segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Bandoneon - 1° Encontro da cidade de Pomerode


Um grupo de músicos participante - Os cinquentões de Timbó
Seguindo o exemplo de outras cidades do Médio e Alto Vale do Itajaí, também Pomerode organizou o seu 1° Encontro de Bandoneon, que aconteceu dentro da Programação da 33° Festa Pomerana, neste último dia 23 de janeiro, na tarde de sábado. 
Chamou nossa atenção, a presença de representantes de várias gerações, garantindo a continuidade desta prática  cultural musical, trazida pelos antepassados oriundos da região do Báltico.

Um pouco sobre o Bandoneon...

Antes de prosseguirmos com os vídeos e imagens do 1° Encontro do Bandoneon de Pomerode, vamos  observar alguns pontos que envolvem o bandoneon e sua história.
A gaita ou suas variadas denominações foi inventada pelos chineses em torno de 2700 anos AC. Na época era um instrumento musical conhecido por Cheng ou Tcheng (Quase o Tchê gaúcho). Era um tipo de órgão portátil de sopro. A gaita inventada pelos chineses tinha a forma de um pássaro mitológico: Fênix, considerado o Imperador das Aves. Cheng foi percursor da gaita ou acordeão, por ter sido o primeiro instrumento idealizado e construído na família dos instrumentos de palheta. De acordo com o padre jesuíta Amiot, o Cheng chegou a St. Petersburg, na Rússia e foi quando o professor da faculdade de Medicina na Universidade de CopenhagueChristien Theophile, nascido russo, verificou que o seu agente sonoro era uma lamina de metal que vibrava por meio do sopro produzindo sons graves e agudos. Chistien sugeriu ao fabricante Kirschnik que aplicasse nos tubos dos órgãos de sua fabricação, esta lamina livre de metal, o que foi feito, em 1780
Sr. Christien Friederich Ludwig Buschmann
Da Rússia, o instrumento chegou na Alemanha e foi onde Christien Friederich Ludwig Buschmann, fabricante de instrumentos, teve a ideia de reunir várias lâminas afinadas e fixadas numa placa formando uma escala cujos sons se faziam ouvir passando rapidamente através do sopro - em 1822. Mais tarde ele transformou esta pequena placa num instrumento musical para brinquedo de criança tocado com as duas mãos ao qual deu o nome de Handaolina ou Harmônica de mão

















Arriscou aumentar o número de palhetas de metal e o tamanho do aparelho, anexando-lhe um pequeno fole e uma série de botões. O instrumento foi aperfeiçoado por Koechel e 7 anos mais tarde o austríaco Cirilo Demian, construiu, em Viena, um instrumento rudimentar de palheta livre, teclado e fole, o qual em virtude de ter 4 botões na parte da mão esquerda, que ao serem tocados com os dedos afundados, permitiam a obtenção do acorde. Este instrumento recebeu o nome de Acordeão, nome que ficou definitivamente ligado ao instrumento através de inúmeros aperfeiçoamentos. 
Deste modelo antigo, de acordo com estudioso, afinador e pesquisador de bandoneon - Sr. Maurício Milbartz, este instrumento evoluiu a partir de todos os citados. O bandoneon surgiu mais tarde que os acordeons. Surgiu como evolução da concertina alemã, o mesmo instrumento trazido pelos imigrantes  oriundos do norte da Alemanha para o Vale do Itajaí ou Colônia Blumenau e outras colônias alemãs espalhadas pelo Brasil, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo. Mesmo sendo uma evolução da concertina, ambos os instrumentos seguiam sendo produzidos. A concertina, segue preservada entre os imigrantes e descendentes alemães do Espírito Santo. Entre os pomeranos/prussianos que abanvieram para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é mais popular o uso do bandoneon. Na Argentina e Uruguai, popularizou-se e foi adotado para outras linguagens musicais - locais, como o tango.
A concertina e o bandoneon apresentam a aparência externa quase iguais, não fosse o lay out do teclado da concertina ser totalmente diferente da do bandoneon.
Nos estados do sul do Brasil, há uma variação muito grande dos bandoneons a partir de seus fabricantes, marcas, modelos, tamanhos e afinações.
Imigrante alemães no Vale do Itajaí com seus instrumentos - desde harmônica, concertinas e bandoneons
Fonte: Fundação Cultural de Rio do Sul
Observamos que na região, estão trocando o tradicional  acordeon ou harmônica usados no sul da Alemanha (Bavária) e na Áustria,  em suas danças de Schuhplattler, por bandoneon. Estão, como no uso dos trajes históricos da Alemanha, confundindo as coisas e tratando a cultura do país como algo uniforme e homogêneo. A Alemanha tem uma diversidade cultural muito grande e é muito bom manter a originalidade da cultura de cada local de origem do imigrante, que chegou à região, ao reproduzir sua herança cultural
Bandoneon não é usado tradicionalmente para sonorizar o Schuhplattler no sul da Alemanha e na Áustria - é um instrumento que veio com os imigrantes do norte da Alemanha. 

O bandoneon não poderia  ser usado para sonorizar o Schuhplattler na região do Vale do Itajaí, pois chegou a região nas malas dos pomeranos e hamburgueses. Não se pode confundir. 
Acordeon e bandoneon são instrumentos muito diferentes, que tiveram evoluções, origens e possuem timbres diferentes. Em comum, possuem somente o  foles.
Diversidade cultural - Apresentação da Akkordeonorchester - da cidade de Einsfelder - Alemanha no  28° Oktoberfest de Blumenau. Ano 2011
O 1° Encontro de Bandoneon de Pomerode
As imagens comunicam...
Vídeos














Fotos














Sr. André Cristiano Siewert - Um dos idealizadores do evento.





































































































Seher Gut!

Leituras Complementares - Clicar sobre título
















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