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Imigrantes alemães assentados em Rio Claro - Interior de São Paulo. Fonte: Diário de Rio Claro. |
Em 14 de maio de 2021, Genésio Uhlmann |
Descendentes de uma das famílias de Böhlen. |
de Indaial SC, entrou em contato com este Blog e mencionou uma história, cujo cenário inicial foi a vila alemã ou em alemão - Dorf de Böhlen, e fazendas de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, no século XIX, e depois, prosseguiu para Santa Catarina. Vamos conhecer um pouco desta história.
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Escravos em fazenda de café. Acervo IMS. |
Rio de Janeiro (Capital do País) e São Paulo - Brasil - Séculos XVIII e XIX
Durante o século XVIII, o consumo do café propagou-se muito nos principais centros urbanos e culturais da Europa. Este consumo era suprido principalmente pela produção cafeeira das colônias francesa (Haiti), inglesa (Ceilão) e holandesa (Java). Neste mesmo período, o café foi introduzido no Brasil, alastrando-se pelo país. O café brasileiro produzido nesta época abastecia somente o consumo local. No final do século XVIII, o café, começou a ser cultivado no Rio de Janeiro, juntamente com açúcar e o algodão, encontrando condições de clima e solo muito favoráveis para sua produção. Na segunda década do século XIX, período de dificuldades da agricultura escravista tradicional, a produção do café na província do Rio de Janeiro atingia índices consideráveis. O café começava a projetar-se como um produto de grande valor comercial para o Brasil. Com isso, o café passou a ocupar um lugar de destaque nas exportações brasileiras, atingindo 43,8% na década 1830 – 1840.
A expansão cafeeira no Brasil no decorrer do século XIX pode ser dividida em duas etapas principais:
- · Etapa I – expansão pelas áreas fluminense e do Vale do Paraíba (1830 – 1870);
- · Etapa II – expansão pelo Oeste Paulista (1850 – 1930).
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Caminho do café no Brasil - Século XIX. Fonte: Blog do Mafei. |
A partir de 1840 a produção cafeeira desenvolveu-se plenamente. Na segunda metade do século XIX, sob pressão inglesa, iniciou um processo de ações legais contra a presença da escravidão no país, que abalaram a economia cafeeira e a estrutura social, não somente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil.
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Jean-Baptiste Debret (1768 - 1848) - Refrescos no Largo do Palácio, Rio de Janeiro. Fonte: DEBRET, Jean-Baptiste: Viagem pitoresca e Histórica pelo Brasil. Tomo II. Século XIX. |
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Escravos trabalhando em uma fazenda de Café no Vale Vale do Paraíba, localizado entre as Serras do Mar e da Mantiqueira. Esta região teve importância econômica fundamental para o Estado do Rio de Janeiro no século XIX, com o cultivo do café, produto base da economia imperial e da República Velha (1889-1930), no país. Acervo: Yuri e Franciele. |
Alguns fatos históricos aconteceram no Brasil, que desencadeou um processo que culminou com a mudança da estrutura social do Brasil do século XVIII.
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Brasil Século XVIII - Mapa elaborado por STEINER. |
A abolição da escravidão no Brasil aconteceu, de fato, em 1888, mas antes mesmo que fosse aprovada, em 1850, foi assinada a lei que extinguiu o tráfico de escravos, Lei N° 581, de 4 de setembro de 1850, conhecida como Lei Eusébio de Queirós. A lei estabeleceu medidas para a repressão do tráfico de africanos, como escravos. Mediante a não presença da força braçal que viabilizava a produção cafeeira nas regiões de Rio de Janeiro e São Paulo, surgiu a necessidade dos produtores de café encontrar uma solução |
Fazenda de café do interior de São Paulo - Século XIX. |
não onerosa. Não desejavam adquirir escravos, pelo alto preço que estes assumiram mediante as restrições comerciais impostas. Os fazendeiros, cientes do problema, tomaram a iniciativa de buscar outra alternativa para ocupar o lugar da mão de obra escrava.
Esclarecemos que esta movimentação abolicionista incentivada pelos ingleses, no país, ocorreu em etapas. Em uma primeira etapa - em três momentos distintos: com a promulgação da lei que limitava o tráfego de escravos, iniciada pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850; depois - 1871 e finalmente, 1885. Existia uma campanha abolicionista instituída e a pressão social culminou com a segunda etapa: a abolição da escravatura no Brasil, através da Lei Áurea assinada em 13 de maio de 1888, pela Princesa Isabel - herdeira do trono brasileiro.
No início da década de 1850, diante da proibição do tráfico de escravos - formalmente através da Lei Eusébio de Queiroz, os cafeicultores brasileiros buscaram alternativas para a mão-de-obra a ser usada na crescente cultura cafeeira.
A solução encontrada foi a contratação de mão de obra de imigrantes europeus. O processo ficou conhecido por "Grande Imigração".
É sabido que, mesmo antes da abolição dos escravos, o trabalho assalariado livre não era descartados nas fazendas de café do sudeste do país. Em 1850, em um censo de 2.600 fazendas de café, verificou-se que existia mais de 10% de trabalhadores livres nas fazendas.
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Nicolau de Campos Vergueiro - Imigrante português nascido em Val da Porca, em 1778. |
Neste período, as pressões do movimento abolicionista provocaram a redução do número de escravos e, também, o aumento do seu valor no mercado, tornando inviável a manutenção de tal sistema de produção e desta maneira, contribuindo para fortalecer os objetivos do movimento.A primeira tentativa de trazer imigrantes da Europa para trabalhar na lavoura de café foi do Senador, cafeicultor e imigrante português, Nicolau de Campos Vergueiro, em 1834, quando trouxe um grupo de imigrantes para suas fazendas localizadas no oeste paulista, destinados a trabalharem sob sistema de parceria. Contratou alemães e suíços e não era um trabalho assalariado.
Como isso aconteceu?
Antes de contratar, vários funcionários da firma de Vergueiro percorreram a Europa em busca de imigrantes interessados em trabalhar no Brasil. Os agentes faziam "propagandas", informando sobre o possível enriquecimento no Brasil, dotado de uma terra promissora, onde todos poderiam ter grandes oportunidades. Além dessa propaganda, ofereciam um adiantamento na remuneração dos trabalhadores, forma de seduzir os possíveis emigrados.
Após intensas negociações com os agentes, os emigrados da Europa assinavam um termo de contrato de trabalho, no qual, geralmente, se comprometiam a trabalhar durante um determinado tempo nos cafezais brasileiros. O adiantamento tinha como objetivo cobrir as despesas de viagem e de instalação nas terras brasileiras. |
Fonte: STEINER. |
Mas...
Isso não aconteceu exatamente assim.
...as famílias imigradas em 1852 no sistema de parceria para as fazendas de café na serra fluminense sofreram com dívidas de viagem e restrições de liberdade, num regime de quase escravidão. (STEINER, 2019 - p. 23)
As promessas feitas aos emigrados europeus começaram a mudar a partir do momento em que embarcavam nos portos da Europa. A grande maioria destes emigrados tinha seus contratos de trabalho trocados por outros, com seu teor alterado. O “novo contrato” continha uma cláusula que informava sobre a taxa de juros que iriam pagar pelo adiantamento recebido neste momento. Quando chegavam ao Brasil, principalmente no porto de Santos, era cobrado de cada imigrante, uma taxa de entrada no país. Essa taxa variava de valor, de acordo com a idade da pessoa.
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Fonte: STEINER. |
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Fazenda Ibicaba tinha moeda própria. |
Um grupo de imigrantes suíços trazidos para o Brasil pela Vergueiro & Companhia, trabalhavam na fazenda Ibicaba, em 1856 e descontentes, fizeram uma das primeiras rebeliões de trabalhadores livres no Brasil. O primeiro estranhamento dos imigrantes suíços foram as péssimas condições das moradias que foram entregues a eles: as casas estavam sem assoalhos, sem fogão, e sem móveis. Além disso, recebiam uma caderneta onde constavam as dívidas que já tinham contraído, sem ter começado a trabalhar e as futuras dívidas. Rapidamente os imigrantes percebiam o engodo em que foram envolvidos: teriam que trabalhar mais do que estavam pensando para pagar suas dívidas. |
Fonte: STEINER. |
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Fazenda Ibicaba do Senador Nicolau Campos Vergueiro - construída em 1817. Fonte: Espaço Arqueologia. |
O que era o sistema de parceria implantado pelo Senador Vergueiro?
Quando o imigrante chegava ao Brasil, era conduzido para a fazenda de café, onde recebia uma parcela do cafezal que ficava sob sua responsabilidade. Após a colheita, parte do lucro da produção era descontada para pagar adiantamentos efetuados antes da viagem da Europa para o Brasil. Esse sistema de trabalho, conhecido como parceria, caracterizou a primeira forma de trabalho livre implantado no Brasil escravocrata. O imigrante receberia uma porcentagem da produção, que poderia variar até 50% dos lucros obtidos com a venda do café produzido por ele, com o desconto dos valores do empréstimo, da passagem para o Brasil e também, para os gastos enquanto esse não recebia o valor que lhe era devido - que viria somente após a colheita do café. Ficavam "amarrados" a esta condição, por muito tempo.
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Imigrantes alemães trabalhando na fazenda de café. Fonte: Diário de Rio Claro SP. |
Outra característica negativa deste sistema de parceria implantado e que não agradou os imigrantes da fazenda do Senador Nicolau de Campos Vergueiro e de outros fazendeiros que o imitaram foi a proibição dos imigrantes se deslocar até às cidades. Podiam sair somente com permissão e as compras de alimentos tinham que ser realizadas na venda da fazenda, onde os preços eram muito mais caros.
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Imagem ilustrativa - As "vendas" eram muito características em todo o país e até bem pouco tempo, ainda se comercializava neste tipo de estabelecimento comercial à caderneta. |
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Parte da Fazenda Ibicaba, interior de São Paulo. |
A situação dos imigrantes suíços, na fazenda de Ibicaba não gerou conflito físico ou violência, mas sim a visita de diplomatas suíços que desconfiavam das condições em que seus compatriotas viviam nas lavouras cafeeiras do Brasil. A consequência desta visita, foi a proibição da imigração de alguns estados alemães para o Brasil. Na Europa chegavam notícias não muito positivas sobre o estado em que estes imigrantes viviam. Parte das promessas de propagandas não era cumprida e, muitos ficavam em situações muito difíceis após a grande viagem.
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Os imigrantes foram atraídos por propagandas enganosa para o Brasil para substituir a mão de obra escrava nas fazendas de café. O Sul do país era despovoado e atrasado economicamente - também corria risco de ser invadido pelos espanhóis. Muito da propaganda divulgada na Europa não se cumpria. Chegavam notícias na Europa da situação dos imigrantes no Brasil. O Governo alemão organizou "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" - Charge que chegavam na Alemanha, ilustrando uma possível realidade vivida pelos imigrantes nas fazendas de café. |
Lembramos da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" com sede em Hamburg, na qual Hermann Bruno Otto Blumenau foi um dos representantes enviado para o Brasil para averiguar a situação dos imigrantes alemães. Em maio de 1846, 4 anos antes da fundação da formal de sua colônia privada, Hermann Blumenau viajou para o Brasil, como representante desta sociedade e com isto, com a viagem custeada. O contato pode ter ocorrido por meio de Johann Eduard Wappäus. Hermann Blumenau foi o autor da publicação intitulada "Emigração e Colonização Alemã", que Johann Eduard Wappäus anotou e publicou em 1846, como professor de geografia, sem citar o nome. Blumenau usou relatórios e avaliações de Johann Jakob Sturz (1800-1877), que havia feito campanha pela abolição da escravidão sob sua própria perspectiva. Isso porque em 1843, Sturz havia se tornado Cônsul Geral do Brasil na Prússia na Prússia e no final de 1843, Hermann Blumenau conheceu o Cônsul, em viagem de trabalho da Inglaterra. Nesta época Hermann Blumenau trabalhava para o avô materno de Fritz Müller, Johann Bartholomaeus Trommsdorff. Blumenau e Sturz trocaram impressões sobre o Brasil.
Quando chegou ao Brasil como fiscal, Hermann Blumenau estava há pouco tempo a serviço da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães".
Em 1848 retornou à Alemanha para recrutar imigrantes. Em 1850, fundou sua própria colônia - a Colônia Blumenau, uma empresa privada com a característica de uma colônia agrícola.
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Stadtplatz da Colônia Blumenau em 1869 - Palmenalle Strassen, Rua das Palmeiras |
Prosseguindo...
Simultaneamente, em 1847, Vergueiro trouxe 423 alemães e suíços para suas fazendas com contratos ainda, no sistema de parceria. O imigrante recebia uma extensão de terras para a cultura de café, para processar a colheita e melhoramentos. Recebia parte da quantidade da produção que colhesse. A experiência aparentemente, a princípio, teve êxito. Foi seguido por outros cafeicultores e em pouco tempo, no início da década de 1850, várias fazendas contavam com trabalhos de imigrantes europeus, com contratos de parceria, entre estes, também estavam os imigrantes alemães.
Mas o método não vingou por muito tempo por conta de uma série de problemas. Os imigrantes frustravam-se pois não conseguiam se desvencilhar de maneira fácil do cafeicultor e da dívida. Eram pessoas esclarecidas e já haviam passado por turbulências sociais, políticas e econômicas na Europa.
No Brasil, após chegarem às fazendas, demorava muito tempo, entre a produção e a comercialização do café, para receber o primeiro pagamento. O que fazia a dívida com o fazendeiro aumentar e estavam cientes desta situação de desvantagem.
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Fazenda Ibicaba, interior de São Paulo - Cordeirópolis. Observar a estrutura do galpão a esquerda. Enxaimel. |
Arquitetura Pioneira Alemã na Fazenda Ibicaba - São Paulo
Abrindo um parenteses para a arquitetura. Erroneamente as pessoas que atualmente cuidam da fazenda Ibicaba, apresentam os porões das tulhas como senzala. Isso não procede. O edifício foi construído com a técnica construtiva enxaimel, com fechamento em tijolos, técnica construtiva trazida pelos imigrantes alemães que vieram substituir os escravos. Mesmo que ainda houvessem mais de 200 escravos na fazenda, quando chegaram os alemães, este edifício é muito novo para este momento histórico. O porão desta edificação não poderia ser senzala.
Algumas imagens da estrutura desta edificação construída pelos imigrantes alemães.
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Definitivamente não era senzala. Era o porão, característico em muitas edificações construídos por alemães no Brasil, no início do século XIX. |
Prosseguindo...
Quando os imigrantes recebiam o pagamento relativo a produção de café cultivado, quase nada lhes sobrava após quitar a dívida com o patrão. Eram, então, obrigados a se endividar outra vez - para sua sobrevivência e de sua família. Não sentiam motivação e se dedicavam cada vez menos ao trabalho do café. Aos fazendeiros esta situação não era interessante. Também, não interessava este quadro de desconfiança e suas reclamações na Europa, pois precisavam que os imigrantes continuassem vindo para o Brasil.
A repercussão desta situação dos emigrados em seus países de origem, mediante a insatisfação destes, desencadeou severas medidas restritivas contra agentes de emigração na Suíça e na Prússia (parte da atual Alemanha). Desde 1857, nenhum imigrante de parceria proveniente desses dois países entrou no Brasil. Na Europa, alarmou-se a opinião pública, preocupada com a sorte de seus compatriotas. Surgem investigações oficiais, especialmente na Alemanha e em Portugal, países de origem dos maiores contingentes de imigrantes sob o sistema de parceria, desaconselhando a imigração para o Brasil. Desencadeia-se forte campanha, e a imigração para o Brasil chega a ser proibida na Alemanha em 1859. A corrente de imigrantes alemães torna-se, depois de 1862, quase nula; quanto à portuguesa, diminui para mais de 50%. Enquanto em Dorf Böhlen, faz-se totalmente ao contrário. Envia-se, como forma de desterrar, 155 pessoas para o Brasil, em 8 de março de 1852.
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A família Werlich tem a sua origem na Alemanha, em Böhlen - Rudolstadt. Chegaram ao Brasil em 1852, Johann Gottlib Friedmann Werlich, sua esposa Justine Caroline Lea Werlich e os filhos Luzinde Hekma, Karl Heinrich, August Eduard, Christiane Friederika Auguste, Heinrich Louis Magnus, Henriette Wilhelmine, Wilhelmine Tekla e Friederika Caroline. Assim sendo, foram enviados pela Diretoria de Terras Públicas e Colonização, órgão do Ministério dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Governo Imperial, para colônias arrendatárias na Província do Rio de Janeiro. Posteriormente fixaram residência em Juiz de Fora - MG, onde nasceu Immanuel (Manuel) Ernesto Werlich75 filho de August Eduard e Wilhelmine Truppel. Nas colônias arrendatárias, trabalharam em colheitas de café. Dá insalubridade provocada pelo excessivo calor do sudeste e as condições humilhantes impostas pelos fazendeiros em cujas terras trabalhavam, optaram pelo sul do Brasil, de clima mais ameno, ao qual pudessem se adaptar sem maiores sacrifícios. Então no ano de 1861, partiram para Santa Catarina se estabelecendo na Colônia Santa Isabel. Fonte: AMIAE-BR - Associação da Memória dos Imigrantes Alemães de Entrada - Bom Retiro/SC. |
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No início da década de 1860, os contratos de parceria foram abandonados pelos cafeicultores. Os imigrantes deveriam ser estimulados a trabalharem e para isso era necessário que não ficassem sujeitos a dívidas impossíveis de saldar. A solução foi a adoção do financiamento da imigração pelo governo brasileiro.Difícil para os fazendeiros, o governo utilizou recursos públicos para pagar as passagens para o Brasil e o sustento inicial dos imigrantes, sem que precisassem devolver o dinheiro. Na década de 1880, o governo de São Paulo assumiu os custos para trazer imigrantes para a cafeicultura. Atendeu ao anseio dos fazendeiros, destinando parte do orçamento provincial para financiar a vinda de imigrantes em larga escala. Milhares de imigrantes vieram para São Paulo e para o Rio de Janeiro, atraídos pelas novas condições oferecidas. Também vieram para o sul do país.
Infelizmente há, em geral, poucas informações sobre as fazendas de café e colônias do Rio de Janeiro e, mesmo em jornais alemães especializados em emigração naquela época, não existem muitos dados sobre essas fazendas, como há dados das fazendas paulistas e portanto muito pouco sobre as famílias que saíram do Dorf Böhlen.
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Rio das Flores (RJ) - Fazenda Independência. |
Segundo COSTA, a partir de 1850 começaram a surgir, na região cafeeira do Rio de Janeiro, seguindo o exemplo do Senador Vergueiro, fazendas de café com o sistema de parceria. Em muitas delas, os parceiros eram portugueses. Entretanto, em março de 1852, foram embarcados em cinco navios hamburgueses, entre 800 e 900 colonos alemães com destino ao Brasil. Esses haviam sido solicitados por sete grandes proprietários do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao representante do Brasil em Hamburg. Assim, somente na província do Rio de Janeiro, haviam cinco fazendas que adotaram o sistema de parceria, para receber esta leva de imigrantes alemães. São elas: Fazenda Independência, de Nicolau Antônio da Vale da Gama; Fazenda Santa Justa, de Brás Carneiro Bellens; Fazenda Santa Rosa, do barão de Baependi e a Fazenda de Coroas, da Marquesa de Valença.
Todas contaram com a mão de obra de imigrantes alemães naturais da Prússia, Holstein, Turíngia (imigrantes de Böhlen), Hesse e Darmstadt.
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Fonte: STEINER. |
Em 1862, alguns anos após a revolta dos imigrantes da fazenda de Ibicaba - em São Paulo, dava-se por acabada a experiência com o sistema de parceria tanto no Rio de Janeiro, como em São Paulo. Liquidando ou não os seus contratos, muitos parceiros - imigrantes alemães dessas fazendas dirigiram-se para as colônias do Sul do Brasil na esperança de se tornarem pequenos proprietários, sonho da maioria dos imigrantes que vinham para o Brasil. Entre estes imigrantes, muitos eram oriundos de Böhlen.
As famílias ali instaladas eram todas evangélicas, vindas de Hamburgo aos 25 de fevereiro no navio Colonist, aos 10 de março no navio Princess Louise e no dia seguinte nos navios Lorenz e Catharina. Os passageiros dos dois primeiros eram todos procedentes de Schlewig-Holstein, enquanto os dos demais eram procedentes da Turíngia, sendo que no navio Catharina eram todos de Böhlen, esceto uma família. Após oito semanas o desembarque ocorreu em maio no Porto da Estrela e, devido à epidemia de febre amarela, a permanência no Rio de Janeiro foi encurtada para apenas um dia. Na manhã seguinte os pertences, juntamente com as crianças, foram acomodados em cestos e transportados em mulas. Depois de nove dias de marcha pela mata atlântica, chegaram às fazendas do alto da serra fluminense. (STEINER, 2019.- p. 37)
Também lembramos da família Wendt - família da esposa do pioneiro de Blumenau - Gottlieb Reif, sobre o qual escrevemos - Catharina Wendt, nascida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1856, na Fazenda Independência, filha dos imigrantes alemães Heinrich Wendt e Ana Bölque. Os Wendt haviam trabalhado, por alguns anos, como também acontecia com outras famílias de imigrantes, em fazendas de café, ocupando o lugar da mão de obra escrava. Um grupo destes imigrantes do Rio de Janeiro, descontentes, mudaram-se para Blumenau e se fixaram na região de Itoupava - Colônia Blumenau, próximo ao lote que pertencia à família de Frederico Jensen. Link no final desta postagem.Também o empresário pioneiro Karsten trabalhou nas fazendas de café do Rio de Janeiro.
Johann Karsten: agricultor, chegou ao Rio de Janeiro, empregou-se em uma fazenda de café, e depois transferiu-se para Blumenau, onde instalou um pequeno moinho e uma serraria. Associa-se, depois, a um pequeno comerciante e a um tecelão e iniciam uma pequena tecelagem com 6 teares. A Cia Têxtil Karsten empregava 1.420 pessoas em junho de 1985 e obteve uma receita operacional líquida de Cr$ 127,80 bilhões e um lucro de Cr$ 57,10 bilhões. VIDOR, 1995 - Pg 53
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Itoupava - Blumenau |
Handelmann, em sua obra “Geschichte von Brasilien” (“História do Brasil”), publicada em Berlin em 1860, também não detalha muito as fazendas de sistema de parceria da província do Rio de Janeiro. No décimo capítulo, no tópico dedicado à emigração européia na província do Rio de Janeiro, o autor cita além de Nova Friburgo, Petrópolis e Valão dos Veados, as cinco fazendas de sistema de parceria fundadas em 1852 na província. São elas: Santa Rosa, do Visconde de Baependy, com 132 imigrantes; Independência, do Valle da Gama e onde nasceu a esposa de Gottlieb Reif, com 172 imigrantes; Santa Justa, de Braz Carneiro Leão, com 155 imigrantes; Coroas, do marquês de Valença, com 143 imigrantes e Martim de Sá, de José Cardozo de Menezes, com 67 imigrantes. Segundo o autor, com base em uma informação oficial de 1855, última fazenda se encontrava em plena decadência. Handelmann explica ainda que os imigrantes das citadas cinco fazendas foram recrutados na Alemanha nas regiões de Holstein e Turíngia - região de Böhlen. O jornal “Allgemeine Auswanderungs-Zeitung” n° 44, de 30 de outubro de 1857, publicou sob o título “Nachrichten von Halbpacht-Kolonisten” (“Notícias de Parceiros”) alguns trechos de cartas enviadas por imigrantes alemães estabelecidos na Fazenda Independência, aos seus parentes na Turíngia - Böhhen, escritas no mês de março daquele ano.
Em uma das cartas publicadas no jornal, o filho de Simon Jenssen explica a seu pai que ele ainda não havia quitado a sua dívida, mas esperava poder fazê-lo no ano seguinte “se Deus o mantivesse com saúde”. Acrescentava ainda que vivia despreocupado em relação à alimentação, que dinheiro não lhe faltava. Se ainda não havia conseguido pagar a sua dívida, isto se devia ao cafezal que, como qualquer lavoura na Europa, nem sempre o solo era tão fértil. Ele devia ainda 137 mil réis, mas isto não o preocupava. Possuía 6 porcos, 1 cabra e cerca de 100 galinhas que lhe davam um bom rendimento diário. O que nos chamou atenção é que, portanto, esta correspondência comprova que os 155 imigrantes assentados na Fazenda Independência eram de Böhlen. Portanto concluímos ser também, a origem da família da esposa de Gottlieb Reif, que residia em Blumenau com compatriotas seus e portanto parte de seus descendentes, também vivem em Blumenau e em Pouso Redondo, para onde foi parte da família.
Outra carta, também endereçada a Simon Jenssen, o jornal transcreve o seguinte trecho:
“A minha dívida com a travessia já foi paga até o último tostão e assim posso ver à minha frente um futuro feliz e posso informar-lhes que comprei um cavalo por 60 mil réis. Nossa colônia se encontra em total prosperidade e em um ano tomará vulto se Deus nos der saúde e proteção. Também festejamos no dia 19 de março o dia da chegada à nossa propriedade, há 5 anos. Muitos colonos de Coroas festejarão conosco e quando a nossa festa terminar, muitos dentre nós também irão para lá participar da festa deles no dia 25. (...) Johann Dibbern, meu cunhado, é cocheiro do nosso senhor (Valle da Gama) no Rio e vai muito bem. O seu salário é de 30 mil-réis por mês. ...”
A notícia do jornal continua a citar outros trechos de cartas provenientes da fazenda Independência, onde estavam parte dos imigrantes oriundos de Böhlen:
Em 24 de fevereiro de 1860, a “Allgemeine Auswanderungs-Zeitung” (n.8) voltou a publicar uma pequena nota sobre a fazenda Independência: Segundo as últimas notícias de dezembro de 1859 provenientes da Colônia Independência na Província do Rio de Janeiro, que foi fundada em 1852 com 26 famílias alemãs, sob o sistema de parceria, o planejado assentamento é atualmente composto de 73 famílias e 330 pessoas, das quais 64 nascidas aí, enquanto somente 10 pessoas abandonaram a colônia. As famílias que se estabeleceram originalmente nesta já liquidaram as suas dívidas, sendo que a maioria já o havia feito antes do término do contrato. Os colonos se comportam bem, cumprem com as suas obrigações e estão tão satisfeitos com a sua sorte que não deixam a colônia apesar de não opor-se nenhum obstáculo se tiverem o desejo de ir para um outro lugar. Entre os moradores desta colônia foram distribuídos para cultivo 250.000 pés de café, isto é, cerca de 800 pés em média por pessoa. Como o proprietário, depois de afastadas as dificuldades iniciais, também se encontra satisfeito com os colonos, está a Colônia Independência, assim, em condições de prosperar e ainda mais, porque os alimentos cultivados pelos colonos e o gado criado por eles pertencem aos mesmos, embora isto não esteja incluído no contrato, mas sim, após descontado o necessário para o sustento da própria família, a metade do excedente deve ser revertida ao proprietário.
Este texto publicado, com o seu teor, pareceu-nos maquiado e Fakenews, uma vez que muitos destes saíram para procurar vida melhor no Sul do país e que os fazendeiros tiveram que criar outro sistema, ação movida pelo descontentamento dos imigrantes. Este texto tem ares de propaganda, para que mais imigrantes embarcassem para o Brasil. Hermann Blumenau fez isso também, como agente fiscal da "Sociedade para a Promoção da Emigração e que tinha como agente na Alemanha, um editor de jornal que tinha a mesma ideologia e ideário - para despachar os alemães pobres e lhes dar uma chance de encontrar vida melhor, longe de seu Heimat.
Será?
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“Princeß Louise” |
Será isso mesmo? Em Böhlen, embarcaram 155 pessoas sem que elas quisessem, para o Brasil.
De acordo com o artigo de Débora Bendocchi Alves, o capitão L. Saabye do navio “Lorenz”, de Hamburg, relata ao capitão Valentin, a sua visita às fazendas Santa Justa, Independência (Onde nasceu a esposa de Gottlieb Reif) e Santa Rosa, onde ele reviu os imigrantes alemães que foram transportados nos navios “Princeß Louise”, “Catharine” e “Lorenz”. Há uma carta oriunda da fazenda Independência, e da fazenda São Matheus, ambas no Rio de Janeiro.
Como Günther Fröbel era agente de emigração, há sempre a desconfiança de que os seus jornais estivessem à serviço dos seus interesses econômicos e que tivessem sido usados como meio de propaganda para a sua agência.
Günther Fröbel era amigo de Hermann Blumenau e durante cerca de 20 anos mantiveram uma correspondência intensa. Além disso, Fröbel era agente de Hermann Blumenau na Alemanha e editor de vários livros escritos pelo último. A relação entre esses dois homens poderia ser talvez apresentada da seguinte maneira: o redator e agente Fröbel contribuía para a melhora da situação de penúria na sua região, orientando e incentivando os mais pobres a emigrar, enquanto o empreendedor Hermann Blumenau tentava ajudar os colonos nos seus primeiros anos na nova pátria. Podemos dizer que os dois eram empreendedores, mas será que podemos afirmar que especularam com os emigrantes como, por exemplo, as companhias de navegação e seus corretores que viviam do transporte de “mercadoria-humana”? ALVES,p.160 2003.
A pergunta que se faz — e que se fez já nessa época — é se essas cartas foram realmente escritas pelos imigrantes e não foram censuradas pelos fazendeiros no Brasil ou pelo próprio Fröbel para servirem de propaganda ou de incentivo à emigração. Hoje é extremamente difícil verificar a autenticidade desta cartas publicadas na Alemanha pelo editor Fröbel. Apesar de sabermos que o mesmo só publicava cartas de emigrantes que haviam partido da Turíngia e inseria o nome e local de residência do destinatário para que o público pudesse averiguar sua autenticidade, mas permanece a dúvida. Por outro lado, Fröbel também tinha a consciência de que as cartas que publicava em seu jornal, funcionavam como “estratégia de propaganda” para a emigração.
Outra versão:
Embora tais correspondências enfatizassem que havia abundância de alimentos e que a situação dos colonos era bem diferente da dos escravos, ao menos nos primeiros meses, Johann Kühl descreveu uma realidade bem diferente.
Os bens de consumo eram caros e o dinheiro trazido na viagem rapidamente diminuiu, afetando a alimentação e resultando em prolongamento da dívida inicial, bem como na contratação de novas dívidas. Os colonos eram constantemente vigiados e necessitavam de passe para sair da fazenda, sem o qual podiam ser punidos. visitas de fora eram afastadas e a vida social foi mantida em isolamento. O temos de fuga e de complô fez com que todas as ferramentas fossem retiradas, incluindo as facas de pão. (STEINER, 2019 - p. 38)
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Plantações de café, no interior de São Paulo - imigrantes alemães - Foto: Frank and Frances Carpenter Collection |
Dorf Böhlen - Século XIX Böhlen é a vila de onde saíram 155 imigrantes para as fazendas de café de São Paulo, em 1852 - a força, como degredados. É um história que resgatada no ano de 2020, com direito de visita às localidades brasileiras onde residem alguns descendentes destes imigrantes. Antes de falarmos sobre o cenário do Dorf Böhlen do século XIX, vamos conhecer um pouco de sua História e Geografia, para contextualizar.
Böhlen é um distrito da comunidade rural de Großbreitenbach, no distrito de Ilm, na Turíngia, Alemanha. Está localizado a cerca de 13 km a Sudeste de Ilmenau, nas montanhas de ardósia da Turíngia, em um planalto à esquerda de Schwarzaufer.
Geografia
está localizado em um planalto entre Langem Berg e Schwarzatal a uma altitude de aproximadamente 610 metros a Sudeste do distrito de Ilm, na transição entre a Turíngia ao Oeste e às Montanhas de Ardósia da Turíngia ao Leste. O próprio planalto é formado entre os picos Milchberg (ao norte - 676 m), Große Grube (ao leste - 648 m) e Kirchberg (ao sul - 632 m). Como todo o resto da região, o planalto está inclinado para o nordeste e forma a encosta das montanhas de ardósia da Turíngia em direção à Bacia da Turíngia. O planalto desce bastante plano ao nordeste, no Kurautal, ao leste, abruptamente, ao Schwarzatal e de sudeste para oeste mais ou menos abruptamente no vale do Breitenbach. O ponto mais alto do Dorf é o Milchberg com 675,9 m. O ponto mais baixo está no limite com Schwarzatal, com altura aproximada de 395 m.
Em torno da área urbana há um anel de terras cultiváveis agrícolas de várias áreas à qual está conectada uma faixa de mata com espécies de árvores, onde o abeto é a espécie predominante. Apenas ao norte não há floresta na fronteira com as comunidades vizinhas. O cinturão florestal tem apenas alguns metros de largura ao oeste. Algumas centenas de metros no vale Kurau.
Böhlen ainda é um dos lugares mais densamente arborizados da região. Durante séculos, a floresta densa cobria cerca de 290 hectares.
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St. Anna Kirche Böhlen. |
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Blick zur Ortsmitte. |
História
Böhlen foi fundada no final da Idade Média. O lugar foi mencionado pela primeira vez em 1416 como Belin. Berthold Sigismund menciona que, segundo a lenda, Böhlens e Großbreitenbach foram colonizados por anglo-saxões. O embrião do primeiro povoamento surgiu no centro da aldeia, onde se erguia a primeira capela ou igreja da aldeia. Originalmente, Böhlen era uma típica vila de rua na qual o desenvolvimento se expandiu do centro da cidade em direção a Viehreibe e Mühlberg, dois importantes vales. No final do século XIX, foram construídas as primeiras ruas que marcam o traçado típico da cidade, cujo desenvolvimento terminou no final do século XX. Neste período histórico é que acontece o fato que será destacado nesta postagem - relacionado à migração para o Brasil. Após a introdução da agricultura de subsistência, áreas de pastagens, mais construções foram feitas - séculos XVIII e XIX.
Há evidências de que houve mineração em Böhlen, desde o ano de 1533. Na aldeia, além de bismuto e chumbo, foram também extraído cascalho de cobre e processado em cobre (outros poços dentro e no entorno de Böhlen: mencionam minas de ouro em Kuraubach - em 1616 - como "goldt seufen an der Schwartze", em 1615 e 1688). No século XVI, havia um escritório de mineração em Böhlen. O cobre era extraído em Kirchberg. A comunidade experimentou uma um desenvolvimento considerável em função à mineração, comprovado em um documento de 1533, onde o conde Heinrich XXXIV von Schwarzburg concede aos cidadãos de Böhlen benefícios e privilégios consideráveis, como por exemplo: lhes era permitido a caça, a pesca no rio Breitenbach, a fabricação de cerveja, a panificação, o licenciamento e os direitos de mercado. Considerem que viviam em uma sociedade feudal. Metade do Steinberg foi liberado para uso de madeira. As minas receberam carvão para fundição gratuitamente por 2 anos. O direito de usar os prados da floresta no Steinberg provavelmente também data dessa época. O pastor Böhlener carregou o gado até a década de 1960. Com as concessões na indústria de mineração, muitos imigrantes provavelmente vieram para Böhlen, o que se reflete nos nomes, alguns dos quais ainda existem atualmente: Holanda, Höland e Hauke. Mas também seria possível que os nomes de famílias chegassem com os viajantes de Böhlener, que comercializavam produtos de tecelagem em toda a Europa. A tecelagem, atividade que faz parte da história que contaremos nesta postagem.
No período entre os anos de 1610 e 1611, a praga assolou a vila de Böhlen, mais duramente Wildenspring. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) atingiu o lugar com intensidade. Embora os residentes de Böhlen tenham evitado seu lugar por 14 dias durante um período da guerra, a fim de salvar a vila da destruição, não tiveram sucesso. A fome, as doenças e os saques fizeram com que a população diminuísse consideravelmente, pondo fim no período de prosperidade conseguido durante o período da mineração.
Com o término da guerra em 1648, houve uma recuperação devido à mineração de prata e do cobre, bem como, da tecelagem. Diziam que cada casa de um residente de Böhlen, havia um tear.
Em 1778 o local foi devastado por um incêndio que consumiu 4 casas e 5 celeiros. Apenas 24 anos depois, em 1802, outro desastre, também causado por incêndio atingiu o local, queimando 4 casas com anexos aos fundos e 7 celeiros.
No início da década de 1850, muitos problemas sociais e econômicos na vila, que criou constrangimento no tempo presente para seus residentes e que chegou no Brasil. Isso ocorreu porque chegou as máquinas na vila de Böhlen.
Devido à industrialização e às consequências dos conflitos políticos de 1848/49, Böhlen emigrou grupos de residentes ao longo do século XIX. No período entre 1834 e 1870, centenas de residente foram "despachados" para o Brasil e para a América do Norte, muitas vezes, contra sua vontade.
Houve uma imigração coletiva que marcou a história de Böhlen e que aconteceu em 8 de março de 1852.
Foram "despachadas" 155 pessoas, equivalente a 13,6% da população da aldeia para o insalubre modo de trabalho das fazendas de café do Brasil, mais precisamente, para a capital - o Rio de Janeiro e pode ser que alguns destes, senão todos, foram encaminhados para a fazenda Independência. Os imigrantes forçadas a embarcar e deixar seu Heimat foram distribuídos em três navios que partiram de Hamburg para o Rio de Janeiro, em uma viagem que durou 53 dias. Os navios foram: “Princeß Louise”, “Catharine” e “Lorenz”.
No Brasil, os emigrantes foram alojados em fazendas de café no estado do Rio de Janeiro, dentro do sistema de parceria, onde, como já mencionado, trabalhavam na fazenda de café, ocupando o lugar da mão de obra escrava.
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Foßbsche |
Até 1920, Böhlen pertencia ao escritório Königsee de soberania do Principado e Estado Livre de Schwarzburg-Rudolstadt. Entre 1920 e 1952 o local pertenceu ao distrito de Arnstadt, de 1952 a 1994 ao distrito de Ilmenau e finalmente, desde 1994, pertence ao distrito de Ilm. A partir de 1994, Böhlen pertenceu à associação administrativa Großbreitenbach. Com a dissolução deste em 1º de janeiro de 2019, Böhlen tornou-se um distrito do município rural de Großbreitenbach. Na região, os residentes de Böhlingen são conhecidos pelo apelido de “Foßbsche” e às vezes é chamado diretamente como tal. Os Foßbsche são chinelos de pano confeccionado antigamente em Böhlen.
Imigração de mais de 13,6% da população de Böhlen para o Brasil em 1852 - História
Em 1800, havia um tear em quase todas as casas residenciais do Dorf Böhlen. Os tecelões artesanais sofreram impactos severos por volta de 1850, em função da invenção dos teares e à industrialização e o que os deixou não mais competitivos. Todas as famílias que viviam da tecelagem passaram por grandes dificuldades econômicas. Muitas destas se mudaram até Königsee para mendigar. No livro da igreja Herschdorfer, pode-se ler que duas crianças de Böhlen morreram congeladas a caminho de casa perto de Dröbischau. A angústia dos tecelões os levou ao furto e invasões. Em 1848, uma força policial voluntária foi criada pelos habitantes da cidade. Por volta de 1850, um caçador furtivo de Böhlen foi baleado por um mestre florestal de Gehren. Em 1850, as dificuldades atingiram o auge. Um membro abastado de Böhlen fez a proposta de persuadir as famílias empobrecidas a emigrar, tal como pensava Hermann Blumenau, fundador da Colônia Blumenau e o editor Günther Fröbel, seu amigo que alardeava este ideário no seu jornal. Este membro da sociedade abastada de Böhlen, só não sugeriu a "deportação" de seus compatriotas empobrecidos, como também contribuiu com 300 táleres para a "caixinha" para despachar os emigrantes para o Brasil. Os empobrecidos tecelões foram recrutados para emigrar e foram reembolsados por todas as despesas de emigração, portanto esta dívida não tiveram. O custo total para os 155 emigrantes foi de 1200 táleres.
A maioria dos imigrantes da Turíngia instalados na colônia Santa Isabel era procedente dos antigos principados de Schwarzburg-Rudolstadt e Schwarzburg-Sonderhausen, com uma parcela significativa de moradores do vilarejo de Böhlen.
A história da emigração passa pela miséria e pela instabilidade social decorrentes da industrialização crescente que culminaram em tumultos no verão de 1851 nessa região. Uma saída em massa de Böhlen ocorreu no dia 8 de março de 1852, quando 155 pessoas (13,2% da população local) deixaram o vilarejo em direção ao Brasil. embarcando três dias depois em Hamburgo nos navios Lorenz e Catharina com destino ao Rio de Janeiro. (STEINER, 2029 - p.110)
Lista de famílias de Böhlen, levantada pelo pesquisador STEINER:
BEYERSDORF, Chr. Anton - Böhlen
BOURDOT, Friedrich - Rudolstadt
BRATFISCH, Fried Ferdinand - Böhlen
EBERT, Friedisch - Böhlen
EGER, Christoph Nicol Böhlen
EHRHARDT, Gottfried Friedr. - Böhlen
HENKLEIN, Carl - Böhlen
KÖHLER, Konstantin - Böhlen
KÜHN, Carl Richard - Böhlen
LUTZ, (LUTZE), August - Eichfeld (Rudoltadt)
MÄNNCHEN, Heins. Jacob Elias - Böhlen
METZGER, Christian Gustav - Böhlen
MÖLLER, Christian Gustav - Böhlen
MORGENroth, Jo. Chr. Friedr. - Böhlen
RAUCHER, Friedrich Louis - Böhlen
SCHNEIDER, ali Theodor - Böhlen
SEIDLER, constant Wilh. - Böhlen
STRAUBEL, Heinrich - Rudolstadt
UHLMANN, Johann Friedrich - Böhlen
WEISS, Heinrich Albert - Böhlen
WENZEL, Joh. Heinr. nicolaus - Böhlen
WERLICH, Johann Gottl. Friedr.
A lista de passageiros do navio Catharina, que partiu de Hamburgo aos 11.03.1852 sob comando do Cap. Lubau tendo como destino o Rio de Janeiro.
No relatório do vice-presidente ao governo da província do Rio de Janeiro consta que o navio Catharina chegou no Rio de Janeiro no dia 17 de maio após 65 dias de viagem. Os recém-chegados foram encaminhados, junto com alguns passageiros do navio Lorenz, totalizando 149 pessoas, para a fazenda Santa Rosa, de propriedade do Visconde de Baependi, na serra fluminense. Nas observações consta que todos os passageiros são naturais da Turíngia e protestantes, formando 22 duas famílias. Durante a viagem faleceram quatro crianças, sendo uma menor de um ano e três menores de dois anos. Não houve nenhum nascimento. (STEINER, 2019 - p. 153)
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Fonte: STEINER 2019 p. 154/155 |
O navio Lorenz teve a bordo família de Böhlen, também em um número menor. O navio lorenz partiu de Hamburg em 11.03.1852 sob comando do Cap. L. Saabÿe com destino ao Rio de Janeiro. No relatório do vice-presidente ao governo da Província consta que o Lorenz chegou ao Rio de Janeiro no dia 17 de maio após 65 dias de viagem. Os colonos foram divididos em levas para as fazendas Santa Justa, do veador Braz Carneiro Belens e Santa Rosa, do Visconde de Baependi, na serra fluminense. Nas observações consta que todos os passageiros são naturais da Turíngua e protestantes, formando 30 famílias. Faleceram durante a viagem quatro crianças, sendo uma menor de um ano, e duas menores de dois anos e uma menor de oito anos. Ocorreram três nascimentos. (STEINER, 2019 - p. 156)
Entre os passageiros do navio Lorenz, estão as seguintes famílias de Böhlen:
- BERGNER, Friedrich
- BEYER, Mariane com os filhos Ottilie e Louis
- SEIDLER, H. J. com esposa e quatro filhos entre 10 e 22 anos.
- UHLMANN, com esposa e sete filhos entre 2 e 22 anos.
Resgate da História das famílias da Turíngia deportadas para o Brasil
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Turíngia - origem de imigrantes. Fonte: STEINER. |
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Fonte: STEINER. |
Famílias que emigraram da Turíngia para trabalhar nas fazendas de café para substituir a mão de obra escrava:
- Behringer
- Beyersdorf
- Bourdot
- Bratfisch
- Ebert
- Eger
- Ender
- Erhardt
- Henklein
- Jacobi
- Kaiser
- Köhler
- Kühn
- Truppel
- Uhlmann (Família de Genésio Uhlmann - trouxe a pauta para a pesquisa)
- Weiss
- Wenzel
- Werlich
- Winkler
- Lutz
- Männchen
- Metzger
- Möller (Família de Nilo Momm - pesquisador e genealogista)
- Morgenroth
- Neubauer
- Popenga
- Raucher
- Schmidt
- Schneider
- Seidler
- Sperber
- Straubel
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Nilo Momm - descendente da uma das famílias alemãs de Böhlen. |
De acordo com pesquisador e genealogista Nilo Momm, de São José, segue o nome de algumas das famílias de Kaffeepfklücker que chegaram em Santa Catarina das fazendas do Rio de Janeiro foram:- Arnold;
- Bergmann;
- Beyersdorf;
- Bratfisch;
- Ebardt;
- Henkel;
- Inogennh;
- Jakobi;
- Kenklein;
- Lutz;
- Möller;
- Popenga;
- Schmidt;
- Schneider;
- Straubbel;
- Truppel;
- Uhlmann;
- Wendt;
- Werlich.
Aproximadamente 170 anos após a expulsão de 155 residentes de Böhlen, pesquisadores da Turíngia: Hans-Günter Schneider e Dieter Lange encontram alguns de seus descendentes no Brasil. Colocam à luz da História, fatos não muito alegres ocorrida no local acima do Schwarzatal, após a revolução burguesa de 1848: os pesquisadores Schneider e Lange obstinadamente buscam sobre há muitos anos. Após uma pesquisa detalhada em arquivos e registros de igrejas entre Saale, Schwarza e Böhlen, bem como, pesquisas em livros de registros nos portos alemães do Mar do Norte e no Brasil, encontraram algumas informações e fato verídicos e então relatar sobre os brasileiros, descendentes daqueles que foram degredados para as fazendas de café do século XIX - para trabalhar no lugar dos escravos. "Uma década após a chegada de seus antepassados no Rio de Janeiro, em navios - atravessando o Atlântico, passaram por vicissitudes para estar onde agora estão nos aguardando tão calorosamente", disse o museólogo aposentado de Böhlen Dieter Lange. Anos passados, os dois pesquisadores procuraram informações sobre os emigrantes de Böhlen no extremo Sul do Rio de Janeiro. Tiveram êxito e emocionados até mesmo ouviram falas no dialeto de Böhlen.
Isso aconteceu antes da década de 1990, quando houve um pedido de ajuda de genealogia e tinha relação com antepassados do Brasil, inicialmente aos Arquivos Estaduais de Rudolstadt. Lange puxa uma carta de seu portfólio, balança a cabeça sobre "os bons e velhos tempos". Em seguida, ele lê solenemente: "Como resultado da agitação social de 1851, os moradores de Böhlen foram estigmatizados e criminalizados e, finalmente, em 8 de março de 1852, 155 deles foram reassentados à força no Brasil."
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Os dois pesquisadores alemães Dieter Lange (à esquerda) e Hans-Günter Schneider apresentam seu novo filme em Arnstadt e Böhlen sobre o povo de Böhlen expulso há 170 anos e seus descendentes no Brasil. Foto: Robert Schmidt |
A declaração formal e documental, de Böhlen, foi assinada pelo pastor evangélico Fred Klemm e pelo prefeito da comunidade rural, Peter Grimm. As autoridades da nobreza e da igreja de Böhlen, nomes da política e da religião foram responsáveis, em 1852, através de narrativas pela perseguição dos deportados. A verdade está registrada nos Arquivos do Estado de Rudolstadt, “Mas somente para pessoas que querem saber a verdade”, afirma o pesquisador Schneider.
Há uma gravura de grande formato do valioso retábulo de madeira da igreja Böhlen de Sankt Annen ilustrando este fato. "Insano", comenta Schneider, sobre o fato que a imagem menciona até mesmo o honroso comércio de tecelagem, que contribuiu com a doação de dinheiro para a aquisição do altar, isto antes que estes mesmos fossem "despachados" como escravos, para as fazendas de café do Brasil. Os pesquisadores alemães que recuperam esta história em Böhlen e apresentam imagens desde o final da década de 1990 e também imagens de lápides com nomes de famílias originárias de Böhlen no meio da mata brasileira, e afirma que a imagem dos turíngios deportados para o outro lado do Atlântico começou a mudar, daquela que justificaram tal ação das lideranças da época.
Hans-Günter Schneider e Dieter Lange, encontraram descendentes de alguns destes imigrantes que embarcaram a força para o Brasil em 1852. Não só encontraram, como contactaram e também vieram ao Brasil. Entre estes descendentes, encontraram particularidades do tempo da metade do século XIX, ilustrando um período histórico local, que atualmente mudou na Alemanha, mas não no seio destas famílias. Citam, por exemplo, a expressão: "ilustre Príncipe Friedrich Günter pela graça de Deus" que existia desde 1851, refletindo que em 1851 aconteceu uma revolução em Böhlen e o administrador do distrito disse ter morrido muitas pessoas e 50 militares foram depostos". O que aconteceu ali, desde os distúrbios até a deportação em 8 de março de 1852, também foi assinado pelo pároco Fred Klemm na declaração de Böhlen na questão do "Trono e do Altar". Estas passagens despertou em Böhlen o sentimento de reconciliação com os descendentes dos deportados que ainda vivem no Brasil e a vontade de os encontrar. Agora, também sabemos que existem descendentes destas pessoas de Böhlen em Blumenau e região.
Os pesquisadores Lange e Schneider estiveram na cidade de Águas Mornas, onde não somente encontraram descendentes destes imigrantes, como também encontraram o seu dialeto em uso, intercalado com a língua portuguesa.
Os dois pesquisadores tornaram-se cidadãos honorários da cidade de Águas Mornas. Em sua visita mais recente, foram recepcionados em muitas casas com café e bolo, e também receberam dois convites para os próximos casamentos. Conta uma reportagem publicada na Alemanha que os pesquisadores receberam a oferta de um pedaço de terra para terem na cidade brasileira. Receberam também uma chave dos moradores de Águas Mornas,simbolizando que as portas estarão sempre abertas para ambos.
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Foto: Gerald Backhaus
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Os pesquisadores locais construindo um banco - Foto: Gerald Backhaus. |
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Igreja Luterana de Segunda Linha - Foto: Gerald Backhaus. |
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Pesquisadores locais Hans-Günter Schneider (terceiro da esquerda) e Dieter Lange (ao lado deles) visitando Águas Mornas. Foto: Hans- Günter Schneider. |
O que os pesquisadores alemães Dieter Lange e Hans-Günter Schneider contaram sobre o encontro com descendentes de Turingia em Águas Mornas SCOs pesquisadores comentaram, após visita a Águas Mornas SC, ao visitar descendentes de famílias de Böhlen, eles têm nomes de família alemãs como Werlich, Bauer e Sperber, falam alemão entre si, o que às vezes soa um pouco estranho e emocionante aos seus ouvidos, pois contém algumas palavras e frases incomuns.
Para enriquecer ainda mais as informações destas famílias, um filho da família Bauer se casou com a filha de Catherine e Gottlieb Reif. As famílias de Böhlen uniram-se pelo casamento.
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Casa da Família Bauer - em Blumenau. |
Comentaram também que as tremas não são pronunciadas é entre os alemães. Em Águas Mornas, embora alguns homens trabalhem na construção civil como pedreiros e algumas das mulheres dirijam de duas a três horas de carro até Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, para trabalhar como diarista todos os dias, vivem principalmente, como agricultores e pecuaristas em suas propriedades autossuficientes. Cultivam mandioca e mencionaram como é chamado o campo no local: "roça".
Há alguns anos, há plantações de morangos, produção preferida nas propriedades da Bauerslinie e Segunda Linha, pertencentes à Águas Mornas. São plantações colocadas na altura da cintura para facilitar a colheita de maneira ergonômica. Os pesquisadores contaram também, que um porco foi abatido para comemorar a visita e os recepcionar através de um churrasco assado no espeto sobre a brasa. Acharam muito interessante conhecer o churrasco e o denominaram com uma iguaria nacional do Brasil. Comentaram também que a festa foi regada regada a cerveja, cachaça de cana que com limão apresentaram a caipirinha.
De acordo com os pesquisadores, estavam no local para cumprir uma missão histórica com os "coletores de café", como são chamados na pesquisa e mesmo na história do Brasil. A sua pesquisa tem mais de 22 anos, que buscavam os descendentes dos filhos de Böhlen, embarcados forçosamente para as fazendas de café no Brasil, em 1852.
Iniciaram a pesquisa a partir de uma carta do Brasil, na qual um jovem procurava seus ancestrais nesta região da Alemanha, como também, Böhlen sempre teve elos com "às coisas do Brasil". O museólogo Lange e seu colega investigaram inicialmente esse assunto, do qual ninguém sabia com mais precisão, estudando as fontes. Em meados do século XIX, muitos dos tecelões de linho que residiam em Böhlen ficaram desempregados, consequência da industrialização. Não havia seguro ou previdência social. Sem salários e comida, os tecelões sem renda não tinham escolha a não ser se rebelar contra a miséria e as privações e protestar nas ruas. Para sustentar suas famílias, alguns tiveram que se tornar caçadores ilegais. O levante foi longe demais para os cidadãos em melhor situação, de modo que eles procuraram o governo de Rudolstadt em busca de ajuda. Foram enviados homens armados que junto com as autoridades da aldeia, forjaram o plano de banir para sempre os moradores de Böhlen, que foram perseguidos como criminosos. Naquela época, o Brasil possuía agentes de emigração que faziam propaganda das vantagens de emigrar. País com um território continental. Foi elaborado uma lista de nomes contendo o nome daqueles que protestaram contra sua miséria e então estes seriam deportados por isso. Fizeram uma arrecadação na comunidade para custear a viagem.
Os descendentes de alguns destes nomes, residentes no interior de Águas Mornas - Bauerslinie e Segunda Linha viveram, por muito tempo, em propriedades autossuficientes. Isso propiciou a manutenção e preservação da língua. Eles ainda falam alemão, mesmo sendo difícil de entender, junto com o dialeto característico da Turíngia, como sua língua materna. Houve influencia, também da língua Hunsrück dos vizinhos e alguma coisa, do português, principalmente entre os mais jovens.
Mencionam também que na época do Nacionalismo de Getúlio Vargas, o alemão era considerado indesejável e até proibido e só era falavam no interior das famílias.
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Edificação em enxaimel construída em 1900 - Fotografia de Ricardo Fernandes de 2010 - Águas Mornas. Observa-se a mistura de técnicas construtivas - Telhado coberto com estrutura de madeira e telha colonial usado pelos descendentes açorianos em uma edificação com estrutura que lembra o enxaimel do imigrante alemão, feito com madeiras sem o uso do prego - a partir de encaixes. Um exemplar raro. |
No final de 2019, cerca de 167 anos após a expulsão dos 155 turíngios para o Brasil, Dieter Lange e Hans-Günter Schneider trouxeram para seus descendentes uma espécie de pedido de desculpas oficial de seu antigo Heimat. Foi algo simbólico, que deve atingir todos os demais descendentes destas famílias degredadas de Böhlen, que somente na região do Vale do Itajaí, são muitos. A declaração de Böhlen, assinada pelo prefeito e pelo pastor evangélico, diz “que os responsáveis na política e na igreja na unidade do trono e do altar cometeram uma grande injustiça há 167 anos e se acusaram de culpa.“
Na entrega e apresentação dos resultados da pesquisa em Segunda Linha, em Águas Mornas, houve lágrimas quando pessoas da quinta e sexta geração ouviram pela primeira vez a história completa de sua ancestralidade. Neste momento, os brasileiros retribuíram aos pesquisadores da Alemanha com uma chave - anteriormente mencionada com a inscrição em dialeto: „Von ganz’m Herz`n begrüsst Àguas Mornas, Bresilje die Bre’dre os Belln, Dietschlan’."
De acordo com os pesquisadores, publicado em junho de 2020 em Forum WochenMagazin, os "catadores" e os demais imigrantes viveram muito isolados por muito tempo, em Santa Catarina. No início da colonização havia confrontos com os indígenas. O que acontecia naquela época fazia parte de um "conceito de civilização". Estes conflitos não ocorreram na região de Águas Mornas, mas sim na Colônia Blumenau - Vale do Itajaí. Quem lhes abordou esta história com os povos nativos confundiu fatos históricos e contextos destes fatos históricos. Disseram-lhes que o genocídio dos povos indígenas era um de seus requisitos básicos. É assim que um historiador na Universidade Federal de Santa Catarina - Florianópolis trata da caça aos indígenas. No entanto, como sempre acontece, não mencionaram aos pesquisadores alemães que esta prática acontecia também, no início da chegada dos primeiros homens brancos à região, na época, imigrantes portugueses - nos séculos séculos XVI, XVII e XVIII, os quais exterminaram os povos indígenas do litoral catarinense.
O cruzamento dos índios tupi-guarani com o português (branco) que chegou (e não era brasileiro - imigrante como tantos outras imigrações feitas posteriormente e as quais sofreram descriminação pelos descendentes desses) gerou o índio carijó, cujo significado é “o que vem do branco”. Daí serem os índios catarinenses denominados, geralmente, por carijós. Foram exterminados pelos imigrantes portugueses. | Índios Carijó. Gravura de Ulrich Schmidl - 1559 |
| Povos nativos - Século XIX. Fonte: Brasilien 3.
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Na Alemanha, os pesquisadores narraram a fala do Professor da Universidade UFSC, quando mencionaram o jornal de Blumenau "Der Urwaldsbote" de 1877, mas esqueceram-se de mencionar os índios carijós são do litoral.
Os pesquisadores receberam também a informação de que os nativos, conhecidos Xokleng viviam na floresta de Santa Caterina e eram chamados de Bugres, expressão pejorativa. Houve de fato conflitos étnicos com perdas para ambos lados. Os imigrantes desconheciam tal situação, coisa que os imigrantes portugueses conheciam, quando aportaram pela primeira vez no litoral catarinense e escravizaram e exterminaram o povo local. Esta história não é lembrada neste período de narrativas antropológicas.
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Índios capturados por imigrantes portugueses para serem escravizados - os bandeirantes - pintura do francês Jean-Baptiste Debret - 1830. |
Geralmente são lembrados somente os conflitos étnicos que envolvem imigrantes alemães e italianos, onde estes agentes e colonizadores assentavam o imigrante, com um propósito local, em terras devolutas, cobrando pagamentos e sem avisar que haviam pessoas já residindo no local. O conflito era inevitável - com o perfil de guerra. Mataram-se mutuamente, dentro de um contexto totalmente diferente, daquele feito pelos imigrantes portugueses extrativistas.
O primeiro conflito registrado, envolvendo imigrantes alemães no estado de Santa Catarina, de acordo com a narrativa repassa aos pesquisadores alemães, foi aquele que aconteceu em 1852 no entorno da Colônia Blumenau, fundada em 1850 por um dos agentes de imigração e também fiscal da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães", Hermann Blumenau. Outro conflito foi registrado quatro anos depois, quando os índios atacaram e mataram dois imigrantes. Estes episódios alertaram os imigrantes que passaram a ver os povos nativos como uma ameaça à sua integridade física. O medo de próximos ataques fizeram com que os imigrantes paralisassem obras de infraestrutura, como construção de estradas, pontes, escolas e outras obras. Se houvesse necessidade era feito com sentinelas armadas. Os imigrantes viveram muito isolados por muito tempo.
Também achamos curioso que infirmaram aos pesquisadores que nos locais onde viveram os imigrantes e atualmente seus descendentes, não existem mais povos indígenas.
Isso não é verdade.
No Médio Vale do Itajaí, parte da antiga Colônia Blumenau, citada com exemplo, há uma reserva indígena, José Boiteux e também há povos indígenas na grande Florianópolis, região onde estiveram os pesquisadores de Böhlen. A área indígena brasileira do Vale do Itajaí está situada entre os municípios de Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux, e Vitor Meireles. Foi criada em 1926, e atualmente possui uma área oficial de 37.018 hectares, sendo habitada por três etnias indígenas, Xoclengues, Caingangues e Guaranis. Possui, atualmente, uma população total de 2.057 indígenas. Atualmente é dividida em 8 aldeias sendo elas Plipató, Palmeirinha, Figueira, Coqueiro, Toldo, Pavão, Sede e Bugio.
Houve o extermínio de fato, no litoral catarinense, por parte dos imigrantes portugueses, que chegaram a escravizar indígenas - séculos XVII e XVIII.
*Algumas Famílias Descendentes:
Família Möller
Christian Gustav Möller (21.03.1821 – 20.02.1902)
Carolina Brödel (10.10.1837 – 19.12.1886)
Texto de Nilo Momm (Descendente)
Christian Gustav Möller nasceu em Böhlen, Schwarzburg-Rudolstad, na Turíngia onde foi batizado na igreja luterana, em 25.03.1821. Filho de Nicol Kaspar Möller e Maria Margaretha Finn.
Emigrou para o Rio de Janeiro, chegando em 18 de maio de 1852, em Porto Estrela a bordo do navio hamburguez “Lorenz”, onde se casou com Carolina Brödel. Segundo consta, trabalhava como diarista na colheita de café na Fazenda Santa Justa, de Brás Carneiro Pellens, onde chegou em 27 de maio de 1852, sendo apelidado “Kaffeepflücker” – colhedor de café.
Dado o sofrimento provocado pelo calor do sol tropical (em relação à Alemanha) e às condições humilhantes impostas pelos fazendeiros, cujas terras trabalhou, optou pelo sul do Brasil, de clima mais ameno e com possibilidades de ser proprietário de terras.
Em 31.05.1861 foi enviado pelo Governo Imperial para a Colônia Santa Isabel, hoje Águas Mornas tendo se estabelecido na localidade denominada Segunda Linha. Vieram com ele sua mulher Carolina Brödel, 25 anos, e os filhos Marta, Karl e Wilhelm (Guilherme).
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Cemitério católico Águas Mornas - um Homenagem. |
Em 03.11.1862 é citado nominalmente em documentos oficiais da Província de Santa Catarina.
Em 07.07.1868 recebeu título provisório de terras na localidade de Segunda Linha na Colônia de Santa Isabel. Recebeu o lote número 02 na margem direita com 25.000 braças quadradas.
Christian Gustav Möller faleceu em 10.02.1902, as 09:00 horas, com oitenta anos e onze meses. Em sua certidão de óbito consta como causa da morte “Alterschwache” que pode ser traduzido como fraqueza da idade.
Foi sepultado em 21.02.1902, as quatro horas da tarde no cemitério de Segunda Linha.
Tiveram 14 filhos, segundo consta na certidão de óbito de Christian Gustav Möller, sendo 12 vivos quando de sua morte. Tinham então 40 netos. Um dos filhos provavelmente nasceu e faleceu no Rio de Janeiro em 1857 (não consta na relação).
Filhos:
Nascimento: 1857 – Rio de Janeiro
Casamento: 19.02.1878-São Pedro de Alcântara(SC)
Esposo: Jocob Nicolau Schmitt
Nascimento: 20.11.1858 – Rio de Janeiro
Casamento: 30.12.1883 – Santa Isabel
Esposa: Bertha Karoline/Bratfisch
Nascimento: 22.03.1861 – Rio de Janeiro
Casamento: 13.05.1890 – Santa Isabel
Esposa: Catharina Fredrica Christiane Ender
Nascimento: 20.08.1863 – Santa Isabel
Esposo1: Friedrich Christian Franz Eger
Esposo2: Friedrich Ferdinand Anton Franz Albert Robert Erhardt
Henriette Wilhelmine Hermine Möller
Nascimento: 03.10.1865 – Segunda Linha
Juliane Johanna Margaretha Möller
Nascimento: 08.04.1868 – Santa Isabel
Casamento: 19.09.1891 – Santa Isabel
Esposo: Alwin Philipp Friedrich Schweder
Nascimento: 28.04.1870 – Santa Isabel
Casamento: 23.02.1894 – Santa Isabel
Esposa: Emma Florine Rosalie Eger
Nascimento: 24.07.1872 – Segunda Linha
Esposo: Hermann Christian Nikolaus Eger
Friederike Wilhelmine Möller
Nascimento: 15.08.1874 – Segunda Linha
Batizada em 22.11.1874 – Evangélica em Santa Isabel
Batizada em 19.05.1894, católica, em Teresópolis
Casamento: 09.08.1894 em Teresópolis
Óbito: 27.01.1966-Lageado, Ituporanga(SC).
Nascimento: 19.10.1876 – Santa Isabel
Óbito: 39.95.1908 – Segunda Linha
Nascimento: 08.09.1878 – Santa Isabel
Óbito: 21.05.1918 – Segunda Linha
Esposa: Caroline Johanna Dorothea Ender
Nascimento: 28.11.1880 – Santa Isabel
Nascimento: 10.10.1882 – Santa Isabel
Esposo: Theodor Carlos Sell
Família Uhlmann
Johann Friedrich Uhlmann
Nascimento: 21.05.1806 Böhlen Alemanha.
Óbito:
Esposa: Margarethe Barbara Matthias - 04.01.1807 Böhlen Alemanha.
Texto de Genésio Uhlmann (Descendente)
Johann Friedrich Uhlmann e Margarethe Barbara Matthias nasceram em Böhlen e imigraram para a Santa Justa RJ Brasil em 1852.
Pouco sabíamos sobre nossas verdadeiras origens quando surgiu a ideia de escrever um livro sobre a família a fim de registrar e registrar a história da família Uhlmann para as gerações existentes e futuras. Nesse contexto, a necessidade de pesquisar e buscar informações do passado tornou-se necessária e fundamental. Para ter um método, começamos com Heinz e Adelheid Uhlmann, que são nossos pais.
Depois de fazer algumas pesquisas, chegamos à cidade de Águas Mornas no estado de Santa Catarina, onde encontramos os registros de nossos ancestrais imigrantes que foram Johann Friedrich Uhlmann, casado com Margarethe Bárbara Mathias da Alemanha e que tiveram sete filhos na cidade de Rio de Janeiro e que posteriormente, emigraram para Águas Mornas, em 1861. O filho mais velho, Heinrich Julius Friedrich Uhlmann, casado com Elisabeth Behringer, emigrou para a cidade de Gaspar, no estado de Santa Catarina, Vale do Itajaí, onde já estamos na oitava geração. Nós, filhos de Heinz, somos da sexta geração.
No entanto, esta informação não foi suficiente, pois já sabíamos que éramos imigrantes alemães, mas não de onde, de que região e o motivo da imigração. Muitas vezes ouvíamos nossos pais e avós falarem um dialeto diferente do tradicional que havíamos aprendido, mas ninguém sabia explicar de onde vinha, nem nossas origens geográficas, culturais e linguísticas na Alemanha.
Ficamos muito surpresos e gratos quando descobrimos em fontes da cidade de Águas Mornas e do Instituto CarlHoepcke que desde o início (Alemanha) todo o trabalho foi realizado pelo Sr. Hans-Günter Schneider & Dieter Lange, incluindo visitas ao Brasil que traz todos os fatos e revelam nossas origens para explicar o passado e fortalecer laços.
“Em meados do século XIX, a aldeia de Böhlen vivia exclusivamente da produção artesanal de pequenos tecelões.
Quando a indústria surgiu com seus grandes teares, no entanto, eles não conseguiram mais acompanhar e perderam o pão. À medida que a pobreza aumentava, também aumentava a violência, o parto e o caos, tornando a situação incontrolável. As autoridades então tomaram uma decisão radical e em 8 de março de 1852 deportaram 155 pessoas em vagões e carros de boi (que incluía a família Uhlmann) para o porto de Hamburgo, na Alemanha, de onde foram embarcados em três veleiros para o Brasil, onde eles trabalharariam nas grandes fazendas de café do estado do Rio de Janeiro”.
Portanto, sabemos hoje que somos uma família do distrito de Böhlen no distrito de Ilm, município de Großbreitenbach, na Turíngia. No Brasil, passamos pelo Rio de Janeiro (1852-1861) e depois por Águas Mornas (SC). As gerações futuras foram formadas em várias cidades catarinenses pelo Vale do Itajaí, tendo como referência três cidades. Ibirama, Presidente Getúlio e Indaial.
Nossos pais são da quinta geração dos imigrantes, nascidos em um pequeno vilarejo do Rio Rafael e Rafael Cedro, na cidade de Ibirama, que foi colonizada pela Sociedade de Colonização Hanseática (meados de 1900) pelas famílias Uhlmann Behringer e Krüger, um lugar que preservem em sua essência, as tradições culturais alemãs e respeitamos esses valores. Atualmente (2021) as gerações formadas na família atuam em diversos setores; Indústria, comércio, prestação de serviços, educação e saúde. Nosso objetivo é resgatar nossa história, a publicando e assim transferir nossas origens e nossa história com os descendentes da família Uhlmann para as gerações futuras.
Genésio Uhlmann, Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil
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Roberto Uhlmann, pai de Wendelin e avô de Genésio nas bodas de ouro em Rio Rafael. Acervo de Genésio Uhlmann. |
Filhos:
Robert August Möller
Nascimento: 19.10.1876 – Santa Isabel
Óbito: 39.95.1908 – Segunda Linha
Heinrich Julius Friedrich Uhlmann
Nascimento: 31.05.1829 Böhlen Alemanha.
Wilhelmine Lucinde Uhlmann
Nascimento: 16.05.1832 Böhlen.
Friedemann Theodor Uhlmann
Nascimento: 18.05.1836 Böhlen.
Nascimento: 25.05.1840 Böhlen.
Friederike Lucinde Uhlmann
Nascimento: 25.09.1845 Böhlen.
Nascimento: 18.03.1849 Böhlen.
(Migraram de Santa Justa ->Santa Isabel->Gaspar)
Heinrich Julius Friedrich Uhlmann
Nascimento: 31.05.1829 Böhlen.
Heinrich Julius Friedrich Uhlmann
Nascimento: 31.05.1829 Böhlen.
Esposa: Elizabeth Behringer
Filhos:Nascimento: 06.03.1857 Santa Justa Rio de Janeiro
Nascimento: 16.02.1859 Santa Justa Rio de Janeiro
Heinrich Christian Franz Uhlmann
Nascimento: 13.06.1870 Santa Isabel SC.
Wilhelmine Carolina Henriette Uhlmann
Nascimento: 22.08.1867 Gaspar SC.
Luis Carl Heinrich Uhlmann
Nascimento: 22.08.1876 Gaspar SC.
Terceira Geração: (Casaram em Blumenau e migraram para Rio Rafael Ibirama)Nascimento: 16.02.1859 Santa Justa Rio de Janeiro.
Nascimento: 16.02.1859 Santa Justa Rio de Janeiro.
Filhos: Roberto, Cecilia, Paulina, Henrique, Wilhelm e Catherina Uhlmann.
Quarta Geração:Nascimento: 30.04.1893 Ibirama SC.
Filhos: Walter, Albano, Wendelin (Fotografamos - completou 100 anos), Heinz e Edite Uhlmann, nascidos em Ibirama SC.
Quinta Geração:Eleonora Uhlmann
Nascimento: Ibirama SC
Óbito:
Esposo: Paulo Teske
Filhos: Udo Teske, Anneli Fernandes da Costa (Solteira Teske), Werner Teske
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Casou-se com Paulo Teske em Blumenau na Igreja da Cruz em 24 de dezembro de 1953. Eleonora pertenceu à família Uhlmann de Ibirama. |
Nascimento: 13.08.1922 Ibirama SC
Esposa: Herta Uhlmann 20.11.1923 Ibirama SC.
Filhos: Fridolino Uhlmann, Valdrido Uhlmann, Celcina Uhlmann, Cuniberto Uhlmann e Mariana Uhlmann.
Nascimento: 03.03.1927 Ibirama SC.
Esposa: Adelheid Weise nascida 25.11.1929 Ibirama SC.
Filhos: Univaldo Uhlmann, Ivilanda Uhlmann, Arlindo Uhlmann , Marlene Uhlmann , Orlando Uhlmann , Arlete, Roseli, Genésio Uhlmann.
Canção do imigrante - do Brasil
Brasilienlied (Tradução de STEINER 2019)
1 - Wir treten jetzt die Reise,
Sei bei uns Herr und eise
Sei bein uns auf dem Meere,
So kommen wir ganz sicher,
2 - Durch Gott sind wir berufen,
Sonst k"am's uns nie in Sinn.
So glauben wir und wandern
Gott führt uns auf dem Meere
So kommen wir ganz sicher
4 - Gott Schütz Brasilien Kaiser,
Und kröne ihn mit Seegen,
Er will uns auch beschützen,
7 - Jetzt geht das Schiff in's Meere
Zu Gott seh'n wir hinauf.
So sind wir froh und fahren
9 - Die Freudenthränen fliessen,
Vom Aug auf unsern Schooss,
Nach überstandenen Leiden,
Bald Läuft das Schiff in Hafen,
Bald treten wir auf's Land.
Gott hat uns wohl begleitet,
10 - Willkommen spricht der Kaiser
Ihr sollt Antheil bekommen
Ich will euch wohl beschützen,
11 - Ach majestät'sscher Kainse,
Ja ja wir huldigen Treue,
Gott drück das Siegel drauf.
12 - So sind wir nun verbunden,
Verlass uns nicht in Leiden,
Verlass uns nicht im tod.
1 - Hoje trilhamos a viagem,
Sê conosco, Senhor, e prudente
Sim, faze tu mesmo o caminho.
Assim chegaremos bem seguros,
2 - Por Deus fomos chamados,
Do contrário jamais viria a nossa mente.
Assim cremos e caminhamos
Assim chegaremos bem seguros
4 - Deus proteja o imperador do Brasil,
Ele nos acolhe com boa vontade.
Ele também quer nos proteger,
Assim entramos com alegria,
7 - Agora o navio é lançado ao mar
Logo estará no seu curso,
Assim pomos as mãos em oração,
E elevamos os olhares a Deus.
Agora para a terra do Brasil.
9 - As lágrimas de alegria escorrem,
Pelos sofrimentos tolerados,
Logo trilharemos a terra.
10 - Bem-vindos disse o imperador
Sejam bem-vindos para mim.
Eu quero protegê-los bem,
11 - Ó majestoso Imperador,
Sim, sim, nós reverenciamos lealdade,
Deus ouça nossas súplicas,
O que aqui prometemos solenemente
Ó Pai, permaneça conosco,
Esteja conosco na miséria,
Não nos abandone na morte.
Referências
- ALVES, Débora Bendocchi. Cartas de imigrantes como fonte para o historiador: Rio de Janeiro – Turíngia (1852-1853). Instituto de História Ibérica e Latinoamericana - Universidade de Colônia. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 23, nº 45, p. 155-184 - 2003.
- BACKHAUS, Gerald. Die „Brasiliensache“. Forum Das Wochenmagazin. Leben - Menschen. 26.06.2020. Disponível em: https://magazin-forum.de/de/node/19198. Acesso em: 20 de junho de 2021 - 20:14h.
- BÖHLEN TÜRINGEN. Disponível em: http://www.boehlen.de/. Acesso em 21 de junho de 2021 - 17:17.
- BRASILIEN 3. Geschichte und Politik Überblicksdarstellungen. Disponível em: http://www.keller-schneider.ch/unterwegs/Brasilien03.html . Acesso em: 22 de junho de 2021 - 17:38h.
- COSTA, Emília Viotti da. Da Senzala à Colônia. São Paulo: Difusão Européia do Livro, Ciências Humanas, 1982, (2° ed.)
- Diário Rio Claro. Encontro celebra povos de língua alemã, em Ferraz, no próximo dia 26. 22 de outubro de 2018. Rio Claro SP. Disponível em: http://j1diario.com.br/encontro-celebra-povos-de-lingua-alema-em-ferraz-no-proximo-dia-26/. Acesso em: 20 de junho de 2021 - 22:57h.
- DOLHNIKOFF, Miriam. Imigrantes para substituir escravos na cafeicultura. Blog da Editora Contexto. 13 de maio de 2018. Disponível em: http://blog.editoracontexto.com.br/imigrantes-para-substituir-escravos-na-cafeicultura/. Acesso em 20 de junho de 2021 - 21:40h.
- FERRÃO, André Munhoz de Argollo. Colonos na Fazenda Ibicaba, Empresários em Piracicaba: A Evolução. Unicamp, Faculdade de Engenharia Civil, Departamento de Construção Civil. Campinas-SP. Disponível em: http://www.abphe.org.br/arquivos/andre-munhoz-de-argollo-ferrao.pdf. Acesso em: 20 de junho fe 2021 - 22:45h.
- HUBERT, Klaus-Ullrich; VOIGT, Jens . Böhlener Heimatgeschichtler in Brasilien. Hostthüringer Zeitung. Aktualisiert: 01.01.2020, 20:18. Disponível em: https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=de&u=https://www.otz.de/regionen/saalfeld/boehlener-heimatgeschichtler-in-brasilien-id228033945.html&prev=search&pto=aue. Acesso em: 20 de junho de 2021 - 20:05h.
- HUGON, Paul. Demografia brasileira. São Paulo: Ed. Atlas/EDUSP, 1973.
- KÜHL, Johann. Wie Ich Negro-Branco wurde. Kalender für die Deutschen in Brasilien. São Leopold Rotermund, 1915.
- MENDES, Felipe Landim Ribeiro. Ibicaba revisitada outra vez: espaço, escravidão e trabalho livre no oeste paulista. Artigo.
- MOMBEIG, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo. São Paulo, Hucitec/ Polis, 1984.
- MARTINS, José de Souza. O cativeiro da terra. São Paulo: HUCITEC. 1996.
- MOMM, Nilo. Família Möller - Genealogia da família de Christian Gustav Möeller e Caroline Brödel.
- PETRONE, Maria Tereza Schorer. Imigração in FAUSTO, B. História Geral da Civilização Brasileira. TOMO III (O Brasil Republicano), 2º volume, cap.III. Difel, 2ª ed. São Paulo, 1978.
- SCHMIDT, Robert. Ein Film über ein unrühmliches Stück Geschichte. Thüringer Allgemeine. Aktualisiert: 06.10.2020, 19:00. Disponível em: https://www.thueringer-allgemeine.de/regionen/arnstadt/ein-film-ueber-ein-unruehmliches-stueck-geschichte-id230603814.html. Acesso em: 20/06/2021 - 21:00h.
- SCHULZ, John. A crise financeira da abolição: (1875-1901). São Paulo : Edusp : Instituto Fernand Braudel, 1996. 167p. Trad.[Afonso Nunes Lopes].
- SILVA, Henry Marcelo Martins da. Café, imigração e Urbanização no Interior Paulista.
- SINGER, Paul. Desenvolvimento econômico e evolução urbana. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 2.ª ed. 1977.
- STEINER,Carlos Eduardo. História e Genealogia da Família Steiner, dos Westerwald ao Capivari - Palestra.
- STEINER, Carlos Eduardo. Genealogia teuto-catarinense 1 - Origem e migração das famílias establecidas nas Colônias Santa Isdabel, Teresópolis e Itajaí (1847-1865). Edição do autor. Campinas SP, 2019.
- VIDOR, Vilmar. Industria e urbanização no nordeste de Santa Catarina. Blumenau: Ed. da FURB, 1995. - 248p. :il.
- WITTER, José Sebastião. Ibicaba, uma experiência pioneira. 2ª ed. rev.ampl., São Paulo : Arquivo do Estado, 1982[1974]. 170p. (Monografias, 5).
Leituras Complementares - Clicar sobre o Título escolhido:
Na metade do século XIX, a economia brasileira sofria um baque mediante a redução e o valor da mão de obra escrava, simultaneamente, a produção do café e as fazendas cafeicultura aumentavam e ocupavam o interior dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, precisando de mão de obra ágil, que não encontravam no homem nascido na região a partir do cruzamento das etnias, denominado "caboclo". Neste mesmo período, em solo europeu ocorriam transformações e impactos sociais - resíduo da industrialização tardia e a troca do manufaturado pela mecanização, originando pobreza e fome em algumas regiões desbastecidas destas"atualizações tecnológicas e que eram afetadas.
No Brasil, os cafeicultores optaram pela mão de obra do imigrante europeu, pela capacidade de produção. Na Europa, aliciavam a população empobrecida e vitima do novo cenário econômico industrial, seduzindo-os com propaganda e promessas que não eram cumpridas no Brasil e estes agentes migratórios tinham como parceiros locais, dirigentes e religiosos que acreditavam, com isto, estar resolvendo seu problema sociais local. Despachavam seus "pobres" para o Brasil, apoiando a ideia de que em solo brasileiros estes poderiam se tornar proprietários e aliviar sua fome. No entanto, não sabiam as reais condições de trabalho e nem que estes ocupariam o lugar da mão de obra escrava e em muitos casos, suas instalações, muito endividados e amarrados ao seu senhor com uma grande dívida, esta não esclarecida e ocultada na hora da contratação. Todo este sistema, também contava com uma rede de jornais alemães, que propagavam "notícias" sobre o brasil e até correspondências de alemães que viviam além mar, com fatos inverídicos, caracterizando as "fakenews" naquela época. A exemplo desta situação - em 1852 as autoridades do Dorf Böhlen, sem considerar a vontade das pessoas envolvidas, enviaram 155 pessoas para as fazendas de café do Rio de Janeiro, que foram embarcados em 3 navios.
Governos europeu receberam denúncias do Brasil, do que vinham passando seus conterrâneos em solo brasileiro. Tomaram medidas enérgicas, entre elas a fundação da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" - Colonisation Vereins Hamburg - com sede em Hamburg. Hermann Bruno Otto Blumenau era um dos fiscais e que foi despachado para o Brasil para checar a real situação de seus compatriotas. Este retornou para a Alemanha com a narrativa de que os imigrantes alemães estavam em situação muito boa, com isto já tinham planos para seus próprios negócios que, junto com o editor de jornal alemão Günther Fröbel, seu amigo, disparavam propagandas das maravilhas de migrar para o Brasil. Há artigos publicados na Alemanha sobre isso. Fröbel também publicava cartas em seu jornal de "cartas" de emigrados que narravam algo muito romanceado e muito diferentes daquilo que realmente acontecia nas fazendas de café do Brasil.
Após um período do uso do sistema de parceria, o qual tornava o imigrante cativo da fazenda onde trabalhava pela dívida que colocavam em sua conta e mediante revoltas e interferência dos lugares de origem deste, os cafeicultores acharam melhor mudar e "libertaram" esta mão de obra. Temiam ficar sem qualquer mão de obra.
Muitos deste imigrantes alemães se mudaram para o Sul do Brasil, onde adquiriram terras e fizeram famílias. Em Blumenau ficou conhecido a comunidade que se instalou junto a empresa da Cia Jensen, em Itoupava. Dispersaram-se por várias regiões do Sul do Brasil. Há pouco tempo, pesquisando soubemos que a esposa de Gottlieb Reif era da fazenda de café do Rio de Janeiro - Independência, para onde foram famílias de Böhlen, e que esta, e outras famílias, mudaram-se para Blumenau.
Atualmente na cidade de Böhlen, pesquisadores buscam reconstruir esta história e promover o encontro dos descendentes destes imigrantes com sua história em seu Dorf.
Concluímos que foi uma realidade, não somente em Böhlen, e como ocorria no aliciamento de africanos com auxilio de seus próprios patrícios, também ocorriam na Europa, Alemanha, para sanar os problema sociais que tinham em suas cidades, "despachando" os seus pobres para cobrir a falta da mão de obra escrava, em solo brasileiro, mediante os atos abolicionistas - incentivado pelos ingleses - que ocorreu de fato, em 1888 com a Lei Áurea. Os atores que faziam parte desta estrutura eram os fazendeiros, os agenciadores que "Importavam a mão de obra" ou colonos, transportando-os em navios a partir de portos do mar do norte da Europa, como era Hermann Blumenau e que também tinha o papel de fiscal do governo alemão para checar a situação dos emigrados, no Brasil - os imigrantes, geralmente pessoas que enfrentavam uma nova realidade social e econômica na Europa e que permaneceram às margens da nova sociedade. Este período da história agora ficou muito claro.
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Rio de Janeiro - 1852 |
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Mensagem de Genésio Uhlmann em 04 de novembro de 2021 - 11:49h
Via Correspondência Eletrônica
Bom dia Angelina, tudo bem ?
Os familiares da minha esposa são da região de Patone, Rovereto (Itália) e Metzingen (Alemanha). Promovem muitos encontros familiares desde Encantado RS. (Em Encantado a família Conzatti está fazendo um grande trabalho com a construção do Cristo Protetor).
Contando a história dos descendentes da Turíngia, na semana passada o pessoal de Metzingen viajou a Böhlen para conhecer o local e sua história.
Isso só foi possível pois enviei a eles a reportagem que você fez em seu blog.
Compartilho contigo algumas fotos pois achei bonitas.
Autor das fotos: Claus Conzatti.
Ao que parece na Vila de Böhlen os jovens saem e buscam oportunidades em outros grandes centros. A Igreja que aparece na foto construída em 1823 no momento está fechada / interditada e requer reformas, mas provavelmente já foi palco de batizados, casamentos de alguns de nossos descendentes no passado.
Autor das fotos: Claus Conzatti.
Parte da História de muitas família - no Brasil!
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twiter)
Meus trisavós foram dessa leva de imigrantes. Ao desembarcar no Rio de Janeiro eram convencidos a ir trabalhar nas fazendas de café. Trabalharam no Rio de Janeiro. Eram da família Möller casados com Broedel. Mais tarde os Möller conseguiram vir para Santa Catarina e o Broedel foram para o Espirito Santo. Conto um pouco disso na página da familia Möller. Eles eram de Bohlen.
ResponderExcluirhttps://familiamoeller.tripod.com/
ResponderExcluirFazenda Santa Justa
Os dois últimos comentários são de Nilo Momm
ResponderExcluirObrigado sobrinha por divulgar a história de um de meus ancestrais...
ResponderExcluirAhh que bom que o senhor viu. Atualizei com mais algumas informações. História rica em detalhes, Onkel Nilo. Fico muito feliz que também goste de história, genealogia. Hertzliche Grüss aus Blumenau.
ExcluirNilo Momm (mommnilo@yahoo.com.br)
ResponderExcluirÉ providencial o contato, podemos ter boas trocas de informações.
ExcluirCara Angelina,
ResponderExcluirCreio que posso contribuir com mais detalhes sobre a história dessa imigração.
Se você perceber na reprodução da lista de passageiros do navio que saiu de Hamburgo, verá que a maior família era a de Peter Saar, embora isso não seja citado no corpo do texto.
Peter Saar era meu pentavô. Junto com ele, veio para o Brasil meu tetravô: Luiz Saar.
Eles se envolveram em um episódio na fazenda Santa Rosa, no Rio, que mudou o destino da família. Peter liderou uma revolta dos imigrantes em 1853, foi preso e condenado a 4 anos de prisão. Para receber o perdão da pena, ele assinou um termo se comprometendo a nunca mais ter contato com colônias de alemães. Por isso, se transferiram para um local remoto da zona da mata mineira, onde nasceram meus pais. Tenho tudo isso documentado, com detalhes da rebelião dos imigrantes, da prisão e tudo mais.
Vem daí o fato de que minha família não manteve qualquer traço da cultura alemã. O assunto de nossa origem sempre foi esquecido.
Se houver algum pesquisador interessado no tema, posso compartilhar o material.
abs,
Ronaldo Martins (SAAR - o sobrenome que meu pai não recebeu, embora fosse bisneto de alemães)
Ola Ronaldo tenho interesse no seu material porque acredito que meu tetravo tb estava envolvido nesse episodio voce pode me contactar no meu email? andreaweisslou@gmail.com
ExcluirMeu pentavô se chamava Heinrich Müller ou Mueller e era casado com Catharina Mathias, tiveram minha tetravó Emma em 1856 em Santa Justa, Rio de Janeiro. Sabes de alguma coisa caro amigo, se tem parentesco com esse "Möller"?
ResponderExcluirOla Thiago...Alguem que cuida da árvore da família Möller escreveu...."Tenho um Heinrich Muller casado com Katharina Mathes e pais de Robert Joachim Mulller nascido em 13.05.1864. Deve ser o mesmo, Não tenho mais nenhuma informação."
ExcluirE ainda colocou: https://www.scielo.br/j/rbh/a/qWYPRWc6Wn33pZMLxG856QK/?format=pdf&lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbh/a/qWYPRWc6Wn33pZMLxG856QK/?lang=pt
Abraços.
Muito obrigado, devem ser o mesmo casal.
ExcluirSe não for muito incomodo, poderia me passar o link dessa árvore da família Möller? Sou meio leigo em achar esse tipo de coisa.
ExcluirEu pensei que passei...Meu Tio Nilo é da família Möller....e responsável pela árvore. Ele está sabendo de sua dúvida. Quando ele puder....pode ser que ele te passe... Abraços.
ExcluirObrigado novamente. Aquele link que a pessoa tinha passado era relacionado à carta que Heinrich Möller escreveu a respeito da viagem da Alemanha até Santa Justa Rj, no navio Lorenz, onde sua mulher concebeu sua filha e a batizou com o nome de Lorenzine em homenagem ao navio. Heinrich Möller de Sitzendorf... Sua mulher Catharina era natural de Burkersdorf. Depois vieram para a colônia Santa Isabel em Santa Catarina, no ano de 1860, com os seguintes filhos: Augusto, Emma, Selma, Lorenzine - Aí depois se estabeleceram em Gaspar, onde em 1885 o carpinteiro Heinrich Möller faleceu aos 74 anos.
ExcluirEu anteriormente havia pedido o link da árvore pois eu queria contatar esse aparente descendente de Robert Joachim Müller através do comentário dele. Aliás o Heinrich foi vizinho do Gustav Müller, perguntei em um grupo e um camarada disponibilizou alguns documentos, citando assim que eram vizinhos.
ExcluirMuito legal....Deixe aqui seus comentários...local de encontro de familiares....rs Tenho certeza que logo tem mais informações...Abraços.
ExcluirOi, tudo bem? Acerca dessas informações, todos aqueles que imigraram para o Brasil vindos da Turíngia foram enviados a força para o Brasil ou somente a população vinda de Böhlen? Meu antepassado era Friedrich Bourdot, vindo de Rudolstadt. Gostaria de encontrar algum documento dele, você saberia me direcionar para onde encontrar algum deles? Desde já, obrigada pelo seu trabalho e atenção em me responder!
ResponderExcluirBom dia...Esta história chegou a mim, por conta da presença dos pesquisadores que estão aqui em SC pesquisando. Escrevemos e publicamos que houve imigrantes de várias partes da Alemanha. Não sabemos se foi obrigado. Não encontramos nada sobre este sentido. É um assunto amplo que necessita muita pesquisa. Aqui, apresentamos somente uma amostra de algo que poderá, tranquilamente ser uma e se fazer uma tese. Eu não saberia...Abração e sucesso em suas pesquisas.
ExcluirParabéns pelo belo material. Meu nome é Adsonei Linder e descendo dos Weiss e dos Mänchenn de Böhlen, Turíngia. Imigrantes de 1852. Muito importante conhecer nossa história.
ResponderExcluirParabéns pelo excelente trabalho. Meu nome é Thaís e descendo da família Bratfisch.
ResponderExcluirMuito obrigada. Há membros desta família, também na região. Abraços.
ExcluirLindo trabalho Angelina, eu tenho um sitio na Segunda Linha, sou de Blumenau, descendentes de Alemães e Italianos principalmente dai, estou espalhando e incentivando toda a história na região, inclusive promovendo a sua pesquisa, fiz um lugar chamado Refugio Dolomiti, super abraço para você e parabéns pelo excelente trabalho, estudo Genealogia também, ja tenho mais de 1600 registros familiares e das regiões que meus antepassados viveram, testes de DNA e outras coisas. Clecio Marquetti, filho de um Marquetti do Gasparinho e de uma Richter do Encano em Indaial. :)
ResponderExcluirMuito prazer Clacio Marquetti. Obrigado por tão rico retorno. A pesquisa é uma contribuição para que possamos fazer um trabalho mais completo para as futuras gerações. Parabéns por seu trabalho. Abraço grande....
ExcluirMuito obrigada....
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