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| Desenho extraído da proposta do TCC - com destaque para a Casa Sens, construída pelo pioneiro da cidade, Fernando Sens. |
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| Amanda Welter. |
O trabalho foi desenvolvido em um local da cidade do Alto Vale do Itajaí - Ituporanga, considerando uma tipologia do patrimônio histórico arquitetônico local e regional - a "Casa Sens", as ruínas da Ponte Marculino, sistema viário presente no entorno, o Rio Itajaí do Sul e os parques públicos das imediações, como também outras edificações públicas, como: igrejas, monumentos, clubes, etc.
O primeiro contato com o local da proposta, por parte da equipe do trabalho, Amanda e a orientadora, aconteceu no dia 29 de agosto de 2020, onde também aconteceu, mais um levantamento fotográfico e estudos do entorno imediato ao local estudado.
Mapa de Ituporanga - História do município no link no final desta postagem.
Proposta
“Para a sustentabilidade do patrimônio histórico no projeto de revitalização se faz necessário a reutilização da estrutura física, a reutilização dos materiais conservados e a restauração daqueles deteriorados, a utilização de materiais novos que não agridam o patrimônio edificado nem mesmo o meio ambiente, (...). Júlio César Pereira)
1 - Introdução
A cidade de Ituporanga apresenta as datas - do início de sua urbanização e de sua emancipação política, muito recentes: anos de 1912 e 1949 respectivamente.
Mesmo assim, dentro deste pequeno intervalo de recorte histórico, quase não é detectado, a presença de elementos que comprovem a construção deste espaço urbano e sua estruturação através das primeiras edificações e suas relações com o rio - um dos principais elementos pela configuração urbana da espacialização da cidade - característica das cidades colonizadas por imigrantes alemães e também da maioria das cidades alemãs.
No texto de Peluso retirado do trabalho do IPHAN 70 Anos - Patrimônio do Imigrante de 2007, foi destacada esta característica.
“Três elementos principais conjugaram-se para definir o modelo de ocupação do território (...). Os lotes foram demarcados quase sempre a partir dos cursos d’água, estendendo-se até as cumeadas; os caminhos seguiam preferencialmente os rios, cortando várzeas e subindo elevações, interligando as bacias e os vales da região. (...) Os caminhos assumiram decisivamente as linhas da geografia, seguindo os cursos d’água nas várzeas e a topografia mais propícia nas encostas.” IPHAN, 2007
A Casa Sens, construída pelo filho do pioneiro Mathias Gil Sens da região de Ituporanga, Fernando Sens, em 1935, representa e exemplifica este tipo de ocupação do pioneiro alemão na região e na cidade.
Com isso, este trabalho apresenta diretrizes urbanísticas, as quais promovem um novo status desta tipologia pertencente ao Patrimônio Histórico Arquitetônico (Baseado no levantamento da AMAVI), de maneira regional e simultaneamente, dentro do conjunto urbano de Ituporanga, integrada a outros elementos importantes estruturantes de sua malha urbana, resgatando sua relação com o rio, existente nas primeiras décadas históricas do local. Este rio que é importante para a formação dos espaços públicos urbanos, como elemento estruturador não somente da cidade, mas também, da paisagem natural, de práticas esportivas e via alternativa de tráfego.
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| Casa Sens - Acervo Família Sens. |
A Casa Sens também, através das diretrizes arquitetônicas deste trabalho - terá seus usos readequados de acordo com o programa de necessidades pré-elaborado, acordados aos objetivos deste trabalho, sem com isso, significar sua descaracterização como representante e elemento original pertencente ao patrimônio cultural do Alto Vale do Itajaí e de Santa Catarina.
1.1 - Problema e Justificativa
A Casa Sens, de acordo com João Nicolau Sens, é um marco na história da colonização de Ituporanga, construída pelo pioneiro Fernando Sens em 1935 e, também, uma referência, a qual faz parte da identidade da paisagem da cidade (João N. Sens, p. 35, 2010).
A edificação não é reconhecida formalmente, como patrimônio histórico arquitetônico, mesmo que em 2006, a mesma foi levantada pela AMAVI para iniciar o processo de tombamento, que não teve sequência.
Atualmente, esta se encontra suscetível às ações de desmonte, degradação e descaracterização, sem contar, com a ausência de manutenção, para sua ruinificação de maneira natural e constante.
Além da presença desta importante tipologia do Patrimônio Histórico Arquitetônico local e regional, Ituporanga possui elementos urbanos estruturantes como praças, parques, igrejas, espaços de administração pública e espaços de visitação, que se encontram desconectados e sem integração espacial, formando um organismo urbano a partir de suas vias, que encontram desprovidas de uma organização hierárquica ordenada e com a presença da intermodalidade.
A valorização da Casa Sens e o resgate de seu contato com o rio se efetivará se for considerado nesta proposta, sua integração a estes elementos formadores da estrutura urbana de Ituporanga, inicialmente citados e, a reorganização das vias e a reorganização de suas hierarquias. Esta proposta, também contará com o resgate da histórica Ponte Marcolino, localizada nas imediações da edificação histórica sobre o Rio Itajaí do Sul, cuja estrutura ainda se encontra presente no rio.
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| Casa Sens. |
Para justificar lembramos o ideário de Jacques Le Goff, no qual afirma, que Patrimônio Histórico faz parte da identidade de uma sociedade, quanto suas características, costumes, seu comportamento, além de ser um registro fundamental para seus sucessores. Segundo o historiador:
(...) a importância da Preservação do Patrimônio Histórico pode ser associada à memória coletiva e individual, pois é através da memória que nos orientamos para compreender o passado, o comportamento de um determinado grupo social, cidade e nação. O avivamento da memória também contribui para a formação de identidade, resgate de raízes, que está ligada a formação cultural e econômica de um povo” (LE GOFF, 1990).
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| Serraria na década 40. |
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| Ponte Marcolino década 50. |
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| Ponte Marcolino década 70. Serraria aos fundos. |
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| Ponte Marcolino década 90. Serraria aos fundos. |
1.2 Objetivo Geral e Específicos
1.2.1 Objetivo Geral
Através de um novo uso da Casa Sens, resgate da histórica Ponte Marcolino e do entorno imediato, integrar o conjunto à paisagem natural do rio (unindo as duas margens) e este conjunto, à cidade, através de nova estruturação viária sob os aspectos de trânsito e também, do acréscimo de equipamentos urbanos. Com isto, criar espaços de contemplação, valorização da paisagem edificada e natural, através da ordenação do meio ambiente.
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| Localização Área de Estudo e principais Pontos de Ituporanga. |
1.2.2 Objetivos Específicos
- Levantar, in loco, na forma de desenho, os ambientes da Casa Sens;
- Levantar dados geográfico do terreno da Casa Sens e do entorno imediato;
- Adequar os dados da Pesquisa TCCI ao desenvolvimento desta proposta, incluindo mapas atualizados;
- Levantar, in loco, a localização dos principais elementos para a elaboração das diretrizes urbanísticas, contando com a localização da Prefeitura Municipal; Rodoviária Municipal, Igreja Matriz Santo Estevão; Parque da Cidade; Parque Ecológico Ingo Altenburg; Gruta Nossa Senhora de Fátima; Museu da Cidade;
- Elaborar o anteprojeto em Planta, com a apresentação do novo uso da Choperia e também do entorno imediato, contando com o resgata da histórica Ponte Marcolino, o local do palco contemplado nesta proposta - localizada na outra margem do rio.
- Promover e implantar proposta de paisagismo às principais vias, considerando as diretrizes urbanísticas desta proposta, como as ruas; Presidente Juscelino; Rua Leonel Thiesen; Rua Sete de Setembro; Rua Tenente Jacob Fellipi; Rua Raulino Kretzer; Rua Emílio Altemburg; Rua Nelson Rosa Brasil;
- Promover o projeto urbanístico, de iluminação pública, usando fonte de energia solar, equipamentos urbanos, comunicação visual urbana através de material visual;
- Elaborar maquete eletrônica interna da tipologia pertencente ao patrimônio histórico arquitetônico - Casa Sens - apresentando os ambientes reformulados para o novo uso com apresentação de materiais acabamentos.
- Restaurar, através de um projeto paisagístico, parte da mata ciliar nas margens do Rio Itajaí do Sul, no entorno à Casa Sens, integrado ao resgate da Ponte do Marcolino;
- Promover a integração, através das vias (ciclovia e rodovia), locais de uso público aos espaços revitalizados da Casa Sens, da Ponte Marcolino e o rio.
1.3 Delimitação do Tema
Restauração e readequação dos ambientes internos da Casa Sens de Ituporanga - SC para um novo uso e também, a recuperação da Ponte Marcolino e a intervenção espacial urbana do seu entorno imediato junto às margens do Rio Itajaí do Sul, e este local, integrado a outros locais relevantes da cidade. O público alvo é direcionado às pessoas que residem na mesma e também, aos visitantes.
Esta proposta atende à necessidade de uma readequação espacial urbana através da valorização e resgate da tipologia pertencente ao patrimônio cultural regional e seu valor histórico - a Casa Sens e também, da Ponte Marcolino.
4 Diagnóstico da Área
Ituporanga está localizada no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina, banhada pelo Rio Itajaí do Sul. Possui locais urbanos públicos de relevância que fazem parte da área central da cidade. Entre estes, está o Parque da Cidade, a Gruta, Igreja Matriz e o Parque Ingo Altenburg.
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| Limites |
4.1 Contextualização
4.1.1 - Centralidade e seus principais elementos
A Casa Sens foi originalmente construída por Fernando Sens, no mesmo local que se encontra na atualidade. Esta proposta pretende revitalizar o local, como também, seu entorno imediato, resgatando ambientes que fizeram parte da paisagem da edificação histórica, conforme já mencionado na citação da João Nicolau Sens deste trabalho. Previsto igualmente, a criação de novos caminhos e a humanização destes.
“A dinâmica da área central no interior da cidade não significa que esta esteja no centro geográfico ou seja constituída pela ocupação de origem histórica da mesma, mas sim, caracteriza-se pelo ponto de convergência e divergência de pessoas e atividades urbanas, inseridas no processo de circulação. GLUSZEVICZ, MARTINS, 2013
O terreno da Casa Sens está localizado a 150 metros do Parque da Cidade de Ituporanga, na margem direita do Rio Itajaí do Sul e seu acesso ocorre pela fachada leste, através da Rua Presidente Juscelino.
A edificação histórica arquitetônica faz parte do conjunto identitário do processo histórico da cidade e, referencial que norteia esta história, importante para as novas gerações - sentimento de pertencimento ao local e está localizada próxima às ruínas da Ponte Marcolino, no Rio Itajaí do Sul - parte da estrutura.
4.2 Análise do Entorno
4.2.1 Cheios e Vazios
O entorno desta proposta apresenta grandes áreas com espaços vazios, desprovidas de edificações, com vazios urbanos.
O entorno da edificação histórica - Casa Sens - e do Parque da Cidade, apresenta uma amostra de maior adensamento - sentido Leste, e menor adensamento, no sentido Oeste. Nessa área de ocupação, o adensamento é estável, desprovida da área para expansão, limitada pelo Itajaí do Sul e de uma topografia mais acentuada em toda a parte Oeste, pertencente a área de APP – Área de Preservação Permanente.
4.2.2 Sistema de Atividades
É possível observar o entorno da Casa Sens, das ruínas da Ponte Marcolino, do rio e também, dos demais elementos urbanos integrados à centralidade de Ituporanga e por isto foram considerados nesta proposta. Apresentam uma grande concentração de edificações residenciais. Entre estes, estão construídas em APP’s – Área de Preservação Permanente de Rio Itajaí do Sul. Também, há algumas edificações mistas, outras comerciais. Na área, os terrenos e imóveis são mais valorizados comercialmente, em função da especulação imobiliária. O entorno da Casa Sens é característica pela presença de antigas construções.
4.2.3 Gabaritos das Edificações
Com uma maior concentração de edificações ao leste do terreno, a área que receberá esta proposta possui uma maior densidade por fazer parte do centro da cidade, com predominância para edificações térreas e com dois pavimentos.
4.2.4 Sistema Viário
O sistema viário de Ituporanga é munido somente com o modal rodoviário. Portanto composto somente por rodovias. A área do entorno da Casa Sens possui, com predominância, vias locais. Estas fazem a ligação com duas vias coletoras, que apresentam um fluxo de veículos mais intenso de veículos, por se encontrarem localizados na região central de Ituporanga e promovendo a ligação do centro, aos bairros.
Existem quatro áreas de conflito, sendo que, duas estão presentes na área desta proposta, e fazem parte das arteriais.
4.2.4.2 Detalhamento das Rodovias
O detalhamento das rodovias segue o padrão das rodovias arteriais e coletoras com a faixa de 18 metros, composta por duas vias de dois sentidos, mais a presença de estacionamentos ao longo de seu percurso, com calçadas de 3 metros. O sistema viário neste local não conta com a presença da ciclovia e nem previsão em ter. O local têm muitas edificações desprovidas de afastamentos frontais.
As vias locais possuem uma faixa de 15 metros, composta por duas vias de dois sentido e estacionamentos ao longo de seu percurso, com calçadas de 3 metros.
4.2.5 Transporte
A cidade não é atendida com o serviço de transporte público de qualidade com uma certa periodicidade. É atendida somente de serviços de transporte intermunicipal.
Os meios de transporte, predominantemente, são privados, com uso de veículos particulares. A cidade também não possui ciclovias, ciclofaixa, calçadas acessíveis.
A área da proposta possui infraestruturas básicas, como: abastecimento de água e o tratamento de esgoto, sendo implantado (responsabilidade da CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento); fornecimento de energia elétrica (CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina; coleta de lixo (de forma seletiva - Say Muller) com coletas entre segunda e sexta feiras, durante o dia nos bairros residenciais e no centro.
No sentido Oeste da área estudada, é possível observar uma grande área coberta por vegetação nativa de grande porte, e também, junto às margens do Rio Itajaí do Sul, uma pequena área coberta com vegetação rasteira, sem qualquer foco para um paisagismo melhor elaborado.
O passeio público apresenta situação precária ao longo das rodovias. As calçadas não atende a uma padronização e legislações de acessibilidade e, em alguns pontos, são inexistentes. Ao longo da via coletora, Rua Presidente Juscelino, demarcada pela área de da Casa Sens, a situação do passeio público é deficitário.
4.2.7 Hidrografia
4.2.7.1 Enchente
Ituporanga sofreu com com grandes cheias na sua história como a de 1983, 1984 e a última registrada no ano de 2011.
O centro da cidade e o Salto são as áreas mais afetadas nestas épocas. Como podemos observar na imagem, a área de estudo não apresenta cotas de enchente, apenas a partir da Ponte José Boabaid onde se inicia o Bairro Salto.
4.3 Localização Terreno Casa Sens
O terreno é contemplado por uma área de 1065,65 m². Seu acesso ocorre pela fachada Leste, na Rua Presidente Juscelino. O lote possui uma área ampla, tendo como limite, ao Leste, a rodovia e ao Oeste, o Rio Itajaí do Sul.
Está localizado em uma área de APP da margem do rio. Denotando à paisagem desta proposta, um maior contato com áreas naturais além do patrimônios histórico arquitetônico.
Os ventos predominantes na cidade de Ituporanga são Noroeste, com segunda maior incidência, o Sudeste e Sul. Durante à noite, predominam os ventos Sul e Sudeste.
4.4 Relevo e Forma das visitas da Casa Sens
Pode-se observar curvas de níveis predominando em espaços vazios (vista 2), com grandes desníveis principalmente no sentido Oeste, esta localidade está determinada como área de APP – Área de Preservação Permanente.
Já no sentido Leste (vista 1) é possível observar uma topografia mais acentuada com maior densidade urbana onde predominam residências.
4.5 Condicionantes Ambientais
O município de Ituporanga, possui temperatura máxima diária média de 24ºC, sendo a mínima diária média de 16ºC, com uma precipitação média de 125 mm.
Por meio na análise da carta solar no terreno da edificação de estudo, obteve-se os horários de insolação de cada fachada do terreno, podendo-se concluir que no inverno e no verão, a fachada (NO) possui a maior quantidade de horas de insolação no dia, sendo essa incidência solar variando entre o sentido Norte e Leste consideradas as melhores áreas de insolação,
4.6 Skyline
Para entender melhor a topografia do local foi delineado o skyline da face norte, junto a um corte do terreno, identificando os principais pontos de localização, e como acontece a distribuição das curvas de níveis, destacando a principal diferença entre o rio e a rua Presidente Juscelino.
A formação do entorno do skyline pode ser observado e caracterizado pela edificação de estudo delimitada pela Rua Presidente Juscelino, na margem direita do terreno e o rio presente, na margem esquerda.
4.7 Levantamentos
4.7.1 Casa Sens
A edificação foi construída em 1933 por Fernando Sens e sua família, pioneiros na cidade de Ituporanga. O contato da família com a região aconteceu durante a construção da estrada ligando a Colônia Militar de Catuíra e Rio do Sul, onde o pioneiro Mathias Gil Sens trabalhou e recebeu terras da Administração de Palhoça, como forma de pagamento pelos serviços prestados.
A arquitetura da Casa Sens apresenta uma linguagem eclética, com estrutura autoportante, construída com tijolos maciços. Possui arcos plenos nas bandeiras das aberturas e conta com a presença da mansarda, como também, a simetria em todas as fachadas.
As aberturas são de madeira, com janelas com duas folhas, bandeiras de vidros, para a entrada da luz natural ao ambiente. A sacada da mansarda foi executada em madeira, material abundante no local na época da construção e mais leve. A fachada frontal conta, como as demais, com uma. a varanda foi “fechada por aberturas com vidro martelado. A cobertura lembra características alemãs contando com presença da mansarda.
A casa passou por adaptações, ao longo de sua existência, como por exemplo, a pintura na fachada sul, para cobrir falhas maiores, foi usado cimento e argamassa.
Outra mudança destacada é a colocação de revestimento cerâmico nas escadas de acesso à casa, substituindo as pedras - originalmente colocadas..
Com a presença de volumetrias onde a inclinação do telhado é menor, resulta em um conjunto, com a estrutura em madeira, cobertura original, feita com telhas planas, ou germânica, de barro.
As aberturas, o piso e a escada que acessa o sótão, também são executados em madeira. A edificação se encontra em estado de ruinificação.
A casa possui um porão, que era utilizado para o armazenamento de alimentos, como ainda o é na Alemanha atual (local fresco e não demanda uso de energia adicional para resfriamento - sustentável). O que não é o caso da Casas Sens e de outras, usado por ser local fresco, para o armazenamento de alimentos. A fachada Oeste sofreu alterações através de uma ampliação executada na década de 50, com uso de tijolos cerâmicos de 6 furos, criando ambientes para área de serviços externo, depósito e banheiro.
A edificação histórica, em sua totalidade apresenta muitas “ características da tipologia construída pelos imigrantes alemães adotando elementos isolados locais. A partir do ecletismo e de elementos trazidos pelos pioneiros” Angelina Wittmann 2020, adaptados na região. Como resultado, apresenta uma arquitetura regional de Ituporanga que recebeu interferência do modo de construir local, construída com uma mão de obra não especializada, em muitos dos casos, criando novos elementos e volumetrias.
Piso térreo
De acordo com levantamento realizado in loco, percebe-se que a Casa Sens foi submetida a algumas intervenções sem grandes impactos à sua originalidade construtiva.
A área total da casa, originalmente, é de 107,00 m² e há indícios de uma pequena varanda, na sua fachada frontal - a qual teve suas aberturas fechadas com janelas e portas. Este tipo de varanda era muito comum no período de sua construção, na região. Além da varanda, foi acrescido outra área na fachada Norte, já mencionada. As divisórias internas são de madeira, com incertezas sobre sua originalidade, pois a madeira é de fácil manuseio em obra e mudanças.. A área atual da casa é de 150m², no pavimento térreo, com uma área ampliada de 43,00m² - que há informações precisas do ano da modificação.
Sótão
O sótão/mansarda possui três quartos e uma sala, que está localizada ao centro e que dá acesso a uma varanda localizada na fachada frontal da casa.
Todos os ambientes possuem duas janelas centralizadas bem próximas, posicionadas de maneira simétrica, nas fachadas. Planta em “cruz”.
4.7.2 - Serraria
Uma das primeiras atividades econômicas de Ituporanga foi à extração de madeira, cujo pico aconteceu entre os anos de 1935 e 1960. Foi um período rentável para a região, inversamente proporcional ao meio ambiente. Com o aumento de capital de giro, fez surgir uma nova classe social e uma nova elite local.
Uma das primeiras primeiras serrarias movida a roda d’ água, foi de propriedade de Fernando Sens, filho do pioneiro Mathias Gil Sens. A serraria estava localizada ao lado da Casa Sens. Há resquícios materiais de sua estrutura no local - os quais receberão destaque nesta proposta, por seu valor histórico.Toras de madeira eram transportadas pelo Rio Itajaí do Sul em forma de balsas para chegar até a serraria, ou eram transportadas por carretões puxados por cavalos. A energia elétrica era movida por um dínamo de corrente contínua, e acionada pela mesma roda d’ água que movia a serraria, também implantado por Fernando Sens. as margens do rio (SENS, 2005, p. 30,31).
O local atual - onde estava a serraria é um potencial desta proposta. Seu lastro histórico será oportunizado com o destaque para esta passagem da história de Ituporanga, integrada ao resgate da ponte sobre o Rio Itajaí do Sul, a Ponte do Marcolino.
4.7.3 - Ponte do Marcolino
Ponte histórica, cuja estrutura permanece no local, desprovida da pista de rolagem, será parte importante desta proposta ao lado da Casa Sens.
A ponte foi construída na década de 1950, neste local do Rio Itajaí do Sul, com a presença de corredeiras, pedras, as quais facilitaram a fixação de seus pilares de maneira bem estruturada.
4.8 Legislações
4.8.1 - Plano Diretor
A área de estudo está localizada na ZU1 (Zona Urbana 1), e APP (Área de Preservação Permanente). O plano Diretor descreve a área como área predominantemente de uso urbano residencial, com uma alta densidade habitacional e comércio de pequeno porte.
A taxa de ocupação é de até 80% para ZR1, com um coeficiente máximo de 6,0 permitido pelo uso de residências, comercial, serviços, institucional e comunitário. O tamanho dos lotes comporta o tamanho de 360 m² mínimos para ZR1 e 450m², com afastamento frontal de 4m e testada mínima de 12m.
De acordo com a tabela do Plano Diretor da cidade de Ituporanga, é possível observar os dados para a área ZU1 onde está localizado a Casa Sens, junto à área de APP. - Área de Preservação Permanente do Rio Itajaí do Sul. Os dados para a ZU2 onde será localizado a passarela com o palco às margens do rio junto - igualmente é uma área de APP.
4.8.2 Código Florestal
A área desta proposta está inserida em uma Área de Preservação Permanente – APP, que é assegurada pelo Novo Código Florestal Brasileiro (Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012), na qual determina a proteção da vegetação nativa, com o objetivo de resguardar os recursos hídricos, a paisagem, fauna, flora e toda a biodiversidade do local.
O Código Florestal Brasileiro em vigor data de 25 de maio de 2012 e dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e consta no art. 4ª e art. 8ª o que segue:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:- 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;- As áreas de APP só poderão ser alteradas nos casos de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, caso contrário é obrigação do proprietário preservar esse espaço;A lei determina que a parcela da área urbana precisa ter uma densidade demográfica superior a 50 habitantes por hectares e conter no mínimo malha viária e outros dois equipamentos de infraestrutura urbana, podendo ser eles: esgoto, rede de água pluvial, drenagem de água pluvial, rede de energia elétrica e coleta de lixo.Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
4.8.3 NBR 9050
5 Partido Geral
5.1 Apropriação da área
Com base no diagnóstico da área que receberá esta proposta de anteprojeto, na qual está o local, de um palco que ocupará a área onde estão localizadas três residências que não se encontram em bom estado de conservação. Estas residências seriam realocadas para viabilizar esta revitalização das margens do Rio Itajaí do Sul nas proximidades do local do palco projetado, da Ponte do Marcolino recuperada e da Casa Sens restaurada e com espaço adequados para um novo uso, localizada na margem oposta do palco projetado.
5.2 Conceito
Para Almeida (2018), a preservação de um patrimônio, está muito mais relacionado com o presente, do que com o passado. Atualmente essa questão é encarada como um direito social, sendo muito mais forte o ponto de vista de definição de identidade.
“Uma reflexão sobre a ideia de patrimônio é uma das mais potentes metáforas dos brutais desafios que vivemos no nosso tempo, diante da dificuldade e necessidade de projetar o nosso futuro” (ALMEIDA, 2018).
De acordo com François Hartog (2006, p. 268), “a proteção do patrimônio devia se conceber como um projeto urbano de conjunto”. A configuração do espaço urbano deve ser compreendidas através de elementos representativos para o passado e para o presente.
É necessário conciliar desenvolvimento urbano com proteção de bens históricos, garantindo a preservação e a qualidade de vida dos moradores da região. Valorizando assim, todo o sentido histórico de um bem patrimonial, garantindo proteção e patrimonialização.
Dado o fato da Casa Sens estar localizado em área de APP – Área de Preservação Permanente do Rio Itajaí do Sul, é possível readequar o patrimônio histórico arquitetônico junto à preservação do leito do rio. Integrando uma área verde de lazer com o resgate da Ponte do Marcolino, a Casa Sens e a Serraria que na época fazia parte da propriedade Sens.
Com o intuito de Preservar esta área tão significativa dentro de Ituporanga, integrando a outros elementos que estruturam a malha urbana do município, dentro de um recorte de um período histórico, esta proposta pretende resgatar a relação entre a casa e o rio, elemento de grande importância nas paisagens natural e construída da cidade e também, no processo de formação de seus espaços.
5.3 Programa de Necessidades
A restauração para reutilização da Casa Sens mediante novo uso, tem como proposta uma choperia. Dessa forma, será apresentado os compartimentos necessários para o projeto de reutilização do edifício, por meio da setorização dos espaços da edificação.
5.4 Fluxograma
De acordo com a setorização da Casa Sens, analisando a distribuição dos cômodos, é possível observar os fluxos do térreo e primeiro pavimento.
5.5 Sistema Construtivo
5.5.1 Casa Sens
As áreas originais da casa foram construídas com paredes autoportantes rebocadas que exercem funções estruturais, em tijolos maciços. Houve queda do reboco por conta de falhas no telhado. As paredes expostas serão envernizadas para impermeabilizá-las.
As fachadas externas serão recuperadas com argamassas de revestimento e pintura. Este tipo de argamassa de revestimento protege as alvenarias da ação de agentes climáticos e ações químicas, além de regularizar as patologias da superfície.
Os forros de madeira, inutilizados pela ação do tempo, localizados no pavimento térreo e no sótão, serão substituídos por forro de gesso, acompanhando a estética arquitetônica da edificação, de acordo com Angelina Wittmann - eclética.
O telhado, cuja estrutura foi construído em madeira, possui vários panos com características da época de sua construção, coberto com telhas planas ou germânicas - é a parte da edificação histórica que se encontra mais danificado.
Para a recuperação de elementos deteriorados serão priorizados os mesmos materiais naturais, como madeira, tijolos e telhas cerâmicos, exceto o forro de gesso, anteriormente mencionado.
5.5.2 Serraria/ Memorial
Os resquícios da estrutura da serraria existente no local, serão mantidos e usados como parte do memorial e monumental, compondo com o uso de um piso de vidro colocado sobre esta estrutura, com a possibilidade da visualização da mesma, sem interferir na paisagem histórica.
De acordo com o historiador Ruskin, toda edificação possui vida, pois ela nasce, respira, envelhece e um dia morre, então cabe a nós seres humanos respeitar isso e fazer com que o local seja lembrado na memória. Para revitalizar e valorizar um empreendimento histórico, mantendo as características e estruturas originais. Com isto, além de revitalizar a estrutura degradada pela ação do tempo, o processo tem como objetivo, sua adequação no espaço, valorizando-o de acordo com as necessidades da nova demanda.
O Deck proposto no entorno da Casa Sens é de estrutura mista composto por sapatas de concreto para maior resistência, seus barrotes serão em madeira assim como as tábuas de terraço.
5.5.4 Ponte Marculino
A proposta resgatará a antiga ponte através do uso de sua estrutura, ainda no local. A pista que cobre seu vão será concreto armado com guarda corpo em ferro na cor cinza, para integrar junto a paisagem.
Após a ponte, terá uma passarela em chapa metálica sustentada por ferro e sapatas de concreto, está passarela levará até o palco, totalmente ligada pelo mesmo guarda corpo de ferro na cor cinza.
5.6 Proposta de Zoneamento Macro
A proposta macro visa integrar espacialmente os principais elementos urbanos da cidade de Ituporanga com a Casa Sens e seu entorno revitalizado através dos caminhos, também revitalizados nesta proposta com atenção especial ao pedestre e ciclista, com o retirada de tráfego de veículos pesados do local.
Belos espaços urbanos convidam as pessoas a caminhar, o interesse visual deve ser usado de modo efetivo JAN GEHL (2010, p. 131).
ETAPA II
6 - Anteprojeto
Urbanístico, Arquitetônico e Paisagístico
6.1 Anteprojeto Urbanístico
O anteprojeto urbanístico tem como objetivo, reorganizar o espaço urbano do entorno ou mesmo, locais e espaços com ligações com este entorno, a partir da estruturação e reordenação viária com acréscimos de equipamentos urbanos inexistentes, alinhado à proposta de paisagismo para todos estes ambientes urbanos abordados nesta proposta, considerando suas diretrizes urbanísticas.
6.1.1 Sistema Viário
Para a reestruturação e reorganização da malha viária, foi proposto um novo traçado para o tráfego rodoviário intermunicipal.
“O pré-requisito da existência de vida urbana é oferecer boas oportunidades de caminhar.” Uma cidade acessível, possibilitando um livre acesso às pessoas. (GEHL, 2013, p. 19)
Com isto, foi possível criar rotas acessíveis e tranquilas para os pedestres e também para os ciclistas, provido de um desenho de traçado, exclusivo para este modal de transportes. Esta nova configuração possibilita um quadro bem melhor, no que tange conflitos no transitar de automóveis, bicicletas e pedestres, no local e também, no seu entorno imediato, criando um espaço mais seguro e adequado ao uso das pessoas.
Realocando assim, o traçado da SC 281, que tem como acesso a cidade de Atalanta, e, a SC 350 que tem o traçado na área central da cidade, com acesso por Alfredo Wagner.
A intervenção urbanística será efetuada nas áreas que contam com a presença das ruas Presidente Juscelino (Rua Compartilhada); Rua Leonel Thiesen; Rua Sete de Setembro; Rua Tenente Jacob Fellipi; Rua Raulino Kretzer; Rua Emílio Altemburg; Rua Nelson Rosa Brasil; Rua Adão Sens;
A proposta, acompanhando o Código de Trânsito Brasileiro para ambientes urbanos similares a este estudado, priorizará o uso de seus espaços para os pedestres e ciclistas, sem excluir totalmente o trânsito do automóvel.
“Os ciclistas representam um tipo diferente e uma forma mais rápida de tráfego a pé, mas em termo de experiências sensoriais, vida e movimento, eles são parte do resto da vida urbana. [...]”. Assim como, “Uma caminhada pelo espaço urbano é uma espécie de “fórum” para as atividades sociais que acontecem durante o percurso[...]” (GEHL, 119).
6.1.2 Sistema Viário
A intervenção urbanístico das rodovias que ligam os principais elementos urbanos da malha da cidade foram divididos em dois setores.
Dessa forma se propõe, em primeiro plano, o intervenção urbanístico das rodovias coletoras e arteriais, na qual, apresentam 18 metros, em segundo plano, as rodovias locais, na qual apresentam 15 metros, de acordo com o Plano Diretor da Cidade de Ituporanga.
6.1.3 Equipamentos Urbanos
A revitalização dos ambientes urbanos no entorno desta proposta e com ligações com o lugar da mesma, busca suprir deficiências em seus espaços, de quesitos necessários para a apropriação deste por parte das pessoas, com um certo conforto. Também, de promover interações no interior destes espaços. Para isso, foram considerados rotas acessíveis através da disponibilidade de pisos táteis, paisagismo, traçado de ciclovias, mobiliários urbanos como; bancos, lixeiras, iluminação pública adequada, marcos informativos para orientação local, entre outras questões, adequados aos muitos ambiente, acordado com sua natureza, uso, geografia.
“Um mobiliário urbano confortável, [...] assim como elaborado em materiais confortáveis, faz diferença [...]”. Tornar o ambiente público mais humanizado faz toda diferença (GEHL, 2014)
6.1.4 Iluminação Pública - Poste Solar
Além de gerar energia sustentável, o poste solar é simples e econômico pois não necessita de cabeamento elétrico, que também polui a paisagem. As lâmpadas são de LED e possuem uma alta durabilidade.
Sua instalação pode ser adaptada em qualquer lugar, pois ele é fabricado em diferentes tamanhos,
capacidade e potência.
capacidade e potência.
Proposta - Imagens Urbanístico - Desenho de Amanda Welter
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| Rua Adão Sens. |
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| Rua Adão Sens. |
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| Rua Adão Sens. |
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| Rua comp. Presidente Juscelino. |
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| Rua comp. Presidente Juscelino. |
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| Rua comp. Presidente Juscelino. |
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| Rua Leonel Thiesen. |
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| Rua Sete de Setembro. |
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| Rua Emílio Altemburg. |
6.1.6 Ponte Marculino
Até 
década de 1950, a travessia do Rio Itajaí do Sul era feita através de balsas. Com o crescimento da população da cidade e também da demanda de fluxo de transportes, nesta mesma década, foi construída uma ponte - Ponte Marculino, para acessar a escola, igreja e comércio, em um local específico, pela presença das rochas, estrutura ideal para a fixação de seus pilares.
Na década de 1990, a ponte foi avariada durante uma das inúmeras enchentes, pela forte correnteza do rio. Esclarecendo que a águas da enchente não atingem a Casa Sens. A passarela da Ponte Masculino, que era em madeira foi levada pelas águas, pelo tipo de material - pois seu piso está em cota acima da Casa Sens. Neste episódio, permaneceu somente sua estrutura de alvenaria, ainda
presente no meio do Rio Itajaí do Sul, no tempo atual, conforme fotografia anterior.
presente no meio do Rio Itajaí do Sul, no tempo atual, conforme fotografia anterior.
Proposta
As estruturas que permanecem no local atualmente, serão utilizadas na proposta do anteprojeto.
O objetivo da proposta é o resgate da histórica Ponte do Marcolino, simultaneamente promover a integração das duas margens do rio, junto ao entorno imediato da Casa Sens - margem direita, e do palco proposto na margem esquerda do rio.
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| Acesso a ponte pela Casa Sens - Piso revestimento Petit Pavê. |
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| Espaço de lazer da "nova" Ponte Marculino - com árvores de Ipê. |
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| Vista da Casa Sens a partir da Ponte Marculino. |
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| Vista da Ponte Marculino - Rua Adão Sens. |
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| Acesso à Ponte Marculino - da Rua Adão Sens. |
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| Vista da Ponte Marculino - da Rua Adão Sens. |
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| Vista da Ponte Marculino - da Rua Adão Sens. |
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| Vista da Ponte Marculino - da Rua Adão Sens. |
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| Espaço de lazer da "nova" Ponte Marculino - com árvores de Ipê. |
6.2. Patrimônio Histórico Arquitetônico - Casa Sens
6.2.1 Localização Casa Sens
Integrar a arquitetura presente na edificação histórica ao seu entorno natural, onde o destaque está na presença do rio, elemento estruturador da rede de cidades existente no Vale do Itajaí. Através de ações projetuais, viabilizar acessos para as pessoas, de diferentes pontos da microrregião, independentemente da idade, classe social, religião, (...).
Promover a integração da edificação também, inserida na estrutura viária - reformulada, de forma que não impossibilite a permeabilidade visual da edificação.
“O contato visual entre exterior e interior das edificações aumenta as oportunidades de experiência” (GEHL, 2013).
“Buscar conservar, com predominância, os elementos originais, e utilizar materiais contemporâneos, “desde que isso seja possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, sem cancelar nenhum traço da passagem da obra de arte no tempo” (BRANDI, 2008).
Substituir materiais que não foram conservados durante o tempo, por materiais que evidenciam os diferentes períodos históricos, mantendo o potencial histórico (BRANDI, 2008).
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| Sala central com piso com acesso visual para o porão - inexistência do assolho na Casa Sens atual - Estado de ruinificação - decoração clássico/contemporâneo - respeitando a linguagem eclética da edificação com predominância de elementos neoclássicos. |
6.2.3 Cortes
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| Mirante/Cozinha/Banheiros. |
6.2.5 Elevações
6.3 Anteprojeto Arquitetônico Lanchonete/Banheiros
6.3.1 Localização Lanchonete
6.3.2 Cortes
6.3.3 Cobertura
6.4 Anteprojeto Arquitetônico Palco
6.4.1 Planta Baixa
6.4.2 Cortes
6.4.4 Elevações
6.4.3 Cobertura
6.5 Anteprojeto Paisagístico
7 - Conclusão
O presente trabalho, através de uma proposta, teve como principal objetivo, o resgate, conservação e valorização da Casa Sens através de um novo uso junto a revitalização da Ponte do Marcolino e seu entorno imediato. Atualmente a casa está correndo risco de se perder, através de seu processo avançado de ruinificação e com isso, a perda da história da paisagem de Ituporanga. Sendo assim, estes fatores determinaram e nortearam as diretrizes de elaboração do anteprojeto formado pelo urbanístico, arquitetônico, patrimonial e paisagístico. Ituporanga possui características de uma cultura que está perdendo espaço nas interações sociais e espaciais, na região, sendo necessária assim, a prioridade em ações voltadas para a preservação do seu patrimônio histórico e da arquitetura identitária da região do Alto Vale do Itajaí e de Santa Catarina - sob a ótica regional, bem como, através deste resgate e preservação, a promoção da integração de espaços da cidade, conectando-o a pontos focais e turísticos estruturadores através da malha urbana e de seu sistema de caminhos - sob um olha intermodal.
Para isso, o processo do estudo se baseou em uma pesquisa bibliográfica através de uma abordagem histórica e também, dentro de outras esferas da ciência social e humanas, sobre o tema, para melhor compreender o contexto atual, das interações sociais dentro do espaço em questão, readequando às novas demandas.
Desta forma, optou-se por uma proposta de zoneamento onde a Casa Sens, através de um novo uso, espaço de uma choperia, integrada a um espaço de lazer público, contando com a presença do rio - elemento importante no desenvolvimento da cidade, e também, contando com a presença da importante ponte histórica - a Ponte Marculino, que viabilizou a integração duas margens do Rio Itajaí do Sul.
Conclui-se que a paisagem urbana atual é resultante de um conjunto de segmentos e interações ocorridos nos vários períodos históricos, no lugar onde a sociedade interagiu, a partir de seu tempo presente.
Neste, se faz necessário os ajustes mediante estas mudanças temporais que, também tem relação com a tecnologia, para que a memória não se perca, como também, a qualidade do espaço urbano, a identidade e a paisagem característica da cidade, esta formada pela paisagem construída e natural.
8 - Referências
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário espaços e equipamentos urbanos. 3 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. Disponível em: <https://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao-2015.pdf>.Acesso em: 24 março 2020.
- BRAGA, Márcia et al. Conservação e Restauro: História e evolução conceitual dos critérios do restauro arquitetônico. 3. ed. Sao Paulo: Marcia Braga, 2009. 128 p. Disponível em: <http://marciabraga.arq.br/voi/images/stories/pdf/MarciaBraga_arq_bras.pdf>. Acesso em: 27 Fev. 2020.
- BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. Tradução de: Beatriz Mugayar Kuhl. 1. ed. Cotia:Ateliê Editorial, 2004.
- BRASIL. Portaria no 366, de 04 de setembro de 2018. Dispõe Sobre Diretrizes A Serem
- Observadas Para Projetos de Prevenção e Combate Ao Incêndio e Pânico em Bens Edificados Tombados e nas Respectivas áreas de Entorno, Assim Como em Bens Inscritos naLista do Patrimônio Cultural Ferroviário. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.in.gov.br/materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/39939012/do1-2018-09-06-portaria-n-366-de-4-de-setembro-de-2018-39938860>.
- CARBONARA, G. Brandi e a restauração arquitetônica hoje. Desígnio, São Paulo, n. 6, p. 35- 47, 2006.
- CARVALHO, Luiz Eugênio Pereira. Os Descaminhos das Águas na Metrópole: a Socionatureza dos Rios Urbanos. 2011. Dissertação (Doutorado em Geografia). Departamento de Ciências Geográficas – Faculdade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2011.
- CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. Tradução de: Luciano Vieira Machado. 5. ed. São Paulo: Unesp, 2006
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- DETALHAMENTO DAS VIAS <https://ituporanga.sc.gov.br/arquivos/plano-diretor/anexo10b_detalhamentodasvias.pdf>
- FRIEDRICH, Daniela. O Parque Linear Como Instrumento de Planejamento e Gestão das Áreas de Fundo de Vale Urbanas. Porto Alegre, RS [s.n.], 2007. n.p. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
- FONTANELLE, Romullo Baratto. "Paris devolverá a orla do Sena aos pedestres" 15 May 2013. ArchDaily Brasil. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/75797/paris-devolvera-a-orla-do-sena-aos-pedestres > Acesso em: 23 Fev. 2020.
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- MESQUITA, Adailson Pinheiro. Parcelamento do Solo Urbano e Suas Diversas Formas. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2012. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/26726008/parcelamento-do-solo-urbano-e-suas-
- diversas-formas>. Acesso em: 23 Março. 2020.
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- RUSKIN, John. A lâmpada da Memória. Apresentação, tradução e notas Odete Dourado. Salvador: Publicações Pretextos, Série B, n° 1, 1996.
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- VIOLLET-LE DUC, Eugéne Emmanuel. Restauro. Apresentação, tradução e notas Odete Dourado. 3° edição. Salvador: Publicações Pretextos, Série B, n° 1, 1996.
9 - Anexo - Inventário de Patrimônio Histórico
Vídeo - Resumo do Processo - Assessoramento
Vídeo Projeto
Avaliação da Banca
Avaliação da Banca
TCC defendido em 7 de dezembro de 2020, pela plataforma meet do Google, entre os horários de 19:00 e 20:00h.
A Banca examinadora, formada somente por docentes do quadro de Arquitetura e Urbanismo da UNIDAVI, coordenado pela professora Maristela Macedo Polezza foi formada pelos professores e suas respectivas notas:
- Rodrigo Neves - Nota: 7,49;- Patrícia Geittenes Tondelo - Nota: 7,63;- Angelina Wittmann (Orientação) - Nota: 10,0 - equivalente a 20% nota final)
Nota Final: 8,05.
Esperamos que esta proposta desenvolvida, agora, pela Arquiteta Amanda Welter, contribua para que Ituporanga se torne uma cidade melhor efetivamente, a partir de iniciativas inspiradas neste trabalho.Parabéns Amanda. Gratidão por nos permitir participar deste processo social e criativo a partir da Arquitetura e do Urbanismo e suas variantes, agora para a História.
Leituras Complementares - Clicar sobre o título escolhido:
- "Casa Sens e o Rio - Arquitetura e Paisagem" - TCC - Arquitetura e Urbanismo para Ituporanga SC - Pesquisa e Projeto: Amanda Welter
- "Núcleo Urbano e o Complexo Grimm - Memória" - TCC - Arquitetura e Urbanismo para Agrolândia SC - Pesquisa e Projeto: Tamires Gutz
- "Parque Urbano Salto Grande - Readequação Edifício Industrial" - TCC - Arquitetura e Urbanismo para Ituporanga SC - Pesquisa e Projeto: Carla Micaéla Muniz
- "Centro de Convenções e a Centralidade Urbana - Parque Municipal" - TCC - Arquitetura e Urbanismo para Agrolândia SC - Pesquisa e Projeto: Laiz D. C. Correa
- Intervenção Urbanística e Arquitetônica Espaço Cultural de Rio do Sul - TCC - Arquitetura e Urbanismo para Rio do Sul SC - Pesquisa e Projeto: Diordi Finardi - Orientação: Angelina Wittmann
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