| Sálcio Del Duca e Jakeline Lisboa - Juiz de Fora. |
Registramos que, durante todo o evento, os palestrantes e participantes — provenientes de vários estados do Brasil e também de outros países com contribuição da cultura e do idioma alemão — receberam translado e, em alguns casos, hospedagem por parte da organização. Para encerrar o programa, viabilizaram a visita a duas cidades históricas de Minas Gerais: São João del-Rei e Tiradentes. Apesar de muitos já terem partido, cerca de 13 pessoas ficaram até o final. O motorista Marcos, da van, nos guiou pelas duas cidades. A saída ocorreu às 7h e o retorno às 19h do dia 7 de setembro de 2025 - dia da Pátria. No dia seguinte, alguns deste grupo partiriam para o Rio de Janeiro, de onde cada um seguiu para o seu destino.
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| Argentina, Brasil e Chile, se conheceram no evento do XX CAAL. |
Em São João del-Rei, coincidiu com o desfile cívico de 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil. Nossa primeira parada na cidade foi no Museu Ferroviário de São João del-Rei.
São João del-Rei
São João del-Rei é uma das cidades históricas de Minas Gerais, cuja população estimada é de 94.062 pessoas (2024). É a terceira mais populosa da região das cidades históricas, ficando atrás de Sabará e Barbacena. Está localizada a cerca de 15 km de Tiradentes, a segunda cidade que visitaríamos.
Os vestígios históricos mais antigos publicados sobre o local datam de 1696. Foram encontrados vestígios arqueológicos e historiográficos de ocupação humana que remetem ao período Neolítico.
Em 8 de dezembro de 1713, a povoação foi elevada à condição de Vila.
Antes da chegada dos imigrantes portugueses, no século XVI, no local viviam tribos de Puri.
A cidade se originou do "Arraial Novo do Rio das Mortes". Lourenço Costa descobriu ouro no Ribeirão de São Francisco Xavier, ao norte da Serra do Lenheiro, em 1704, o que fez surgir as primeiras nucleações urbanas. Posteriormente, Manoel José de Barcelos encontrou ouro na encosta sul da Serra do Lenheiro, no Tijuco, formando uma outra nucleação urbana que deu origem ao "Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar" ou "Arraial Novo do Rio das Mortes". Como outros arraiais mineradores, o povoado surgiu em torno de uma capela dedicada a Nossa Senhora do Pilar.
As disputas pelo ouro resultaram na Guerra dos Emboabas (1707–1709), um conflito entre os paulistas e os "emboabas" (imigrantes de outras regiões da colônia). Liderados por Manuel Nunes Viana, os emboabas venceram, garantindo o direito à exploração do ouro e à posse das terras. Neste contexto, foram criadas as Capitanias de São Paulo e a de Minas de Ouro.
Em 1713, o arraial foi elevado à condição de vila, recebendo o nome de São João del-Rei em homenagem ao rei João V de Portugal. No ano seguinte, a vila tornou-se sede da Comarca do Rio das Mortes. Durante o século XVIII, a economia local foi sustentada pela escravidão, com destaque para a agricultura e a pecuária, o que permitiu seu crescimento, mesmo com o declínio da mineração após 1750.
No início do século XIX, São João del-Rei era um importante centro urbano em Minas Gerais. Em 1838, foi elevada à condição de cidade, contando com cerca de 1.600 casas.
No final do século XIX, a cidade se modernizou com a instalação da Estrada de Ferro Oeste de Minas em 1881 e da Companhia Industrial São Joanense de Fiação e Tecelagem em 1893.
Em 1938, a cidade foi tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan).
No local, o grupo visitou o Museu Ferroviário de São João del-Rei, a Igreja de São Francisco de Assis e a centralidade da cidade, onde também almoçou.
Museu Ferroviário de São João del-Rei
A história do museu visitado é bem recente. Em 1981, quando a Estrada de Ferro Oeste de Minas completou 100 anos, inaugurou-se o Museu Ferroviário. No local, fomos gentilmente atendidos por Werner, de maneira espontânea. O acervo do museu é composto por objetos antigos — balanças, relógios, telefones, registradoras, sinos, ferramentas — e pela locomotiva EFOM nº 1, que foi a primeira da ferrovia. Há, ainda, um vagão de luxo, usado pela elite da época. A bitola dos trens utilizados é de 0,76 metro (760 mm), sendo a única no mundo a utilizar essa medida.
Só para se ter uma noção, a ferrovia do Vale do Itajaí (EFSC) foi lentamente sendo sucateada sob o pretexto de que sua bitola era muito pequena: 1 metro. Assim como ocorreu lá, e o trecho ferroviário ficou isolado, pois os trens não poderiam rodar por outras ferrovias nem serem substituídos por outros mais modernos. Consequentemente, as Marias-Fumaças permaneceram e os trechos ferroviários, isolados.
O grupo no museu:
Igreja Nossa Senhora do Rosário
É uma das mais antigas igrejas de São João del-Rei. sua primeira edificação foi benta pelo Vigário da Vara Dr. Manuel Cabral Camelo em 1719, onze anos depois de haver sido instituída a irmandade de Nossa Senhora do Rosário, que que aconteceu em 1.º de Junho de 1708, quando São João del-Rei era um pequeno arraial. Também foi instituída a irmandade de São Benedito, composta exclusivamente por negros. A primeira capela dessa irmandade foi benta no ano de 1719, sendo uma das primeiras da cidade. Entretanto, o templo que se vê atualmente é uma reconstrução iniciada em 1751 e terminada poucos anos depois, no mesmo local da primitiva edificação. Fica localizada na principal rua da cidade, a poucos metros da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar.


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| Parede do restaurante, onde o grupo almoçou. Enxaimel com fechamento com adobe. |
Sua construção foi iniciada em 1774. É um dos principais elementos da arte colonial brasileira. A igreja foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) junto com todo o seu acervo.
Sua história está ligada com fundação da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis em 8 de março de 1749. A Ordem construiu uma capela que se deteriorou com o passar do tempo. Em 1772 foi construída uma igreja maior. Aleijadinho foi contratado para fazer o projeto da estrutura e da decoração.
Em 1774, Francisco de Lima Cerqueira iniciou os trabalhos de alvenaria e modificou o projeto original, alterando as torres e as pilastras do arco do cruzeiro, nos óculos da nave e na disposição da sacristia.
Em 1781 a capela-mor estava concluída. O altar-mor foi construído observando o projeto de Aleijadinho, mas modificado por Cerqueira e executado por Luís Pinheiro de Souza. Cerqueira responsabilizou-se também pela execução de quase todas as esculturas e obras de talha, mas os dois altares do arco cruzeiro são considerados fruto direto do Aleijadinho.
Até 1804 haviam sido terminados a nave e os demais trabalhos no corpo da igreja. Em 1809 Aniceto de Souza Lopes concluiu as torres e o coro, além de executar, segundo o IPHAN, os relevos do frontão e do frontispício da portada. Alguns pesquisadores defendem a ideia de que os relevos da portada são obra de Aleijadinho. O grupo no Interior da igreja São Francisco de Assis.

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| Frau Wittmann, Frau Trespach e Frau Wolff Wanderer. |

Embarcando para rumar para Tiradentes.
Tiradentes está localizada na região central mineira, próxima a São João del-Rei. Sua população foi estimada em 7.744 habitantes em 2022. Seu nome antigo era São José del-Rei e foi uma das mais importantes vilas mineiras do Brasil Colônia, sendo um dos polos da produção aurífera. O seu nome atual é uma homenagem a Tiradentes, dada como um dos primeiros atos da Proclamação da República.
Suas antigas denominações foram: "Arraial Velho de Santo Antônio", "Vila de São José do Rio das Mortes" e "Cidade de São José del-Rei". O nome São José é uma homenagem ao então príncipe de Portugal, José I.
A vila de São José resultou do desmembramento da vila de São João del-Rei em 1718. A criação do distrito sede data de 16 de fevereiro de 1724. Foi a segunda vila a pertencer à Comarca do Rio das Mortes e a oitava criada em Minas Gerais.
Imediatamente após a Proclamação da República, o governo republicano precisava de uma herói que mascarasse a farsa e o golpe impetrado no Brasil ao destituir a família imperial e que justificasse "os novos ideais". A escolha recaiu sobre o alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes). Dessa forma, o nome da cidade foi mudado para Tiradentes por meio do Decreto Estadual n.º 3, de 6 de dezembro de 1889.




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Um registro para a História!
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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Leituras complementares - Clicar sobre o título escolhido
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- Parte 2 - XII CAAL
- Parte 3 - XII CAAL
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- Fachwerkbau in Südbrasilien - A Técnica Construtiva Enxaimel - Revista Weltruf - publicação revista alemã













































































































































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