quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Incêndio Criminoso no Patrimônio Histórico Arquitetônico - Frohsinn - Blumenau

Foto: acervo de Paulo Herwig/Especial
Estávamos organizando, junto com a Equipe do Sr. Paulo Volles e o próprio, a palesta sobre a técnica construtiva do enxaimel realizada na noite deste dia 20 de agosto, no Bloco T da FURB, quando fomos informados sobre o incêndio no antigo restaurante do Frohsinn, edificado exatamente com a técnica do enxaimel. Tipologia única construída sobre o morro do Aipim - terreno presenteado pelo filho do fundador da cidade - Sr. Hermann Blumenau à  Blumenau. 
De acordo com informações de parte  da imprensa local, trata-se de um incêndio criminoso.
Foto Jaime Batista da Silva


Foto Jaime Batista da Silva 

Vamos colocar neste espaço as principais notícias de alguns veículos de comunicação de Blumenau sobre o incêndio do Antigo Restaurante do Frohsinn, para aquelas pessoas que acompanham os acontecimentos de Blumenau de lugares distantes.

Segue:


Incêndio na antiga sede do restaurante Frohsinn no Morro do Aipim em Blumenau
OSIRIS REIS / Agencia RBS

A prefeitura de Blumenau divulgou na noite desta quarta-feira uma nota oficial sobre o incêndio ocorrido na antiga sede do Restaurante Frohsinn, no Morro do Aipim.

Na nota a prefeitura afirma que havia um vigia durante o dia e monitoramento de vigilância privada. Além disso, informa que já tinha registrado outro foco de incêndio no local na semana passada.

Leia a nota na íntegra:

A Prefeitura Municipal de Blumenau lamenta o ocorrido no prédio do Frohsinn. Informa que havia um vigia da prefeitura durante o dia e monitoramento de vigilância privada no local. O Município já havia registrado roubo de câmeras de vigilância instaladas nesta administração e até mesmo um foco de incêndio na semana passada — que foi motivo de Boletim de Ocorrência policial, entre outros atos de vandalismo. Um sistema de alarme funcionava no local. Nem mesmo o fechamento do prédio com tapumes foi suficiente para evitar danos ao patrimônio público.

A Prefeitura já entrou em contato com Corpo de Bombeiros e instituições policiais solicitando rigorosa investigação sobre as causas do incidente.

O Município já estuda a possibilidade de reconstrução do prédio nos moldes do que foi destruído pelo incêndio, como forma de resgate histórico.

Histórico

1968 - Começa a construção do imóvel. O restaurante é inaugurado um ano depois
2003 - Prefeitura lança edital para a ocupação do espaço. Uma das cláusulas determina que o locatário não pagaria o aluguel se calçasse a Rua Gertrud Sierich (Morro do Aipim) 
2004 - Em fevereiro, inicia a exploração do espaço 
2009 - Prefeitura faz notificação extrajudicial, pois concessionária não cumpre com a compensação do calçamento
2010 - Em julho, como não ocorre a desocupação e prefeitura entra com um pedido de reintegração de posse na Justiça
2012 - O restaurante é fechado em outubro 
2013 - Em agosto, a Justiça determina que prédio volte à prefeitura 
2014 - Em janeiro, a prefeitura manifesta interesse em vender o imóvel que abrigou o restaurante Frohsinn. Quatro dias depois o Conselho Municipal de Cultura emite uma resolução contra. Em maio, a prefeitura de Blumenau afirma que a preferência do município é vender o imóvel da antiga sede do restaurante no Morro do Aipim.

Comentário de Jorge Carlos Tavares
"É lamentável! Acho que o poder executivo deve ser responsabilizado, pois, é inacreditável que uma cidade que pretende ser “turística”, deixe um bem imóvel e ponto turístico como àquele, completamente abandonado, a mercê de bandidos, drogas, e quiçá, fugitivos da justiça. Ademais, foi o poder executivo que deixou vencer a licitação anterior e não renovou, como também foi o poder executivo que determinou a saída do antigo ocupante sem ter uma nova licitação pronta. Temo que a bandidagem faça o mesmo com o Biergarten. A imprensa já fez sua parte promovendo várias reportagens sobre o estado de abandono dos dois imóveis, hoje mesmo no Jornal do Almoço, da RBS, foi mostrado o lamentável estado de abandono do Frohsinn. Espero que o Ministério Público se mexa e investigue o porquê a Prefeitura tem mantido imóveis abandonados na cidade. Ah! Pra não esquecer, apesar de não ser turístico, o prédio da antiga Delegacia Regional – enfrente à Prefeitura – também está abandonado. É bom lembrar que o governo do Estado queria permanecer com a posse do imóvel para instalar uma nova delegacia, e se não me engano, a central de polícia, mas a Prefeitura não concordou. Agora, vamos ver por quanto tempo vai ficar abandonado." 20 de agosto de 2014.
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Das quatro questões mínimas que denotam valor ao local público, ainda restam três que não podem sofrer com a ação de um incêndio criminoso.

Fotografia dia 21 de agosto

Dizemos, pode ser reconstruído....A técnica enxaimel permite isto. Há técnicos que a partir destas ruínas podem efetuar todo o levantamento e detalhes. Sem contar que o neto do arquiteto responsável pelo projeto original da edificação tem este consigo. Matéria postando anteriormente - Clic RBS Fresard
Foto: Luciano Bernz


















VERGONHA! Não há outra palavra para falar do incêndio do antigo restaurante Frohsinn, no Morro do Aipim. O fogo destruiu praticamente toda a edificação, construída em 1969 e que tinha se tornado um símbolo da cidade. A Prefeitura fala em reconstruir o lugar, mas não teve a capacidade de proteger o local.
FOTO: Jaime Batista da Silva
O Frohsinn está abandonado desde outubro de 2012, quando a antiga administração tirou o antigo concessionário do local, por não cumprir cláusulas do contrato. O mandato acabou em dezembro do mesmo ano e a nova administração assumiu em janeiro de 2013 já com a missão de encontrar uma solução para o caso.
Em setembro de 2013, o movimento Vamo Siuní decidiu fazer seu evento junto ao prédio abandonado, ajudando a LIMPAR O LOCAL, o que eles chamavam de “vandalismo inverso”. A Prefeitura fechou o espaço semanas depois COLOCANDO TAPUMES na frente da edificação.
No começo deste ano a Prefeitura manifestou o interesse na VENDA do imóvel. O Controversas foi o primeiro a se manifestar contra e várias entidades da sociedade como a Acaprena e o Conselho Municipal de Política Cultural se posicionaram contra a venda. O vereador Jefferson Forest (PT) pediu uma audiência pública na Câmara para trata do assunto, mas os seus pares, em sua maioria da base do governo, rejeitaram o pedido.
Em maio, a Prefeitura voltou a afirmar o interesse pela venda e o movimento contra a venda só cresceu. Com quase dois anos de abandono, o prédio foi incendiado. Essa é a Alemanha sem passaporte. A Alemanha sem cuidado com o patrimônio.

QUANDO O VAMO SIUNÍ USOU O FROHSINN, COLOCARAM TAPUMES, SEGURANÇA, NÃO PODIAM FICAR LÁ. AGORA, PARA UM INCÊNDIO CRIMINOSO NINGUÉM VÊ?

UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO OCORREU HÁ POUCOS DIAS E MESMO NÃO CONSEGUIRAM PROTEGER

A Prefeitura quer reconstruir. Ok! Mas vão gastar uma fortuna na reconstrução para depois privatizar? Esse papo de condicionar a venda a uma determinada atividade não cola. O BEC ganhou um terreno do Governo do Estado há décadas para construir o Estádio Aderbal Ramos da Silva. A condição da doação era a finalidade esportiva. O clube faliu e o terreno foi leiloado para pagar as dívidas, ou seja, a tal condição foi para o espaço.

SE A PREFEITURA QUER UMA ATIVIDADE DE TURISMO NO LOCAL, QUE ALUGUE OU FAÇA POR CONTA PRÓPRIA, MAS VENDER O TERRENO QUE POSSUI A MELHOR VISTA DE BLUMENAU É UM ABSURDO

Mais do que reconstruir o prédio, a Prefeitura precisa tornar o terreno em volta um ESPAÇO PÚBLICO. Um pequeno parque junto ao mirante é o mínimo que o governo pode fazer depois dessa vergonha.
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Frohsinn, além de tudo falado sobre sua importância era um Ponto Focal na cidade de Blumenau. Os pontos focais são referencias àqueles que caminham na cidade. Alguns percebem de maneira consciente, outros, inconsciente. São importantes para as pessoas, pois compõem o cenário de suas imagens das lembranças e mesmo referenciais, dentro do espaço da cidade. Pode acontecer no individual e no coletivo. Fornecem a identidade à "casa maior" e o que difere uma cidade da outra. Pode ser construído ou natural.


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Imagens dentro do Frohsinn horas antes do incêndio

Fotos: Luciano Bernz

Na manhã desta quarta-feira (20), o Luciano Bernz foi ao Morro do Aipim, para duas entrevistas. Na ocasião, ele aproveitou para tirar fotos do local, por volta das 10h. Não imaginávamos que seriam as últimas do local, ainda em pé. Ok, estava pichado, arrebentado, mas com esses detalhes ainda poderia funcionar.
Dentro, é possível perceber a elegância do estilo Enxaimel, uma das construções em que realmente a técnica havia sido empregada. São cenas de abandono, do que poderia estar funcionando caso em 2012, houvesse um esforço imediato para a sua ocupação. Em outubro daquele ano, o imóvel foi tomado de volta pela administração municipal.






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Prefeitura de Blumenau

NOTA OFICIAL
A Prefeitura Municipal de Blumenau lamenta o ocorrido no prédio do Frohsinn. Informa que havia um vigia da prefeitura durante o dia e monitoramento de vigilância privada no local. O Município já havia registrado roubo de câmeras de vigilância instaladas nesta administração e até mesmo um foco de incêndio na semana passada – que foi motivo de Boletim de Ocorrência policial, entre outros atos de vandalismo. Um sistema de alarme funcionava no local. Nem mesmo o fechamento do prédio com tapumes foi suficiente para evitar danos ao patrimônio público.
A Prefeitura já entrou em contato com Corpo de Bombeiros e instituições policiais solicitando rigorosa investigação sobre as causas do incidente.
O Município já estuda a possibilidade de reconstrução do prédio nos moldes do que foi destruído pelo incêndio, como forma de resgate histórico.
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Blumenau recolhe suas cinzas

Viegas Fernandes da Costa

Foto: Jaime Batista
http://jaimebatistadasilva.blogspot.com.br/
O descaso do Executivo municipal para com o patrimônio cultural de Blumenau manifestou-se no incêndio do Frohsinn, no final da tarde de ontem (20/08/2014). Sinistro criminoso sob todos os aspectos.
Espantou-me, nem bem controladas as chamas, ler a nota oficial da Prefeitura de Blumenau lamentando o fato e anunciando que "O Município já estuda a possibilidade de reconstrução do prédio nos moldes do que foi destruído pelo incêndio, como forma de resgate histórico."

Espantou-me porque a rapidez com que o Executivo Municipal publicou a nota anunciando a possibilidade de reconstrução do imóvel é incompatível com o abandono, a falta de vontade política, a irresponsabilidade e a ausência de espírito público com que o prefeito Napoleão Bernardes, o secretário de turismo Ricardo Stodieck e boa parte dos Conselhos Municipais trataram aquele importante marco paisagístico de Blumenau.
Não se trata mais de reconstruir o Frohsinn, mas de garantir aquele espaço no alto do Morro do Aipim enquanto inalienável e aberto a todos. Agora, mais do que nunca, aquele local deve permanecer público, como memorial do descaso e do desrespeito com que a cidade de Blumenau trata seu patrimônio.
Abaixo, transcrevo o texto que publiquei em minha coluna no Jornal de Santa Catarina em 23 de janeiro de 2014.


O Frohsinn não está à venda 
Viegas Fernandes da Costa

De uns tempos para cá Ricardo Stodieck vem anunciando como certa a venda do antigo Frohsinn para a iniciativa privada. Diz que a intenção é instalar lá no alto do Morro do Aipim um “hotel boutique” e um novo restaurante. Não sei se choro ou dou risada. Stodieck tem dessas maluquices. Quando presidiu o Instituto Blumenau 150 Anos, por exemplo, mandou instalar no velho Vapor Blumenau um dispendioso motor. O barco nunca voltou às águas, e o que sobrou do motor está lá, apodrecendo em solidariedade ao restante da embarcação.
Até acho bacana quando me deparo com pessoas que acreditam em seus próprios delírios, mas delírios com o bem público é demais! E o pior, há quem dê corda aos delírios de nobreza que Stodieck vem alimentando em relação àquele patrimônio histórico de Blumenau. Um destes é o meu colega de casa Valther Ostermann, que outro dia manifestou seu apoio à venda do Frohsinn sob o argumento de que o capital privado seria mais competente que a administração pública. Bem, se este argumento fosse válido, a cervejaria no Biergarten estaria com as portas abertas, o hotel Viena funcionando a todo vapor e não haveria tantas reclamações em relação aos serviços prestados pela Foz e pelo Consórcio Siga.
Defender a venda da propriedade ocupada pelo Frohsinn constitui-se em atentado contra o patrimônio histórico da cidade e ao interesse público. O terreno no qual está instalado o prédio foi doado diretamente pelo filho de Hermann Blumenau à municipalidade em 1911. Trata-se, portanto, do último espólio legado por Dr. Blumenau à comunidade que ajudou a criar. Não pertence ao Stodieck, tampouco ao Napoleão. Pertence aos cidadãos desta cidade, tão carentes de espaços de lazer e cultura. Cabe a nós, cidadãos, decidirmos pelo destino do Frohsinn. Não me recordo, entretanto, da Secretaria de Turismo ter chamado audiências para debater tema tão importante.
Não há preço que pague o valor simbólico desta propriedade no Morro do Aipim, que em 1893 serviu de trincheira aos blumenauenses quando combateram as tropas federalistas dispostas a invadir a cidade. Do seu mirante temos a mais exuberante vista da curva do rio. O antigo Frohsinn poderia abrigar nosso museu de arte, salas de leitura e de exibição de filmes e uma feira de artesanato. Seu entorno poderia servir como área de lazer. Afinal, como patrimônio público que é, deve atender aos interesses da população e não aos de uma minoria responsável por impor uma lógica que está tornando Blumenau uma cidade cada vez menos interessante e mais restrita.

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19 de Agosto de 2015
Narrativa feita por uma pessoa que trabalhou na equipe de segurança - Sr. Luciano Artur, efetuado momentos antes do incêndio - Via Facebook, no dia 19 de Agosto de 2015, acompanhado de registros fotográficos.

Administração Napoleão Bernardes















Ministério Público deve ser alertado. Precisa ser cobrado o dano pelo prejuízo ao patrimônio cultural, responsabilizados os omissos e ainda indenizar a sociedade pela perda.

Para ler sobre toda a Historia do Patrimônio Público do Morro do Aipim - Acessar - Clicando sobre: Frohsinn


 Em Construção...








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