segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Monalisa - Análise de Uma Obra


Certamente é obra de arte, de todos os tempos, mais conhecida do Ocidente. Reconhecida de imediato, em qualquer lugar do mundo, pelo nome - Monalisa.
Ela foi roubada e recuperada em circunstâncias dramáticas, surrealizada pelo acréscimo de um bigode, transformada em temas de canções populares e usada para anúncios publicitários.
O nome da Obra provem, segundo Vasari que afirma: O modelo foi Madonna Lisa Gherardini ( “Mona” é contração de “ Madona”, que significa “ Minha Senhora” ou “Madame”). Era esposa de Francisco Del Gioconda, um proeminente comerciante florentino, que fez a encomenda a Da Vinci. O Quadro também é conhecido pelo nome de La Gioconda, do nome de casada de Mona Lisa.

Lisa Gherardini tinha 25 anos quando o quadro começou a ser pintado em 1503. Apesar de ser mostrada numa pose nobre e altiva, estava vestida de maneira simples, para uma esposa de um homem rico e influente de Florença.

Francesco não chegou a possuir o quadro. Depois de passar quatro anos trabalhando na obra, Da Vinci não conseguiu concluí-lo, levando-o consigo para a França, razão pelo qual se encontra no Louvre.

Giorgio Vasari
A Obra, hoje, apresenta os tons diferentes da época de Da Vinci. Vasari escreve sobre o naturalismo da pintura, sobre os olhos lustrosos de Monalisa, de suas tonalidades róseas da carne e dos lábios vermelhos. Constata-se o quanto sua aparência foi modificada pela idade e pelo verniz. A atmosfera aquosa verde-amarela não faz parte de concepção original de Da Vinci. Algumas das qualidades misteriosas da obra são no mínimo acidentais. Por outro lado, o sorriso de Monalisa foi descrito por Vasari, como “mais divino que humano”, o que indica que aquela qualidade estranha e especial foi valorizada a partir do século XVI. Vasari afirma que Leonardo da Vinci se serviu de músicos e bufões para evitar que seu modelo parasse de sorrir e caísse na expressão de melancolia convencional.

O cenário de fundo, paisagem esfumaçada de picos rochosos é uma característica de Da Vinci, que acrescenta um elemento conscientemente romântico ao trabalho.

Análise

Ao observarmos esta obra de Leonardo da Vinci nos envolvemos pelo mistério que ela emana. A obra nos transmite a dualidade existente na época renascentista. Apresenta um olhar inquisidor e penetrante, que parece estar censurando por algum motivo, contrapondo ao sorriso doce e amistoso.


A obra possui vida própria, não poderíamos afirmar se por mérito do artista, ou se por ação dos anos, que a modificou. Ao observá-la, temos a impressão que Monalisa tenta se comunicar através da expressão de seus olhos.

A obra está em equilíbrio sob a ótica estética? O equilíbrio de uma obra está no estado de distribuição no qual toda ação chega a um repouso. Uma composição equilibrada apresenta todos os fatores como: configuração, direção e localização em harmonia, onde não há possibilidade de alteração dos mesmos. O entorno assume um caráter necessário de todos estes fatores. Ao contrário, uma composição desequilibrada parece acidental, temporária. Seus elementos apresentam uma expectativa de movimento, a fim de buscar um estado de repouso e um melhor relacionamento com estrutura total.

O peso e a direção são fundamentais para se obter o equilíbrio.

Monalisa de Leonardo da Vinci está em perfeito equilíbrio. O peso está localizado no “colo” de Monalisa, situado no “Centro de Gravidade” do quadro ( com um leve desvio para a esquerda). Sua fronte está equidistante de suas mãos, com referencia ao “Centro de Gravidade”, apresentando visualmente, o mesmo peso, com isto o equilíbrio.

Dentro de uma análise, ao ligar dois ou mais pontos através da semelhança, um pintor pode estabelecer o movimento visual, determinando a direção do olhar do observador. O equilíbrio também se estabelece quando as forças que compõe o sistema se compensam entre si mutuamente. Leonardo da Vinci consegue este movimento visual partindo do olhar de Monalisa. Este é o ponto focal central. Este ponto atrai o olhar do observador, a tendência a seguir é do olhar desviar para o colo, em seguida para as mãos em repouso, seguindo para o braço esquerdo banhado por uma réstia de luz, levando até o caminho sinuoso do cenário e retornando aos olhos, ponto inicial. Desta maneira encerrando o ciclo, caracterizando o sistema nulo e equilibrado. A direção principal e dada ao longo do eixo do esquema estrutural. O equilíbrio é percebido através da direção e pela localização do peso. Sua configuração limita-se ao que se pode observar a partir de um ponto fixo de observação, característica do renascimento.

A forma é a configuração visível do conteúdo. Na obra ela é resultado do efeito da luz e da sombra com as cores. A luz é tênue e difusa, atribuindo o ar de mistério a fronte de Monalisa. Cria partes claras e escuras da composição que interfere diretamente no equilíbrio.



O artista tencionava retratar Dona Lisa Gherardini, e a eternizou através de seu sorriso e olhar enigmáticos. A cada momento seu sorriso parece dizer algo. As vezes cínico,outras inocente, sobressaindo da postura solene e formal do corpo.




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