Passamos uma tarde, sem cunho comercial, participando, fotografando e assistindo uma das práticas culturais presentes na região há muito tempo - a dança folclórica e a música.
Mesmo no período da nacionalização, a chama da dança e demais práticas culturais não se perderam totalmente. Período no qual foi praticado o (Clicar sobre) Bullyng oficial contra as famílias que vieram da Alemanha e seus filhos, já nascidos no país, portanto brasileiros - Imigrantes e descendentes que fundaram as principais cidades da região - quase sozinhos. Suas práticas foram retomadas, como é este exemplo do Alpino Germânico, na década de 1960 - que comemora o seu 48° aniversário.
Mesmo no período da nacionalização, a chama da dança e demais práticas culturais não se perderam totalmente. Período no qual foi praticado o (Clicar sobre) Bullyng oficial contra as famílias que vieram da Alemanha e seus filhos, já nascidos no país, portanto brasileiros - Imigrantes e descendentes que fundaram as principais cidades da região - quase sozinhos. Suas práticas foram retomadas, como é este exemplo do Alpino Germânico, na década de 1960 - que comemora o seu 48° aniversário.
Práticas comuns em muitas regiões do multicultural Brasil.
Brasil que não tem em seu espaço somente o que foi praticado nas suas duas primeiras capitais - Salvador e Rio de Janeiro como imaginam e tentam "vender" atualmente no exterior. Brasil não é somente formado por uma ou duas culturas - que também chegaram ao continente, como todas as demais. Isto foi muito visível recentemente na abertura das Olimpíadas Rio 2016 que, novamente, apresentou o país muito restrito em relação a sua grandiosidade territorial e multidiversidade cultural.
Um exemplo do que acontece na região, que outrora fora a Colônia Blumenau, e que também é reflexo do (Clicar sobre) Nacionalismo, foi o equacionamento territorial. Mas, sem perder sua identidade, pois desta "retalhação" surgiram inúmeras cidades com as mesmas práticas culturais e frutos da mesma história, que solidificam a identidade comum presente no inconsciente coletivo local e regional.
Lembramos que escrevemos sobre este assunto, tão intenso e de certa maneira complexo, como Arquiteta Urbanista, pois este tem ligação direta com os espaços onde vivem as pessoas e suas práticas, portanto parte relacionada a identidade e características da cidade - sua alma.
Bancada na qual estavam expostos lembranças e "história" do Alpino Germânico no dia 18 de setembro - Destaque: Brasil Multicultural |
Na tarde do dia 18 de setembro último, sem qualquer cunho comercial (como muitos que ignoram, alegam desdenhando apresentações deste perfil em festas locais), foi comemorado com bons momentos, o aniversário de um grupo folclórico fundado em um Clube de Caça e Tiro de Blumenau e que depois continuou atuando, sem perder suas características originais, na cidade de Pomerode.
"Há 48 anos, exatamente no dia 28 de setembro de 1968, foi acesa a chama do Grupo Folclórico Alpino Germânico pelo Sr. Franz Zmazek. Aqui estamos hoje para manter acesa esta chama que ilumina com alegria e responsabilidade, a cultura germânica no Brasil.Durante as quatro décadas e meia de história, o Grupo Folclórico Alpino Germânico viveu momentos de alegria e integração assim como momentos de dor e constrangimento. Estes momentos devem ser guardados com amor e carinho, como espaço de crescimento pessoal de cada um dos dançarinos e fortalecimento do grupo como uma grande equipe onde, cada um só está bem, se o grupo estiver bem." Cerimonial - G.F. Alpino Germânico
O G. F. Alpino Germânico foi fundado na sede do Clube de Caça e Tiro Testo Central, próximo ao limite entre Blumenau e Pomerode.
Manfredo Bubeck e Rita Bubeck |
Sr. Manfredo Bubeck, a quem agradecemos, esclareceu-nos que antes da fundação oficial do grupo folclórico, existia um trio musical formado pelo fundador do idealizador do Alpino Germânico, Sr. Franz Zmazek (Canto e violão), ex maestro do Coro Masculino Liederkranz - Sr. Manfredo Bubeck (Acordeon) e sua esposa - Sra. Rita Bubeck (Canto). O Trio se apresentava em muitos eventos da época, como: Encontro de Corais e concertos. Conta o Sr. Bubeck, que participaram, como uma das atrações, da inauguração do Bela Vista Country Club - Blumenau.
Após algum tempo, Sr. Bubeck saiu do trio e assumiu, com o acordeon - o Sr. Roland Findeiss, quando surgiu também, o Grupo Foclórico Alpino Germânico no dia 29 de setembro de 1968, sob a coordenação do Sr. Franz Smazek.
Nesta mesma data, sob orientações do Coordenador - Sr. Franz ou Friedrich Zmazek, foi elaborado o estatuto e regimento do grupo folclórico, este voltado para a prática de danças folclóricas de caráter amador. Também ficou definido que o Sr. Zmazek seria o Presidente do grupo. Neste momento, também batizado como Alpino Germânico. Na Ata desta primeira reunião consta os seguintes nomes - fundadores: Franz Zmazek, Ari Egger, Roland Findeiss, Ruth Dehner, Reiwald Findeiss, Wilson Bruch, Isadora Wagner, Osni Hermann, Rosita Burkhart e Renata dos Reis.
"Após a saída do Manfredo, o Roland Findeiss assumiu o acordeon, quando se formou definitivamente o Grupo Alpino Germânico - sempre sob a direção do abnegado e idealista das tradições Alpinas Austríacas Sr. Franz Zmazek. Sua sede sempre foi o C. C. T. Testo Salto. O Grupo está vivo até hoje e sua sede atual fica na cidade de Pomerode. Uma linda história." Manfredo Bubeck
Agradecemos importante contribuição do Sr. Manfredo Bubeck e que esclareceram alguns pontos desta linda história.
Dando sequência...
Grupo Folclórico Alpino Germânico |
Contam aqueles que estiveram presentes no ato de fundação do grupo, que durante oito meses os folcloristas: Ruth Dehner, Ari Egger, Renata dos Reis, Osni Hermann, Rosita Burkhart, Wilson Bruch, Isadora Wagner e Reiwald Findeiss aprenderam a coreografia da dança com o casal Zmazek. Sra. Linda Zmazek ensinava os passos e o Sr. Franz Zmazek o Schuhplattler. O Acompanhamento musical, corretamente, era feito sob o som de um acordeon e de um violão, tocados pelo Sr. Roland Findeiss e pelo Sr. Franz Zmazek respectivamente.
Os primeiros folcloristas do Alpino Germânico foram pioneiros em adotar o "lederhosen", traje típico da Bavária, não conhecido por todos na cidade de Blumenau. Foi uma tentativa de usar algo semelhante, uma vez que não se tinha acesso à original calça de couro bávara. Desta maneira o traje foi confeccionado e providenciado dentro do próprio grupo.
Sr. Franz Zmazek possuia uma Lerderhosen, a qual foi o modelo do Sr Arno Krueger - alfaiate que confeccionou 4 calças como o Lederhosen, só que de brim. Os suspensórios masculinos foram feitos pela Sra. Linda Zmazek que recebeu o figuras de flores de edelweiss desenhados pelo Sr. Franz e pintados por Rosita Jung. A Sra. Linda Zmazek fez o traje feminino completo. Ambos os trajes buscaram representar o traje das festas tradicionais da região dos Alpes.
A primeira apresentação oficial do Grupo Folclórico Alpino Germânico aconteceu no dia 5 de maio de 1969 - durante o 15º aniversário do C.C. 25 de Julho de Blumenau.
Ainda no ano de 1969 o G. F. Alpino Germânico se apresentou na 2° Festa da Cerveja de Blumenau e após passou a ser umas das atrações do Restaurante Frohsinn, no qual se apresentou entre os anos de 1969 até 1976. Nesta época faziam duas apresentações semanais para os visitantes. Em 1970, surgiu o primeiro trabalho gravado, onde Sr. Zmazek e Sr. Findeiss gravaram um disco com canções da região dos Alpes. Mais tarde, fez parte do grupo, o músico da localidade de Testo Central - Sr. Ivo Raduenz (Acordeon).
A primeira apresentação oficial do Grupo Folclórico Alpino Germânico aconteceu no dia 5 de maio de 1969 - durante o 15º aniversário do C.C. 25 de Julho de Blumenau.
Ainda no ano de 1969 o G. F. Alpino Germânico se apresentou na 2° Festa da Cerveja de Blumenau e após passou a ser umas das atrações do Restaurante Frohsinn, no qual se apresentou entre os anos de 1969 até 1976. Nesta época faziam duas apresentações semanais para os visitantes. Em 1970, surgiu o primeiro trabalho gravado, onde Sr. Zmazek e Sr. Findeiss gravaram um disco com canções da região dos Alpes. Mais tarde, fez parte do grupo, o músico da localidade de Testo Central - Sr. Ivo Raduenz (Acordeon).
No ano de 1982, o casal Zmazek viajou para a Áustria e para o sul da Alemanha, com o objetivo também, de complementar, a partir de uma pesquisa, a indumentária dos trajes do grupo folclórico. Ao retornarem para o Brasil, trouxeram na mala uma relação de acessórios, que no mesmo ano de 1982, foram doados pela Cia Karsten de Blumenau. A Karsten doou seis lederhosen e suspensórios de couro, correntes, chapéu com a pena de águia e coletes para as focloristas.
Herr Eugênio Zimmer |
O Grupo Folclórico Alpino Germânico permaneceu em Blumenau por mais de 14 anos.
Em 1983, durante a grande enchente - que teve início em julho -o Prefeito de Pomerode - Sr. Eugênio Zimmer convidou o grupo, prometendo apoio necessário ao grupo se este transferisse para a cidade de Pomerode e representasse o município em festividades e encontros culturais.
Na época, a Prefeitura de Pomerode ofereceu ajuda de custo para o transporte.
Esta passagem histórica esclarece e explica porque que a cidade de Pomerode, fundada por pomeranos, passou a ter um grupo de danças folclóricas com tradições bávaras.
Em 1986, o Grupo Folclórico Alpino Germânico foi registrado no Ministério da Cultura e seus estatutos foi aprovado e registrado no ano de 1988.
Nos anos de 1989 e 1995, o grupo recebeu Lederhosen e suspensórios de couro doados pela Embaixada da República Federal da Alemanha, localizada em Curitiba. Em 1991, Sr. Henrique Drews Filho - Prefeito de Pomerode - trouxe da Alemanha para o grupo, chapeus de feltro masculino, para completar o traje do G. F. Alpino Germânico.
Seu traje oficial é o Miesbacher Tracht. O traje masculino é composto por seis peças e o feminino, por onze peças.
Fazem parte do G. F. Alpino Germânico:
- Cleiton Dieter König
- Martin
- Roberto Carlos Maske
- André Blunk
- André Cristiano Siewert
- Andréia Patricia Siewert
- Andreza Luize
- Arthur Dalke
- Bruno
- Camila Maria Kurth
- Carla Andréia Maske
- Christofer Henkel
- Cristian Hermann Jaepelt
- Cristopher Zimmer
- Darlan
- Djamyne
- Gabriela Ott
- Jeferson
- Kamila Mau
- Leticia Sasse
- Line
- Scheila Sell Jandre
- Sheila Mara Largura
- Sigmar Albin Woide
- Tayna Zimmer
- WillliaTayna Zimmern Woide
- Yasmin Rahn
A Programação teve início às 11:00h, com a recepção dos grupos folclóricos presentes que vieram prestigiar o momento festivo. Às 11:30h, começou a ser servido um churrasco, batizado pelos visitantes à região como "churrasco alemão", o mesmo "churrasco de igreja". Às 13:30h iniciou as apresentações de danças folclóricos apresentadas pelos grupos folclóricos presentes. Registramos a presença do cônsul austríaco na região e sua esposa, Sr. Mauro Kirsten e Sra. Sofia Kirsten.
Também abrilhantou o momento do almoço, a Banda Municipal de Pomerode - Die Originalen Rega Bläser sob a regência do Sr. Rafael Liandro Pinto Nemézio.
Die Originalen Rega Bläser |
Casal Kirsten recebendo lembrança do momento festivo |
Bruno...
Banda Musical de Pomerode...
Recordações e Homenagens |
História... |
Os Primeiros anos do G. F. Alpino Germânico - Blumenau |
A primeira canção tocada pela Banda Municipal de Pomerode não foi "Samba" e também não tinham turistas, portanto o evento não era comercial - é parte da cultura local. |
Roberto Carlos - Músico do Alpino Germânico (Bandoneon) |
G. F. Volkstanzgruppe Blauer Berg - Timbó SC |
Banda Municipal de Pomerode - Die Originalen Rega Bläser sob a regência do Sr. Rafael Liandro Pinto Nemézio. |
G. F. Alpen Bach - Pomerode SC |
Vale um Churrasco - Almoço |
Revitalizações do edifício do Clube - Muito bom - nova estrutura sem modificar a tipologia característica - Identidade. |
Revitalizações do edifício do Clube - Muito bom - nova estrutura sem modificar a tipologia característica - Identidade. Paisagem original aos fundos do palco - imagens de Pomerode. |
André Siebert - Coordenador do grupo aniversariante, Roland Findeiss (Um dos fundadores do Alpino Germânico e o Cônsul da Áustria na região |
Banda Musical de Pomerode |
Regente Rafael Liandro Pinto Nemézio |
Os dois vocalistas de uma das grandes bandas do Oktoberfest Blumenau da década de 1990 - Die Odenwälder Fidele Buan. O primeiro - Hans Jurgen Jopp (Spitz) e o segundo, Michael Lochner. Ambos são grandes músicos e são naturais da Baviera - Sul da Alemanha. O intercâmbio com o país de origem dos pioneiros nunca foi rompido. Os dois músicos bávaros residem na região há alguns anos e atualmente, trabalham juntos em um novo projeto. Aguardemos.
Hans Jurgen Jopp und Michael Lochner |
G. F. Volkstanzgruppe Blauer Berg - Timbó SC |
Três gerações |
Cônsul da Áustria Sr. Mauro Kirsten |
Cônsul da Áustria Sr. Mauro Kirsten |
Folcloristas do Alpino Germânico Moacir Glatz e Sheila Mara Largura esperam seu bebê - 7 meses de gestação - comemorando juntos, os momentos. |
Família Folclorista |
Ao lado direito - Traje com a cor violeta - Folclorista Sheila Mara Largura com 7 meses de gestação |
Comentário:
Estava correto, quando o Sr. Roland Findeiss sonorizava a dança do Alpino Germânico. A música era feita com Acordeon. O bandoneon, usado atualmente, é um instrumento trazido pelo imigrante pomerano - oriundo do norte da Alemanha.
Na Bavaria a sonorização das apresentações de um grupo de dança de Plattler é feito a partir de alguns instrumentos, como violão, flauta, tuba e o principal, o Acordeon(Gaita). O bandoneon usado para sonorizar as danças do grupo folclórico de Pomerode tem sua origem na região norte da Alemanha - de onde vieram os imigrantes pomeranos. Percebemos que também outros grupos de Plattler da região se apresentam com a sonorização do bandoneon - até mesmo, como forma de enaltecer e identidade através deste instrumento dos antepassados oriundos do norte da Alemanha.
Exemplo do Plattler no sul da Alemanha e sua música - no vídeo a seguir:
Continuando...
Após toda a programação...
Bolo, cheio de flores e frutas para todos - estava delicioso.
Família de Folclorista do Alpino Germânico |
Desejamos um Viva ao Grupo Folclórico Alpino Germânico e que esta data se repita por muitas vezes, levando alegria, lazer, referencial cultural e possibilitando o encontro entre amigos, durante uma tarde de domingo. Estas imagens, já são parte de sua história. Abraços.
Em Construção...........
Leituras Complementares:
Franz Zmazek
Comentário:
Nesta época, década de 1960, exisitia muitas famílias e seus descendentes, oriundos da Bavaria - sul da Alemanha, residindo em Blumenau. O Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau fundado na década de 1950, tinha entre seus fundadores muitos bávaros e descendentes.
Sugerimos a leitura das postagens abaixo. Para acessar, basta clicar sobre o título.
- Biografia - Max Mayr - da Baviera para o Vale do Itajaí
- História do Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau
- Música - Hans Jurgen Jopp - Spitz
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