quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Conversando - Cultura Brasileira?

A cultura brasileira - novamente a pergunta. O que é a cultura brasileira?
Retornamos a conversar sobre o tema, porque é um pouco complexo e envolve várias questões. Quase conversamos conosco mesmo, para ordenar pensamentos, que são voláteis.
Escravos na moenda de açúcar - Salvador
Gravura de Jean Baptiste Debret, 1835.
A cultura das duas primeiras capitais do Brasil – Rio de Janeiro e Salvador - e seus hábitos e costumes baseados na colonização portuguesa que usou a mão de obra africana de maneira cativa?

Sugerimos a leitura desta postagem: A Cultura alemã na Alemanha e no Brasil

O entrelaçamento dessas duas práticas culturais fez surgir hábitos e costumes nessas duas cidades a partir de suas primeiras décadas de história. Essas cidades recebiam pessoas do estrangeiro e era onde estava a elite nacional no período colonial e nas primeiras décadas do país liberto de Portugal. No entanto, essa história não se repetiu em outras regiões do continental país. A história de Blumenau e cidades da região, são muito diferentes destas duas capitais brasileiras. Aliás, o Estado de Santa Catarina, um dos muitos estados do Brasil, apresentam regiões com distintas culturas, estas alinhadas a sua história local, dentro de um recorte de tempo.
Serra Catarinense - Urubici SC - Década de 1950
Não tem como a prática cultural - o samba
Por que esta divagação?
Por que entramos em um estabelecimento comercial na nova rua "calçadão" - Rua Euclides de Castro - centro de Blumenau e lemos: “Authentic Brasilian". 
Destoante do que se faz na cidade. O que é "Autêntico brasileiro" em uma cidade com identidade e história próprias - diferente daquilo que "vendem" como "produto" brasileiro ao e para o estrangeiro?
É sugerido através da marca deste estabelecimento, que oferecem o "brasileiro", a partir de sua originalidade. O que é autêntico brasileiro em uma cidade com raízes da cultura alemã, em função de sua origem histórica?
Esse é um dos motivos, que como Arquiteta e Urbanista, nos tornamos blogueira da cultura local e regional - identidade local.
Rua XV de Novembro - 1900.
O BRASIL é continental e multicultural. O Brasil não é terra onde somente se toca o sambageralmente com a presença de mulatas (presentes nas duas capitais, explicado inicialmente) e desde então, "produtos de exportação" embora neguem. Muitos representantes de outras culturas em solo brasileiro, quando se encontram na Europa, (àqueles que nunca sambaram no Brasil), sambam por lá, para mostrar o quanto são brasileiros. Nós vimos isso pessoalmente, acompanhando um grupo cultural de um centro cultural alemão - na Alemanha.  
 Rio de Janeiro Século XIX  - Gravura de Jean Baptiste Debret.


















Colônia Blumenau - início do Século XX. Fonte: Arquivo Histórico de Rio do Sul.
Blumenau tem sua própria identidade, e nem com isso deixa de ser Brasil. Quando pesquisamos e publicamos, o fazemos como Urbanista e respeito à cidade de Blumenau e a toda sua história e tradição. A cidade tem alma própria e quem chega para morar, como nós chegamos, deve respeitar, enaltecer, valorizar sua identidade, a partir de sua paisagem, arquitetura, cultura, música, dança, gastronomia...

Momentos de comemorações do aniversário de 120 anos da S.R.D. Serrinha.
Para reflexão – Nossa terra natal não foi fundada nem por alemães e nem por italianos, no entanto ninguém cultua o samba por lá...E também é Brasil. 
paisagem construída reflete a prática e interações culturais e sociais do local. Por isto, nunca, uma cidade poderá ser igual a outra cidade. Considerando que, no mínimo – o sítio não é o mesmo. A paisagem é o resultado das interações de uma sociedade no sítio/lugar. Lembramos que a sociedade pode ser um "coquetel" de etnias e o resultado final acontece a partir do intercâmbio das várias culturas presentes no local.  Portanto a cultura alemã em território brasileiro, não é a mesma com os mesmos resultados em todos os locais e regiões que fundaram cidades. Varia de região para região e também, da origem dos alemães na Alemanha, de que região que vieram. Lá também acontece este mesmo processo, portanto, nem todos os alemães da Alemanha, também tem os mesmos hábitos e costumes.
Aqui no Brasil, se as práticas forem semelhantes ou iguais, é porque algo não está dentro do processo natural do homem dentro do meio que vive. Este pode estar sendo “usado” por um sistema maior e individualista. É Produto!

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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  16. 190 Anos de Imigração Alemã
  17. Voluntários da Pátria - Imigrantes alemães da Colônia Blumenau na Guerra do Paraguai







Wilfried Volkmann entregando originais do livro do 25 para Dona Alda Niemeyer traduzir para o alemão

Alda Niemeyer e Wilfried Volkmann.
 Em 26 de julho de 2012 acompanhamos Wilfried Volkmann, um dos autores do livro "Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau - Sua História  1954 - 2009" até a residência de dona Alda Niemeyer para que ela o traduzisse para o Alemão. ela contava com 92 anos de idade e ele, 79 anos de idade. Wilfried Volkmann escreveu o livro junto com Dona Renate Rossmark, que foi secretária de seis presidentes do C.C.25 de Julho e seu pai, um dos fundadores do centro cultural.
Ex-Presidentes do centro cultural, em comum, Neste dia estavam presentes 6 Ex presidentes e o Presidente: José Carlos Oeschler, Wilfried Volkmann,  Rolf Haas, Harry Dickmann (não estava na foto), Harold Letzow e Dieter Berner e sua Secretária (todos os mandatos) -  Renate Rossmark.
O livro de Wilfried Volkmann e Renate Rossmark foi lançado dentro de uma grande festa cultural em 20 de julho de 2012.
Lançamento do livro "Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau - Sua História  1954 - 2009".
Fizemos questão de efetuar o registro do momento que o ex presidente do C.C. 25 de Julho de Blumenau, nesse momento de 2012, coordenador e músico do Grupo de Harmônicas Blumenau, praticante de bolão por mais de cinquenta anos no centro cultural e participante do grupo de canastra, também do centro cultural: Wilfried Volkmann, entregou os originais de seu livro à Alda Niemeyer, igualmente sócia do centro cultural e dona de um currículo com  grandes feitos no ambiente cultural e na cidade de Blumenau. 
Fizemos questão de registrar para a História de um espaço cultural na cidade de Blumenau, a partir da voluntariedade dos seus integrantes e sem fins lucrativos, muitas vezes com dificuldades, na época perto de seis décadas, mantinham a prática cultural e esportiva a partir das atividades de seus grupos culturais e esportivos. Hoje o centro cultural soma mais de sete décadas de existência.
Wilfried Volkamann, temeroso que parte desta História se perdesse ao longo dos anos, começou a pesquisar e organizar os registros com a colaboração dos amigos, em especial de Dona Renate Rossmark. Registros a partir das pessoas, mais antigas do centro cultural, muitas vezes os primeiros, ou seus filhos e netos, que construíram este local da cultura germânica em suas horas de folga.
Alda Niemeyer, na altura de seus 92 anos e com toda a disposição que irradia, da pessoa maravilhosa que é e com o comprometimento com a cultura e a comunidade, aceitou prontamente o desfio e o fez. 
Alda Niemeyer recebendo os originais do livro da "História do C.C. 25 de  Julho de Blumenau" das mãos de Wilfried Volkmann  para efetuar sua tradução para o idioma alemão.













Galeria dos ex-presidentes do C.C. 25 de Julho de Blumenau, entre os quais, a imagem de Wilfried Volkmann.

Renate Rossmark, outra autora do livro do 25,  e sua irmã e sobrinha neta. As irmãs eram filhas do pioneiro Emil Rossmark, nascido em Unterfranken, Rödelsee, Alemanha - Muito contribuiu com a cultura praticada no C.C. 25 de Julho de Blumenau e com a história das primeiras Oktoberfests.
Vídeo
C.C. 25 de Julho de Blumenau na década de 1960.

Construção do C.C. 25 de Julho de Blumenau em construção.
Um registro para a História!

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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Despedida - Wilfried Volkmann - Ex-presidente do C.C. 25 de Julho de Blumenau - um dos fundadores das Harmônicas Blumenau (...)

Wilfried Volkmann.
Recebemos a notícia da passagem do ex-presidente do C.C. 25 de Julho de Blumenau, co-fundador das Harmônicas Blumenau, co-autor do livro "Centro Cultural 25 de Julho de Blumenau - Sua História  1954 - 2009", co-fundador do tradicional Grupo de Bolão "Morcegos", sócio atuante e ativo do C.C. 25 de Julho de Blumenau - Wilfried Volkmann.

Abrimos esta página para oportunizar a seus amigos - a despedida. 
Está sendo velado na Igreja Luterana Centro, Blumenau a partir da 10h. 
Será sepultado às 16h30.

Em breve mais sobre sua contribuição cultural para a cidade de Blumenau






Primeira apresentação do grupo Harmônicas Blumenau.


Desfile Oficial do Oktoberfest Blumenau 1985.

Em Stuttgart em viagem com os Bubeck.

Em Rödelsee, Unterfranken, com Johannes Wandler, passeando nos vinhedos.
















































Alles lebt weiter in Gedanken und Erinnerungen! Auch Rödelsee ist traurig dass Wilfried nicht mehr unter uns ist. Allen welche um Wilfried trauern wünsche ich viel Kraft und innere Stärke für die Trauerzeit! Mein und unser Beileid! Rödelsee Deutschland: Ulli Heß - Ehrenvorstand vom Musikverein Rödelsee /Winzerkapelle  Ulli Hess - Rödelsee - 29 de agosto de 2024

 Deixou um grande legado. Uma pessoa ímpar que muito contribuiu com a nossa cultura. Sentiremos muitas saudades. Obrigado Angelina pelas lembranças registradas. Descanse em paz. Dieter Berner - 29 de agosto de 2024

Um Registro para a História!


Está página está em construção, receberá a biografia de Herr Volkmann...


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Harmônicas Blumenau
C.C. 25 de Julho de Blumenau

Retretas Oktoberfest Blumenau


Desfile Oktoberfest Blumenau