Sachsenring Automobilwerke |
Um pequeno automóvel - Trabant - foi produzido na Sachsenring Automobilwerke Zwickauem, empresa da cidade de Zwickau - Saxônia, na antiga Alemanha Oriental - RDA - República Democrática da Alemanha. A tradução de Trabant é Companheiro ou Satélite - pois foi inspirado no satélite soviético, Sputnik.
Sua criação foi fruto da execução de um projeto que teve origem em uma motocicleta de três rodas, o que acontecia sob a denominação AWZ - Auto-WerkeZwickau. O veículo foi batizado com o nome de seu criador, Sr. Gustav Trabant, de Munique.
Sua produção aconteceu entre os anos de 1957 e 1991 e era muito comum na Alemanha Oriental e também nos países do Bloco do Leste europeu, para onde eram exportados.
O primeiro veículo Trabant saiu da fábrica VEB Sachsenring Automobilwerke Swickau no dia 7 de novembro de 1957. Era carinhosamente chamado de Trabbi ou Trabi. O Trabant, tornou-se uma lenda. Atualmente é cobiçado por colecionadores do mundo inteiro - Especula-se que cerca de 200 mil Trabants estejam em circulação.
Linha de montagem |
Ano de 1958 |
O Trabbi tornou-se o símbolo da RDA e de tudo que significou. Possuía, e aqueles que ainda circulam possuem, espaço para quatro adultos e bagageiro. O primeiro Trabant a ser produzido foi o P50, que tinha apenas 3, 37cm de comprimento e 1,5 metro de largura. Possuía tração nas rodas dianteiras, carroceria composta. Seu motor de 500cc era de dois cilindros e de dois tempos - refrigerado a ar e gerava somente 26CV de potência. Não possuía comando de válvulas, bomba de óleo, radiador ou bomba d´água. Também não havia marcador de gasolina. O combustível chegava ao carburador pela força da gravidade e possuía um tanque reserva. A vela de ignição era coberta.
Trabant P 50 |
Trabant P 50 - Espaço para quatro adultos |
O automóvel produzido em Zwickau era pequeno, barulhento, desconfortável, dependendo o gosto, poderia ser considerado feio e antiecológico. Mesmo assim, foram vendidos, de acordo com publicação da Deutsche Welle, 3.069.099 unidades, até o dia 30 de abril de 1991 - dia que a montadora encerrou sua produção.
O Trabbi possuía carroceria de plástico não reciclável, por este motivo chamado de porsche de plástico - o que trouxe problemas para eliminar as carrocerias descartadas, nos anos 90, quando iniciou campanhas de iniciativas e uso de tecnologias sustentáveis - proteção da natureza. Um dado curioso aconteceu no ano de 1989, a partir da queda do Muro de Berlim. Os proprietários do pequeno automóvel abandonaram-no na rua, por apresentar tantos pontos negativos, se comparado ao automóvel produzido na Alemanha Ocidental.
Após a queda do Muro de Berlim, em 1989, muitos Trabants foram abandonados durante a travessia do Muro por seus proprietários, em favos de automóveis ocidentais, melhores tecnicamente |
Sua velocidade máxima era de 100 Km/h e mesmo pesando somente 615 kg, acelerava de 0 a 80 km/h em 20 s. O rendimento ficava em torno de 14 km/l na cidade e 22 km/l na estrada.
Contam que a empresa Sachsenring tinha uma equipe técnica razoável com capacidade de oferecer mais tecnologia no projeto do automóvel. O professor Sr Hans Künscher, da Escola Técnica Superior da cidade, tinha protótipos, mas não foram liberados para o mercado consumidor. O avanço tecnológico na indústria automobilística era freado, por acreditarem que o socialismo só necessitava do transporte público e não de automóveis com tecnologia de ponta. O automóvel era visto como um elemento do capitalismo, no que não estavam totalmente errados, ao observarmos o que está acontecendo, com os espaços das cidades atuais.
Prosseguindo...
Prosseguindo...
Haviam quatro modelos de Trabant:
P50 - Conhecido Trabant 500 - produzido entre 1957 e 1962;
Trabant 600 - produzido entre 1962 e 1964;
Trabant 601 - produzido entre 1963 e 1991;
Trabant 1.1 - produzido entre 1990 e 1991
Em 1989, pela aversão popular, a Sachsenring tentou modificar o Trabbi, com a troca do motor de quatro cilindros e quatro tempos, mas não teve êxito, pois a concorrência com automóveis produzidos na Alemanha Ocidental era muito grande. Pois eram mais confortáveis, bem estruturados e velozes, considerando também, os protestos dos ecologistas, pela não possibilidade de reciclar sua carroceria. e os resíduos emitidos por seu pequeno motor de dois tempos. Este modelo modificado ficou conhecido com Trabant 1.1, modelo que recebeu melhorias no motor, luzes de freio e sinal e o acréscimo de mola no chassi.
Trabant 1.1 |
No momento que o novo modelo entrou em produção, em maio de 1990, a Alemanha Ocidental e Oriental acordaram para a unificação.
Não haveria espaço comercial para o Trabant na Alemanha reunificada. A linha de produção, ficou por algum tempo aberta, por conta de subsídio do governo. A demanda caiu em detrimento de modelos com tecnologias melhores, mais seguros e com emissão de menos poluição no meio ambiente.
Como mencionado, no dia 30 de abril de 1991, saiu da produção da empresa Sachsenring, o último Trabant, manchetes de muitos veículos jornalísticos no mundo. A linha de produção do Trabant foi fechada em 1991.
Com o encerramento da produção do Trabant, indústria automobilística alemã-oriental faliu e iniciou um novo tempo, com a chegada das empresas Volkswagen, Opel, BMW e Porsche e suas unidades modernas, instaladas na região da Alemanha Oriental, então parte da Alemanha Unificada mediante um grande e novo mercado para a indústria automobilística da Alemanha Ocidental que se instalava na região.
A Sachsenring Automobilwerke Zwickauem foi privatizada em 1994 e tornou-se em um indústria de autopeças.
Pelo fama adquirida e a pela lenda que se tornou, o Trabant, retornou com atualizações de tecnologia. A empresa Herpa, fabricante de pequenos automóveis na Baviera - Sul da Alemanha, comprou os direitos autorais sobre a marca e apresentou uma versão - New Trabi, em 2007 - Frankfurt Motor Show. A ideia é uma produção limitada, com motor BMW.
Um novo modelo Trabant nT foi apresentado em 2009, no salão do Automóvel de Frankfurt.
A partir das mudanças sociais e da unificação das duas Alemanhas - Oriental e Ocidental, aconteceu a introdução da tecnologia e o sistema que representa, na Alemanha Oriental. O produto - Trabant - serviu, enquanto não existia o mercado livre e permaneceu assim por algumas décadas. A unificação representou a ampliação de um mercado para a indústria da Alemanha Ocidental. O produto primeiro da Alemanha Oriental foi descartado, ou melhor tornou-se um objeto valorizado dentro do novo sistema de produção da Alemanha unificada. O mercado foi aberto para um leque de industrias e a marca do produto reestruturado ficou mais valorizado. Até mesmo, que os produtos das novas indústrias na região. Agora, como objeto cobiçado por colecionadores.
Como entender o homem?
Vídeos
Roteiro Alemanha 2016
Revista Exame - Os 10 carros que mudaram o mundo - Clicar sobre: Trabant
Deutsche Welle
Clicar sobre: Último Trabant
Clice sobre: Carro da Alemanha Oriental
Leituras Complementares:
Clice sobre: Carro da Alemanha Oriental
Leituras Complementares:
- Queda do Muro de Berlin - 25 anos - História e Comemorações
- Muro de Berlin - Um pedaço da História de Berlin e da Humanidade
Excelente post, texto, edição, produção gráfica todos nota 1000. Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirFicamos muito satisfeitos que nos visitou e apreciou esta postagem pesquisa sobre este ícone da Alemanha Oriental.
ExcluirAbraços,