Ao observarmos a paisagem na cidade, através de um breve passeio, é possível perceber as marcas das atividades sociais em sua paisagem, construída e natural - ambas partes do meio. Podem ser positivas ou não na paisagem da cidade, de acordo com o que é permitido em seu código de posturas e legislações e nas quais tem listadas as leis que fornecem diretrizes à ocupação do solo. As relações sociais da sociedade são muito complexas e estão relacionadas ao equilíbrio de "forças de classes". Há o predomínio de algumas sobre as outras e suas ações e nem sempre primam pela qualidade de vida no espaço de e para todos, mas em resultados positivos, quase sempre econômicos, para um dos grupos somente - que vive no espaço de todos. Para a obtenção deste equilíbrio, faz-se necessário que aqueles, escolhidos ou apontados para administrar e efetuar a manutenção dos espaços urbanos (administração pública) fossem assessorados por técnicos das mais diferentes áreas: da geografia, sociologia, arquitetura e urbanismo, engenharia sanitária, ecologia, entre outras tantas das áreas das humanas e não somente, das áreas da economia.
Antes da cidade ser uma "empresa" que deva focar somente em lucros (para alguns), é uma grande habitação onde todos vivem e usam espaços comuns. Desta equipe, as pessoas (principalmente as famílias que chegam) deveriam receber assessoramento e orientações de como trabalhar os espaços, seguindo um padrão e cultura, enaltecendo sua identidade.
Vamos dar uma voltinha na área central de Blumenau e observar estas marcas...
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Fundos da antiga Livraria Blumenauense - ícone cultural nas últimas décadas na cidade de Blumenau. Fechou suas portas de maneira abrupta. O Edifício foi submetido a uma reforma e adequação ao novo uso. Seu interior sofreu mudanças e seu exterior foi preservado. Fotografia tirada da rua Curt Hering |
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Localização do início dos registros |
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Detalhes de uma arquitetura comercial e residencial - uso misto - de outros períodos de tempo. está em bom estado de conservação na paisagem - fotografia da rua Curt Hering - Fundo da primeira fábrica dos Irmãos Hering que tinha frente para rua XV de novembro. |
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No Banco da Rua Curt Hering, olhando a paisagem da foto anterior |
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Complexo criado ao longo dos anos desde o início do século XX, onde estava a fábrica dos dois irmãos Hering. Atualmente - fundo do schopping da Hering, com outras atividades e serviços que impactam um pouco a paisagem - Vista da Rua Curt Hering. |
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Detalhe da foto anterior - Vista da Rua Curt Hering. |
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Detalhe da foto anterior - Vista da Rua Curt Hering. |
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Fotografia feita da Beira Rio - ou Avenida Presidente Castelo Branco - Foi permitido a construção de um edifício que "quebra" o skyline existente na área central de Blumenau e se "impõe" à paisagem existente em vários pontos d cidade, desconsiderando a história presente e a sequência do olhar do observador, principalmente quebrando a linha das montanhas, características da paisagem natural. Também foi construído às margens do grande Rio Itajaí Açu. |
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Grande área de lazer do blumenauense e espaço público. Esta é a Praça Jucelino Kibitschek - nome do presidente que ajudou a "fechar" as ferrovias, subjugou o Brasil ao rodoviarismo e foi "garoto Propaganda" da venda de caminhões e automóveis...da Volkswagen na década de 1950, com isto enfraqueceu o transporte fluvial na região igualmente. Atualmente - há alguns anos, é fechada e não é permitido o acesso do público, como também são bloqueados os acessos ao rio através de escadarias existentes na outra margem junto a Beira Rio. |
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Edificação construída às margens do Rio Itajaí Açu - anexo a praça fechada Praça Jucelino Kibitschek - Prainha, na qual está o Vapor Blumenau II e a Concha acústica inacessíveis e ao tempo. |
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Estações do transporte público urbano - sem uso atual, por falta de transporte público na cidade de Blumenau. Foram locados, a partir de uma linguagem internacional, destoando da paisagem existente e bloqueando a visão da paisagem do Rio - para quem estiver no outra lado da via. |
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Interior da estação de passageiros - Sem uso por falta de transporte público |
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Paisagem dos fundos da Estação de Passageiros - foto anterior - Pontos Focais da cidade e da Colônia Blumenau - preteridos atualmente |
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Morro do Aipim - propriedade que foi do Sr. Hermann Blumenau. Pretendia construir sua casa neste local. A propriedade ficou de herança para seu filho Sr. Pedro Blumenau, que deu de Presente à cidade de Blumenau. A edificação do Resturante Frohsinn foi construída de maneira não legalizada - um restaurante em enxaimel na década de 1960. Teves momentos áureos com visitantes ilustres. O espaço ficou elitizado, mesmo sendo um espaço público. Entrou em decadência na década de 2010. Foi "abandonado" à própria sorte e sofreu com o vandalismo. Levantou-se a hipótese de vender o patrimônio público. A comunidade de Blumenau reagiu `a idéia sugerida pela administração pública. A edificação sofreu um incêndio misterioso no ano início de 2015 e não foi esclarecido. Com o dinheiro do seguro, foi iniciado o restauro da tipologia enxaimel. Observando a construção (Esta fotografia) é perceptível que o restauro não reconstitui a edificação original que tem fotografias (Abaixo). |
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Edificação original que sofreu incêndio misterioso e está sendo restaurada atualmente. Observar a foto anterior, é perceptível visualmente que não ocorre o restauro, mas sim a construção de uma nova edificação para uso privado, como desejava a administração pública antes do incêndio. Não mais foi mencionado a venda do patrimônio blumenauense. |
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Justificativas para a não venda do patrimônio público - publicadas no Jornal Expressão Universitária da FURB - Matéria da jornalista Magali Moser |
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Porto Fluvial, continua sendo um espaço público, dentro da cidade, que as pessoas frequentam, mesmo sem as adequações necessárias e inerentes a um espaço público desta vocação. Está localizado junto ao Centro histórico - Primeira "Porta" de Blumenau e do Vale do Itajaí, quando este era conhecido como Colônia Blumenau. |
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Grande Rio Itajaí Açu - respeitado em toda sua a extensão do Vale do Itajaí - das montanhas até o mar. Sempre teve peixe e pelo visto continua tendo, mesmo que suas águas recebam uma gama grande de dejetos e produtos químicos ao longo de suas margens. Além de depósito de objetos sólidos. Pescaria de final de tarde - área central de Blumenau - Foto da Rua Beira Rio - Av. Presidente Castelo Branco. |
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Grande Rio Itajaí Açu - respeitado em toda sua a extensão do Vale do Itajaí - das montanhas até o mar. Sempre teve peixe e pelo visto continua tendo, mesmo que suas águas recebam uma gama grande de dejetos e produtos químicos ao longo de suas margens. Além de depósito de objetos sólidos. Pescaria de final de tarde - área central de Blumenau - Foto da Rua Beira Rio - Av. Presidente Castelo Branco. |
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Trabalho de pessoas, cidadãos voluntários que se sensibilizam com espaços degradados e fazem acontecer. |
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O Rio, grande ponto focal natural, caminho, vida, irrigação - nos primeiros tempos de Colônia Blumenau |
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Vida na cidade - Fauna a partir do rio. João de Barro - Arquiteto da natureza Está sobre as escadarias que por muitos anos deram acesso ao grande Itajaí Açu. Atualmente acesso bloqueado. |
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Vida na cidade - Fauna a partir do rio. João de Barro - Arquiteto da natureza Está sobre as escadarias que por muitos anos deram acesso ao grande Itajaí Açu. Atualmente acesso bloqueado. |
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Fauna natural |
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Marcas nas margens do Rio Itajaí Açu de outros tempos - Trapiche do Vapor Blumenau II |
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Vapor Blumenau II - Década de 1980 Barco se perdeu às margens do Rio Itajaí Açu na Divisa entre Blumenau e Gaspar |
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Equipamentos urbanos a beira rio, sem acesso ao rio e sem visibilidade para o rio. |
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Equipamentos urbanos a beira rio, sem acesso ao rio e sem visibilidade para o rio. |
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Equipamentos urbanos a beira rio, sem acesso ao rio e sem visibilidade para o rio. |
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Primeiro edifício construído em Santa Catarina - Projeto do Arquiteto Hans Broos Arquitetura Moderna - Foi edificado no terreno onde estava edificado o antigo Hotel Holetz |
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Foto tirada de sobre a ponte na Foz do Rib. Garcia. Ano - 1902. SAm54-0113.jpg - Coleção Leibniz Institut Fur Laenderkul - Anônimo - Hotel Holetz - 1902 posterior |
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Hotel Holetz - Início Século XX |
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Às margens da foz do Rib. Garcia - Lado da Rua XV de Novembro |
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Ribeirão Garcia - coloração não é natural |
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El Nino |
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Ponte sobre a Foz do Rib. Garcia |
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Antiga Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores Atual Fundação Cultural de Blumenau |
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Mesmo local com ponta mais antiga. Aos fundos - Prefeitura Municipal de Blumenau - Não é o Mesmo edifíco do Câmara e Cadeia que trabalhou o Sr. Blumenau - como ouvimos esta semana. |
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Neste Edifício trabalhou Sr. Hermann Blumenau |
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El Nino e destinho dos florais que adornam a cidade |
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Mudando o local dentro da área central é percebido a presença daquele que provoca o impacto visual e os demais impactos em um presente imediato. Foz do Rib. Garcia visto de cima da ponte - voltado para a Prainha |
A Praça Hercílio Luz está localizada na Foz do Rib. Garcia no Rio Itajaí Açu. José Deeke citando uma antiga “Conversa de um velho colono blumenauense”, assim resumiu a importância desse rio: Nos primeiros anos da Colônia, o rio Itajaí-Açu foi a rua principal de Blumenau.
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Lemos em algum lugar que quem ocupasse a construção sobre a praça, tomaria conta de mesma... Para evitar a degradação e presença de "vagabundos".....
Fizemos imagens do local no decorrer da semana...E a sentimos um pouco "Largada!"
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"A Porta de entrada na Colônia de Blumenau, historicamente foi o Porto Fluvial, junto a Foz do ribeirão Garcia. Ali desembarcaram os primeiros imigrantes alemães no primeiro tempo e depois foi dali que seguiam viagem cargas e pessoas, quando existia a intermodalidade entre o transporte fluvial e o transporte ferroviário no Vale do Itajaí, até 1954, quando foi inaugurado o trecho ferroviário até Itajaí. Na década de 60 do século passado este espaço público era realmente público e tinha uma infraestrutura para o uso dos blumenauenses e visitantes, com caminhos e equipamentos, interligando espaços e áreas naturais e criando espaços naturais de recreações, como ilustra a fotografia. Havia uma praça que permitia e visão da paisagem da cidade e da curva do rio para contemplação. Também existia caminhos sob a ponte sobre o ribeirão Garcia que permitia o acesso às margens deste e um Rua da Palmeiras como centro de toda esta paisagem."
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A Praça do Porto foi elevada a categoria de Praça da Prefeitura - O mesmo significado espacial que a Praça XV de Novembro próximo ao antigo cais, chegada na Ilha de Santa Catarina - Florianópolis |
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Construção na Praça permitida em 1996. Bloqueio de uma das vistas mais lindas da cidade a partir de Praça. Na época foi aprovado a construção de um fábrica de cerveja artesanal que não durou muito fechar as portas. Atualmente funciona um restaurante no local. A Praça está com aspecto de abandono - Fotos seguintes |
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Esta árvore se encontra no meio do ambiente do restaurante. A vista de contemplação natural Aos fundo a antiga igreja católica |
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Edificação no espaço da Praça - Espaço público - Bloqueio visual da cidade |
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Parte dos fundos , próximo ao rio da Praça Hercílio Luz - Nome de Político republicano que "chegou" à Colônia Blumenau |
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Edificação do Restaurante - Bloqueio visual do rio e da cidade de quem está na Praça |
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Praça sem flores, sem pessoas, sem acesso à paisagem do rio e com mato |
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Placa do Monumento do Imigrante na praça |
Está escrito na Placa do Monumento do Imigrante colocado na Praça Hercílio Luz - antiga Praça do Porto e da Prefeitura, atualmente, jardim de um restaurante.
"Para conquistar, com energia e coragem, uma nova Pátria, aqui chegaram, a convite do Dr. Blumenau, em 2 de setembro de 1850, os primeiros imigrantes: Reinhold Gaertner (primeiro Cônsul alemão), Franz Sallenthien, Paul Kellner, Julius Ritscher, Wilheilm Friendenreich, sua mulher Minna e duas filhas menores Clara e Alma, Daniel Pfaffendorf, Friedrich Geier, Friedrich Reimer, Erich Hoffmann, Andreas Boettcker, Andreas Kuhlmann, e sua mulher Johanna e as filhas Maria e Christinne. Para perpetuar sua memória foi colocada esta placa, no primeiro centenário de Blumenau - 1950."
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Subsolo do Grande Hotel |
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"Informações Turística" - Rua XV de Novembro - desativada |
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Moradores da sacada da Antiga Casa Meyer |
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"Briga" pelo Espaço. Edificação sedendo espaço à vegetação |
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Poluição visual a partir das adequações tecnológicas na arquitetura - Rua XV de Novembro |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse El Nino |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse Aos Fundos Campanário da Catedral São Paulo Apóstolo |
Para ler sobre a Catedral São Paulo Apóstolo - Clicar sobre o título: Arquitetura - Catedral São Paulo Apóstolo - Arquitetos alemães Gottfried e Dominikus Böhm
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
Para ler sobre a Casa Husadel - Clicar sobre o título: Casa Husadel - 120 anos
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
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Rua XV de Novembro - Wurststrasse |
Olhando nossa cidade através das lentes e marcando e construindo história para as futuras gerações. Fotos do dia 29 de janeiro de 2016.
Interessante post, porém achei muito longo, seria interessante se fosse dividido em 3 ou 4 partes para que se possa melhor "digerir" tanta informação...
ResponderExcluirMas falando do tema do post: infelizmente Blumenau padece do mesmo mal da maioria das cidades brasileiras, onde a história tem sido apagada e a falta de planejamento urbano faz estragos bem grandes.
Moro em Curitiba, mas em 2007 resolvi ir para Blumenau, mesmo sem conhecer a cidade, para mudar de ares em um novo emprego, que acabou durando apenas 6 meses. Fui para lá imaginando que ainda veria muito da cidade dos velhos postais das décadas de 60 e 70 com sua arquitetura alemã e ares europeus. Que decepção foi ver que Blumenau não preserva sua arquitetura e cada dia se parece mais com qualquer outra cidade "comum" e mais recente do interior do Brasil.
Coisas absurdas como o incêndio do Resturante Frohsinn reforçam o que estou afirmando... Quando me falam em fazer turismo em Blumenau eu digo que um final de semana basta pra conhecer e olha lá. Simplesmente tem cada vez menos coisas pra ver.