Vamos conhecer um pouco de Iphofen, a partir de sua história milenar e de nossas imagens. Sempre fazendo um paralelo com nossa realidade.
Iphofen é uma cidade da Baixa Francônia, localizada no distrito de Kitzingen - no estado da Bavaria. A cidade é conhecida na Alemanha, por sua produção de vinho e também pelo patrimônio histórico arquitetônico preservado. A cidade ainda mantém originalmente, seus muros, como também, edificações históricas intramuros, o que a faz ser muito visitada.
Comentário:
Muitas vezes, em algumas cidades do Brasil, por exemplo, não existe a sensibilidade para observar, o quanto as pessoas de outros locais apreciam passar suas férias em contexto históricos originais e munidos de lastro histórico. Permite-se que a história da paisagem das cidades, muitas vezes responsáveis por sua identidade, seja trocada por vidro temperado e concreto banalizando os ambientes de todas as cidades, sem referencial e dentro de uma arquitetura duvidosa. Nestas cidades alemãs, observamos que, quando um edifício não apresenta mais função para um determinado uso, ele fica vazio, mas não é demolido e retirado da paisagem de todos - do conjunto histórico. Em outro momento poderá ser usado, mas nunca retirado, pois é uma ação sem volta dentro da continuidade histórica na paisagem. Um exemplo nesta cidade de Iphofen - a igreja luterana.
A cidade está localizada aos pés do Schwanberg, ao sul de Rödelsee; sudoeste do distrito de Kitzingen da Bavaria. Mais precisamente, está distante aproximadamente 9km de Kitzingen - pela Bunesstrasse 8 .
A publicação mais antiga que menciona Iphofen é do ano de 741. Esta, explica que Iphofen foi uma Diocese de Würzburg. É um documento ligado à igreja e menciona que nesta época foi registrada, entre as 25 igrejas que respondiam ao Bispo Karlmann, a igreja batismal Johannis baptistae real de Iphofen. Durante os séculos XIV e XV, Würzburg adquiriu os direitos de outros nobres que tinham boa posição social na cidade, como os Hohenlohe e os Condes de Castell. Em 1325, a família Castell vendeu suas propriedades para Ulrich von Hanau, que em 1331, vendeu para o Bispo de Würzburg.
Würzburg recebia o dízimo da propriedade real local. Sua transferência foi encontrada na Igreja de Iphofen Kirch Johannes der Täufer.
No ano de 1293, Iphofen foi elevado ao status de cidade pelo Bispo Manegold de Neuchatel de Würzburg.
Würzburg recebia o dízimo da propriedade real local. Sua transferência foi encontrada na Igreja de Iphofen Kirch Johannes der Täufer.
No ano de 1293, Iphofen foi elevado ao status de cidade pelo Bispo Manegold de Neuchatel de Würzburg.
Durante este tempo, a cidade se desenvolveu dentro de uma
fortificação. A primeira fase do muro foi concluída em 1331. Os muros da cidade foram totalmente concluídos somente no ano de 1421. A
construção da Igreja Paroquial St. Vitus começou no ano de 1414.
Durante a
segunda metade do século XVI, a religião predominante na cidade foi quase totalmente luterana. Foi um período.
Com as políticas confessionais e intervenções a partir do bispado de Würzburg - cujo titular foi o Bispo Julius Echter von Mespelbrunn, e numerosas conversões forçadas, sob violência, ao catolicismo, fez mudar os números e esta realidade. A quantidade de católicos aumentou consideravelmente e de maneira constante. Aliado a esta questão histórica, outra que contribuiu foi que, boa parte da elite luterana local faleceu durante o período da peste negra entre os anos de 1582 e 1586.
No ano de 1650 só existia a religião católica na cidade de Iphofen.
Desde o ano de 1620, a cidade sofria invasão de mercenários, junto com as consequências da Guerra dos 30 anos, entre outros. Tudo devidamente registrado nos arquivos municipais – nas atas do Conselho. A construção da Câmara Municipal em estilo barroco, teve início no ano de 1716.
O Barroco foi o estilo que nasceu a partir de uma reação da igreja católica à reforma protestante. Esta questão explica que a cidade de Iphofen tenha inúmeros edifícios no estilo barroco, uma vez, que durante um período de tempo, "erradicaram" todos os representantes da igreja luterana.
Em 1803, a cidade saiu do comando do Bispado de Würzburg, sob influência do
Franco Império e passou a fazer parte do Reino da Bavaria.
Em 1º de janeiro de 1972, seis municípios independentes foram anexados a Iphofen. Em 1905, a produção de vinho teve uma grande queda o que foi recuperada durante o século XX. Durante a 2° Guerra Mundial foi poupada porque tornou-se um "Hospital". Ruppert Schneider e Karl Heinz Spielmann tornaram Iphofen uma base hospitalar para os feridos.
Torre mais alta atrás do muro da cidade - Igreja paroquial St. Vitus |
Bispo Julius Echter von Mespelbrunn |
Com as políticas confessionais e intervenções a partir do bispado de Würzburg - cujo titular foi o Bispo Julius Echter von Mespelbrunn, e numerosas conversões forçadas, sob violência, ao catolicismo, fez mudar os números e esta realidade. A quantidade de católicos aumentou consideravelmente e de maneira constante. Aliado a esta questão histórica, outra que contribuiu foi que, boa parte da elite luterana local faleceu durante o período da peste negra entre os anos de 1582 e 1586.
No ano de 1650 só existia a religião católica na cidade de Iphofen.
Desde o ano de 1620, a cidade sofria invasão de mercenários, junto com as consequências da Guerra dos 30 anos, entre outros. Tudo devidamente registrado nos arquivos municipais – nas atas do Conselho. A construção da Câmara Municipal em estilo barroco, teve início no ano de 1716.
O Barroco foi o estilo que nasceu a partir de uma reação da igreja católica à reforma protestante. Esta questão explica que a cidade de Iphofen tenha inúmeros edifícios no estilo barroco, uma vez, que durante um período de tempo, "erradicaram" todos os representantes da igreja luterana.
Rathaus Iphofen - estilo barroco. |
Portão de Rödelsee |
Em 1º de janeiro de 1972, seis municípios independentes foram anexados a Iphofen. Em 1905, a produção de vinho teve uma grande queda o que foi recuperada durante o século XX. Durante a 2° Guerra Mundial foi poupada porque tornou-se um "Hospital". Ruppert Schneider e Karl Heinz Spielmann tornaram Iphofen uma base hospitalar para os feridos.
Igreja St. Vitus
Igreja St. Vitus é a maior igreja de Iphofen e está localizada na parte antiga da cidade - intramuros, ao norte, região onde está a praça, espaço público muito importante, onde acontecia os eventos sociais importantes da sociedade medieval.
Em publicação encontrada há o registro que no ano de 1293 existia uma capela no
local da atual igreja. Era uma capela particular de propriedade do Conde
Castell. Em 1303, foi usado pela
primeira vez o termo “ecclesia” para a edificação. Em 1349, a
capela teve o primeiro pároco, que deu início a sua construção – como uma edificação maior. Foi
consagrada sobre os Santos Vitus, Nikolaus, Jodocus, Helena, Barbara, Nossa
senhora e a cruz. No ano de 1414, o coro recebeu sua aparência atual e a torre
foi construída – isto é antes do descobrimento do Brasil.
Igreja Hl Blut |
Isso foi possível, graças a interferência direta de Würztburg
através do bispo Julius Echter von Mespelbrunn e também , em 1586, por conta da
conversão à força, da maioria protestante da cidade ao catolicismo. Quem esteve
à frente das obras foi Jobs Pfaff de Würzburg.
No ano de 1598, houve o aumento do volume do telhado localizado antes da
torre. Foi colocado um telhado com maior inclinação – conhecida torre Echter. Em 1680 foram unificadas a paróquia desta
igreja com a paróquia da igreja Hl Blut, resultando em mais melhorias no
edifício da igreja, executadas em 1701-1706.
A igreja sofreu um grande restauro em 1965-1965 e está
registrada e no Departamento de Conservação do Estado da Bavaria sob o número D-6-75-139-52.
A igreja apresenta fortes características do gótico tardio –
período de sua reconstrução, pelas presenças da colunata e monumentalidade e alto
pé direito.
Detalhe da praça da Igreja |
O órgão foi construído no ano de 1751 pelo famoso construtor de
órgãos Johann Philipp Seuffert. O organista construiu órgão para muitas igrejas de diversas cidades alemãs, até mesmo, para igrejas da cidade de Würzburg. Este, foi restaurado e ampliado em 1985-1986 pelo de
órgãos Gebr. Mann.
Na parte externa, sobre a entrada sul, há uma escultura de
uma criança com St Anne que foi feita no ano de 1529.
Capela de St. Michael
Igreja de St. Michael |
Porta capela |
É curioso, que foi este fato que deu origem à
capela, conhecido também pelo ossuário, construídas quando houve a remoção das
sepulturas do cemitério existente junto à igreja. Este ossuário foi mencionado
pela primeira vez no ano de 1380. Perdeu esta função no ano de 1690 e foi
reconstruído um cemitério junto a igreja St. Vitus. O local foi degradado. Em 1960
foram tirados o ossuário do local e depositado em um local - poço - nos arredores da cidade.
Em 1998, houve um resgate histórico e o local foi transformado em uma capela mortuária e houve o resgate do ossuário, este locado em seu porão.
Em 1998, houve um resgate histórico e o local foi transformado em uma capela mortuária e houve o resgate do ossuário, este locado em seu porão.
Historicamente a capela foi criada juntamente com o
ossuário. Houve sua profanação no ano de 1670. No ano de 2005 foi reconsagrada e aberta ao público. Seu número no Departamento de
Conservação de Estado da Baviera é o D-6-75-139-53.
Spitalkirche St. Johannes der Täufer
A igreja do hospital São João Batista ou Spitalkirche St. Johannes der Täufer, é um dos principais pontos focais da cidade Iphofen. Está localizada ao norte da Praça Julius Echter von Mespelbrunn e hoje oferece à comunidade protestante da cidade um lugar
de salas de culto e da comunidade.
O primeiro prédio caiu no século XVI, o mesmo Bispo de
Würzburg que já tinha feito benfeitorias nas igrejas, também auxiliou no Spitalkirche
St. Johannes der Täufer. Em 1607, o bispo Julius Echter von Mespelbrunn sugeriu
sua reconstrução e ampliação. E assim aconteceu e a obras duraram até o ano 1615. O original da primeira parte
desta história, o coro. Tudo o resto foi substituído. A Guerra dos Trinta Anos levou o conjunto e sua função ao declínio como
edifício hospitalar, mas não como igreja. Novamente, após a guerra, foi preciso
reconstruir. Em 1725, foi retirado o teto plano. O desaparecimento total da
Fundação como hospital aconteceu em 1977, quando foram retiradas as duas
últimas freiras, com isso, também o lar de idosos foi dissolvido. Após muitos
anos sem, em 1983, o local novamente foi ocupado. A comunidade luterana da
cidade de Iphofen recebeu autorização da cidade fazer uso do espaço.
Após reformas o espaço foi reinaugurado no dia 29 de março
de 1987.
Os muros da cidade são totalmente preservados e tem as
portas de Rödelsee (construída em 1455/1466), a porta principal Bernheimer
(1533-1548), o portão Heimer. As torres são: Mittagsturm , Bürgerturm , Eulenturm und Henkersturm
As imagens Comunicam...
Chegamos em Iphofen com uma chuve leve - Portão de Rödelsee |
Parte externa do Portão de Rödelsee |
Manutenção - por parte do poder público - do fosso |
Mittagsturm |
Detalhe do Portão de Rödelsee - Técnica mista - autoportante de pedra junto com Enxaimel ou Fachwerk |
Porta pivotante de madeira - técnica muito antiga adotada para dar movimento nas grandes portas medievais |
Porta do Portão de Rödelsee - pivotante |
Bürgerturm |
Mittagsturm |
Rua a frente da capela St. Michael e da Igreja St. Vitus |
Aos fundos torre da maior igreja da cidade - St. Vitus |
Contexto do detalhe - Paisagem da cidade com continuidade e harmonia - desprovida de quebras abruptas e elementos destoantes, ou ainda, com uma torre de 35 pavimentos. por exemplo. |
Igreja St. Vitus |
Interior da Capela St Michael
Interior da Igreja St. Vitus
Interior da Igreja Spitalkirche
Evidentes características barrocas o oposição à reforma protestante - parte da história local. |
Cidade novamente...
Arquitetura que impactou com a paisagem histórica |
Perspectiva em harmonia |
Torre Einersheimer |
Torre Einersheimer - Madeira e pedra estruturavam as edificações
do século VIII, IX até os séculos XII e XIII.
Passagem no interior do muro da cidade de Iphofen.
|
Parte do muro da cidade e torre Eulenturm. |
Muro original da cidade de Iphofen |
A presença da matéria prima do vinho é uma constante na paisagem natural e construída |
Repetindo uma história - Há algum tempo atrás, uma pessoa ligada à cultura local de Blumenau fez o comentário - "Afinal alemão não bebe vinho!!" - comentando um evento anual que ocorre no C.C. 25 de Julho de Blumenau no mês de maio - onde muitos de seus fundadores são oriundos da Francônia - norte da Baviera - região produtora de vinho. Também a cidade de Iphofen, que é desta região, produz vinho. Não somente isto - decora o processo de produção do vinho - ilustrado - nas fachadas de suas casas.
Detalhe - Para elementos móveis não chocarem contra os cantos das edificações. |
Fachwerk - Enxaimel - Iphofen. Reforma - troca de material seguindo os critérios de segurança e originalidade sob ponto de vista de material.
Os profissionais não usam o "Kluft".
O que é Kluft?
Acesse este link (Clicar sobre) , explica um pouco...Kluft
Portão Meinbernheimer |
Acesso aos altos do muro junto ao portão Meinbernheimer em detalhes da parte construída com estrutura enxaimel, juntamente com estrutura de pedras.
Porta do portão do Meinrbernheomer |
Caminhos dos vinhedos entre Iphofen e Rödelsee
Rödelsee - Unterfranken - Bavaria - Alemanha |
Fábrica da Knauf gesso - Iphofen |
Rödelsee - Unterfranken - Bavaria - Alemanha |
Lady a frente do carro nos caminhos dos vinhedos entre Iphofen e Rödelsee |
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