Um grupo de músicos participante - Os cinquentões de Timbó |
Seguindo o exemplo de outras cidades do Médio e Alto Vale do Itajaí, também Pomerode organizou o seu 1° Encontro de Bandoneon, que aconteceu dentro da Programação da 33° Festa Pomerana, neste último dia 23 de janeiro, na tarde de sábado.
Chamou nossa atenção, a presença de representantes de várias gerações, garantindo a continuidade desta prática cultural musical, trazida pelos antepassados oriundos da região do Báltico.
Um pouco sobre o Bandoneon...
Antes de prosseguirmos com os vídeos e imagens do 1° Encontro do Bandoneon de Pomerode, vamos observar alguns pontos que envolvem o bandoneon e sua história.
A gaita ou suas variadas denominações foi inventada pelos chineses em torno de 2700 anos AC. Na época era um instrumento musical conhecido por Cheng ou Tcheng (Quase o Tchê gaúcho). Era um tipo de órgão portátil de sopro. A gaita inventada pelos chineses tinha a forma de um pássaro mitológico: Fênix, considerado o Imperador das Aves. O Cheng foi percursor da gaita ou acordeão, por ter sido o primeiro instrumento idealizado e construído na família dos instrumentos de palheta. De acordo com o padre jesuíta Amiot, o Cheng chegou a St. Petersburg, na Rússia e foi quando o professor da faculdade de Medicina na Universidade de Copenhague, Christien Theophile, nascido russo, verificou que o seu agente sonoro era uma lamina de metal que vibrava por meio do sopro produzindo sons graves e agudos. Chistien sugeriu ao fabricante Kirschnik que aplicasse nos tubos dos órgãos de sua fabricação, esta lamina livre de metal, o que foi feito, em 1780.
Sr. Christien Friederich Ludwig Buschmann |
Deste modelo antigo, de acordo com estudioso, afinador e pesquisador de bandoneon - Sr. Maurício Milbartz, este instrumento evoluiu a partir de todos os citados. O bandoneon surgiu mais tarde que os acordeons. Surgiu como evolução da concertina alemã, o mesmo instrumento trazido pelos imigrantes oriundos do norte da Alemanha para o Vale do Itajaí ou Colônia Blumenau e outras colônias alemãs espalhadas pelo Brasil, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo. Mesmo sendo uma evolução da concertina, ambos os instrumentos seguiam sendo produzidos. A concertina, segue preservada entre os imigrantes e descendentes alemães do Espírito Santo. Entre os pomeranos/prussianos que abanvieram para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é mais popular o uso do bandoneon. Na Argentina e Uruguai, popularizou-se e foi adotado para outras linguagens musicais - locais, como o tango.
A concertina e o bandoneon apresentam a aparência externa quase iguais, não fosse o lay out do teclado da concertina ser totalmente diferente da do bandoneon.
Nos estados do sul do Brasil, há uma variação muito grande dos bandoneons a partir de seus fabricantes, marcas, modelos, tamanhos e afinações.
Imigrante alemães no Vale do Itajaí com seus instrumentos - desde harmônica, concertinas e bandoneons Fonte: Fundação Cultural de Rio do Sul |
Observamos que na região, estão trocando o tradicional acordeon ou harmônica usados no sul da Alemanha (Bavária) e na Áustria, em suas danças de Schuhplattler, por bandoneon. Estão, como no uso dos trajes históricos da Alemanha, confundindo as coisas e tratando a cultura do país como algo uniforme e homogêneo. A Alemanha tem uma diversidade cultural muito grande e é muito bom manter a originalidade da cultura de cada local de origem do imigrante, que chegou à região, ao reproduzir sua herança cultural.
O bandoneon não poderia ser usado para sonorizar o Schuhplattler na região do Vale do Itajaí, pois chegou a região nas malas dos pomeranos e hamburgueses. Não se pode confundir.
Bandoneon não é usado tradicionalmente para sonorizar o Schuhplattler no sul da Alemanha e na Áustria - é um instrumento que veio com os imigrantes do norte da Alemanha. |
O bandoneon não poderia ser usado para sonorizar o Schuhplattler na região do Vale do Itajaí, pois chegou a região nas malas dos pomeranos e hamburgueses. Não se pode confundir.
Acordeon e bandoneon são instrumentos muito diferentes, que tiveram evoluções, origens e possuem timbres diferentes. Em comum, possuem somente o foles.
Diversidade cultural - Apresentação da Akkordeonorchester - da cidade de Einsfelder - Alemanha no 28° Oktoberfest de Blumenau. Ano 2011
As imagens comunicam...
Vídeos
Fotos
Sr. André Cristiano Siewert - Um dos idealizadores do evento. |
Seher Gut!
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