terça-feira, 12 de novembro de 2024

O que é enxaimel? Seria uma tipologia enxaimel? Casa Durieux - Santo Amaro da Imperatriz/SC

Casa mista construída com paredes auto-portantes com tijolos maciços aparentes e pedras e técnica construtiva enxaimel com fechamento com tijolos maciços.

 O que é enxaimel?

Enxaimel definitivamente não é um estilo, não é limitado dentro de um conceito engessado dentro de um recorte de tempo somente, não é “ripa” colada em um parede de alvenaria, não é tecnologia repassada pelos indígenas que viviam no Brasil quando chegaram os pioneiros, não foi construído e usado pelos “colonos” somente, não é coisa velha, não é passado, não é coisa pobre, não é só aquela edificação que tem tijolos à vista, ...,.
A casa com a estrutura enxaimel é um dos muitos modelos resultantes de um processo que teve início durante a primeira grande revolução do homem, quando este deixou de ser coletor e caçador e se fixou no solo, tornando-se agricultor a pastor. Homem que domou, segundo Munford, a si mesmo e depois, o meio insalubre que tinha que tirar a sua sobrevivência e construir a sua casa primária com materiais tirados deste meio, o embrião da casa de madeira encaixada, com a presença dos primeiros encaixes.
Enxaimel é uma estrutura de madeira independente das paredes, com toda a complexidades da distribuição de cargas que isto significa e só conseguida nas casas de alvenaria após os experimentos na igreja de Santa Sofia, no século VI e depois evoluído até chegar a leveza dos vitrais das catedrais góticas - o ápice desta revolução na técnica construtiva em alvenaria de pedras. A casa de madeira já apresentava a sua estrutura independente das paredes, 7.000 anos a.C.
A estrutura enxaimel agregou identidade e características diferenciadas às cidades intramuros, e depois às cidades livres assentadas juntos aos rios, na Alemanha, na Europa e também, no Vale do Itajaí e outras regiões do Brasil.
Ao contrário do que afirmam as pessoas desprovidas de conhecimento, a técnica construtiva nunca deixou de ser construída em solo alemão, por representar uma das expressões culturais máximas - na forma de arquitetura - daquelas cidades e que habita o inconsciente coletivo, há mais de 7.000 anos. As pessoas que guardam este patrimônio no tempo presente e também constroem novos, são descendentes diretos daqueles que iniciaram o embrião desta técnica construtiva no período neolítico e esta foi repassada de uma geração a  outra, sempre com o acréscimo de melhorias e novas tecnologias advindas de experimentos práticos.
Há também, aqueles que fazem questão da tradição no momento de construir uma casa enxaimel, utilizando as mesmas ferramentas, rituais e práticas, de alguns milhares de anos atrás outros da época áurea medieval - período nacional da Alemanha, onde a produção contemporânea de enxaimel faz uso de tecnologia de ponta, robótica, modelagem, disponibilidade em catálogos, com diversos tipos de materiais para o fechamento, formas e volumes, tudo seguindo a rigorosa legislação ambiental e construtiva daquele país. WITTMANN, 2019.
Retirado do Site da Prefeitura de Santo Amaro da Imperatriz.
Arquitetura

Sempre é bom lembrar sobre o que é enxaimel e quando encontramos uma tipologia diferenciada, como esta que fotografamos em Santo Amaro da Imperatriz, região que também recebeu e teve contato com a cultura das pessoas que trouxeram a técnica construtiva enxaimel para o Brasil.
Uma tipologia com planta retangular, a exemplo de qualquer tipologia construída com a técnica construtiva enxaimel em solo brasileiro. Os demais elementos construtivos mudam, de acordo com o tipo de material existente no entorno da construção da casa varnacular e também, das culturas próximas a família que construiu a casa.
O pavimento térreo desta construção, aparentemente foi construído com paredes autoportantes, estruturais de tijolos maciços aparentes assentado com a característica massa a base de cal que tem como características esta cor branca  nas fugas.
A casa é dotada de mansarda, com o aproveitamento do sótão, com aberturas  - aparentemente, portas que chegam até o assoalho do sótão, em madeira maciça. Isso, aparentemente, reporta  ao local de estoque de grãos ou qualquer outros tipo de colheita, como eram usados em períodos antes de Cristo, em construções embrionárias desta técnica. A mansarda ou sótão são estruturados em madeira, como se constrói como qualquer tipologia enxaimel, com fechamento com tijolos aparentes, tal como o enxaimel construído no Vale do Itajaí, o que caracteriza a construção mista.
A casa, de acordo com a informação presente sobre a porta principal na fachada frontal, foi construída em 1902, período onde se construiu muito neoclássico no Vale do Itajaí, a partir de edificações construídas com estrutura enxaimel. Esta estrutura recebia fechamento, de taipa ou tijolos e depois era rebocado, pintado e adornado com elemento do classicismo.
Nesta casa de Santo Amaro da Imperatriz é constatado a presença de elementos clássicos trabalhados em pedras usado nos vértices das paredes do pavimento térreo. As janelas tipo guilhotina, é uma  contribuição e resultado da interferência da arquitetura lusa, cultura que antecedeu esta, construída por imigrantes alemães, na região.
Buscaremos mais sobre a história dessa construção de 122 anos, parte da História e da paisagem de Santo Amaro da Imperatriz.


História do Patrimônio

Recebemos contribuição, para esta pesquisa, de Aroldo Camargo Guedes Rodrigues, residente em Santo Amaro da Imperatriz, antiga povoação de Santo Amaro do Cubatão.
A exemplo de algumas cidades na região do Vale do Cubatão, a técnica construtiva enxaimel foi muito conhecido e utilizada pelos imigrantes alemães, embora não considerados dentro da história desta região, aconteceu de maneira intensa e foi pioneira. Muito, mas muito mesmo, foi retirado da paisagem. Citamos como exemplo, a cidade de São Bonifácio, que catalogou seus principais exemplares construídos com a técnica construtiva enxaimel, publicados em um livro. Estivemos uma manhã, em pesquisa no local, e fotografamos mais de 20 exemplares, com história distintas.
Também no Site da Prefeitura, superficialmente é indicada como a edificação mais antiga de Santo Amaro da Imperatriz, onde Aroldo no lembrou da história da sede das Caldas da Imperatriz, construída, ainda no século XIX, um hotel onde ficaram hospedadores a realeza brasileira. História desconsiderada.
Em 1845, o Imperador e a Imperatriz - D. Pedro II e  Dona Maria Cristina, seguindo conselho médico, chegaram à região das termas. Antes de chegar ao local, passaram alguns dias na povoação de São José, mais precisamente entre os dias 29 e 31 de outubro de 1845. Conta a história local que foram necessários 16 homens para conduzirem a barcaça que fez a travessia do Rio Cubatão, rio que corta a cidade de Santo Amaro da Imperatriz e que tinha mais correnteza do que hoje. O povoado - atual Santo Amaro da Imperatriz festejou a presença da família imperial brasileira na região. Foi construído o primeiro hospital com águas termais do Brasil. O edifício original do hospital não existe mais. Ainda existe a edificação onde onde D. Pedro II e a Imperatriz se hospedaram. O local, atualmente é um hotel, no qual, também funciona um restaurante, às margens do ribeirão onde se banharam. 
Hotel Imperador Caldas da Imperatriz - poderia ser considerada a construção mais antiga da cidade, construída com a técnica construtiva autoportante de tijolos rebocados.
De acordo com dados do Site de Santo Amaro da Imperatriz, a Casa Durieux foi construída pelo engenheiro Pedro Durieux, que nada a ver tem com sua profissão, uma vez que a técnica construtiva enxaimel, é uma técnica vernacular que utiliza de materiais retirados do próprio local, sustentável e as pessoas muitas vezes construíam sua casa temporária com esta técnica, tal com faziam no período neolítico a partir da revolução agrícola. Sugerimos a leitura do livro Fachwerk - A Técnica Construtiva enxaimel. 
O construtor da casa, foi o pedreiro Pedro Durieux que era filho de Louis François Dorieux e de Maria Werner Dorieux. Durieux nasceu em 1886, na cidade de Itajaí, uma das "portas" da imigração alemã para o Vale do Itajaí. A mãe de Pedro, Maria Werner era natural de Itajaí (1858 - 1911) e se casou com seu pai, Louis François Durieux, na Igreja Santíssimo Sacramento de Itajaí , em  1° de julho de 1876. Estas informações estão sendo apresentadas para demonstrar a aproximação da família Dorieux com a cultura de construção do Vale do Itajaí, dentro de um recorte de tempo histórico.
Os dois filhos do casal Maria e Louis: Pedro e Luiza Maria se casaram em Santo Amaro da Imperatriz, o que subentende-se a mudança da família para esta cidade.
Parte do documento de casamento de Pedro Durieux, atestando o nome de seus pais, em Santo Amaro da Imperatriz.
Pedro Durieux.
Pedro Durieux (1886 - 1941) se casou com Augusta Gerent em 23 de março de 1907, 5 anos após a suposta data de construção da Casa Durieux, que indica o ano de 1902, como  a data de sua construção, informação locada sobre a porta principal da edificação histórica. Seria portanto uma casa de um moço solteiro. 
Pedro, pedreiro, faleceu com 55 anos em 29 de março de 1941, na cidade de Santo Amaro da Imperatriz. Pedro  Durieux e Augusta Durieux tiveram seis filhos: Aloisio, Arno José, Maria, Pedro, Bernadette e Aloisio.




A casa foi construída em  1902 e atualmente pertence a Celso Pedro Turnes

Localização

A Casa Durieux está localizada na rua São Sebastião, nº 2.804, Sul do Rio, Santo amaro da Imperatriz.



O que Santo Amaro da Imperatriz tem feito para valorizar seu patrimônio Histórico Arquitetônico?

Um Registro para a História.

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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Referância

  • WITTMANN,  Angelina C. R.  Fachwerk: A Técnica Construtiva Enxaimel. - 1° ed. - Blumenau, SC :AmoLer, 2019. - 405 p. : il.


Em construção








segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Elisabeth Maria (Scholz) Derschum e sua História

Elisabeth Maria (Scholz) Derschum no dia de sua formatura de magistério, na década de 1940.
Elisabeth M. Derschum, neta de Marie Altenburg e Friedrich
Wolfgang Derschum, neto de Richard Hinsch. História de Blumenau.
Uma pessoa que nos transmitiu muitas informações, responsável por alguns de nossos artigos, acabou despertando nossa curiosidade e atenção para sua própria vida e, para sua ligação com a cidade de Blumenau. Trata-se de uma personalidade que nasceu na década de 1920 do século passado, Elisabeth Maria (solteira Scholz) Derschum.
Maternidade Johannastift, Blumenau.



Elisabeth Maria Scholtz nasceu em Blumenau em 4 de maio de 1928. Foi uma das inúmeras crianças nascidas na maternidade Johannastift, no início do século XX. Foi filha do imigrante alemão Wilhelm Scholz (1886 - 1955) filho de Joseph Scholz e de Auguste Hehn e de Mathilde Altenburg (1892 - 1985), descendente de Moritz Adolph Louis Altenburg (1844-1920) - Louis Altenburg Sênior. Foi a única filha do casal Wilhelm e Mathilde.
Casamento dos pais de Elisabeth Maria Scholz, Mathilde Altenburg e Wilhelm Scholz em 10 de agosto de 1927, em Blumenau. Na foto  está a terceira esposa de Louis Altenburg Sênior, Marie (Breithaupt)Altenburg.
Elisabeth,  acompanha nossas publicações há algum tempo, do Rio de Janeiro, e nos altos de seus mais de 95 anos, vem contribuindo com nossas pesquisas, fornecendo informações importantes sobre a história de Blumenau.

"Meu "baú de memórias " não me deixa fechar a tampa. Sabias que nos anos 30  40, do século XX, quem comprasse um rádio  tinha que registra-lo nos Correios? E se pagava uma taxa anual pelo uso? Não sei se era lei federal. Quando o Brasil entrou na guerra, os rádios dos alemães  foram lacrados. Como meu pai era alemão, a família ficou impedida de ouvir  qualquer programa radiofônico. Elisabeth Maria (Scholz) Derschum.

A menina Elisabeth Maria Scholz estudou no Colégio Sagrada Família, em Blumenau, até concluir o quinto ano ginasial. Em 1945 Elisabeth foi para Florianópolis estudar no tradicional Colégio Coração de Jesus, onde ficou internada por 2 anos para concluir o magistério. Em 1946, formada "professora", retorna a Blumenau e passa a fazer parte do corpo docente do Colégio Sagrada Família, lecionando entre os anos de 1947 e 1949.
Para registro, a origem do embrião desse colégio de Blumenau surgiu em 1895, quando o Monsenhor Tombrock, vigário de Florianópolis, convidou as irmãs da Divina Providência para iniciaram suas atividades no Brasil. Em 27 de abril de 1895, chegaram a Blumenau as Irmãs alemãs Anna, Rufina e Paula, que foram morar exatamente na Rua Fantasma - “Gespensterstrasse”, mencionada por Marie Altenburg, Oma da professora Elisabeth, a sua neta. Neste local em que residiam, aplicavam o ensino para atividades domésticas, trabalhos manuais e costura. Em 1896, foi iniciada a construção do Colégio no local em que se encontra hoje. As obras foram concluídas em 1900 e então, foi  inaugurado o colégio. Em 1931, no Colégio Sagrada Família havia aulas de  pintura, música, línguas estrangeiras, trabalhos manuais, corte e costura, bordado à máquina, escrituração mercantil, datilografia e estenografia, no Colégio Sagrada Família
Foi o local de trabalho de Elisabeth Maria (Scholz) Derschum, antes de se casar. 

Casamento de Elisabeth e Frederico.
 Aos 20 anos eu era quieta, não tinha tido namorado até então e me achava "encalhada". Elisabeth Maria (Scholz) Derschum.

Em 1949 o oficial Friedrich Wolfgang Derschum (1923 - 2017) da Força Aérea Brasileira - FAB, nascido em 20 de junho de 1923, que servia em Recife veio visitar a família (Família Hinsch) e encontrou a professora Elisabeth. Apaixonaram-se desde o primeiro momento em que se viram. Casaram-se no ano seguinte, em 1950 e foram residir em Curitiba, onde nasceram os dois filhos do casal: Frederico Guilherme Derschum e Juliane Derschum (Hesketh). Nesse tempo, Elisabeth Maria (Scholz) Derschum concluiu seu curso superior de piano sob a orientação do consagrado professor Raul Menssing (1893 - 1954).


Os noivos com os pais da noiva, Wilhelm e Mathilde.

Elisabeth e seu marido Friedrich Wolfgang com os padrinhos, pais e avó. Na foto o prefeito de Blumenau Frederico G. Busch Filho.

Elisabeth Maria (Scholz) Derschum com sua avó Marie Altenburg.
Mais tarde a família mudou-se para São José dos Campos. Nesta cidade, Friedrich Wolfgang Derschum fez um curso de proteção ao voo e depois, a família se mudou para Recife, na praia de Boa Viagem, onde permaneceu residindo por dois anos e meio.
Em 1965 mudaram-se para o Rio de Janeiro, onde Friedrich Wolfgang fez o curso de Estado Maior da Aeronáutica. Três anos depois, rumaram para os Estados Unidos, onde Derschum fez o curso de Estado Maior da USAF. Em 1969  a família retornou para o Rio de Janeiro.
Em 1974, Friedrich Wolfgang Derschum foi nomeado Adido Aeronáutico junto à Embaixada do Brasil, em Londres. Elisabeth Maria (Scholz) Derschum acompanhou o marido, por 2 anos, durante sua vida diplomática, na Europa.





Em 1976 a família Derschum retornou para o Rio de Janeiro, onde Friedrich Wolfgang Derschum passou a trabalhar novamente, diretamente na aeronáutica, ou servir, ao se tornar Brigadeiro do ar. A título de informação, esta é a patente mais alta da Aeronáutica Brasileira, equivalente à de general no Exército e à de Almirante na Marinha. Permaneceu por mais 4 anos na ativa. Em 1980, o brigadeiro entrou para a reserva. Elisabeth sempre manteve contato com a cidade de Blumenau.

Eu nunca   cortei meus laços com Blumenau. Sempre que possível íamos para lá. Meu pai faleceu em 1955 e procuramos dar todo o apoio à minha mãe (Mathilde - Altenburg - Scholz) que ficou completamente só naquele ano pois minha avó também faleceu nesse ano. Nos meses julho e novembro, respectivamente. Foi muito difícil para ela. Mas ela esteve conosco em todas as cidades, menos em Londres. Alegou estar muito velha e em parte ela tinha razão, pois eu tinha obrigações sociais e não poderia ter lhe dado a necessária atenção. Elisabeth Maria (Scholz) Derschum 8/11/2024
A filha de Louis Altenburg Sênior, Mathilde, com 88 anos, dançando com seu genro Friedrich Wolfgang Derschum, na recepção do casamento de sua neta Juliane, na residência da família, no Rio de Janeiro.
Elisabeth Maria Derschum ficou viúva em 2017. Viveram o matrimônio pelo tempo de 67 anos e a professora de Blumenau e neta de Marie Altenburg e de Louis Altenburg Sênior foi intensamente feliz. Ela e seu marido têm 6 netos, sendo três de cada um dos filhos. Sua filha Juliana faleceu em 2023 e seu filho Frederico Guilherme Derschum reside em Brasília. Três de seus seis netos residem nos Estados Unidos. Os demais, em regiões diferentes do Brasil. 
A família no momento das bodas de ouro de Elisabeth e Friedrich  Wolfgang, em 2010.
Os netos mais próximos vêm me ver quando podem, mas vivo sozinha. Tenho dificuldades causadas pela idade, mas me considero muito abençoada.  A saudade é minha companheira constante. Perdi meu amado Brigadeiro em 2017 e para este  vazio não há solução. Estivemos juntos por 67 anos. Agora espero pacientemente pelo que Deus reservou para mim. Vivi as etapas conforme se apresentaram, e sou profundamente agradecida a Deus pela dádiva da vida. 
Seguem algumas fotos. A de 90 anos de minha avó Marie Altenburg festejados no Teatro Carlos Gomes e a outra é das comemorações dos 95 anos no Olímpico. A última é a foto dos filhos de Clara Altenburg, criados por Marie Altenburg. Elisabeth Maria (Scholz) Derschum 
Aniversário de 90 anos da avó de Elisabeth Maria (Scholz) Derschum, Marie Altenburg, em 1948.
Em 1948, a grande família Altenburg se reuniu, na Sociedade Dramático Musical Carlos Gomes  para comemorar os 90 anos de Marie Altenburg, avó de Elisabeth Maria (Scholz) Derschum, a qual nos enviou o registro do momento. Durante um período, Marie Altenburg foi considerada a pessoa mais velha a residir em Blumenau. Nesse tempo da comemoração de seu 90° aniversário, vieram para Blumenau, membros da família Altenburg de todo o Brasil. Na sequencia o registro fotográfico do 95° aniversário de Marie Altenburg.

Família - descendência.
O filho de Elisaberh e Friedrich - Frederico Guilherme com seus filhos Frederico Jr,  Carina e Ricardo.
A filha de Elisaberh e Friedrich - Juliane Derschum Hesketh com o marido Christopher Hesketh e os filhos: Robert James, Peter Alexander  e Christina.
Uma curiosidade

Estou rindo comigo mesma, por causa do meu baú de memórias que não quer fechar. 
Meu marido era neto de Richard Hinsch, sobre o qual você já publicou em alguns artigos. Sua mãe foi Emmy Hinsch, filha mais velha de Richard. Casou se no Rio com Hans Derschum, alemão. O casal teve 3 filhos. Meu marido foi o n°2. Quando ele estava com 4 anos, sua mãe faleceu (tuberculose). Tinha apenas 34 anos. Quando meu marido estava com 7 anos, perdeu o pai (coração). Viviam no Rio. As crianças foram acolhidas pela avó e tios. Elisabeth Maria (Scholz) Derschum - 11 de novembro de 2024.

Friedrich Wolfgang Derschum, esposo de Elisabeth Maria ( Scholz) Derschum era neto do imigrante alemão Carl Eugen Tichard Hinsch (1866 - 1942), ou simplesmente, Richard Hinsch, nascido em Hannover e de Therese Ernestine Ida Metzner, fundador do Laboratório Renascim. Sua mãe foi  Emmy Hinsch, a filha mais velha de Richard Hinsch e de Therese Ernestine Ida
Emmy se casou no Rio de  Janeiro com o alemão Hans Derschum (filho de Friedrich e Henriette Derschum), em 27 de dezembro de 1919.
De acordo com Elisabeth, Richard HinschTherese Ernestine Ida  se separaram e ela se mudou para o Rio de Janeiro com os filhos. Ela montou uma hospedaria no bairro de Santa Tereza. Na época, o alemão Hans Derschum se hospedou no local e conheceu Emmy Hinsch e então, se casaram. A irmã mais nova de Emmy, Hertha Hinsch se casou, também no Rio de Janeiro, com Emilio Odebrecht (1876 - ), filho de Carl Wilhelm Emil Odebrecht - Emil Odebrecht e de Bertha Carolina Bichels, cuja descendência viveu e vive na Bahia. Emilio também era neto de Louis Altenburg Sênior.

Ela teve uma pensão no bairro de Santa Tereza onde Hans Derschum se hospedou. Lá conheceu Emmy e se casaram. Sua irmã mais nova, Hertha, se casou lá tb, com Emil Odebrecht que era neto de Luiz Altenburg. Assim sendo  meu marido era sobrinho de nosso parente, mas nós dois não tínhamos parentesco. As 5 filhas Hinsch casadas, nunca moraram em Blumenau. Conheci todas mas pouco sei de detalhes. Elisabeth Maria (Scholz) Derschum.

O casal  Richard e Therese Ernestine Ida também foram pais de Hartmuth Hinsch (1902-1998) primeiro proprietário do casarão localizado em Neisse Central.
De acordo com o Relatório do Superintendente de  Alwin Schrader de 1903 - 1912, Richard Hinsch, também fundou o laboratório Renascim, quando montou neste local um laboratório químico que produzia um preparado denominado “Renascim”, fortificante de músculos e nervos. Este preparado é produzido até os dias atuais, pela Drogaria Catarinense, que adquiriu a fórmula deste e de outras composições.
Localização da Propriedade de Richard Hinsch - Salto Weissbach. Anteriormente a instalação do laboratório, no local estava a Granja Modelo de Salto Weissbach e que posteriormente, foi transformada em Estação Agropecuária de Salto Weissbach, também fundada por Hinsch, que está sepultado no cemitério luterano de Passo Manso.



Alguns dos artigos que receberam contribuição de Elisabeth Maria (Scholz) Derschum

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

VoXXclub - Os Montanari - DJ Denny Mello - Show dos Velhos Camaradas - Oktoberfest Blumenau 2024 - noite de 25 de outubro de 2024 - ambientes e música

Como sempre aconteceu nos dia de festas da Oktoberfest Blumenau 2024, em 25 de outubro não foi diferente: uma programação muito intensa, com várias opções de bandas e entretenimento, gastronomia, o que é impossível efetuar um registro pleno. 
Korbinian Arendt navegando sobre o público.
Optamos em fazer uma amostra, e nesta noite, registramos o grupo alemão VoXXclub formado pelos cantores Florian Claus (Hamburg), Korbinian Arendt (München), Michael Hartinger (Ostermiething), Stefan Raaflaub (Basel) e Christian Schild (Wien)  sob a coordenação do Professor Martin Simma. Cantaram muito e dançaram no palco do Setor 2. além da cantar seus sucessos, apresentaram música nova e uma performance muito diferente. O bávaro  Korbinian Arendt literalmente navegou sobre o grande público que ocupavam o Setor 2.

Vídeo da Oktoberfest Blumenau 2024
A banda Os Montanari mexeu com o público do Setor 3. Igualmente apresentaram sucessos novo e fez todo o público que ocuparam todos os espaços se mexerem. 
A atual formação formada por: Darci Montanari, Genésio Montanari, Jean Fábio Kolm, Helio Ricardo Sontag, Jean Ricardo Sontag, Hélio Gonçalves, Nercy Adelar Falk, Carlos Schmitz, Sandro Schmitz, Marcelo E. Soares e Libiane Nicole S. Gomes, dá a continuidade de mais de 60 anos.

A história...

Os Montanari se apresentaram pela primeira 3 de setembro de 1958, na Rádio Rural da cidade de Concórdia no programa Brasil de Canto a Canto apresentado por Vicente Ribeiro da Silveira.
A banda foi idealizada pelos irmãos Bruno e Oswaldo Montanari e começaram a tocar acompanhados dos músicos Fridolino Kiekov, Arthur Tessmann, Erwino Vatzlawick, Urbano Bloss e Werno Falk. Na região Oeste e do Meio Oeste do estado de Santa Catarina, acontecem as tradicionais Kerb's, festas trazidas para a região pelos imigrantes alemães - e que também acontece na Alemanha até os dias atuais, nas igrejas. embora há aqueles na cidade de Blumenau que neguem isso. Continuam existindo na Alemanha e no Oeste de Santa Catarina. Na época, não existia muitas bandas na região com repertório para animar estas festas o que os motivou a continuar a fazer música. Ficaram conhecidos em toda a região e também no Vale do Itajaí e naturalmente, eram contratados e com isto, tornaram se referencias como banda deste ritmo para as festas, em específico.
Oswaldo Montanari faleceu em 2 de janeiro de 1971, surgindo um vazio na banda e como consequência, a desolação do irmão Bruno Monatanari que se afastou por não conseguir tocar sem a presença de Oswaldo. Sob pedidos e riscos do término da banda, Bruno reconsiderou e retornou à frente da banda sem o irmão.
Com muitos contratos e show's no Vale do Itajaí e segundo o indaialense Luiz Carlos Henkels, a primeira apresentação de Os Montanari na região, foi na cidade de Indaial no ano de 1968, a banda se mudou para Blumenau no ano de 1977. De acordo com a história contada no Site da banda, neste mesmo ano, os filhos dos primeiros músicos passaram a tocar com o grupo. E em 1988, os filhos comandavam os trabalhos da banda.

Vídeo da Oktoberfest Blumenau 2024
Também fotografamos o Show dos Velhos Camaradas, com sempre com seu público cativo. Apresentaram 7 show's na Oktoberfest Blumenau, sendo que eram os mesmos. Neste dia não gravamos, mas, fotografamos, registro para a história


Programa da noite - 25 de outubro

Setor 1
18:00
Som Mecânico
19:00
Banda D’ Fiebes
21:15
Banda XV Show
23:30
Banda Vox 3
01:45
Banda do caneco
04:00
Encerramento

Setor 2
18:00
Som Mecânico
19:00
Banda Die Brandt’s
22:00
VoXXclub 
23:15
Banda Lino e Orquestra
02:00
Banda Kauana
04:00
Encerramento

Setor 3
18:00
Som Mecânico
19:00
Banda Stadtkapelle
21:00
Gemütliche Blumenauer und Volkstanzgruppe
21:15
Grupo Folclórico Badenfurt
21:30
Banda Do Barril
00:15
Banda Os Montarani
03:00
Dj Nathan Romanos
04:00
Encerramento

Setor 4 Spaten Platz
11:00
Som Mecânico
12:00
Banda Choppmotorrad
14:45
Banda Canarinho
17:15
Banda Verde Vale
20:00
Velhos Camaradas
23:00
Banda Society
01:45
Tropical Band
04:00
Encerramento

 Spaten Garten
12:00
Banda Die Lustingen Musikanten
15:15
Grupo Folclórico Blumenstrauss
16:00
Banda Nacht Musikanten
18:00
Concurso de comedores de Rollmops
19:00
Equilibrista de Chope (KTO)
20:30
Grupo Folclórico Germânia
21:00
Chope em Metro (Havan)
22:00
Levantamento de chope (Cielo)
00:00
Dj Denny Mello

As imagens comunicam:


















































































































































































































Um registro para a História.

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (X)

Leituras Complementares, clicar sobre o título escolhidos: