Quando efetuamos uma pesquisa, não o fazemos por que alguém ou alguma família solicita. Não aceitamos "encomendas". A pesquisa flui. Os temas surgem e é fruto da reação de uma história maior, geralmente preenchendo uma lacuna, ou lacunas que nos instigam a buscar respostas. Isso acontece, não porque determinamos assim, mas porque temos limitações e uma delas, com certeza, é a falta de tempo.
Na terceira semana de agosto de 2025, Cinthya, que residem em Lages, entrou em contato conosco contando a história de uma família Hering, pioneira de Blumenau que chegou à região antes de Hermann e Bruno Hering - os irmãos dois peixinhos. Além desta questão, o pioneirismo, membros da família citada criou documentos que descrevem os primeiros anos da Colônia Blumenau.
Quem foram os Herings que faziam propaganda da Colônia Blumenau em um jornal da Alemanha em 1855?
Vamos buscar respostas, neste momento que antecede o 175º aniversário de fundação de Blumenau, cuja história quase não tem registros desta família, que propagava Blumenau na Alemanha.
Cinthya escreveu:
Eu moro em Lages/SC e sou casada com um descendente de alemão, e confesso que fiquei muito curiosa com a história da família dele porque há muitos registros. São da família Hering, não da malharia, mas os primeiros Hering de 1854 que se estabeleceram em Blumenau. A história dessa família é curiosa, pois o pai dele era Justizrat na Alemanha, e eram possivelmente afortunados. Porém, o que houve depois com eles é um mistério. (...)Temos dados de batismo, óbito da Igreja luterana, dados da família dele na Alemanha (o pai dele era amigo pessoal do Dr. Blumenau)… porém não há nada sobre a família Hering. (...) Na família ninguém sabe ainda da existência desse antepassado que era Juiz alemão (onde inclusive publicava no jornal da Alemanha as cartas que trocava com seu filho, incentivando os alemães a emigrarem para o Brasil (...). Na verdade, na Saxônia fiquei realmente admirada em encontrar tantos dados, porém, o que procuramos, é aqui em Blumenau, por alguma informação. Depois de 1855, até 1920, não encontramos nada a respeito, nesse período… Cinthya, dia 23 de agosto de 2025.
Obs: Em verdade, o pai do pioneiro Hering citado, que se chamava Karl Ferdinand Hering, fazia parte do Conselho Judicial, que supervisionava os juízes e procuradores na cidade alemã de Jena, com o poder de instaurar inquéritos disciplinares e emitir as decisões resultantes com competência para impor sanções disciplinares, incluindo demissões. Seu Filho Carl Ferdinand Hering foi um dos pioneiros que abriu o mato para construir suas roças, pomares e pastagens, no que viria a ser Blumenau.
Na Alemanha, "Justizrat" é um título não acadêmico concedido como título honorário a advogados e notários nos estados federais do Sarre e Renânia-Palatinado. Em Baden-Württemberg, até a reforma notarial, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2018, "Justizrat" e "Conselheiro de Justiça Sênior" eram fornecidos como títulos oficiais pelos regulamentos salariais estaduais para notários oficiais de Baden na área jurídica de Baden. Este título não deve ser confundido com o título oficial "Justizamtsrat" para funcionários públicos na administração judicial. Na Baixa Saxônia, esta é uma patente de oficial judicial qualificado em um determinado grupo salarial.
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Para ilustrar: O Justizrat Max Bernstein e sua esposa Elsa Bernstein - a realidade da família de um Justizrat - Alemanha - Ano 1904. |
Cinthya ainda encaminhou uma imagem que continha um artigo publicado na Revista Blumenau em Cadernos e digitalizada pela hemeroteca do Estado de Santa Catarina, que fornecia algumas informações sobre esta família.
Trata-se de uma descrição da Colônia Blumenau sobre fatos e práticas de seus primeiros 5 anos de existência. É explicito de como mudou o sentido do termo "Colono", desde quando surgiu as classes sociais no local, quando este passou a ser usado de maneira pejorativo. Nos primeiros anos de existência da Colônia Blumenau, todos eram colonos e iguais - dentro da esfera social e de suas necessidades básicas - onde o comércio era ínfimo e a não havia a indústria, parte dos planos do fundador dentro de sua colônia privada agrícola, inspirada no ideário do francês Quasnay, onde o excedente da produção agrícola poderia ser industrializada e comercializada. Ideário responsável pela industrialização do estado a partir da indústria alimentícia familiar, que foram inúmeras na região. Com isto, surgiu o embrião da pirâmide social local, baseada na ideologia capitalista, contando com a presença do industriário, comerciário, prestador de serviço, funcionário público, religioso, etc....E o colono ficou com o status que ninguém mais desejava, pois poderia ser a comprovação que não saíra do estágio primário do processo de assentamento na colônia brasileira, mesmo sendo agricultura o provedor importante dentro desta nova estrutura social, pois era nada menos, o local onde estava o fornecedor da matéria-prima da indústria alimentícia que se solidificava. Exemplos de duas famílias e industrias alimentícias em Blumenau do início do século XX: Hemmer e Cia Jensen.
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Família do ex-marinheiro Rudolph Wilhelm Harro Jens Jensen e de sua Karoline Dorothea Jensen, com parte de seus filhos homens. |
A construção social do Vale do Itajaí não teve “in loco” nenhum processo econômico anterior ao capitalismo. Não houve, como sugerem alguns autores, o modo de produção feudal, anterior à revolução industrial. No projeto de ocupação do território, elaborado por Hermann Blumenau, estava explícito o modo de produção capitalista; ele prepôs desenvolver a agricultura cuja produção seria beneficiada industrialmente. Pg 9, VIDOR, 1975.
Colocamos na íntegra todo o texto publicado na revista Blumenau em Cadernos de março de 1961, nº 3, Tomo IV, pelo importante conteúdo histórico ali descrito. É fácil perceber que todos tiveram que "pegar na enxada" e efetuar as benfeitorias mínimas, derrubar a mata para o pasto, para plantar o pomar e a roça. Todos, que chegavam independentemente de título e posses, estavam em semelhantes condições. O juiz Karl Ferdinand Hering faleceu na cidade de Jena, em 13 de fevereiro de 1862, quando a Colônia Blumenau, novo lar de seu filho, tinha apenas 12 anos de existência. Agora, em 2 de setembro de 2025, Blumenau completa 175 anos de fundação e em junho, completou 171 anos, da chegada da família pioneira Hering à região.
Segue o artigo que despertou o interesse de Cinthya e para a história de sua família.
Um Documento ignorado sobre o começo de BlumenauA revista "Südamerika", que se edita, em língua alemã, em Buenos Aires, deu acolhida, no número do 3.° trimestre do ano passado, a um relato do "Justizrat" Carlos Fernando Hering, datado de 1855, que contêm interessantes dados sobre a vida dos primeiros anos da Colônia Blumenau. Trazemo-lo, traduzido, para este número dos "Cadernos", como uma valiosa contribuição ao estudo do nosso passado.Agradecemos ao revmo. frei Ernesto, digno diretor do Colégio Santo Antônio, a gentileza de ter posto à nossa disposição, o referido número do importante e conhecido periódico buenairenses:
No número 171, de 25 de julho de 1855, do "Weimarischen Zeitung", o "Justizrat" Carlos Fernando Hering, publicou a notícia abaixo'. Diversas razões, provavelmente, o compeliram a tanto. Suas primeiras palavras derramam muita luz sobre o significado da questão imigratória alemã: 116 casais e 259 pessoas do sexo masculino e 209 do feminino, solteiros, e mais 347 crianças, somente no ano de 1854, deixaram os distritos do oeste do Grão-ducado de Saxe-Weimar. As suas profissões, nem sempre estão declaradas, mas, entre eles havia 8 sapateiros, 5 alfaiates, 2 tecelões, 2 marceneiros, um comerciante, um encadernador, um ferreiro, um açougueiro que tinham desanimado de encontrar melhor futuro na velha pátria.
Naturalmente, os jornais publicavam, às vezes, avisos, baseados em notícias de gente desiludida, circunstância que nunca falta. Contrariando tais deturpadas informações foi que o sr. Hering deu publicidade à sua exposição estampando-a, até, na folha oficiosa "Weimarischen Zeitung". Hering era o presidente da justiça estadual e o simples fato de lhe ter o Grã-duque conferido o título de desembargador e, também., a 7 de junho de 1861, de lhe ter a Universidade de Jena adjudicado o título de doutor "honoris causa" é testemunho suficiente para demonstrar o grande respeito e estima que ele gozava na sua pátria.
Do seu segundo filho, que em 1854 emigrou para Blumenau, assim como, posteriormente, do próprio doutor Blumenau, ele recebera cartas cujos tópicos reproduz neste artigo. Tal correspondência tem, para nós, igualmente, grande valor porque é merecedora de todo crédito e confiança. Como seja, porém, difícil consultá-la no próprio jornal em que foi publicada originariamente, porque, com muita probabilidade, só exista nas bibliotecas de Weimar e Jena, transcrevemo-la para tirá-la do esquecimento.
O jovem Hering, naturalmente, não teve tempo de se dedicar ao estudo do idioma da terra e, por isso, quando ele menciona palavras portuguesas, o faz na forma ouvida dos seus compatrícios lá radicados. Assim, ele escreve "cana" por canoa, farina por farinha, brassa por braça, momon por mamão.Os que já ouviram falar os "alemães-brasileiros" não se admirarão disso, pois lembro-me como certa mãe, em Itoupava-Sêca, mandava à filha: "Liesel, fetsch de Portäre, das die Vacke nicht tschiappt", que se entenderia, apenas, quando se soubesse que, com fetsch ela significava feche, com portäre, porteira, com vacke, vaca e com tsihappt, escapa.
O artigo alcançou, naturalmente, com a publicação, o seu objetivo e tornou-se, hoje, um interessante documento histórico. DR. H. KOCH, Iena.
"A emigração tornou-se, certamente, uma necessidade . Já não existe mais, aqui quase nem mesmo uma simples nesga de terra de que alguém, Já não esteja de posse. Em virtude dos novos métodos mecânicos, o trabalho que, até agora, vinha sendo feito pelo braço humano é realizado pela máquina, barateando o custo da produção. As antigas relações entre patrões e operários já não são as mesmas. Cresce o desemprego e, daí, muitos homens dedicados, que trabalham com prazer para conquistar melhor situação, veem-se, cada dia mais, em maiores dificuldades para achar emprego. Em tal circunstância encontrava-se, também, o meu segundo filho, que, por anos anos, foi dono de um arrendamento, sempre cumpridor dos seus deveres e a contento do rendeiro, mas sem meios para aumentar esse arrendamento.
Em virtude da alta taxa de arrendamento, um arrendatário, por mais trabalhador e ativo que seja, irá à falência se não tiver à disposição outros meios de subsistir. Essas razões constrangeram-no a emigrar, a 5 de maio do ano passado, para a Colônia Blumenau, em Santa Catarina, Brasil, para lá estabelecer um lar mais seguro . Isso ele alcançou . Muito longe das tramoias liberais-republicanas e também de quiméricas ilusões de que, na América, a fortuna e a felicidade lhe sorririam "de qualquer jeito", mas antes bem acostumado à ideia de que, todo o começo é áspero e difícil, como lhe demonstrou a experiência, foi que resolveu emigrar. Depois de oito semanas de viagem despreocupada, a bordo do navio "Linda" e ligeira demora em São Francisco, chegou ele a 12 de junho do ano passado em Blumenau, com a mulher e os filhos. A Colônia Blumenau teve início no empreendimento de um saxão, o Dr . Blumenau, que, em tal propósito, cruzou várias vezes o Brasil, e que naquela terra soberba procura abrir oportunidades de progredir a alemães trabalhadores e dedicados, que em sua pátria não conseguem situação de algum desafogo pelo menos.Esse homem digno, dispendeu nisso bens e canseiras de toda sorte e vela e se esforça ainda, depois de sete anos da fundação de sua colônia, para mantê-la e ampliá-la. Com farta experiência e conhecimentos o Dr. Blumenau escolheu um distrito no centro de Santa Catarina, nas margens do Itajaí, que lhe foi cedido pelo governo, e em cujos terrenos montanhosos e regados por infinidade de rios e ribeirões os alemães encontram um clima suave e apropriado . O terreno que lá se compra, se já não for de segunda mão, anteriormente cultivado por outro colono, é coberto de pura mata virgem. A colônia está sob a proteção e a orientação do governo. A aquisição de lotes de terras está tão bem organizada como aqui, entre nós. Os contratos de compra são autorizados pela diretoria e registrados nos respectivos livros; os lotes são medidos geometricamente. Desordem e especulações, como se sucedem no regimen de notariado na América do Norte, em Blumenau não acontecem. Meu filho comprou lá 70 braças - quase outros tantos morgues. Pagou por elas 210$000, ou 175 Thalers, além de 11 % dessa soma para a caixa da colônia e taxa do governo. Assim, em números inteiros, custou o morgue de terras 2 Thaler e 21 Groschen prussianos.
Ele me escreve, textualmente, sobre isso, a 18 de agosto do ano passado: "Se vocês quiserem fazer uma ideia do que seja a mata virgem, considerem a vegetação que cresce nas estufas do "Belvedere", na mais completa desordem, misturada, mas muito mais gigantescas, mais fortes, mais esguias; pensem numa temperatura de 20 graus, perfeitamente suportável numa cabana de palha, as mais lindas flores, frutos maduros e árvores em florescência, aliado tudo às belezas naturais da Suíça e terão vocês, então, uma pálida ideia do que é isto aqui. A minha propriedade fica no mais lindo e melhor lugar do Itajaí; já fiz derrubadas de mais de um morgue e levantei a armação da minha primeira casa. Em três ou quatro semanas, penso, poderemos ocupar a nossa própria morada. O nosso sistema de vida já é todo brasileiro: vivemos de feijão, batatas - que aqui são muito bonitas - e farina, isto é, farinha de raízes de mandioca, que substitui o pão. Quem, aqui, quisesse comer somente pão à moda daí, em breve estaria mal alimentado. Uma vez que a gente se acostume com a farinha, esta se torna um artigo indispensável. Com ela, faz-se um pão que se coze na frigideira, ou, então, como é mais comum, faz-se, com ela, um mingau com água fervendo, que se chama pirão (ciron, no original). As bananas fornecem vários pratos e vêm à mesa, às vezes como muss, às vezes fritas. Elas substituem as maçãs e as ameixas. As laranjas são, um excelente fruto que não podem ser comparadas com as que vocês veem aí. Há muito delas aqui, de sorte que uma fruta não custaria mais do que um pfenig, se a gente tivesse que vendê-la, ou comprá-las: O ganho aqui é bom. Um operário ganha, por dia, 500 a 1000 reis, fora a comida, ou seja, 12,5 até 25 groschen de prata. Vivemos aqui na mais rica, na mais linda e romântica terra que se possa imaginar. Se, na Europa, e uma arte achar o que comer, aqui seria arte ter que passar fome tanto a natureza aqui produz sem o auxílio do braço humano. Basta apanhar".
O meu filho escreve-me mais em data de 12 de novembro do ano passado: Estamos aqui muito bem. E nos adaptamos, facilmente ao modo de vida daqui. Na pequena clareira que abrimos na mata já fizemos uma reduzida colheita de batatas; verduras de todas as qualidades temos em abundância e doze laranjeiras, 12 bananeiras e uma boa quantidade de mamoeiros prometem-nos, para dentro de um ano, bastantes frutos. Também plantei doze pés de figos e doze de ameixas. Essas espécies começam a produzir, aqui, em 2 ou 3 anos. Tudo quanto eu semeei está muito bonito. Tanta fecundidade jamais nos desiludirá. Milho e feijão preto (um dos principais alimentos) temos também à disposição. E nem pode ser de outra maneira. O sub-solo é barro sobre o qual ha boa camada de humus. Semanalmente, senão cada dia, chove. Ajunte-se a isso o calor da terra. Não pode ser de outra forma: tem de crescer mesmo!Agora comecei a derrubar a terceira roça, trabalho que tem de ser terminado ainda neste mês. Terei, então, livres de mato, 70 braças, ou 560 pés de frente e 40 braças, ou 320 pés de fundos Isso, naturalmente, me custou muito trabalho. Fiz tudo sozinho. As árvores fortes e duras, carregadas de Cipós, exigem muitas machadadas para caírem . Por isso, orgulho-me e alegro-me ao olhar tudo isso e poder dizer que é trabalho meu e, se a bênção de Deus não me desamparar, acredito que, em breve estarei numa situação desafogada.
Nós moramos, como todos os brasileiros, no nosso lote, sozinhos, longe dos nossos vizinhos. Até estes, só poderemos chegar pelo rio, sobre o qual navego na minha canoa, um tronco de pau escavado, e o faço com segurança . Usamos essa embarcação, também, como fazem os índios, como armadilha primitiva para apanhar caça. Essa armadilha já nos proporcionou belos e muitos assados de caça, boa caça. A caça de penas é abundante, como o peru silvestre (jacu- tinga? ), a perdiz, a arapuã, etc. Peixe, o Itajaí fornece à vontade. Tigres também aparecem, mas longe daqui e muito raramente porque são muito perseguidos. O mais desagradável são as cobras, das quais já matei três; os mosquitos também incomodam. Esta terra, naturalmente, não está isenta de pragas. Mas tudo quanto é de desagradável estará superado pelo que é de bom, se o recém-chegado tiver boa vontade, disposto, a sentir-se bem aqui e não querer sempre comparar o Brasil com a superpopulosa Alemanha. Naturalmente, aqui falta muita coisa que lá há em abundância, mas também isso é devido, em grande parte, ao fato de que, no Brasil, não se sofrer essa carência, nem se sentir necessidade do que está faltando. Farinha de trigo e de centeio não há no Itajaí e, nas cidades, só se compra por alto preço. Nossa alimentação se compõe de batatas, feijão, farinha, verduras, peixe e carne, geralmente carne de caça e café. Com isso a gente se sente satisfeito e forte para o trabalho. Quanto ao que se refere às outras condições de vida, tem-se aqui a mais ampla liberdade . Cada qual pode crer no que quiser; não há impostos e o imperador Pedro subvenciona até os pastores e professores protestantes. Assim, vivemos sossegados na nossa choupana, sentimo-nos contentes com o que temos e alegramo-nos na nossa própria obra que se tornará cada dia maior.As nossas crianças brincam ao redor de nós e sentem-se bem com isso. Minha mulher trata dos arranjos da casa; eu trabalho fora e, quando vem a noite, estamos cansados e dormimos até o amanhecer. Eu desejei, muitas vezes, tê-los aqui conosco, tomando parte na nossa alegria. As nossas belas frutas, os doces que com elas se fazem, as nossas lindas noites, as árvores majestosas, sobre as quais centenas de outros vegetais florescem como os belos cactus, a magnífica vista do rio, tão largo como o Elba, em Magdeburg, tudo isso, certamente, os encheria de entusiasmo e de satisfação".
Eu havia dado a meu filho uma carta consignada ao Dr. Blumenau em que eu lhe pedia o assistisse com o seu conselho e a sua experiência. Do Rio de Janeiro, para onde o Dr.. Blumenau viajara, no interesse da sua colônia, sendo recebido em audiência pelo Imperador, recebi, em 17 de maio, deste ano, uma carta datada de 10 de abril, na qual ele me escreve:"Para minha satisfação e conhecimento dos seus, comunico-lhes que o senhor, seu filho, por si mesmo se recomenda e a sua recomendação foi plenamente correspondida, o que nem sempre se dá com outros. Atividade moderação e tudo mais quanto enfeita um bom caráter, são qualidades muito necessárias aqui no mato . E tudo isso o seu filho possui. Sua esposa é uma mulherzinha alegre, bondosa e ativa, que se adaptou logo e satisfeita à sua nova situação."
Aqui continua o doutor dando interessantes informações sobre a sua colônia. Dele e de outras informações seguras de meu filho, posso adiantar ainda: "Aquele que quiser emigrar para Blumenau, não deve ir completamente desprovido de meios e deve poder apresentar atestado seguro sobre o seu bom comportamento e o seu caráter. Trapaceiros e preguiçosos, não serão ali bem recebidos e, em breve, serão expulsos da comunidade. Artesãos de todos os ofícios e, principalmente, os que possam e queiram trabalhar com dedicação, terão uma situação segura e encontrarão oportunidade de ganhar um salário alto. Somente não deve ele esperar que, assim que chegue, possa logo exercer a sua profissão ali Uma colônia como aquela, assenta suas bases na agricultura, no lucro do aproveitamento do solo. O recém-chegado deve logo é tratar de adquirir seu lote, construir a sua casa e tornar a terra cultivável, a fim de ficar definitivamente instalado e apto a procurar o seu sustento. Não lhe faltarão terras baratas e férteis que possa adquirir. Existem ainda milhões de acres da melhor terra devoluta. Logo que ali firmem pé, poderão o operário, o moleiro, o alfaiate, o sapateiro, o carpinteiro, o pedreiro, etc. então conseguir trabalho na profissão e ganhar bastante. A derrubada do mato, naturalmente, tem que ser feita a custo de muito suor. E, por acaso, entre nós não acontece o mesmo? Quanto deve se sacrificar o nosso lavrador no tempo da colheita ; quanto ele pragueja vergado ao peso das tinas de estrume que tem de carregar, morro acima, até os lugares das plantações e dos vinhais? E, que tem ele de tanto esforço senão o seu miserável pão e, às vezes, nem isso, como quando as enxurradas anulam todo o trabalho, levado a cabo com tanto sacrifício. Há muita gente ativa e trabalhadora, que perde a oportunidade de ganhar o seu pão cotidiano com um trabalho ordenado e persistente; o assalariado não tem estabilidade e é despachado quando bem apraz ao senhor da terra.Depois, convém que o emigrante seja casado, para começar, desde logo, a organizar uma vida familiar digna. A vinda dos filhos, lá, se constitui em riqueza, enquanto aqui concorre para o empobrecimento do casal. O colono, circunscrito ao círculo da sua família, acostuma-se ao mais simples, adotando costumes morigerados, de vez que lhe faltam as oportunidades para pensar em grandezas e comodidades. Jovens pares, que desejam fundar um lar e que, aqui, encontram toda a sorte de dificuldades, devem fazer como meu filho: emigrar para Blumenau. A colônia tem a grande vantagem de ser constituída de alemães, de protestantes. Quanto mais ela se alarga, tanto maior é o número de gente boa que para lá vai e, assim, naturalmente, cresce o bem-estar de todos.Como, naturalmente, os colonos estejam ainda ocupados em preparar os lotes que compraram, compreende-se que ainda não se tenha podido pensar na abertura de estradas e construção de pontes. Por isso há falta de caminhos carroçáveis e o rio Itajaí é, no momento, a única via de comunicação entre as várias propriedades. Mas isso é por enquanto, pois o imperador garantiu ao Dr. Blumenau que seriam feitos caminhos e pontes por conta do governo. O colono, lá poderá ter certeza de que, pela dedicação ao trabalho, ele não só conquistará sua prosperidade, como melhorará todas as suas condições de vida. Do que não serão capazes a aplicação, a perseverança alemãs aliadas à honestidade do alemão?"Eu dou à publicidade isso tudo, em parte para refutar o mau juízo que se tem feito sobre o Brasil, vindo de determinadas fontes (e do qual houve tempo, em que eu também compartilhei) e, depois, para mostrar a todos aqueles que queiram emigrar e assentar a sua prosperidade futura em bases sólidas, o lugar mais conveniente. Não me dirijo aos trapaceiros e nem aos republicanos alucinados. Ao público compreensivo e bem intencionado, não desagradará conhecer a verdade da boca de um homem honesto".
Nº 171, de 25 de julho de 1855, do "Weimarischen Zeitung"
A página do jornal, onde o "Justizrat" de Jena, Karl Ferdinand Hering, pai do imigrante Carl Ferdinand Hering, escrevia sobre a colônia onde vivia seu filho, a Colônia Blumenau, nos primeiros 5 anos de existência.
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Parte da página do jornal Weimarichen Zeitung - número 171, de 25 de julho de 1855. |
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Weimarichen Zeitung
Quarta-feira - 25 de julho de 1855 - Número 171.
Colônia Blumenau no Brasil.
Enviado pelo Conselheiro de Justiça Hering em Jena. A emigração tornou-se claramente uma necessidade. Motivo
A terra aqui já foi completamente alocada, e quase não há um único pedaço de terra que não esteja na posse e propriedade de alguém. Através de invenções mecânicas de todos os tipos, foi-lhes retirado o trabalho que de outra forma seria feito por mãos humanas, e com ele os rendimentos desse trabalho. A antiga relação entre empregadores e trabalhadores já não existe. As dificuldades em encontrar habitação estão a aumentar; por isso, é infinitamente difícil para muitos homens de bem que gostariam de trabalhar e garantir um meio de vida seguro encontrar um. O meu segundo filho viu-se na mesma situação. Servira os seus superiores como administrador de terras durante vários anos com a total satisfação dos seus superiores e, ainda assim, não tinha dinheiro suficiente para assumir um arrendamento mais elevado.
Comentário: Hering Sênior refere-se as consequência da revolução industrial tardia ocorrida na Alemanha e os conflitos gerados, principalmente o desemprego em função da adoção de máquinas. A revolução industrial tardia na Alemanha ocorreu principalmente na Segunda Revolução Industrial (a partir de 1850 - fundação de Blumenau), e posteriormente impulsionada pela unificação do país em 1871 e focada em indústrias-chave como a produção de aço, carvão, química e a construção de ferrovias, com respingos no Vale do Itajaí, com o uso de novas tecnologias como a eletricidade e o petróleo.
Uma Klinta diferente, mais favorável aos alemães, tem a mesma situação. A terra que aí se compra é floresta virgem, a não ser que se esteja disposto ou seja capaz de comprar a um colono um terreno previamente cultivado. A colônia está sob a supervisão e proteção do governo; a aquisição de terras está tão bem organizada como aqui. As compras são confirmadas pelas autoridades e registadas nos registos prediais; as próprias propriedades são geometricamente mapeadas. A desordem e a espoliação, como se diz não serem incomuns na América do Norte devido ao sistema notarial local, não podem aí ocorrer.
O meu filho comprou agora 70 sargos, o equivalente ao mesmo número de acres; por isso, teve de pagar 210 mil-réis e 175 milhões de réis por rúpia indiana, e, além disso, teve de pagar 11 réis como pagamento ordenado ao tesouro da colônia e ao governo. Numa soma redonda, portanto, o acre de terra custa 2 Táleres e 21 groats por rúpia indiana. Escreve sobre isso textualmente a 18 de agosto. I.: “Se quiser ter uma ideia de como é a selva, imagine as plantas nas estufas do Belvedere numa desordem colorida, mas mais gigantescas, esbeltas e fortes; imagine o calor de 20 graus no inverno, onde se pode usar chapéus de palha, as flores mais bonitas, frutos maduros e árvores floridas, juntamente com a beleza natural da Suíça; então terá uma vaga ideia de como é aqui. A minha visita é no local mais bonito e melhor de Itajaí; já passei um pouco mais de um ano configurar. Pretendo mudar-me para a minha própria casa dentro de 3 a 4 semanas.
O nosso modo de vida já é completamente brasileiro, vivemos de feijão, batata, que aqui é excelente, e farina, ou seja, farinha de a raiz de mandioca, que substitui o pão. Qualquer pessoa que quisesse comer o seu tipo de pão aqui, logo se comeria pobre. Uma vez que se habitue à farina, ela é quase indispensável. É utilizada para fazer pão na panela ou, mais comumente, é simplesmente fermentada com água a ferver até formar uma papa chamada pirão. As bananas são utilizadas em vários pratos e são servidas ora como puré, ora fritas; substituem as maçãs e as ameixas. As laranjas, aqui chamadas de "larangen", são um fruto extremamente bonito, incomparável aos que se veem. Há tantas delas aqui que um pedaço custaria no máximo um cêntimo se tivesse de as comprar. O pagamento é muito bom; um trabalhador diarista recebe, além da alimentação, até 1 mil-réis por dia, ou seja, 124 a 25 sírios. Vivemos aqui na terra mais fértil e romanticamente bela que se possa imaginar. Se é uma arte alimentar-se na Europa, é uma arte morrer de fome aqui. A natureza produz tanto aqui sem a intervenção de mãos humanas! Este último só precisa de apanhar o que o primeiro produz."
Editor responsável: Dr. H. v. Mangoldt.
Comentário: Chamamos a atenção para os produtos oriundos da mandioca, produto local. Hering menciona que comem o pão de como o alemão conhecia em sua mesa, mas o pirão, feito do escaldar da farinha de mandioca. Lembramos que um dos melhores quitutes da mesa do descendente do colono são os "docinhos" de araruta, ou roscas, também feitos com derivados de mandioca, como polvilho e araruta. Isso é resultado do intercâmbio de duas culturas. Nós levamos araruta, à pedidos, para brasileiros que viviam na Alemanha. A culinária alemã utilizando farinhas exclusivas da região e criando novos sabores.
A história desta parte da família Hering na Colônia Blumenau teve como pioneiro Carl Ferdinand Hering que nasceu em 21 de dezembro de 1822 na cidade de Jena, onde mais tarde seria território da Alemanha.
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Uma cidade da Turíngia. |
Jena está localizada em uma paisagem montanhosa no leste da Turíngia, no vale do rio Saale que corta a cidade. Por sua geografia, Jena é conhecida na Alemanha pela grande variedade de orquídeas selvagens que podem ser encontradas a uma curta distância da cidade.
Entre 1790 e 1850, Jena foi um ponto focal do Vormärz alemão , bem como do movimento estudantil liberal de unificação e do Romantismo alemão. Mais ou menos que a família Hering surgia na cidade, a família do Justizrat Karl Ferdinand Hering. Neste período, pessoas notáveis foram contemporâneos, como: foram Friedrich Schiller, Alexander von Humboldt, Johann Gottlieb Fichte, Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Novalis e August Wilhelm Schlegel.
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Jena - Turígia - Alemanha. |
Sua história pretérita teve início na Idade Média. Até a Alta Idade Média , o rio Saale era a fronteira entre as regiões germânicas ao oeste e as regiões eslavas ao leste. Devido à sua função como uma travessia de rio, Jena estava convenientemente localizada. A primeira menção de Jena foi em um documento de 1182. Os primeiros governantes locais da região foram os Lordes de Lobdeburg com seu castelo homônimo perto de Lobeda, aproximadamente 6 km ao sul do centro da cidade na encosta leste do vale do Saale.
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Jena em 1650. |
No século XIII, os Lordes de Lobdeburg fundaram duas cidades no vale: Jena, na margem oeste, e Lobeda – que hoje é uma das comunidades constituintes de Jena atual – 4 km ao sul, na margem leste. Por volta de 1230, Jena recebeu direitos de cidade e uma malha urbana regular foi estabelecida entre as atuais Fürstengraben, Löbdergraben, Teichgraben e Leutragraben. A cidade ganhou um mercado, uma igreja principal, uma prefeitura, um conselho e muralhas durante o final do século XIII e início do século XIV, tornando-se uma cidade de pleno direito. Nessa época, a economia da cidade baseava-se principalmente na produção de vinho nas encostas quentes e ensolaradas do vale do Saale.
Em meados do século XIV, Lordes de Lobdeburg vendem Jena aos Wettins em 1331. Jena obteve a lei municipal de Gotha e os cidadãos fortaleceram seus direitos e riquezas durante os séculos XIV e XV. Neste tempo, os Wettins estavam mais interessados em residir em Weimar, a esquerda da cidade, permitindo, com isto, que Jena se desenvolvesse de forma relativamente autônoma.
A Reforma Protestante chegou à cidade em 1523. Martinho Lutero visitou a cidade para reorganizar as relações clericais e Jena tornou-se um dos primeiros centros de sua doutrina. Nos anos seguintes, os conventos dominicano e carmelita foram atacados pelos habitantes da cidade e abolidos em 1525 (carmelita) e 1548 (dominicano).
Em 1558 foi fundada sua Universidade pelo Eleitor Ernest Johann Friendrich, o Magnânimo, perdeu sua antiga universidade em Wittenberg para os Albertinos, pós Guerra de Esmalcalda.
A nova universidade se tornou uma fonte de renda importantes para a cidade. Com ela surgiu o mercado de impressão, causado pela importância dos livros e da capacidade de leitura da população na doutrina luterana. Jena se tornou o segundo maior centro de impressão da Alemanha, depois de Leipzig.
A partir do século XVI, houve muitas partições territoriais. Inicialmente, Jena permaneceu como parte de Saxe-Weimar e em 1672 tornou-se a capital de seu próprio pequeno ducado - Saxe-Jena. Em 1692, após dois duques, Bernhard II e Johann Wilhelm, os duques de Saxe-Jena morreram e o ducado tornou-se parte de Saxe-Eisenach e em 1741, parte do Ducado de Saxe-Weimar, ao qual pertenceu até 1809. De 1809 a 1918, Jena fez parte do Ducado (de 1815 Grão-Ducado) de Saxe-Weimar-Eisenach, que a partir de 1871 também fez parte do Império Alemão. É interessante que o artigo de Hering menciona as "cidades super populosas" da Alemanha. ele vivia em Jena.
A Família Hering de Jena
A família do "Justizrat" Karl Ferdinand Hering, da qual veio o pioneiro Carl Ferdinand Hering, seu filho, para a Colônia Blumenau em 1854 não tem sua origem ancestral na cidade de Jena.
"Justizrat" Karl Ferdinand Hering Sênior
Nasceu em Freiberg em 4 de agosto de 1791. Sua esposa Eleonore Linding, nasceu em 4 de setembro de 1815, na cidade de Lochen. O casal teve 8 filhos. São eles: Anna Hering, Bertha Hering, Emma Hering, Hermann Hering (I), Lilla Hering, Malchen Hering, Marie Hering e o pioneiro da Colônia Blumenau, Carl Ferdinand Hering (I).
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Universidade de Jena - 1848. Fonte: Wikipedia. |
Os pais de Karl Ferdinand Hering foram Daniel Gottlob Hering, nascido na cidade de Pirna em 1750 e Carolina Henrietta (Buschin) Hering. Seu pai faleceu em 9 de abril de 1807 em Seelitz e sua mãe falecida em 1832. Karl teve seis irmãos.
Carl Ferdinand Hering e Família - Pioneira de Blumenau
Carl, conhecido na Colônia Blumenau como Carlos Fernando Hering, ou somente Carlos Hering, nasceu em 21 de dezembro de 1822 na cidade onde seus pais residiram e trabalharam até falecerem, cidade alemã Jena.
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Certidão de casamento de Carl Ferdinand Hering e Marie Therese Schilling. |
Carl se casou com Marie Therese Schilling, em 18 de maio de 1851, que estava grávida do primeiro filho. Casaram-se na Prussia, cidade de Erdeborn, cidade onde Therese nasceu em 16 de outubro de 1822 (+ 1910).
Quando se casaram, aguardavam o nascimento do primeiro filho que aconteceu em 18 de agosto de 1851, na cidade de Erdeborn. Atualmente, Erdeborn é uma vila e um antigo município no distrito de Mansfeld-Südharz, Saxônia-Anhalt, Alemanha. Desde 1º de janeiro de 2010, faz parte do município Seegebiet Mansfelder Land, como um bairro.
O primogênito do casal se chamou Hermann Hering. Quando se casaram, ambos contavam com 28 anos.
Passados três anos do casamento, com com dois filhos pequenos, Carl Ferdinand e Marie Therese decidiram migrar para a Colônia Blumenau. A filha Anne tem uma idade que destoa da história do casal. Pode ter sido filha somente de Marie Therese Schilling. É preciso investigar. Os Herings embarcaram em Hamburg no navio "Linda", sob o comando do Capitão Besault em 6 de maio de 1854. A família viajou nos cômodos da 1ª classe do navio "Linda". O Hering chegaram em São Francisco do Sul, em 3 de junho de 1854 e em Blumenau, nove dias depois, em 12 de junho de 1854. Neste navio, na mesma viagem, também estavam os pioneiros Johann August Prestien e Karoline Prestien, que contavam com 46 anos e eram naturais de Lübeck.
Johann August Prestien emigrou com o navio "Linda" - Capitão Besault - saído de Hamburgo em 06/5/1854 e chegado a São Francisco do Sul em 03/6/1854, anotado na relação de embarcados como "Ecônomo" - ou seja administrador, estava então com 46 anos de idade, procedia de Lübeck - e era protestante de religião. Veio com a mulher Caroline Prestien, com 46 anos de idade, procedia da mesma cidade. Observe-se as estreitas relações entre o porta voz em propaganda para imigração local - Prestien, servindo como testemunha de casamento de Jens Jensen, um simples marinheiro, zelador do jardim do diretor colonial. As relações irão além, quando da oportunidade da aquisição do lotes nº 17 da Itoupava Central.Casado Jens Jensen e Karoline Kay Jensen, foram habitar, em setembro de 1867, uma pequena casa de madeira, no início do atual bairro da Velha, erguida na propriedade também pertencente ao Dr. Blumenau, onde este mantinha seus chiqueiros e o pasto de gado, local que foi referido por Hercílio Deeke, como sendo, (H.D. apontou para o filho Niels, até mesmo o local onde teria existido a pequena casa de madeira), o ponto onde atualmente dá início à rua João Pessoa. Naquela "chácara" - do "Velha Past" onde o Dr. Blumenau, mantinha exclusivamente animais, sem reproduzi-los, como cavalos, gado, suínos, galinhas para o fornecimento, a preços m6dicos, das matrizes e reprodutores aos colonos recém chegados, residiu Jensen, cuidando da criação, até 1970/71, quando finalmente acertou a pendência do confisco do bens furtados, e da promessa do recebimento de um lote colonial. DEEKE, 2001.
Quando a família Hering pioneira chegou à Colônia Blumenau em 1854, onde ainda não existia o Barracão dos Imigrante (construído em 1856), a colônia contava com 4 anos incompletos de fundação.
De acordo com o livro "Centenário de Blumenau (1850 - 1950)", os nomes das primeiras crianças nascidas em Blumenau foram: Ida Friedenreich, filha do veterinário Karl Wilhelm Friedenreich (1823–1900) em 6 de setembro de 1851, Carl Gebien, em 25 de fevereiro de 1853 - ano no qual foram registrados mais 6 nascimentos. No ano de 1854, foram registrados 5 nascimentos. O filho do casal Hering, Wilhelm Max Hering nasceu em 1857.
Carl Ferdinand e Marie Therese tiveram mais três filhos além do Hermann e de Carl Friedrich - que migraram junto com eles. Os outros três filhos, nascidos em Blumenau, foram: Wilhelm Max Hering (2 de setembro de 1857), Lilla Maria Hering (1859–1920) e Georg Franz Hering(1864– -).
Carl Ferdinand manteve uma troca de correspondência com seu pai, Karl Ferdinand que ficou na Europa, e assim se materializou registros históricos de valor imensurável. A partir destes, conseguimos visualizar um pouco de suas conquistas e de como se organizavam os pioneiros que contribuíram para a construção de Blumenau, através de suas plantações, construções e infraestruturas.
Em um destes registros, Hering comenta que neste mesmo ano de 1854, quando chegara à colônia, também chegaram à Blumenau 116 casais, mais 259 pessoas do sexo masculino e 209 do feminino, solteiros e 347 crianças, só de Distritos do oeste do Grão-ducado de Saxe-Weimar, ducado onde residia sua família. Estres as pessoas que migraram havia 8 sapateiros, 5 alfaiates, 2 tecelões, 2 marceneiros, um comerciante, um encadernador, um ferreiro, um açougueiro.
Carl Ferdinand tinha 32 anos incompletos quando chegou à Blumenau. Descreveu o lugar e a nova vida ao pai Karl Ferdinand de maneira otimista, já em agosto de 1854. A realidade que deixou para trás era totalmente diferente.
Se vocês quiserem fazer uma ideia do que seja a mata virgem, considerem a vegetação que cresce nas estufas do "Belvedere", na mais completa desordem, misturada, mas muito mais gigantescas, mais fortes, mais esguias; pensem numa temperatura de 20 graus, perfeitamente suportável numa cabana de palha, as mais lindas flores, frutos maduros e árvores em florescência, aliado tudo às belezas naturais da Suíça e terão vocês, então, uma pálida ideia do que é isto aqui. A minha propriedade fica no mais lindo e melhor lugar do Itajaí; já fiz derrubadas de mais de um morgue e levantei a armação da minha primeira casa. Carl Ferdinand Hering, 1854.
Casa Temporária - colônia
Propriedade de uma colônia pronta Seguia um padrão - o de uma pequena fábrica de beneficiamento de alimentos para estocagem, que posteriormente alimentou, com matéria-prima - o excedente das propriedades coloniais - as primeiras fábricas alimentícias e responsáveis pela industrialização do Estado de Santa Catarina.
"Estamos aqui muito bem. E nos adaptamos, facilmente ao modo de vida daqui. Na pequena clareira que abrimos na mata já fizemos uma reduzida colheita de batatas; verduras de todas as qualidades temos em abundância e doze laranjeiras, 12 bananeiras e uma boa quantidade de mamoeiros prometem-nos, para dentro de um ano, bastantes frutos. Também plantei doze pés de figos e doze de ameixas. Essas espécies começam a produzir, aqui, em 2 ou 3 anos. Tudo quanto eu semeei está muito bonito. Tanta fecundidade jamais nos desiludirá. Milho e feijão preto (um dos principais alimentos) temos também à disposição. E nem pode ser de outra maneira. O sub-solo é barro sobre o qual ha boa camada de humus. Semanalmente, senão cada dia, chove. Ajunte-se a isso o calor da terra. Não pode ser de outra forma: tem de crescer mesmo!
Agora comecei a derrubar a terceira roça, trabalho que tem de ser terminado ainda neste mês. Terei, então, livres de mato, 70 braças, ou 560 pés de frente e 40 braças, ou 320 pés de fundos Isso, naturalmente, me custou muito trabalho. Fiz tudo sozinho. As árvores fortes e duras, carregadas de Cipós, exigem muitas machadadas para caírem . Por isso, orgulho-me e alegro-me ao olhar tudo isso e poder dizer que é trabalho meu e, se a bênção de Deus não me desamparar, acredito que, em breve estarei numa situação desafogada.Nós moramos, como todos os brasileiros, no nosso lote, sozinhos, longe dos nossos vizinhos. Até estes, só poderemos chegar pelo rio, sobre o qual navego na minha canoa, um tronco de pau escavado, e o faço com segurança. Usamos essa embarcação, também, como fazem os índios, como armadilha primitiva para apanhar caça. Essa armadilha já nos proporcionou belos e muitos assados de caça, boa caça. A caça de penas é abundante, como o peru silvestre (jacu- tinga?), a perdiz, a aracuã, etc. Peixe, o Itajaí fornece à vontade. Tigres também aparecem, mas longe daqui e muito raramente porque são muito perseguidos. O mais desagradável são as cobras, das quais já matei três; os mosquitos também incomodam. Esta terra, naturalmente, não está isenta de pragas. Mas tudo quanto é de desagradável estará superado pelo que é de bom, se o recém-chegado tiver boa vontade, disposto, a sentir-se bem aqui e não querer sempre comparar o Brasil com a superpopulosa Alemanha. Naturalmente, aqui falta muita coisa que lá há em abundância, mas também isso é devido, em grande parte, ao fato de que, no Brasil, não se sofrer essa carência, nem se sentir necessidade do que está faltando. Farinha de trigo e de centeio não há no Itajaí e, nas cidades, só se compra por alto preço. Nossa alimentação se compõe de batatas, feijão, farinha, verduras, peixe e carne, geralmente carne de caça e café. Com isso a gente se sente satisfeito e forte para o trabalho. Quanto ao que se refere às outras condições de vida, tem-se aqui a mais ampla liberdade. Cada qual pode crer no que quiser; não há impostos e o imperador Pedro subvenciona até os pastores e professores protestantes. Assim, vivemos sossegados na nossa choupana, sentimo-nos contentes com o que temos e alegramo-nos na nossa própria obra que se tornará cada dia maior.As nossas crianças brincam ao redor de nós e sentem-se bem com isso. Minha mulher trata dos arranjos da casa; eu trabalho fora e, quando vem a noite, estamos cansados e dormimos até o amanhecer. Eu desejei, muitas vezes, tê-los aqui conosco, tomando parte na nossa alegria. As nossas belas frutas, os doces que com elas se fazem, as nossas lindas noites, as árvores majestosas, sobre as quais centenas de outros vegetais florescem como os belos cactus, a magnífica vista do rio, tão largo como o Elba, em Magdeburg, tudo isso, certamente, os encheria de entusiasmo e de satisfação". Carl Ferdinand Hering, 12 de novembro de 1854.
Palavras de Karl Ferdinand Hering compartilhadas no artigo de Karl Ferdinando Hering:
"Aquele que quiser emigrar para Blumenau, não deve ir completamente desprovido de meios e deve poder apresentar atestado seguro sobre o seu bom comportamento e o seu caráter. Trapaceiros e preguiçosos, não serão ali bem recebidos e, em breve, serão expulsos da comunidade. Artesãos de todos os ofícios e, principalmente, os que possam e queiram trabalhar com dedicação, terão uma situação segura e encontrarão oportunidade de ganhar um salário alto. Somente não deve ele esperar que, assim que chegue, possa logo exercer a sua profissão ali Uma colônia como aquela, assenta suas bases na agricultura, no lucro do aproveitamento do solo. O recém-chegado deve logo é tratar de adquirir seu lote, construir a sua casa e tornar a terra cultivável, a fim de ficar definitivamente instalado e apto a procurar o seu sustento. Não lhe faltarão terras baratas e férteis que possa adquirir. Existem ainda milhões de acres da melhor terra devoluta. Logo que ali firmem pé, poderão o operário, o moleiro, o alfaiate, o sapateiro, o carpinteiro, o pedreiro, etc. então conseguir trabalho na profissão e ganhar bastante. A derrubada do mato, naturalmente, tem que ser feita a custo de muito suor. E, por acaso, entre nós não acontece o mesmo? Quanto deve se sacrificar o nosso lavrador no tempo da colheita; quanto ele pragueja vergado ao peso das tinas de estrume que tem de carregar, morro acima, até os lugares das plantações e dos vinhais? E, que tem ele de tanto esforço senão o seu miserável pão e, às vezes, nem isso, como quando as enxurradas anulam todo o trabalho, levado a cabo com tanto sacrifício. Há muita gente ativa e trabalhadora, que perde a oportunidade de ganhar o seu pão cotidiano com um trabalho ordenado e persistente; o assalariado não tem estabilidade e é despachado quando bem apraz ao senhor da terra.Depois, convém que o emigrante seja casado, para começar, desde logo, a organizar uma vida familiar digna. A vinda dos filhos, lá, se constitui em riqueza, enquanto aqui concorre para o empobrecimento do casal. O colono, circunscrito ao círculo da sua família, acostuma-se ao mais simples, adotando costumes morigerados, de vez que lhe faltam as oportunidades para pensar em grandezas e comodidades. Jovens pares, que desejam fundar um lar e que, aqui, encontram toda a sorte de dificuldades, devem fazer como meu filho: emigrar para Blumenau. A colônia tem a grande vantagem de ser constituída de alemães, de protestantes. Quanto mais ela se alarga, tanto maior é o número de gente boa que para lá vai e, assim, naturalmente, cresce o bem-estar de todos.Como, naturalmente, os colonos estejam ainda ocupados em preparar os lotes que compraram, compreende-se que ainda não se tenha podido pensar na abertura de estradas e construção de pontes. Por isso há falta de caminhos carroçáveis e o rio Itajaí é, no momento, a única via de comunicação entre as várias propriedades. Mas isso é por enquanto, pois o imperador garantiu ao Dr. Blumenau que seriam feitos caminhos e pontes por conta do governo. O colono, lá poderá ter certeza de que, pela dedicação ao trabalho, ele não só conquistará sua prosperidade, como melhorará todas as suas condições de vida. Do que não serão capazes a aplicação, a perseverança alemãs aliadas à honestidade do alemão?"
No ano que Carl Ferdinand e Marie Theresa chegaram com seus filhos em Blumenau, Hermann Blumenau havia estabelecido um novo contrato com o Governo Imperial brasileiro, a partir do qual o proprietário da Colônia Blumenau recebeu adiantado 25 contos por conta do prêmio que poderia receber se sua colônia privada agrícola atraísse 4.000 imigrantes europeus dentro do prazo de 10 anos e simultaneamente construísse uma estrada que margeasse o rio Itajaí-Açu até a nucleação urbana de Itajaí, na foz do rio no mar. Também deveria providenciar projetos para a abertura de outra estrada, na margem direita do rio Itajaí-Açu acima, até a Serra - Curitibanos, pois a estrada de cargueiros e tropas de gado oriundos do Rio Grande do Sul, seguia para Curitiba e São Paulo, atravessando o planalto catarinense, onde estava Lages, cidade onde reside a família descendente de Carl Ferdinand Hering e de Marie Therese Hering. Entenderemos como chegaram lá. com isto o governo brasileiro completaria o repasse, de 1858 em diante, com a soma de 8 contos anuais para a construção desses caminhos, até completar a soma de 32 contos.
Carta do fundador guardada no Arquivo dos documentos raros da Universidade Federal de Santa Catarina, a qual menciona Emil Odebrecht e a construção deste caminho - Serrastrasse. |
Em 1855, um ano após a chegada da família Hering na Colônia Blumenau, começou a funcionar a primeira escola pública, sob a coordenação do professor Ferdinand Ostermann, e os ofícios religiosos luteranos eram celebrados pelo Pastor Oswaldo Hesse, contratado por Hermann Blumenau e que, passou a fazer parte dos funcionários gratificados da colônia, ao contrário do Padre Jacobs, que chegou a Colônia um pouco tempo depois, e apesar da situação, fundou o Colégio Santo Antônio. O professor Ferdinand Ostermann chegou à região em 2 de junho de 1852, sendo considerado o primeiro professor público de Blumenau.
E no mês de novembro de 1855, aconteceu uma nova enchente do rio Itajaí-Açu. O nível das águas águas subiram 13,30m. acima do nível normal, causou grandes perdas na Colônia Blumenau. Esta seria a segunda enchente de Blumenau. A primeira enchente aconteceu em 29 de outubro de 1852, com o nível das águas atingindo 16,30 m.
Carl Ferdinand Hering faleceu em Blumenau, em 8 de março de 1892 e sua esposa Marie Theresie em 26 de setembro de 1910
Descendentes de Carl Ferdinand Hering e Marie Thereza Hering
Como anteriormente mencionado, o casal chegou na Colônia Blumenau com os filhos Hermann Hering, e Carl Friedrich Hering, depois nasceram mais três filhos: Wilhelm Max Hering (1857), Lilla Maria Hering (1859) e Georg Franz Hering (1864)
1.a - Hermann Hering
Nasceu em 18 de agosto de 1851, 4 meses após o casamento de Carl Ferdinand e Marie Theresa, seus pais, que aconteceu em 18 de maio de 1851. Hermann também nasceu em Erdeborn, Mansfelder Seekreis, Provinz Sachsen, Alemanha. Em Blumenau trabalhou como marceneiro e comerciante, de acordo com ilustra documentos de seus filhos.
Hermann Hering se casou com Dorothea (Göttsche) Hering em 27 de março de 1889, filha de Heinrich Göttsche e de Friederike (Wolien) Göttsche. Foram testemunhas do casamento: Otwin Haupt, Felix Hering, Franz Blohm e Elisabet Schönau. O casal teve 6 filhos. São eles: Hermann Hering Júnior (1890–1956), Heinrich Georg Hering (1893–1953), Erwin Max Hering (1896–1914), Dorothea Hering (1899–1932), Max Hering (1905 - -) e Erna Hering.
1.a.1 - Hermann Hering Júnior: Nasceu em 18 de novembro de 1890. Casou-se em 21 de abril de 1918 com Hulda Otillie Gropp, filha de Emil Rudolph Julius Gropp e Anna Jenichen. Emil Rudolph Julius Gropp era nascido na cidade medieval prussiana de Schweidnitz, atual cidade polonesa Świdnica.
Emil Gropp, o pai de Otillie, construiu a tipologia enxaimel que estava localizada no Bairro Vorstadt e foi demolida em 2019. Sua casa, foi construída por ele mesmo, com a técnica construtiva enxaimel e apresentava a tipologia das casas urbanas regionais, as quais receberam adaptações no Brasil, como a presença do alpendre. Construção da segunda metade do século XIX.
O irmão de Otillie (Gropp) Hering e filho de Emil Gropp, Ricardo Gropp, que possuía uma marcenaria nas proximidades da propriedade do pai, construiu uma das edificações mais elaboradas da história de Blumenau, no estilo Art Nuoveu, e com a técnica construtiva enxaimel para ser vitrine do trabalho da família que possuía uma madeireira no Alto Vale. Ricardo Gropp construiu a a Casa Vianna que será realocada em breve, para o Morro do Aipim.
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Casa Vianna construída pelo irmão de Otíllia (Gropp) Hering, esposa de Hermann Hering Júnior. |
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O terreno da Casa Vianna pertencia ao sogro de Hermann Hering Júnior. |
Hermann Hering Júnior faleceu em 1º de dezembro de 1912 e foi sepultado no Cemitério Luterano Centro, Blumenau como também, sua esposa Dorothea (Göttsche) Hering que faleceu em 19 de fevereiro de 1953.
Certidão de casamento
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Certidão de Casamento de Hermann Hering Júnior e Otíllia Gropp, com nome e profissão dos pais. |
Herman Hering Júnior faleceu em 19 de outubro de 1956 e Otillie em 23 de junho de 1966.
1.a. 2 - Heinrich Georg Hering: Nasceu em 22 de janeiro de 1893 em Blumenau. Foi um relojoeiro. Casou-se com Henriette Caroline Marie Hansen, nascida em Flensburg, em 6 de novembro de 1915. Ela contava com 17 anos no dia de seu casamento e ele com 23 anos. Henriette era filha de Christian Hansen e Henriette Caroline Brigitte (Kissen) Hansen. Foram testemunhas do casamento: Hermann Lüders, Hermann Hering, Ottilie Gropp e Dorothea Hering.
"Henrique" é o nome "aportuguesado" de Heinrich e ainda sem o "Gerog", que em portugues é Jorge.. Ela permaneceu com seu nome original. |
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Certidão de Casamento de Heinrich Georg Hering e Henriette Caroline Marie Hansen, com nome e profissão dos pais. |
Heinrich Georg Hering faleceu em 22 de janeiro de 1893 e foi sepultado no Cemitério Luterano Centro como também sua esposa.
1.a. 3 - Erwin Max Hering: Nasceu em 1896. Erwin faleceu solteiro, em 18 de outubro de 1914, com 18 anos de idade. Morreu por afogamento durante banho no rio Itajaí-Açu.
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Atestado de óbito de Erwin Max Hering. |
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Sede da Cervejaria Schossland e Hosang, na rua São Paulo, Blumenau. |
Heinrich Georg Brandes era imigrante oriundo de Wunstorf/Hanover, onde nasceu em 17 de dezembro de 1852. Ele migrou para Blumenau casado (casaram-se em 1º de maio de 1850) e sua esposa Johanna Bertha Schossland era de Wohlau Schlesien.
A testemunhas do casamento de seu filho Philipp com Dorothea Hering foram: Hermann Lüders, Hermann Hering, Erwin Rischbieter e Felix Hering.
Ne certidão de casamento dos jovens Dorothea e Philipp, o nome do pai do noivo consta como Hermann Brandes, destacado em um texto de Gertrudes Gross, como farmacêutico, tal como o filho e presente em uma fotografia com algumas personalidades da história de Blumenau, inclusive os dois irmãos Hering. Agora deixamos a pergunta. Qual é o verdadeiro nome do sogro de Dorothea (Hering) Brandes?
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Certidão de casamento de Dorothea (Hering) Brandes e Philipp Brandes. |
Dorothea (Hering) Brandes faleceu em 1º de novembro de 1932 e foi sepultado no Cemitério Luterano Centro - Blumenau.
1.a. 5 - Max Hering: Nasceu em 1905. Casou com 31 anos de idade com uma canadense de 35 anos chamada de Edna Burke, família de Portland, Ontário. Sua esposa era filha de James Burke e de Charlotte McEwen, família do Canadá.
O casamento de Max Hering e Edna Burke aconteceu no dia 23 de maio de 1936, Em Manhattan, na cidade de Nova York, Estados Unidos da América.
1.a. 6 - Erna Hering: Nasceu em 13 de março de 1906. Casou-se com Reinhold Pfau, ou Reynaldo Pfau, também chamado de Reynaldo Pfau, nascido em 21 de fevereiro de 1900. Pfau era filho do padeiro Franz Berhard Wilhelm Pfau(1854-1934) e de Johanna Marie Schossland (1861 - 1925), casados em Santos/SP, residentes de Blumenau. Johanna Marie é nascida em Wohlau, Breslau, Schlesien, Alemanha e Franz de Altenburg, Thüringen, Alemanha.
Local onde está sepultado Franz Berhard Wilhelm Pfau. Cemitério da Rua Bahia, Blumenau. |
Local onde está sepultada Johanna Marie Schossland Pfau. Cemitério da Rua Bahia, Blumenau. |
Reinhold/Reynaldo Pfau veio de São Francisco do Sul para trabalhar na farmácia de Hermann Brandes, sogro de Dorothea Hering, irmã de Erna Hering. Quando Brandes colocou sua filial à venda em Altona, atual Itoupava Seca, Pfau comprou e se tornou o segundo farmacêutico de Blumenau.
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Reinhold/Pfau, esposo de Erna Hering. |
Reinhold/Reynaldo e Erna foram os pais de um designer - artista plástico - professor - cantor - ator - musicista de Blumenau atual, Reynaldo Wilmar Pfau, cuja biografia já publicamos. Ainda foram os pais de Norma Maria Pfau, Ilka Dorothea Pfau e Edla Pfau.
"Meu pai foi um grande homem em todos os sentidos.Tenho por ele uma imensa admiração e saudade.Aos 16 anos, veio de São Francisco do Sul para Blumenau, fez curso de prático farmacêutico em Florianópolis e, em fevereiro de 1925, iniciou sua Farmácia Altona, no Bairro Itoupava Seca, em Blumenau. Foi o segundo farmacêutico da cidade. Casou-se com Erna Hering e tiveram quatro filhos: Norma, Ilka, Edla e Reynaldo Wilmar.Eu convivi com a importância do trabalho de papai na comunidade, pois ele se tornou um marco do "espírito da esperança e da cura" em toda a região. Era tido como um médico, pois resolvia qualquer parada, e, ainda mais, por existirem poucos médicos em Blumenau.Deixou-me o exemplo da abnegação, da seriedade de encarar as responsabilidades, da honestidade e, principalmente, da ética profissional acima de tudo. Deixou-me marcado seu carinho e dedicação como atendia a todos o que o procuravam, a qualquer hora do dia ou da madrugada.Era um homem prático para resolver qualquer situação. Era um amante fanático da natureza e, principalmente, do Rio Itajaí-Açu, rio que ele me ensinou a nadar.Era fascinante vê-lo manipulando frascos, almofarizes, as fórmulas para fazer unguentos, pomadas e cápsulas. Os armários eram enormes, com prateleiras de produtos a serem manipulados.Assim, também pude desfrutar desta facilidade de acesso a materiais, que me permitiram desenvolver experimentos que aproveitei na minhas obras como artista plástico.Hoje, vejo que a época em que convivi com papai foi fascinante.Gostaria de voltar ao passado e experimentar tudo de novo." Reynaldo Wilmar Pfau
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Jornal de Santa Catarina - 21 de junho de 2000. |
Casos de Amor a BlumenauLembranças de ErnaREYNALDO WILMAR PFAU Artista plásticoErna era uma blumenauense nascida Hering, de Hermann e Dorothéa. Sua infância foi normal; subiu em árvores, colheu flores, correu pelos pastos, estudou pintura a óleo com as irmãs do Hospital Santa Isabel; nadou no Rio Itajaí-Açu; fez teatro na escola.Ficou adolescente; ficou mulher, sonhou e entre sonhos e realidades conheceu um jovem nascido em Joinville e radicado em São Francis-co do Sul. Este jovem veio a Blumenau em 1921 para trabalhar na Farmácia Brandes. Namoraram e noivaram. Em 3 de fevereiro de 1925 surgiu a Reynaldo a oportunidade de comprar a filial da Farmácia Brandes da Itoupava Seca. Com os negócios e as transações acertados, Reynaldo Pfau casou-se com Erna em 8 de agosto de 1925.Mudaram-se para Itoupava Seca, que na época se chamava "Alzuhnah", isto é, Altona (muito perto). Mudaram-se para cuidar da farmácia, iniciar a sua família, iniciar um pequeno mundo e iniciar uma história. E muita história se fez e inúmeros fatos se sucederam; o Clube de Futebol América, atual Guarani E. C.; as viagens de futebol com o carro (Wander) lotado à "la Rexona", o balaço na nádega. Os tempos das brigas bairristas entre Itoupava e o Centro; a balsa do Chico; o Cine Mogk; as pescarias noturnas e as diurnas também; os banhos de rio; o Clube Teotônia-Ipiranga; os bailes, o Teatro Carlos Gomes; as boiadas nas ruas de barro. A Far-mácia Altona de Reynaldo Pfau.Erna Pfau - do lar e da farmácia, entre o lar e a farmácia, para o lar e para a farmácia. As emergências de madrugada, as viagens de "carro-de-mola" para buscar medicamentos (quinino); os pernoites fora de casa; as enchentes. Houve viagens para Curitiba visitando os Assmétante Frieda, Frieda e Ellen. Lembranças da tante Théa, Tante Eli, o Heini... O dia--a-dia do Vapor Blumenau. O dia-a-dia de Blumenau. O dia-a-dia de Itoupava Seca. O legista Dr. Fernando Wenthausen, Dr. Franz Kiebel, Dr. Paulo Carvalho, Dr. Figueiredo, Dr. Glover, Dr. Osni Margarida. Cia Zalinger, dona Léa Espíndola, Maffezzolli, Graebner, Ghaher, os Gutz e o Rio Encano, os Lange, os Thomsen. Mas também havia um hotel na Itoupava Seca, não é, Heinz?Não é, Müller? Não é, dona Synova? Dona Synova se recorda do Hotel Danker, de Franz/Emilio Wuergues. Saudoso doutor Ari Taborda, querido padrinho e amigo da família, digno de uma biografia. E a farmácia da Rua São Paulo nº 3343. E o senhor Pfau e a Frau Pfau. Quantos entraram na farmácia e quantas curas? Ah!, Itoupava Seca da maria-fumaça, da litorina, dos trilhos no fundo do quintal ao lado da goiabeira. Ah!, Itoupava Seca da Fábrica de Gaitas Alfredo Hering, da dona Alice Hering; dos queridos Karl e Ruth Strauss; dos Zadrozny (Júlio e Traute, Ingo e Asta). Ah!, Itoupava Seca. Ah!, Frau Pfau também do Tobi e da Lisa. A Frau Pfau que ainda faz história, não é, Dr. Carlos Seára Filho, não é, Paula? Que Deus os abençoe. Reynaldo Wilmar Pfau, 21 de junho de 2000.
Reinhold/Reynaldo Pfau e Erna Pfau estão sepultados no Cemitério da Rua Bahia. Reynaldo faleceu em 13 de maio de 1981 e Erna em 31 de maio de 1996.
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Família Pfau - Cemitério da Rua Bahia - Blumenau/SC. |
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Rainhold/Reynaldo Pfau e Erna Pfau. |
Carl Friedrich foi o segundo filho dos pioneiros Carl Ferdinad Hering e Marie Therese (Schlling) Hering, nascido no território onde está a atual Alemanha, em 5 de novembro de 1853, em Helbra, Mansfelder Land, Sachsen-Anhalt. Viajou, ainda bebê, junto de seus pais e irmão para a Colônia Blumenau, em 1854.
Carl Friedrich se casou com a blumenauense Wilhelmine Clara Agnes Schiffter em 11 de maio de 1879, na localidade Warnow, Indaial (pertencente ao território de Blumenau). A testemunhas do casamento foram Wilhelm Hering e Louise Rühe cham. Siebert. Sua noiva, que era conhecida como Clara, era filha de Friedrich Wilhelm Alexander Schiffter e de Pauline Wilhelmine (Hofrichter) Schiffter, imigrantes de Drebkau, Brandenburg (casados em 4 de agosto de 1854).
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Registro do casamento de Carl Friedrich Hering e Wilhelmine Clara Agnes Schiffter. |
Carl Friedrich tinha a profissão de ferreiro.
O casal teve 5 filhos. São eles: Carl Wilhelm Hering (1883–1960), Rosa Theresia Hering (1885–1951), Hermann Eugen Hering (1888– - ), Schifter Hering (1888– -) e Ida Hering.
Carl Friedrich Hering faleceu em 18 de outubro de 1926 e foi sepultado em Matador, comunidade luterana, Rio do Sul/SC. Wilhelmine Clara Agnes (Schiffter) Hering faleceu em 14 de novembro de 1942 e também está sepultada em Matador, Rio do Sul/SC
1.b. 1 - Carl Wilhelm Hering: Nasceu em 1º de julho de 1883 em Warnow, Indaial (atual). Era conhecido como Willy Hering, nome registrado em sua sepultura localizada no cemitério de Bela Aliança, Rio do Sul/SC.
Willy se casou com Elisa (Böhme Sprengel) Hering, nascida em 13 de novembro de 1883. Elisa era filha de Christian Böhme e de Amalie Pauline Sprengel (casados em 1866).
O casal Willy e Elisa tiveram 7 filhos, criados no Alto Vale do Itajaí. São eles: Walter Hering (1906–1979), Lucia Hering (1907–1956), Paula Hering (1909–2002), Arthur Hering (1910–1994), Willy Hering Junior (1914–1996), Veronica Hering (1919– -) e Álvaro Hering.
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Família do neto do pioneiro Hering - Rio do Sul/SC. |
"Já estive nesse cemitério diversas vezes, a propósito moro nas proximidades. Willy Hering, que da nome a rua principal do bairro, também está enterrado ali . Sua lápide se sobressai as outras devido sua imponência." Claudenir Mohr, 31 de agosto de 2021.
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Cemitério de Bela Aliança - Rio do Sul/SC. |
1.b. 2 - Rosa Theresia Hering -que também tinha registros de Therese Clara Agnes Hering: nasceu em 28 de outubro de 1885 em Warnow, Indaial (atual). Casou-se em Ibirama com Hermann Köpsel, também conhecido como Germano Köpsel, nascido em 28 de abril de 1882, filho de Johann Julius Heinrich Carl Köpsel (Woldenburg - Prússia) e de Charlotte Dorothea Clara Kopsch, de Blumenau. A família vivia em Dalbérgia, Ibirama/SC. Rosa e Hermann tiveram 8 filhos. São eles: Ildo Köpsel 1905– -), Eldo Köpsel (1906–1962), Julio Köpsel Junior (1906–1993), Hermann Köpsel (1907–1914), Fides Köpsel (1908– -), Guido Köpsel (1911–1990), Helga Köpsel (1912– -) e Werner Köpsel (1915– -).
Rosa Theresia (Hering) Köpsel faleceu em 7 de setembro de 1951, na cidade de Blumenau. De acordo com sua certidão de óbito, faleceu por intoxicação aguda, em uma residência localizada na Rua São Paulo, nº 259. Nasceu em Indaial, morou em Ibirama e faleceu em Blumenau com 65 anos, com uma infecção aguda. Esta história está incompleta.
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Certidão de óbito de Rosa Theresia (Hering) Köpsel. |
1.b. 4 - Schifter Hering: Nasceu em 24 de janeiro de 1888 em Warnow, Indaial (atual), município de Blumenau.
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Certidão de nascimento de Schifter Hering. |
1.b. 5 - Ida Hering: Nasceu em 24 de janeiro de 1888 em Warnow, Indaial (atual), município de Blumenau. Ida se casou com Emil Rothenburg, filho do imigrante alemão Karl Ludwig Rothenburg, residente de Blumenau, nascido em 16 de junho de 1832 e que faleceu em Blumenau em 15 de abril de de 1914.
No livro "Afonso Rothenburg, Uma Autobiografia", Afonso Rothenburg menciona Karl Rothenburg como patriarca da família. Uma de suas esposas seria Louise Charlotte Schultz, nascida em 20 de julho de 1839 e falecida em 14 de dezembro de 1889. Karl e Louise Charlotte se casaram na Alemanha em 1861, na cidade de Sankt Marien, Brandenburg, Prussia, atual Alemanha, dois anos antes de nascer a mãe de Emil Rothenburg, esposo de Ida Hering.
Karl Rothenburg, pai de Emil, chegou no Brasil em 1875, no navio "Patacho" chamado "Tupã". Karl Ludwig Rothenburg morou na Comunidade de Ilse, quando era casado com Louise Charlotte (Schulz) Rothenburg.
Igreja da Graça, comunidade luterana de Ilse em 1914. Escola e Igreja. A igreja, construída com a técnica construtiva enxaimel ainda está na paisagem e seu cemitério em estado de ruinificação. |
A mãe de Emil Rothenburg foi Emilie Braatz, nascida em 6 de setembro de 1863 e faleceu em 22 de abril de 1897. Ela era 30 anos mais jovem que Karl Ludwig Rothenburg.
Há descendestes dos Rothenburg também residindo em Itoupava Central - Blumenau e Indaial.
1.c - Wilhelm Max Hering
Wilhelm Max Hering foi o primeiro filho blumenauense dos pioneiros Carl Ferdinad Hering e Marie Therese (Schlling) Hering, nascido em 2 de setembro de 1857, em Blumenau. Wilhelm se casou em 19 de fevereiro de 1885 com Marie Keunecke, nascida em 29 de janeiro de 1865, também em Blumenau. Seus pais foram Julius Heinrich August Keunecke nascido em Offleben, Büddenstedt, Helmstedt, Niedersachsen, atual Alemanha em 14 de outubro de 1836 e de Johanna Hohl Keunecke de Möschlitz-Thuringen, também território da atual Alemanha, nascida em abril de 1839.
O casal teve 3 filhos. São eles: Clara Marie Auguste Hering(1885), Hermann Oscar Otto Hering (1887 - -) e Georg Carl Hering ( 1888 - -).
1.c. 1 - Clara Marie Auguste Hering: Nasceu em 19 de dezembro de 1885.
1.c. 2 - Hermann Oscar Otto Hering: Nasceu em 7 de setembro de 1887 em Benedito.
1.c. 3 - Georg Carl Hering: Nasceu em 30 de dezembro de 1888 em Benedito. Georg Carl se casou com Emilie Piske nascida em 27 de dezembro de 1891.
1.d - Lilla Maria Hering
Lilla Maria Hering, a primeira filha dos pioneiros Carl Ferdinad Hering e Marie Therese (Schlling) Hering Lilla nasceu em 13 de abril de 1859 em Blumenau. Casou-se com o imigrante alemão Erwin Maximilian Richard Paul Weigmann em 5 de junho de 1881. Ele era nascido em Baritsch, Jauer, Liegnitz, Silésia, Prússia em 24 de outubro de 1851. Os testemunhas do casamento foram: Lina Bloch, Hermann Hering e Carl Jacobsen. O marido de Lilla, também era conhecido como Paulo Wickmann e comerciante na Velha, Blumenau/SC. Ele faleceu de mau súbito do coração com a idade de 60 anos incompletos em 16 de outubro de 1911. Lilla faleceu com a idade de 67 anos e os dois estão sepultados na Velha, Blumenau.
O casal teve 7 filhos. São eles: Julius Carl Weigman (1882–1953), Paul Wilhelm Weigmann (1883–1967), Carl Hermann Weigmann (1885–1955), Hermann Georg August Weigmann (1887–1895), Otto Weigmann (1889–1976, Thusnelda Theresa Weigmann (1891–1964), August Weigmann Hering (1896– -)
1.d.1 - Julius Carl Weigmann: Nasceu em 1º de março de1882 em Warnow, Indaial, território do município de Blumenau. Faleceu em 15 de novembro de 1953 na cidade de Timbó/SC, onde está sepultado. Julius se casou com Emma Müller que também faleceu em Timbó em 1º de janeiro de 1966.
Emma era filha de Carl Müller, nascido em São Pedro de Alcântara em 23 de abril de 1901 e de Emilie Marie Louise Padaratz nascida em 16 de janeiro de 1849 em Letzin, Gnevkow, Demmin, Mecklenburg-Vorpommern território da atual Alemanha.
1.d. 2 - Paul Wilhelm Weigmann: Nasceu em 4 de dezembro de 1883 em Warnow, Indaial, parte do território de Blumenau/SC. Trabalhava como funileiro em Encano com terras no Jordão. Casou-se em 12 de maio de 1909 com Ella Hadlich, nascida em 18 de junho de 1887 no Garcia. Ela era filha do marceneiro Louis Gottlob Hadlich e de Anna Vahldick, nascida em Neustadt, Magdeburg, Sachsen, Prússia, que se casaram em Blumenau.
O casal teve 8 filhos. São eles: Erich Ewald Luis Weigmann (1910–1988), Helmuth Otto Johann Weigmann (1911– -), Walter Weigmann (1912–1980), Willy Weigmann (1914–1961), Herta Weigmann (1921– -), Erna Weigmann (1923– - ), Irmgard Weigmann (1924– -) e Erica Weigmann (1926– -).
1.d. 3 - Carl Hermann Weigmann: Nasceu em 11 de julho de 1885 em Warnow, Indaial, parte do território de Blumenau/SC. Agricultor e pecuarista na Velha. Casou em 23 de junho de 1909 com Olga Marie Amanda Bublitz, nascida em 2 de dezembro de 1890, em Blumenau, filha de Friedrich Bublitz e de Guilhermine Bublitz da Velha, Blumenau/SC. As testemunhas do casamento foram: Oscar Thomsen, Wilhelm Bublitz, Hulda Birr e Marie Geske.
O Casal teve 8 filhos. São eles: Ella Thusnelda Hulda Wilhelmine Weigmann (1909–2001), Lilla Weigmann (1910–1995), Paul Anton Otto Weigmann (1912– -), Ida Dorothea Anna Weigmann (1915– -), Bertha Ida Anna Weigmann (1916– - ), Erna Thecla Johanna Weigmann (1919–2004), Wanda Weigmann (1924– -) e Oscar Carl Albert Weigmann (1925– -).
Carl Hermann Weigmann faleceu em Blumenau em 1° de agosto de 1955 e Olga Marie Amanda Bublitz Weigmann em 25 de abril de 1953, em Blumenau.
1.d. 4 - Hermann Georg August Weigmann: Nasceu em 24 de março de 1887, em Warnow, Indaial. Faleceu em 7 de julho de 1895, com 8 anos de idade, de asma, na Velha, Blumenau/SC.
1.d. 5 - Otto Weigmann: Nasceu em 4 de agosto de 1889, em Blumenau. Casou-se com Maria Reiter em 20 de novembro de 1918, em Blumenau. Sua esposa é filha de Franz Reiter, nascido em São Pedro de Alcântara em 21 de dezembro de 1856 e de Maria Mandel nascida em 7 de dezembro de 1866 em Brusque.
O casal teve 4 filhos. São eles: Elfrida Weigmann (1923–2012), Alfredo Weigmann (1925–1991), Artur Weigmann (1927–2014) e Erich Weigmann (1929–2011).
Otto faleceu em Blumenau em 13 de dezembro de 1976 e Maria em 2 de setembro de 1942.
1.d. 6 - Thusnelda Theresa Weigmann: Nasceu em 27 de setembro de 1891, em Blumenau. Casou-se com Carl Müller em 14 de setembro de 1910. Carl nasceu em 17 de março de 1889 e é filho de é filho de Carl Müller de São Pedro de Alcântara e de Emilie Marie Louise Padaratz. Já houve outro casamento entre membros destas duas famílias. Casam-se Julius Carl Weigman e Emma Müller.
Thusnelda Theresa faleceu em 8 de outubro de 1964 e Carl em 12 de outubro de 1974, em Blumenau.
1.d. 7 - August Weigmann: Nasceu em 5 de março de 1896, em Blumenau. Agricultor e pecuarista na Velha, Blumenau. Casou-se com Auguste Richter Kuhn em 8 de dezembro de 1920, em Blumenau. Auguste nasceu em 8 de agosto de 1897 e era filha de Leopold Richter e de Justine Kuhn.
O casal teve 4 filhos. São eles: Georg Bruno Weigmann (1921– - ), Leopoldo Weigmann (1925–1997), Thecla Weigmann (1925–1993) e Alwin Weigmann (1933–1995).
1.e - Georg Franz Hering
Georg Franz Hering, o quinto filho dos pioneiros Carl Ferdinad Hering e Marie Therese (Schlling) Hering nasceu em 12 de dezembro de 1864 em Blumenau. Casou-se com Auguste Marie Therese Grahl, em 2 de setembro de 1890. Auguste Marie Therese Grahl, nasceu em 13 de outubro de 1869 e foi filha de Hans Peter Heinrich Grahl e de Henriette Caroline Grahl. O pai de Hans Peter Heinrich Grahl foi Mestre de carpinteiro em Dassow e sua mãe foi Henriette Catharina Margaretha nascida em Kardien.
Desta maneira, apresentamos o desafio iniciado e previamente concluído, apresentado por Cinthya em buscar alguns fragmentos da história da pioneira família Hering, da qual faz parte e é desconhecida para muitos. Esta história é uma amostra da própria história de Blumenau que em breve, comemorará seu 175º aniversário de fundação.
História de Blumenau que teve seu início como uma colônia agrícola privada, planejada em uma escala regional, considerando a extensão de seu grande território desprovido de infraestruturas, no qual os imigrantes espalham-se buscando o lugar para a casa, a plantação, o comércio, a indústria, estradas, ferrovia, esportes, orações e aprendizados - viabilizando o surgimento dos embriões urbanos que deram origem a rede de cidades atuais no Vale do Itajaí. Muitas vezes, hoje separadas dentro da nova organização geográfica, esquecem-se de que o inicio foi semelhante para todos a partir das famílias, das práticas de suas famílias e desafios enfrentados para "mover a roda". Nesta data de 2 de setembro, todo o Vale do Itajaí deveria comemorar como se fosse parte desta história.
A família, através de seus membros ocuparam os espaços e as povoações, tal como aconteceu com a família pioneira Hering. Percebemos que seus descendentes ocuparam os espaços e contribuíram para a formação de muitas cidades do Vale do Itajaí - estendendo-se até a Serra Catarinense, um dos objetivos das primeiras lideranças custeada pelo governo Imperial brasileiro que era o de promover a ligação entre o mar e a Serra, através da Serrastrasse, caminho, de repente, usado por um dos descendentes da pioneira família Hering, para atingir Lages, a partir do raso de Südarm, que teve sua origem na Colônia Blumenau, na década de 1850.
Pioneirismo.
A outra família Hering chegou à região muito tempo depois, na final da década de 1870.
Um registro para a História!
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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Referências
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- COLÉGIO SANTO ANTÔNIO. 75° Aniversário da Fundação – Dados Históricos. Tipografia e Livraria Blumenauense. Blumenau, 1952.
- DEEKE, José. O município de Blumenau e a história de seu desenvolvimento. Blumenau: Nova Letra, 1995.
- DEEKE, Niels. A curiosa viagem do Assecurateur. Blumenau em Cadernos, 50 anos. Conselho Editorial: Annemarie Fouquet Schünke (Presidente), Cristina Ferreira, Gervásio Tessaleno Luz, Ivo Marcos Theis, Marcos Schroeder, Roberto Marcelo Caresia, Urda Alice Klueger, Viegas Fernandes da Costa. Blumenau, 2001. Disponível em: http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/blumenau%20em%20cadernos/2007/BLU2007003.pdf. Acesso: 25 de agosto de 2925, 1h30.
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- VIDOR, Vilmar. Indústria e urbanização no nordeste de Santa Catarina. Blumenau: Ed. da FURB, 1995. 248p, il.
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Nota de falecimento de Karl Ferdinand Hering. |
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