quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Telescópio mais sensível do mundo começa a mapear a Via Láctea em 3D

Deutsche Welle

Telescópio Gaia custou 740 milhões de Euros e viajou por três semanas até atingir um ponto estável a 1,5 milhão de quilômetros da terra. Ele fará um mapeamento 3D da Via Láctea.

O telescópio Gaia, que vai fazer o mais detalhado mapeamento da Via Láctea, entrou em operação nesta quarta-feira (08/01). Lançado em 19 de dezembro a partir da base da Agência Espacial Europeia (ESA) na Guiana Francesa, o equipamento de 740 milhões de euros vai fazer um mapeamento tridimensional de alta precisão da galáxia.
Trata-se do telescópio com maior sensibilidade já construído. Seus sensores combinados atingem uma definição de um bilhão de pixels. Isso permitiria medir com precisão, a partir da Lua, o dedão de uma pessoa na Terra. A expectativa é que novos corpos celestes, incluindo planetas fora do sistema solar, possam ser identificados. Os dados prometem trazer mais pistas sobre a origem e a evolução do universo.
A empresa Astrium, que construiu o telescópio, explica que boa parte de sua estrutura é feita de carbeto de silício, um material cerâmico muito leve e durável. Ele suporta variações térmicas amplas e assegura o bom funcionamento em baixas temperaturas, como os 110 graus celcius negativos que o telescópio precisa enfrentar. Placas de transmissão de dados em alta velocidade farão o envio das informações à Terra. As imagens serão capturadas simultaneamente por duas estruturas e direcionadas a uma mesma câmera.
O novo telescópio está em orbita a 1,5 milhão de quilômetros da Terra e, em sua órbita, leva 180 dias para dar uma volta ao planeta. A estação espacial internacional ISS, por exemplo, faz seu giro em torno do planeta em 90 minutos. Para eventuais ajustes de sua orbita ou posição, o equipamento conta com propulsores de nitrogênio. Segundo o gerente de operações da aeronave, David Milligan, essas correções são importantes para manter o sol distante dos delicados instrumentos científicos do telescópio.
O equipamento vai passar agora por uma fase de quatro meses de ajustes. Depois de calibrado, deve operar por cinco anos. Nesse período, devem ser coletados dados de mais de um bilhão de estrelas, com o mapeamento de suas posições e movimentos, temperatura, luminosidade e composição. De acordo com a ESA, para garantir a precisão dos dados, cada estrela deverá ser observada cerca de 70 vezes. O volume de dados deve ultrapassar um milhão de gibabytes, o que equivale a cerca de 200 mil DVDs de informação.
  • Data 08.01.2014
  • Autoria Ivana Ebel
  • Edição Nádia Pontes






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