Catava-se cogumelos nos matos e cavalgava-se pelos arredores. No inverno havia muito que brincar na neve. Com certeza as crianças brincavam e brigavam, faziam tudo a que tinham direito, naquele tempo em que ainda não havia nem lamparina de querosene, quanto mais luz elétrica, telefone, automóveis, rádio, cinema, para não falar em televisão, internet e jogos eletrônicos...Por volta de 1845/46 seu pai foi transferido para Anklam, Pomerânia Ocidental (Vorpommern) onde Emil cursou o ginásio, teve oportunidade de fazer novas amizades e ainda lhe nasceu o irmãozinho Rudolph (1847-1921).No Rio Perene, que banha a cidade, havia grande movimentação fluvial de mercadorias, com pequenos e grandes barcos a vela, bateras, batelões, chatas, barcos pesqueiros e mercado de peixes, Anklam, sua segunda Heimat (cidade pátria), era muito mais cidade que Jacobshagen."
ODREBRECHT, Rolf . Cartas de Família: ensaio biográfico de Emil Odebrecht e ensaio biográfico de seu filho Oswaldo Odebrecht Sênior/ Rolf Odebrecht, Renate Sybille Odebrecht. – Blumenau: Edição do autor, 2006. 576 p. : il. ; 28x31cm.
Jacobshagen - Dobrzany |
A sua história tem início na Idade da Pedra. Escavações revelaram utensílios de trabalho com data de 10 a 7 anos AC. Até 1945, foi chamada de Jacobshagen e se desenvolveu em torno de um castelo do século XII.
No ano de 1336, a cidade de Jacobshagen foi dada de presente aos suseranos germânicos como troca das ações das Cruzadas. Passou para o comando da família pomerana Steglitz, vassalos dos duques de Stettin.
Palácio dos Saatzig |
A partir de 1353, os Saatzig governaram Jacobshagen. A economia era baseada na agricultura. Para o beneficiamento para produção e consumo da cidade, Jacobshagen tinham um moinho e uma fábrica de cerveja.
Em 1567, o duque da Pomerânia - Barnim I autorizou a cidade a promover duas feiras anuais.
A igreja foi construída no ano de 1598.
Igreja - 1897 |
A grande parte da cidade foi destruído por um grande incêndio no dia 17 de junho de 1781. O rei Prussiano Frederico II deu apoio a sua reconstrução que foi coordenada pelo arquiteto pomerano Sr. David Gilly. O velho castelo Saatzig foi demolido e suas pedras foram utilizadas na reconstrução de algumas partes e edifícios.
Igreja - À direita |
Na virada do Século XIX para o século XX, a cidade de Jacobshagen possuía uma igreja protestante, uma sinagoga, um tribunal distrital e um escritório de silvicultura. No dia 20 de agosto de 1896, foi inaugurada a estação ferroviária de Jacobshagen, fazendo a ligação com a cidade vizinha Kashagen. Mais tarde foram fundados uma serraria, uma olaria, fábrica de laticínios e de tecidos. Nesta época a cidade possuía uma população de 1900 habitantes. Lembramos que neste período, Emil Odebrecht, já tinha emigrado para a Colônia Blumenau há mais de 40 anos e sua família, neste momento, residia na cidade de Anklam.
Aklam
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Durante a 2° Guerra Mundial, a cidade tornou-se um campo de batalha e quase foi totalmente destruída. Teve seu território ocupado pelo exército soviético no dia 2 de março de 1945. Como grande parte do território da Pomerânia, foi anexada ao território polonês e recebeu, então outro nome - Dobrzany. A população alemã nativa foi expulsa e foi substituída pelos poloneses do Leste. Emil Odebrecht faleceu em 1912 e não conheceu estes fatos históricos de sua cidade natal.
Emil Odebrecht e os Caminhos no interior de Santa Catarina
Até a chegada da imigração alemã no estado catarinense, esse era desprovido de estradas e caminhos. As cidades, como acontecia em todo o país, estavam localizadas na costa. Existiam, no máximo algumas picadas de penetração que eram as primeiras ligações entre regiões. Mais tarde, com ferramentas rudimentares, os próprios colonos transformaram inúmeras dessas picadas em estradas carroçáveis. Acessibilidade para o interior do estado acontecia através de embarcações fluviais em rios navegáveis. Emil Odebrecht fez um mapa do grande Colônia Blumenau demarcando os principais leitos fluviais, com um riqueza de detalhes.
Com isso, pode se afirmar que as nucleações do Vale do Itajaí aconteceram após a demarcação dos lotes coloniais traçados por agrimensores alemães. O principal nome, além de José Deeke e August Wunderwald, é também o de Emil Odebrecht.
No Vale do Itajaí, as colônias de imigrantes alemães eram quase sempre localizadas ao longo dos rios e ribeirões, onde eram abertos caminhos a facão, no mato, para o interior do vale. Estas primeiras picadas e caminhos influenciavam nos traçados de novos lotes coloniais, estreitas e compridas, paralelas entre si e perpendiculares às picadas abertas nos fundos do e maneira a que pudessem ter acessibilidade à água. Os lotes coloniais eram faixas de terra ao longo de um vale, como visto no mapa anterior.
Em 1863, o engenheiro Emil Odebrecht, juntamente com mais oito homens, fez sua primeira expedição com o objetivo de estudar a bacia do Itajaí-Açu e encontrar melhor traçado para construir uma estrada que ligasse a Colônia Blumenau ao Oeste de Santa Catarina e ao Planalto Serrano.
Acampamento de Emil Odebrecht e sua equipe em uma das expedições |
A busca da abertura de caminhos que ligassem entre si as nucleações urbanas da grande Colônia Blumenau, e a ligação do Vale do Itajaí a outras regiões, foi uma prática prioritária e quase constante, desde o período da chegada dos primeiros imigrantes até o período de construção da ferrovia na região.
Estrada no Alto Vale do Itajaí |
Em 1867, após voltar da Guerra do Paraguai (Também foi um dos líderes regionais na Guerra - mais adiante), Emil Odebrecht iniciou a abertura da picada de ligação da Colônia Blumenau ao Planalto Serrano. A ocupação da colônia aumentava com a vinda sucessiva de levas de imigrantes e o aumento de produtos disponíveis para comercialização com os tropeiros do trajeto Curitibanos-Blumenau.
A picada aberta foi usada para a passagem de tropas e concluída no ano de 1878. Por mais de 50 anos trilharam neste caminho, animais cargueiros e tropas de gado.
Pousada de tropas, no caminho a Lages
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Em abril de 1867, Emil Odebrecht foi até a capital da Província e de lá seguiu para Lages. Durante três meses, ele e sua equipe desceram em direção a Blumenau, demarcando terras e abrindo uma picada que mais tarde seria transformada em caminho de carroças e tropas. Estava iniciada a tão acalentada ligação com o Planalto.
Mapa das estradas de cargueiros e gado, década de 1870 feito por Emil Odebrecht
Fonte: ODEBRECHT, 2006.
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Travessia do rio Itajaí do Sul, em Rio do Sul, atual local da Ponte Curt Hering |
O caminho para o Planalto Serrano traçado por Emil Odebrecht se estendia até Trombudo Central e Taió, atravessando o ponto de pouso Braço do Sul (Rio do Sul atual), onde Hermann Blumenau estabeleceu uma povoação que mais tarde ficou conhecida como Humaitá. Nessa localidade, grande obstáculo natural para os passantes era a travessia do rio Itajaí do Sul. Os viajantes (1878 e 1892) utilizavam o raso de Rio do Sul, 8 quilômetros acima da confluência, para que os cargueiros e viajantes pudessem atravessar o rio quando as águas estavam baixas. Os rios, tornavam-se em alguns trechos, grandes obstáculos para o comércio regular entre o Planalto Serrano e o Vale do Itajaí.
Destaque para o Oficial Emil Odebrecht |
Emil Odebrecht e a Guerra do Paraguai
Também foi um oficial do exército brasileiro na Guerra do Paraguai.
Monumento dos Voluntários da Pátria - Situado na Praça Hercílio Luz Antiga Praça do Porto |
Encontramos um documento no Setor de Documentos Raros da Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina - correspondência entre a Presidência da Colônia Blumenau e a Presidência da Província que lista o nome, idade e profissão dos alemães ou filho de alemães que residiam na Colônia Blumenau e se apresentaram de maneira voluntária para defender o Brasil no conflito entre o país e o Paraguai.
Este documento em especial é uma lista oficial dos Voluntários da Pátria que lutaram no Paraguai, parte do exército brasileiro. O oficial deste regimento, foi o Emil Odebrecht.
" O fato marcante da vida da Colônia foi a organização, com colonos blumenauenses, de um batalhão de Voluntários da Pátria que, em outubro daquele ano, seguiu para Desterro, de onde rumou para os campos da luta contra o Paraguai.........Havia, entre os imigrantes blumenauenses, alguns homens que, na Alemanha, havim servido ao exército como oficiais......
...Grande parte destes voluntários pertencia aos quadros da Sociedade de Atiradores de Blumenau que fora fundada alguns anos antes. isso influiu para que, o uniforme dos Voluntários da Pátria, constassem características dos tiradores, como seja o chapeu de aba quebrada para cima ao lado direito, onde, em vez de distintivo social, foi pregado a dos Voluntarios da Pátria, distintivo que constava a coroa imperial encimado um laço como os dizeres "Voluntários da Pátria". Página 88 - Livro História de Blumenau - José Ferreira da Silva.
O mais velho da lista dos Voluntários da Pátria e Blumenau inscrito tinha 47 anos e o mais novo - 18 anos.
1. Emílio Odebrecht (Emil) - 28 anos – Militar Oficial;
2. Francisco Ewald – 20 anos;
3. Luiz Hoffmann – 28 anos - Militar;
4. Günther Tranche – 30 anos;
5. Eugen Kurz – 38 anos;
6. Guilherme Mohr – 21 anos;
7. Hermann Echelberg - 20 anos;
8. Henrique Kriegel – 19 anos;
9. Conrad Kriegel – 18 anos;
10. Fernando Schuhmacher – 28 anos - Militar;
11. Elias Müller – 29 anos;
12. Christiano Müller – 25 anos;
13. Henrique Lucas - 23anos;
14. Miguel Kiegel – 32 anos;
15. Wendelin Kraemer – 45 anos - Militar;
16. Ernesto Richter – 18 anos;
17. Carlos Siebert - 18 anos;
18. Otto Lobedan – 40 anos - Militar;
19. Rodolf Wagner – 27 anos;
20. Jacob Jasper – 26 anos;
21. Carlos Baucke – 22 anos;
22. Chistiano Lucas – 25 anos;
23. Oscar Kluger – 33 anos;
24. Christ Frederico Krüger – 40 anos;
25. Augusto Persch – 27 anos;
26. Guilherme Hafenstein – 20 anos;
27. Fred. Guilherme Grofs – 34 anos - militar;
28. Julio Hartmann – 21 anos;
29. João Fred Hafenstein – 47 anos;
30. Gottlieb Gnewuch – 27 anos;
31. Fred Guilherme Krieger - 24 anos;
Sugerimos a leitura do texto sobre a República - onde é destacado o feito do Oficial Emil Odebrecht, que como "herói de guerra" - como se autodenominavam os oficiais da capital do Brasil - Rio de Janeiro - que em nome disso - participaram e comandaram um Golpe de Estado em cima do Imperador do Brasil - Pedro II, que ficou conhecido como Proclamação da República - o oficial Emil Odebrecht, ao contrário disso, foi abrir caminhos no interior de Santa Catarina.
Para ler mais - Clicar sobre: Proclamação da República do Brasil
Leitura Complementares:
- Temer nega "acordão" com Lula e FHC sobre Lava Jato - Deustche Welle
- Emil Odebrecht - 75° aniversário de um de seus bisnetos - Blumenau SC
- Correspondência Oficial - Emil Odebrecht - Agrimensor da Colonia Principe Dom Pedro - 1868
- Jacobshagen/Dobrzany - A cidade Natal de Emil Odebrecht
- Casa Azul - Odebrecht - Apiúna/Subida
- Emil Odebrecht e os Caminhos ligando Blumenau ao litoral
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