sábado, 9 de fevereiro de 2013
É somente no Brasil que há Carnaval?
Tem Carnaval na Alemanha e suas raízes e origens são muito mais antigas que o internacional carnaval do Brasil.
O Carnaval na Alemanha tem diferentes características ao longo de seus períodos históricos e com características diferente em cada região do país.
O Carnaval na Alemanha tem diferentes características ao longo de seus períodos históricos e com características diferente em cada região do país.
Existe o carnaval alemão conhecido como Weiberfastnacht – quinta feira das mulheres e, conhecido com "a quinta estação do ano".
Também, há o carnaval do Vale do Reno – conhecido como Karneval, o Fastnacht da Suábia e o Fasching da Baviera - Regiões bem características a partir de sua cultura local.
Os principais carnavais conhecidos entre muitos, no território germânico, é denominado de "a quinta estação". Há uma coincidência entre todos os “Carnavais alemães”. Todos eles eram e são, até os dias atuais, festejados no período anterior à abstinência –Quaresma.
Festejado no início da páscoa, com um banquete.
É sabido que o termo é herança cultural da mitologia dos antigos povos germânicos e está ligado aos ritos pagãos da fertilidade, ou mesmo, ritual para espantar os maus espíritos. Ou ainda, relacionado, à festas e rituais romanos, os quais se apropriaram, com pequenas alterações.
Os primeiros registro do carnaval alemão foram encontrados no Século XIII.
Os registros do Século XIII mostram festividades com grandes quantidades de carne, queijo, manteiga, banha e principalmente, ovos. A intenção era consumir todo o alimento armazenado para passar o inverno – período do jejum. Isto explica os atos de organizar procissões e “guerras de ovos”. Além da distribuição de ovos cozidos decorados, depois durante a páscoa.
Ostara - Deusa da Fertilidade |
Antes do Século XIII, era comum festejar o "Carnaval" no interior das casas. Depois, os festejos ocuparam as ruas e eram acompanhados por muita fartura de alimentos e foliões, com música, dança, apresentações teatrais, torneios e corridas.
Entre os Século XIII e XIV surgiu o combate personificado do Carnaval e da Quaresma a partir dos animais e alimentos. O importante era a diversão.
A partir do Século XIV, a Igreja de Roma condenou o carnaval na Alemanha, alegando que destoava da Doutrina do Santo Agostinho e o carnaval passou a ser vista como prática pagã, como o era. Não somente com as festividades de Baco do reino de Nabucodonosor, mas com as festividades, ditas, “pagãs”, muito anteriores este período. Os foliões do carnaval no período da Idade Média, na Alemanha, passou a ser associado a personificação do mal, de acordo com o cristianismo.
Já em Estados alemães mais tradicionais, até hoje, seus príncipes, arautos e parlamentos tem 11 foliões – o número.
A interferência da Igrejas Cristã é notada, após o Século XV, até hoje. Geralmente são usadas máscaras e fantasias que lembram o “diabo”.
Acreditavam que o diabo anda pelas ruas, acompanhado das bruxas, demônios entre outros seres da religião pagã, antigas. Dentro da Igreja de Roma a censura era maior do que na religião Protestante. Nos séculos XV e XVI, foi o apogeu do carnaval nas artes cênicas, com estas caraterística e suas máscaras, satirizando os elementos da religião pretérita e as festividades, de maneira diferente.
O folião dos primeiros tempos, entre os séculos XV e XVII, representava a figura carnavalesca central da sátira e lembrava muito o Arlequim na Itália. Com a vinda da reforma Protestante, que também , negavam práticas do catolicismo de Roma (Os mesmos que dominaram os antigos Prussianos) houve uma diminuição da prática deste tipo de carnaval -(baseado na Sátira).
Após a leitura da pesquisa efetuada, pela Equipe do Blog - A vida dos Irmãos Grimm e outros eruditos do Século XIX, podemos afirmar que no período do Romantismo alemão, houve uma valorização e interesse pelos costumes das antepassadas tribos germânicas e suas inúmeras festividades, até então consideradas pagãs.
Políticos e pessoas que estão na mídia sofrem mais com as sátiras do carnaval atual |
A Chanceler da Alemanha, Sra. Ângela Merkel, participando de festividades do Carnaval 2013.
Há festas em salões de clubes, onde grupos de amigos participam, semelhante ao carnaval de salão no Brasil. Geralmente se divertem com fantasias diversas de personagens da História, mitologia, local ou clássicos internacionais.
Fotos: http://www.mainpost.de/
O que repetimos no presente, enquanto cultura e parte no modo de nos divertir, muitas vezes são reflexos de outros tempos, outras práticas e necessidades dentro de outra sociedade composta de maneira diferente. As práticas são repassadas como herança de pai para filho, se misturam a outras tantas e muitas vezes desconhecemos o que repetimos e porque repetimos.
Conhecer é importante.
Reportagem
Deustche Welle - 2013
Samba e muitas fantasias em verde e amarelo dominam a folia na cidade alemã. Desfile da segunda-feira terá carro alegórico criticando a presidente Dilma Rousseff e o chefe da Fifa, Sepp Blatter.
"Carnaval no sangue – aqui e no Pão de Açúcar" é o lema do carnaval de Colônia deste ano. Desde novembro a cidade às margens do Reno está em clima de samba. Fantasias em verde e amarelo são vistas nas ruas, grupos de sambas conquistaram os palcos dos salões de festa, quase todas as bandas carnavalescas escreveram uma música sobre o Brasil e também o Dreigestirn, o triunvirato formado por um "príncipe", uma "donzela" e um "agricultor" e que é o maior representante do carnaval local, apresentou um samba.
"Nunca um tema havia sido representado tão intensamente nos diferentes setores", explica Christoph Kuckelkorn, vice-presidente do comitê de festa do carnaval de Colônia e diretor do desfile que tradicionalmente ocorre na segunda-feira. "Havia cinco anos que eu desejava ter o Brasil como tema do carnaval de Colônia."
Neste ano surgiu, então, um duplo motivo: há um ano as cidades do Rio de Janeiro e de Colônia se tornaram parceiras, e em maio começa o Ano da Alemanha no Brasil. A iniciativa alemã terá um contraponto no carnaval do Rio: a escola de samba Unidos da Tijuca vai homenagear a Alemanha no seu desfile no sambódromo.
Sons brasileiros
Na região de Colônia, os grupos alemães de samba se empolgaram com o tema deste ano e acabaram um pouco decepcionados. "Nós achamos que seria o ano do samba e também dos grupos de samba da cidade", diz Ralph Plassmann, coordenador de cena do clube Sambacabana. "Mas estávamos enganados: para os grandes eventos foram contratos brasileiros", lamenta.
Mesmo assim, os grupos foram mais solicitados do que no ano passado, mas principalmente para festas privadas. O Sambacabana tem mais a oferecer do que a maioria dos grupos de samba alemães. "O show começa com música, depois vêm os dançarinos – é aí que a festa realmente começa", explica Plassmann, que toca tambor no grupo.
No carnaval de rua, os 32 integrantes da Sambacabana querem impressionar os foliões no Schull e Veedelszöch, desfile das organizações de bairros e escolas.
O auge do carnaval
O desfile da segunda-feira é o ápice do carnaval de Colônia. Este ano ele será aberto seguindo fielmente o tema. Cinco sociedades carnavalescas se uniram em um grande grupo e vão comandar, como se fossem uma escola de samba, os sete quilômetros do desfile da Rosenmontag, como os alemães chamam o dia.
"No meio do grupo seguem 150 músicos em um carro coletivo. Sua música vai ser transmitida ao vivo por meio de altofalantes para os outros carros individuais dos clubes", explica, com orgulho, Kuckelkorn. É a primeira vez que isso ocorre. "Assim será produzida a mesma acústica do sambódromo no Rio", diz o carnavalesco.
Ele sabe do que está falando. No ano passado, Kuckelkorn viajou duas vezes para o Rio de Janeiro e observou apresentações de escolas de samba. "Eu até participei de um desfile", conta o diretor.
Dilma com o rolo compressor
O desfile da Rosenmontag é conhecido por mesclar temas locais e também nacionais e internacionais. "Neste ano estão presentes a próxima Copa do Mundo, os jogos olímpicos e a Jornada Mundial da Juventude", revela Kuckelkorn.
Críticas a políticos são comuns no carnaval de Colônia, e os carnavalescos alemães não costumam poupar ninguém. Segundo Kuckelkorn, um dos carros alegóricos mostrará a presidente Dilma Rousseff sentada ao lado do presidente da Fifa, Sepp Blatter, sobre um rolo compressor que retira do caminho uma favela. Ao fundo brilham os arranha-céus do Rio. O carros faz alusão às pessoas que foram despejadas para dar lugar às vias e aos estádios da Copa do Mundo.
Outra cultura de carros alegóricos
O brasileiro Wanderley Vieira Bastos constrói há 15 anos carros alegóricos para os carnavais do Rio e de Lisboa. Desta vez ele foi encarregado de criar um para o desfile da Rosenmontag. A temática de seu carro é a floresta tropical na região do Amazonas.
Originalmente, ele queria incluir muitos elementos móveis, como pássaros que pairam no ar. "Mas tudo isso não foi possível", lamenta Vieira. As rígidas medidas de segurança na Alemanha não permitem esse tipo de construção. "Em compensação, tudo aqui é muito bem organizado e muito mais profissional do que no Brasil", constata o construtor.
Para a construção de seu carro amazônico, ele precisou de somente um mês. Mas é um carro pequeno, pondera. "Sempre queremos construir carros altos, o mais alto possível. No Rio, eles têm cerca de dez metros de altura", explica Vieira. Entretanto, esses carros desfilam somente no Sambódromo e não nas ruas. Em Colônia, os carros alegóricos não podem passar de quatro metros e meio.
Apesar das regras rígidas, o brasileiro gostou de trabalhar na cidade renana. "Aqui, as pessoas jogam balas durante os desfiles. Isso é muito legal!", comenta. Ele tem certeza de que os brasileiros que estiverem em Colônia vão se sentir um pouco em casa durante o desfile desta segunda-feira.
Autora: Christina Weise (cn)
Revisão: Alexandre Schossler
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