sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Artigo da Revista de História - Biblioteca Nacional - Comentários e análise - Alemães para toda a obra

Recebemos de presente, uma edição da Revista - História da Biblioteca Nacional, cuja capa é: Alemães.
Após leitura do artigo de Capa, e nosso comentário que pode ser acessado, ao clicar sobre o linkCapa da Revista - História da Biblioteca Nacional, fizemos a leitura do Artigo - Alemães para toda a obra. Além de disponibilizar o vasto material de pesquisa compartilhando-o, faremos nossas interferências quando o assunto abordado sobre a história de nossa região e um pouco sobre o que conhecemos sobre a imigração alemã no Brasil.

Apresentaremos partes do artigo com nossos comentários

Organização: Bruno Garcia - Rodrigo Trespach

Dossiê Alemães para toda obra

De D. João a projetos privados de produção agrícola, imigrantes germânicos fizeram história no Brasil a partir do século XIX.
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"Ainda que houvesse no país um grande número de viajantes, cientistas, artistas, e o Rio de Janeiro contasse com mais de vinte empresas alemãs operando na cidade, no começo do século XIX não havia colônias germânicas no país. A presença alemã estava limitada ao comércio em núcleos urbanos, sem influência do governo português. E apesar de o Conselho Ultramarino, em Lisboa, ter visto a necessidade de instalação de colonos não lusos no Brasil, nenhuma tentativa foi realizada até a chegada do D. João ao Rio de Janeiro, em 1808. Pelo Tratado de Aliança e Amizade, assinado logo depois com a Inglaterra, D. João havia se comprometido com a extinção gradual do tráfego negreiro até a sua proibição. O perigo de um revolta de escravos, como o que havia libertado o Haiti de mãos francesas em 1791, era visto pela população branca e livre como algo iminente. Um pouco mais tarde, em carta ao imperador austríaco, sogro do príncipe D. Pedro (futuro D. Pedro I), o rei português expôs seu objetivo quanto ao projeto de mudar a fonte de mão de obra no Brasil: decidira “substituir por colonos brancos os escravos negros”. Do medo das revoltas escravas, da exigência externa pelo fim da escravidão e da necessidade da criação do minifúndio e da produção artesanal surgiu a política de imigração e colonização com alemães."
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Nosso Comentário: A imigração estrangeira e a escravidão no Brasil, mesmo antes de acontecer a imigração alemã de maneira organizada, era uma realidade e pode ser encontrada em uma narrativa de um soldado prussiano - Ex oficial do Exército Imperial - Herr  Schlichthorst, publicada no território da atual Alemanha no início do século XIX, onde este descreve sobre a Corte Brasileira e cidade do Rio de Janeiro. Sua publicação é esclarecedora e não está de acordo com alguns outros pontos deste artigo
Interessante é, que o livro mencionado foi traduzido e publicado pelo Senado Federal Brasileiro (2009-2010), por entender - ser um registro irrefutável e de grande importância para a Histórica do Brasil.

População do Rio de Janeiro - 1824

"A população do Rio de Janeiro deve ser mais ou menos de 200 mil almas. Um professor de Matemática disse-me que a calculava em 250 mil. Estatísticas oficiais não são do conhecimento público, ou porque se não fizeram, ou porque convém guardar segredo sobre seus resultados. Pode-se calcular um branco por três pessoas de cor. A quantidade de escravos sobrepuja a dos homens livres. O número de habitantes aumenta extremamente depressa, em parte, pela  entrada de muitos estrangeiros, principalmente franceses, em parte, pelo crescimento como nunca da importação de negros. Só no mês de janeiro de 1826 foram importados mais de 5 mil, cuja maior parte ficou na cidade.
Raramente se vêem alguns indígenas. Entre os soldados, porém,  há os caboclos, descendentes de negros e índios ou de índios e brancos." C. Schlichthorst

Texto do artigo - Continuação
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Em 16 de maio de 1818, D. João VI estabeleceu as condições para a vinda de famílias suíças para o Brasil. Nos dois anos seguintes, por intermédio de Sébastien-Nicolas Gachet, mais de 2 mil suíços, alguns de língua alemã, foram trazidos para a região serraria do Rio de Janeiro. Ali foi fundada a colônia de Nova Friburgo, a primeira tentativa oficial de criação de uma colônia agrícola com europeus não portugueses. Mas foi na Bahia que se formaram as primeiras colônias com imigrantes alemães. Embora autorizada pelo governo português, eram projetos privados, idealizados por naturalistas alemães. Em 1816, Peter Weyll e seu sócio Adolf Saueracker estabeleceram a colônia São Jorge do Ilhéus, à margem esquerda do rio Cachoeira, nas proximidades de Ilhéus. No ano seguinte, Georg Wilhelm Freyreiss fundou, junto com um pequeno grupo de cientistas, pesquisadores, uma pequena “colônia alemã e suíça” próxima a Vila Viçosa, a 900 quilômetros ao Sul de Salvador, a qual batizou de Leopoldina em homenagem á futura imperatriz brasileira, esposa de D. Pedro I. Mesmo que tenham atingido algum sucesso, essas colônias não conseguiram assegurar o apoio de investidores e nem do governo. Na década de 1860, não eram mais consideradas mais colônias, tendo os imigrantes se tornado fazendeiros e abandonado o sistema associativo original.
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Nosso Comentário: Historicamente, não há comprovação da existência destas tentativas mencionadas de fundar colônias antes daquelas conhecidas - Sul do país.  É sabido que o que acontecia no Brasil, ou em qualquer outro local do mundo, para onde emigravam pessoas das áreas onde atualmente é a Alemanha, eram publicados fartamente naquela região da Europa - na qual ainda não existia o país - Alemanha. Tinha-se muito mais publicações sobre o Brasil, na Europa do que aqui no país recém independente. A Pesquisa faz parte da cultura desta etnia. Se não existia a nação, não poderia existir alemães. Quando imigrantes da região do Báltico chegaram ao Vale do Itajaí, chegavam como prussianos, pomeranos, ...,  e não como alemães.
Foto - Fundação Cultural de Rio do Sul.

Observação: O texto insiste em mencionar imigrantes alemães. Para formar uma ideia do quadro histórico - quatro anos antes de vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, na região onde atualmente é a Alemanha,  acontecia o Congresso de Viena - do qual surgiu a Confederação Germânica (Deutscher Bund) - era a união de 39 estados soberanos, mas ainda não era o país - Alemanha. Neste período, muitos destas cidades se inspiravam nos ideais da Revolução Francesa - e o nacionalismo passou a ser um dos ideais, principalmente, entre os jovens.
Todas as áreas das ciências e sociais receberam "gás" deste período de movimentações intensas na região ocupadas pelos povos germânicos.
Texto do artigo - Continuação
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"Em 1822, a iniciativa foi transferida para o império e ninguém menos do que José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838), que estava à frente do Ministério do Reino e dos Negócios Estrangeiros, articulou a vinda de colonos para substituir a mão de obra escrava e dos soldados que garantiriam – pelas forças das armas, se necessário – a independência do Brasil., em agosto daquele ano, José Bonifácio entregou instruções secretas a Georg Anton Von Schaeffer – alemão amigo da austríaca Leopoldina, imperatriz do Brasil., que fora nomeado agente brasileiro na Alemanha – e o enviou a Europa. A missão de Von Schaeffer era visitar as principais cortes alemãs angariando apoio à causa brasileira, e encaminhar para o Brasil, o mais breve possível, colonos e principalmente soldados para a guerra da Independência. Schaeffer embarcou para a Europa uma semana antes do Grito do Ipiranga. A proposta levada aos alemães pelo agente brasileiro era atraente. Para aqueles que quisessem fugir das guerras, do excedente populacional e da miséria na Europa, Von Schaeffer oferecia 77 hectares de terra, isenção de impostos por 10 anos, animais de criação e sementes, além de outros subsídios. Eram números fora dos padrões alemães. Na Alemanha, somente entre 10% e 20% da população possuía propriedades que excedia a dez hectares. “Aqui se recebe um pedaço de terra cujo tamanho na Alemanha corresponderia a um condado”, escreveu à família, em 1827, um colono estabelecido no Brasil. A passagem dos soldados seria paga pelo governo brasileiro, desde que servissem ao exército durante quatro anos. Foram criados quatro batalhões de estrangeiros com alemães: dois de Granadeiros (para a guarda da Corte) e dois de Caçadores ( lutariam na Guerra da Cisplatina e na confederação do Equador).Em janeiro de 1824. o navio Argus ancorou no porto do Rio de Janeiro com pouco mais de 280 pessoas. Era o primeiro navio com alemães “a serviço do império”. Os soldados permaneceram na capital. Para servir no Exército enquanto os colonos foram enviados para a colônia suíça de Nova Friburgo, como um destino provisório. A região escolhida para receber as levas posteriores estava localizada no Vale do Rio dos Sinos, próximo a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ali existia uma fazenda de escravos chamada Feitoria do Linho Cânhamo, responsável pela produção de cordas para a Marinha. Parte da estrutura existente foi aproveitada para receber os primeiros colonos – o que ocorreu muito provavelmente no dia 23 de julho e não no dia 25, data consagrada em 1924, nas comemorações do Centenário da Imigração Alemã. 
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Nosso Comentário: O governo brasileiro (Que era formado pelo antigo português ou descendentes de portugueses) tentou fazer a mesma coisa que o governo português fizera com os povos do arquipélago de Açores, no século XVIII, com os povos que viviam na região da atual Alemanha, no século XIX. Só não levou em conta a História social, econômica  e cultural e cada uma das etnias. Os reflexos foram diferentes.
Açorianos.
Para lembrar, em 1746, o Rei de Portugal, D. João V comunicou aos habitantes das ilhas dos Açores que a coroa oferecia uma série de vantagens aos casais ilhéus que resolvessem imigrar para o litoral do Sul do Brasil. Foi distribuído um edital em todas as ilhas do arquipélago. O edital apresentava uma série de vantagens (que não foram cumpridas na integra), desde o translado gratuito até as terras que lhes seriam destinadas e também esclarecia que logo que chegassem no destino onde receberiam as terras, cada casal ainda receberia uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com sua lima e travadeira, dois alqueires (27,5 litros) de sementes, duas vacas e uma égua. No primeiro ano receberiam a farinha para o sustento. Cada casal receberia um quarto de légua em quadra, para iniciar as suas culturas, sem ter direitos e nem salários algum por esta sesmaria. O edital esclarecia que o primeiro estabelecimento de casais açorianos seria feito na ilha de Santa Catarina e seus arredores. Portanto este projeto de imigração com povos europeu iniciaram com os portugueses e depois com outras etnias, inclusive a alemã - todas formadoras da nação que hoje denomina-se Brasil.
Nossa Senhora do Desterro (Gravura), Laguna e São Francisco do Sul
eram as únicas povoações na Província de Santa Catarina em 1824.
Em menos de um ano, 7.817 pessoas declararam o desejo de se transferirem para o Brasil. Em 9 de agosto de 1747, D. João V determinou ao brigadeiro José da Silva Paes, governador de Santa Catarina, que recebesse bem os novos colonos - que não eram alemães, como era pejorativamente chamados tempos depois, no interior do Estado e até mesmo na capital, como chamaram o naturalista  Fritz Müller.
"O dito brigadeiro porá todo o cuidado em que estes novos colonos sejam bem tratados e agasalhados e, assim que lhe chegar esta ordem, procurará escolher assim na mesma Ilha, como nas terras adjacentes, desde o Rio de São Francisco do Sul até o Serro de São Miguel, nos altos da Serra do Mar, e no sertão correspondente a este distrito, com atenção porém que se não dê a justa razão de queixa aos espanhóis confinantes".( D. João V – 1747)

A companhia da Ásia Portuguesa, cujo fundador era Feliciano Velho Oldenbourg, fechou um contrato com o governo português para transportar cerca de 4.000 famílias açorianas para o Estado de Santa Catarina. A grande maioria dos imigrantes fugia da miséria do arquipélago causado pelo fraco desenvolvimento das ilhas na produção do trigo e de Pastel e Urzela e da superpopulação das ilhas maiores. 
Depois que foi criado o governo da Capitania de Santa Catarina em 1738, tratou o Senhor D. João V da sua colonização. Consultou sobre esta tão interessante medida o Conselho Ultramarino, o qual em 8 de agosto de 1746 dirigio a sua consulta à presença daquelle Monarcha, que em resolução `da mesma de 31 do dito mez e anno, ordenou que da ilha dos Açores e Madeira se transportassen para Santa Catarina e continente do Rio-grande quatro mil famílias para povoarem a cultivarem aquelles férteis paizes. Em conseqüência mandarão-se affixar Editaes em todas aquellas Ilhas prometendo aos seus habitantes que quizessem vir para a indicada colonização, transporte a custa do Estado, ajudas de custo, instrumentos da lavoura, e outras vantagens, com tanto porêm que os homens não estivessen nais de quarenta annos de idade, e as  mulheres mais de trinta. Grande número de famílias das sobreditas Ilhas se offereceo para serem transportados ao Brasil aceitando as promessas declaradas no Editaes; e El-Rei tomou as medidas convenientes para se effectuar o transporte com a menor despeza possível da Fazenda Real, e para este fim o poz em arrematação.( CASCAES,  Pg 18)

Santa Catarina recebeu 4.612 pessoas em 1748. 1.666 e, 1749, 860 e, 1750 e 679 e, 1753, como já mencionado, um século antes da chegada dos primeiro imigrantes alemães no Vale do Itajaí. Viviam além da agricultura de subsistência a partir da fabricação da farinha de mandioca e da salga do peixe, também da pesca de baleias. Os açorianos instalaram no litoral catarinense, armações para pesca de baleia, monopólio da coroa concedido a comerciantes ligados ao reino português, privilégio extinto no inicio do século XIX, fazendo com que esta atividade entrasse em decadência.
Toda a capitania enfrentou, na segunda metade do século XVIII, um período de estagnação em função do desempenho da agricultura e dos inúmeros conflitos e fornecimento de produtos às tropas. Através de relatos de viajantes que aportavam no litoral catarinense, constata-se que situação melhora um pouco no inicio do século XIX. Meio século antes das fundações dos primeiros núcleos urbanos no Vale do Itajaí, as vilas litorâneas eram habitadas por pessoas de recursos medianos, não existindo grandes fortunas nem grandes misérias. 
Em função das inúmeros confusões, como a denominação de "Alemães" mesmo não existindo a nação alemã, achamos importante conhecer um pouco do que acontecia no continente  europeu, nesta época.
Durante a segunda metade do século XIX, a revolução industrial se difundiu pela Europa, principalmente no noroeste europeu. Alguns autores afirmam que a partir da segunda metade do século XIX, ocorreu a segunda revolução industrial em função do surgimento e adoção de novas energias: o vapor e a eletricidade, motores de propulsão; adoção de sistemas ferroviários permanentes para transportes de pessoas e carga e novos sistemas de transportes: automóveis e aviões.
Houve um aumento considerável da população europeia durante o século XIX. No final do século XVIII a população da Europa era cerca de 187 milhões, mais do que dobrou na virada do século XIX para o século XX. A situação da Alemanha refletia a instabilidade de pós-guerra, com uma situação política instável. Após a Guerra Franco Prussiana, com a unificação da Alemanha, houve um impulso da revolução industrial no país, que vinha ocorrendo desde 1815, a partir da produção do ferro fundido.
Berlin - início do Século XIX.
Vários fatores negativos, como: baixos salários, preços de produtos em alta, quebra da safra da batata e um surto de tifo, fizeram com que a população se revoltasse na Alemanha. Em 1848 eclodiu a revolta democrata. A chegada da Revolução industrial, 40 anos após a invenção da máquina à vapor na Inglaterra, provocou grandes transformações nos aspectos sócio políticos e econômicos, vigentes até meados do século XIX, mesmo período que também ocorria a emigração do país, para às Américas, como maior número para o Estados Unidos.
Até o compositor  Wagner participou  ao lado das lideranças
da revolta operária do século XIX.
Na primeira metade do século XIX, o território da atual Alemanha era formada por diferentes reinos, ducados e até mesmo cidades livres. Toda a região sofria influencia cultural das duas principais potências da língua alemã: Prússia e Áustria. Predominava a estrutura feudal em plena idade contemporânea, onde já aconteciam as grandes transformações sociais, econômicas, políticas e tecnológicas na Inglaterra e na França a mais de meio século.
Através do conhecimento, mesmo que de maneira sintética, do quadro social e político do território que era o território da Alemanha, afirmamos que os novos brasileiros, que eram portugueses repatriados e buscaram imigrantes desta região da Europa, porque tinham o argumento do "maravilhoso mundo novo" - paraíso, já usado no século anterior por Portugal. Também porque a região  dos povos de língua alemã tinham soldados prontos e formados recém saídos dos campos de batalha, para formar a guarda nacional do novo país - Brasil - Nada tem a ver com o tal "embranquecimento da raça", uma vez que o próprio Imperador brasileiro Pedro II, falava a  língua alemã, em sua casa paterna e seu pai era de nacionalidade portuguesa.
Batalha de Auersted.

Oficiais de estado-maior prussianos realizando
reconhecimento para preparar um plano de operações.
Não sabiam os brasileiros que muitos, além de serem soldados prontos, também eram filhos da revolução operária e não admitiam exploração da mão de obra. Além do mais, a imigração de povos alemães aconteceram em vários períodos distintos, onde o cenário social, econômico e políticos de cada região do continental país que era o Brasil, eram diferentes. 
Nossos comentários focarão somente nossa região,  que no início do século XVIII era quase totalmente despovoada, contando somente com três pequenas vilas litorâneas (Província de Santa Catarina), até o final do século XVIII.
No início do século XIX, a região Sul era um problema de segurança e infra
estrutura para o governo central brasileiro recém liberto de Portugal.
Mas os "ecos" desta tentativa, foram diferentes do que aquelas durante a imigração portuguesa no país, ainda sob o domínio português. Não aceitaram a propaganda enganosa, que ainda não é o caso de efetuar comentários.
Quanto ao texto do artigo, menciona a vinda do primeiro navio - mesmo ano que viera o autor da publicação - O Rio de Janeiro como é - 1824 - 1826 -  Schlichthorst.
Nesta publicação - Schlichthorst comenta que os imigrantes foram ludibriados com propaganda enganosa. A seguir,  parte de sua narrativa no livro:
“...Apesar de alistados em Hamburgo como colonos, no Rio de Janeiro eram imediatamente forçados a assentar praça. Só tinham liberdade para ir para onde quisessem os que haviam pago suas passagens; mas estes mesmos às vezes abandonavam suas colônias e voluntariamente se engajavam, sendo, nesse caso, reembolsados pelo Governo[pela passagem](...) Os oficiais vindos nesses navios de transporte, em parte se viam colocados na graduação que o Cavalheiro Schäffer lhes garantia em Hamburgo. Alguns, no entanto, ficaram decepcionados,[foi o caso de Schlichthorst que desejava servir na Marinha e não no Exército] o que se deve atribuir mais a desordem reinante no Ministério da Guerra do que a um engano proposital daquele Cavalheiro.(...) Sim, eu próprio que, mais tarde, pude me enfronhar no modo de vida do país e conhecer o sistema de suborno nele reinante, sabendo como sei que no Brasil tudo se arranja com dinheiro(...)bastando-lhe aparência decente e alguns milhares de táleres [dinheiro alemão] para pagamento da patente(...) Para alimento dum soldado, o Governo escritura por dia meia libra de carne e meia de pão; mas(...)recebem tão pouco[carne] que suas refeições quase se limitam a arroz e feijão. Além disso, a carne que lhes dão é da pior qualidade, isto numa terra como o Rio de Janeiro, onde a carne já é ruim. O pão é feito na maior parte de farinha de milho, apesar de pago como de puro trigo. A maioria dos soldados o vende, para beber mais cachaça. Cozinham-se alternadamente duas vezes por dia, arroz e feijão. Não se varia o alimento. Serve-se o rancho sem o menor asseio. O oficial-de-dia tem obrigação de provar a sopa, sendo realmente preciso grande força de vontade para engolir esse caldo nojento. O mais pobre escravo vive melhor, sem dúvida, do que o soldado estrangeiro no Brasil.(...)O que, no entanto, torna ainda mais intolerável a situação do soldado é a falta absoluta de qualquer comodidade nos quartéis. Em parte, não há sequer tarimbas e os homens dormem pelo chão em esteiras, com um cobertor. Atormentados por incontáveis insetos, procuram na cachaça alívio ao seu martírio e curto esquecimento de sua desgraça.(...) Não é difícil imaginar os excessos a que diariamente se entregam. A consequência é uma pancadaria bárbara, sendo raro o dia em que se não apliquem castigos de 50, 100 e até 200 chibatadas, nas costas nuas dos infelizes (...) Os de natureza mais forte sentem uma espécie de orgulho em dizer que suportaram durante seu tempo de serviço alguns milheiros de vergastadas. Diante de um tratamento desses, não é de admirar que as deserções sejam frequentes. Os que procuram o interior do país são logo agarrados [como os soldados presos em Nova Friburgo], porém, os que tentam escapulir por mar, raramente são descobertos (...) Castiga-se a deserção com 200 chibatadas nas costas nuas, dadas com finas vergastas de junco. Muitos as têm agüentado até quatro vezes, sem desistir de novas tentativas.....”
Também há o texto publicado na Revista Blumenau em Cadernos - com o seguinte teor:
Existiam as denúncias e Hermann Blumenau, oportunisticamente veio como fiscal
do governo alemão verificar estas. Se existissem ele viria do mesmo jeito,
pois se inscreveu para o cargo para observar o Brasil, com o seu objetivo
 em mente. Mais tarde, foi um dos propagandistas e porta voz do
governo brasileiro na Alemanha. Os maus tratos prosseguiram.
A data da chegada dos primeiros imigrante organizados no Sul do Brasil foi em 25 de julho de 1824. Esta é encontrada em inúmeros registros feitos pelos contemporâneos e diários de viagens de imigrantes da época.
Documento - Acervo Memorial da Aepan-ONG
Imigrantes Alemães em Estrela RS.
Texto do artigo - Continuação
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"A ideia de imigração e colonização no Brasil passava pela necessidade de criação de uma nova classe média, branca e pequena proprietária, que desenvolvesse a policultura agrícola e o artesanato, povoasse áreas de fronteira e fosse capaz de abastecer cidades importantes. São Leopoldo cumpriu muito bem seu papel, muito mais do que Nova Friburgo ou qualquer outra tentativa anterior. Daí que, mesmo não sendo o projeto pioneiro, ele é considerado o berço da colonização alemã no Brasil."
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soldados prussianos.
Nosso Comentário: Esta afirmativa é muito simplista e não condiz com a verdadeira história. Em nosso comentário vamos considerar somente a região Sul do Brasil e o Vale do Itajaí. Reforçamos que as ações do governo brasileiro estavam focadas no soldado prussiano "pronto" no território que hoje é a Alemanha, para povoar e garantir a segurança nacional do território de um país recém independente de  Portugal - Brasil.
Brasil não dispunha de um exército para manter sua segurança nacional a partir de seu continental território, principalmente na região Sul, que estava sob constantes ameaças em suas fronteiras - investidas das tropas espanholas. Por questões de segurança, não podia confiar nos portugueses que viviam na região, e nascidos do país que acabaram de se tornar independente.  
Impresso de propaganda do  governo brasileiro na Alemanha - aliciando imigrantes.

O governo brasileiro, encontrou uma saída. Através de propaganda de convencimento na Europa, propagava as vantagens do novo país, entre estes: o direito à terra, paz e alimento em abundância (Como o governo português o fez, no século anterior no arquipélago de Açores, para atrais famílias para o litoral Sul). Ofereceu vantagens (Nem sempre cumpridas) às famílias interessadas a residir no Sul do Brasil, como: passagens, direito à cidadania, isenção de impostos e direito a posse de uma ou duas colônias de terras (24 a 48 ha). O objetivo era que estas famílias, principalmente alemãs e italianas, ocupassem a terra e os homens servissem no exército de reserva para manter a segurança da região Sul, principalmente contra os espanhóis que estava ali, nos limites do novo território brasileiro recém independente.

Texto do artigo - Continuação
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"O trabalho de agenciamento de alemães perdurou mesmo depois da saída de José Bonifácio no ministério. Mas com a forte oposição política à imigração, principalmente a de soldados, Von Schaeffer precisou retornar ao Brasil em 1828.Naquele ano, uma rebelião de soldados alemães e irlandeses no Rio de Janeiro pôs fim ao apoio do governo ao projeto iniciado por Bonifácio. No ano seguinte, iniciou-se a desmobilização dos soldados que haviam servido no Exército Imperial, e a pressão aumentou até que D. Pedro I assinasse, em 15 de dezembro de 1830, a Lei do Orçamento, cortando os gastos com imigração de mercenários para o Exército e com colonos e artesãos. Com base no projeto iniciado em 1822, após a criação de São Leopoldo (1824) e de Três Forquilhas, também no Rio Grande do Sul (1826), surgiram ainda as colônias Santo amaro e Itapecerica, em São Paulo (1827 e 1828), são Pedro de Alcântara, em Santa Catarina (1829), e Rio Negro, no Paraná (1829). Até 1830, mais de oito mil alemães entraram no Brasil. Metade deles era protestante (luteranos), fato novo em um país historicamente católico. Em 1834, uma alteração na Constituição permitiu que a iniciativa e o estabelecimento de colônias ficassem a cargo dos governos provinciais, e não mais do governo imperial. Se no Primeiro Reinado (1822-1831) a imigração estava associada a critérios geopolíticos, após esta data o critério passou a ser quase exclusivamente econômico, por interesse tanto das províncias quanto de particulares. Após o fim da Revolução Farroupilha, no Sul, o país retornou a iniciativa de imigração e colonização. Entre as mais importantes estavam: Petrópolis, no Rio de Janeiro (1845); Santa Isabel (1847) e Leopoldina (1859), no Espírito Santo; Blumenau (1850) e Dona Francisca (1851), em Santa Catarina; e Santa Cruz do Sul ( 1849), Santo Ângelo (1857) e São Lourenço do Sul (1858), no Rio Grande do Sul. Somente no Rio Grande do Sul foram criadas 140 colônias até 1922."
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Nosso Comentário: Há razões concretas para que os imigrantes alemães se revoltassem com a quebra de contratado, este propagado, entre inúmeras promessas de várias naturezas, no continente europeu. A história de quebra de contrato e dificuldades para com os imigrantes alemães chegou lá no território dos povos germânicos - neste período, ainda não existia Alemanha como nação.
O governante brasileiro, formado por portugueses e filhos destes, imaginou que seria tão fácil, quanto o foi durante a imigração açoriana, um século atrás, quando também não cumpriram com as promessas feitas ao colono português, que igualmente fora "jogado" no litoral Sul brasileiro e sobreviveram, por décadas, do pescado marítimo e pequenas roças - praticamente até a chegada dos imigrantes alemães - Província de Santa Catarina. Muitos dos imigrantes das regiões germânicas já convivia com a Europa industrial em dentro de disputas sociais - revoltas e reivindicações por direitos do trabalhador e do cidadão. Nesta época já se conhecia a obra dos Irmãos Grimm, Wagner, Nietzsche, Beethoven, Marx entre outros pensadores e eruditos, todos nascidos nos territórios germânicos. O Brasil era um país recém independente pouco adensado e com muita coisa para ser fazer. Precisavam povoar a região Sul, com "mão de obra qualificada" e prover com soldados "prontos".
Câmara Municipal do Rio de Janeiro.


Brasil - logo após sua independência - 1822.
2/3 da população de  sua capital eram escravos.


Sem caminhos para cobrir a grande extensão territorial, motivo
porque as primeiras povoações foram fundadas somente
 na grandes extensão da costa litorânea.

Para ler mais sobre- Clicar sobre os  títulos das postagens abaixo:
      1. Um passeio pelo Bairro de Itoupava Seca
      2. Fritz e Hermann - Dois Personagens da História
      3. Emil Odebrecht e os Caminhos ligando Blumenau
      4. Os Primeiros Caminhos no Vale do Itajaí e do interior
      5. Primeiro Núcleo Urbano de Blumenau - Stadtplatz
      6. Hermann Bruno Otto Blumenau - De 1819 até 1846
      7. Blumenau - do Stadtplatz ao Enxaimel
      8. Rua das Palmeiras e o Museu da Família Colonial
      9. Blumenau - Século XIX até a construção da Ferrovia
      10. Fundação de Blumenau a partir de seus meios de transportes
Texto do artigo - Continuação
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"Em 1847, o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro conseguiu um empréstimo do governo, para financiar a vinda de algumas famílias alemãs para trabalharem em suas lavouras de café na fazenda Ibica, em Limeira, São Paulo. Plantavam, cultivavam e colhiam em um “sistema de parceria”. Baseava-se em um contato que destinava à família do colono certo número de pés de café para o cultivo e uma determinada área de exploração para subsistência. A remuneração era proporcional ao montante de gêneros produzidos pelo colono, descontadas as despesas de transporte, adiantamentos e recursos para a instalação inicial. Política não muito bem vista pelos colonos – considerada uma espécie de escravidão – mas que fez muito sucesso entre os fazendeiros."
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Nosso Comentário: Esta prática foi comum em todo o território brasileiro e não somente  usando a mão de obra e a produção do imigrante alemão. Era feito a partir de iniciativa dos Senhores das terras, Escrevemos sobre esta História. Isso acontecia com o caboclo e com representantes de outras etnias. Nosso avô viveu décadas com esta maneira de "contrato" na Serra catarinense. A diferença é que o imigrante alemão e também, o sueco e austríaco não se sujeitaram a esta situação de exploração. Foi um prática usada até bem pouco tempo no interior do Brasil de norte a Sul e de oeste a leste - quem garante que ainda não exista?

Para ler mais sobre - Clicar neste linkImigrantes alemães nas Fazendas de Café do Rio de Janeiro - São Paulo e depois - Santa Catarina - Século XIX - Kaffeepfklücker

Urubici - SC - 1939 - Terra de nosso avô
Comum a prática de arrendamento de terras em troca
 de uma parte da colheita. 
Texto do artigo - Continuação
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"Os erros cometidos em São Paulo, que resultaram na revolta liderada pelo colono Thomas Davatz em 1858, fizeram com que antiescravistas, como o cônsul-geral da Prússia no Brasil, J. Jacob Sturtz promovessem maciça campanha antibrasileira na Alemanha. O governo prussiano aprovou, inclusive, um regulamento que proibia a propaganda e o aliciamento de colonos para o Brasil. Mais tarde estendido a toda a Alemanha, o regulamento Von der Heydt só seria revogado em 1890."
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Cônsul Geral brasileiro na Prússia
Herr Sturz.
Nosso Comentário: Temos outros dados em nossas pesquisas sobre este assunto. Antes de vir para o Brasil - No final do ano de 1843, Hermann Blumenau viajou para a capital da Inglaterra a trabalho. Foi tentar conseguir uma patente de invenção para os preparados químicos e a autorização para a comercialização dos mesmos. Em Londres conheceu o Cônsul Geral do Brasil na Prússia - Johann Jacob Sturzdo qual ouviu muitas histórias e "vantagens" de morar no Brasil, ao contrário do que menciona o artigo. E isto mudou a vida do  fundador da Colônia Blumenau.
A conversa foi longa com o diplomata  brasileiro na Prússia. Neste encontro, Hermann Blumenau ouviu muitas histórias sobre o Brasil, desde narrativas sobre a natureza e muita da propagando que o governo brasileiro já vinha fazendo na Europa, para atrair imigrantes para povoar o inabitado Sul do Brasil e também, ocupar o lugar dos escravos africanos na colheita do café nas fazendas de café do Sudoeste, mediante inúmeros problemas que surgiam entres os produtores de café sob esferas políticas, econômicas e sociais.  Quanto a povoação do Sul do país, o governo temia que esta região fosse tomada a força pelos vizinhos de língua espanhola. O governo brasileiro não podia pedir ajuda a Portugal, país do qual, acabara de se libertar - em 1822. Necessitava fortalecer os limites do Sul, cujo interior era praticamente inabitado. Santa Catarina tinha somente uma povoação no interior, nesta época, fundada por decreto, para atender as tropas que oriundas do Rio Grande do Sul para São Paulo e Minas, que era a cidade serrana de Lages.
Pousada das Tropas em Lages - Fotografia de Dr. Phil Wettstein. Livro Brasilien Und Die Deutsch-brasilianische Kolonie Blumenau – Ano 1907.


Hermann Blumenau pesquisou muito sobre a imigração e a colonização no Brasil. Procurou conversar com brasileiros, pesquisou a história do Brasil e a movimentação migratória que aconteceu de seu país para o Brasil.
Em 1846 formou-se químico, mesmo não tendo terminado o ginásio, com ideia no Projeto Brasil. Também não é Doutor.
No final da década de 40 do século XIX, chegavam notícias do Brasil  na Alemanha. As notícias mencionavam a propaganda e promessas do Estado brasileira na Europa  - Alemanhaaliciando pessoas que mudassem para o Brasil para trabalhar e povoar o Sul e trabalhar nas fazendas de café do Sudeste. As notícias chegantes do Brasil afirmavam que parte destas promessas não eram cumpridas, principalmente das fazendas de café do Sudoeste, onde os imigrantes alemães, suecos e austríacos tornaram-se "prisioneiros", e em situações precárias viviam no lugar dos escravos africanos, muitas vezes. Providências foram tomadas na Europa, onde chegavam as notícias não muito positivas sobre o estado em que estes imigrantes eram tratados. Parte das promessas de propagandas não era cumprida e, muitos ficavam em situações muito difíceis após a grande viagem. 
Os imigrantes foram atraídos por propagandas enganosa para o Brasil para substituir a mão de obra escrava nas fazendas de café. O Sul do país era despovoado e atrasado economicamente - também corria os risco de ser invadido pelos espanhóis. Muito da propaganda divulgada na Europa não se cumpria. Chegavam notícias na Europa da situação dos imigrantes no Brasil. O Governo alemão organizou "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" - Charge que chegavam na Alemanha, ilustrando uma possível realidade vivida pelos imigrantes nas fazendas de café.
Lembramos da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" com sede em Hamburg, onde Hermann Bruno Otto Blumenau tornou-se um dos representantes e foi enviado para o Brasil para averiguar a situação dos imigrantes alemães nas fazendas de café, o que não impediu de fazer sua pesquisa pessoal para fundar sua Colônia privada.
Em maio de 1846, Hermann Blumenau viajou para o Brasil com a viagem custeada por essa sociedade. O contato pode ter ocorrido por meio de Johann Eduard Wappäus.  Hermann Blumenau foi o autor da publicação intitulada "Emigração e Colonização Alemã", que Johann Eduard Wappäus anotou e publicou em 1846 como professor de geografia sem citar o nome. Blumenau usou relatórios e avaliações de Johann Jakob Sturz (1800-1877), que havia feito campanha pela abolição da escravidão sob sua própria perspectiva. A partir de 1843Sturz tornou-se cônsul do Brasil na Prússia. Hermann Blumenau estava há pouco tempo a serviço da sociedade. Em 1848 ele retornou à Alemanha para recrutar imigrantes. Em 1850, fundou sua própria colônia - a Colônia Blumenau, um empresa privada com a característica de uma colônia agrícola. Muito diferente da imigração alemã para o Rio Grande do Sul.
Stadtplatz da Colônia Blumenau em 1869 - Palmenalle Strassen, Rua das Palmeiras.

Quando, oportunisticamente, Hermann Blumenau se candidatou a uma vaga de Agente Fiscal do governo alemão da"Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães", como representante oficial do governo alemão, visitou colônias de imigração alemã nas Províncias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande.
Em abril de 1846 – com 27 anos, embarca a trabalho, como representante do governo alemão para o Brasil
Viajou por mais de dois meses e chegou no Rio Grande em 19 de junho de 1846. Visitou alguns locais, fazendas e fez pesquisas para seu projeto pessoal - fundar uma colônia.
Em 1847, Hermann Blumenau ouviu alguns conterrâneos seus no Sul do Brasil, pesquisou possibilidades de negócios e fez contatos. Depois seguiu para a capital do Brasil - a cidade do Rio de Janeiro. Permaneceu na cidade do Rio de Janeiro, por aproximadamente 8 meses, igualmente efetuando estudos e contatos - acertou pontos e assunto direto com o Imperador do Brasil, diferentemente do que menciona o texto.
Neste tempo, articulou e procurou conhecer toda a tramitação para efetivação da imigração e colonização de terras, bem como suas vantagens e desvantagens. Também estudou clima e a geografia de algumas províncias do Brasil.
Em abril de 1847. Hermann Blumenau embarca para Nossa Senhora do Desterro, capital da Província de Santa Catarina, a partir da qual, visitou a Colônia de São Pedro de Alcântara, segundo núcleo de imigrantes alemães na Província, fundada em 1829. Neste momento, Hermann Blumenau ouviu pela primeira vez, falar da região do Vale do Itajaí, para a qual voltou toda sua atenção nos tempos seguintes, pois famílias deste lugar foram morar no Vale do Itajaí, como os Wagner's.
 Hermann Blumenau retorna para a Alemanha, e ao contrário de narrar os pontos negativos sobre as colônias alemãs no Brasil, e sobre a situação dos imigrantes nas fazenda de café no Sudoeste, conta as vantagens de vir para  o país e que estes últimos, eram muito bem tratados. 
Toma as providências necessárias para materializar a fundação da Colônia Blumenau no Vale do Itajaí, Província de Santa Catarina.
Stadtplatz Colônia Blumenau.



Comunidade do Testo - Atual Pomerode - Colônia Blumenau
Colono pomeranos.
 Texto do artigo - Continuação
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Hermann Blumenau.
"Possivelmente, o mais bem sucedido empreendimento de colonização com alemães tenha sido mesmo Blumenau, em Santa Catarina, fruto do trabalho do farmacêutico Hermann Blumenau (1819-1899). Em 1848, ele conseguiu junto ao governo de Santa Catarina a concessão de terras no Vale do Itajaí, dando início ao projeto dois anos depois. A ideia inicial de um estabelecimento agrário em grande escala deu lugar à pequena propriedade e à criação de um centro urbano, complemento indispensável econômica, comercial e culturalmente à colônia."
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Rua do Comércio - Colônia Blumenau.














Nosso Comentário: A Colônia Blumenau foi planejada desde a escolha do local de seu Stadtplatz (Centro), caminhos - acessibilidade- meios de transportes, plano de lotes, profissões dos primeiros colonos e distribuição destes. Foi construída e elaborado com as ideias dos novos tempos de um continente moderno e de um pais que estava surgindo - Alemanha (1871), ainda não unificada mas a caminho de sua unificação. Os imigrantes foram "largados" no meio da Mata Atlântica no Vale do Itajaí com a presença de nativos, não avisados. Enfrentaram conflitos (e causaram conflitos), passaram necessidades, conviveram com a ausência do Estado brasileiro na construção da infraestrutura básica e no comprimento das promessas
O fundador, com ex fiscal, mesmo não reconhecendo, tinha conhecimento da situação difícil e aceitou o desafio. Organizou sua Colônia como a espacialização de uma indústria, a partir da produção agrícola. Atento à logística desta produção pelo interior de Santa Catarina, até então desprovida de caminhos e cidades, com exceção de Lages - que existia por ser parada de tropas. 

Texto do artigo - Continuação
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"Apesar das dificuldades e das diferentes políticas imigratórias usadas no país, os alemães continuaram vindo. De diversas formas, até o início da década de 1970 haviam chegado ao Brasil mais de 255 mil imigrantes provenientes de territórios que formam a Alemanha moderna. Além da contribuição para o desenvolvimento da cultural e produção industrial, o imigrante alemão teve um importante papel no processo de diversificação cultural do país, especialmente na língua, na religião, na gastronomia e na Arquitetura."
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Nosso Comentário: A imigração alemã faz parte, como qualquer outra etnia da formação do povo brasileiro. Muitas vezes nos é cobrado, como se fôssemos estrangeiros e tudo o mais, fossem os brasileiros. 
Imigrantes alemães que saíram de suas cidades e  casas,  na Alemanha, até mesmo antes de existir a nação, para construir uma nova vida em um jovem país distante, para o qual também vieram imigrantes de inúmeras outras nacionalidades e em tempos distintos, dentro de sua história - a História do Brasil.  
Etnias que também imigraram para cá, como: Portugueses, espanhóis, franceses, italianos, poloneses, japoneses, chineses, coreanos, australianos, africanos, americanos, canadenses, ucranianos para formar o Brasil. Cada um dentro de sua cultura, hábitos e costumes que, juntos à etnia tipicamente brasileira - a indígena -  formam a colcha de retalho cultural que é o Brasil.

Boa leitura e viagem na História!
Referências
  • ALMEIDA, Paulo Roberto de. Os investimentos estrangeiros e a legislação comercial brasileira no século XIX: retrospecto histórico. Revista Justiça & história, Brasília, v. 3, n. 5, p. 73-127, 2003.
  • AMARAL, Max Tavares d´. Contribuição à história da colonização alemã do Vale do Itajaí. São Paulo: Instituto Hans Staden, 1950.
  • CASCAES, Franklin. Vida e arte e a colonização açoriana. In: CARUSO, Raimundo C.; CARUSO, Marilea Martins Leal; CASCAES. Franklin. Vida e cultura açoriana em Santa Catarina. Florianópolis: Cultura Catarinense, 1997. 118p. Entrevista concedida a Raimundo Caruso.
  • CENTENÁRIO de Blumenau. 1850 - 2 de Setembro - 1950. Blumenau: [s.n.], 1950. - 1v. (varias paginações).il. Edição Comissão de festejos.
  • COMITÊ DO ITAJAÍ: Agência de água. Disponível em: . Acesso em: 12 nov. 2006.
  • DAGNONI, Cátia. Comunicações e transportes no Vale do Itajaí- junho 1991. Nossa História em Revista, Rio do Sul, tomo 2, n. 4, p. 30, set. 2000.
  • DAGNONI, Cátia. Fechamento da estrada de ferro no Vale do Itajaí. Nossa História em Revista, Rio do Sul, tomo 8, n. 5, p. 65, nov. 2006.
  • DEEKE, José. Traçado dos primeiros lotes Coloniais da Colônia Blumenau. 1864. In: FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. Colônia Blumenau. Mapas.
  • _____. O município de Blumenau e a história de seu desenvolvimento. Blumenau : Nova Letra, 1995. 295 p. il.
  • FUNDAÇÃO CASA DR. BLUMENAU. Museu da Família Colonial. Blumenau, 1992. 31p, il. (Edição Comemorativa dos 20 anos de instalação - 1967/1987).
  • FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. Imigrantes. Pastas suspensas (100? Fotos); p&b, color; vários tamanhos.
  • ODREBRECHT, Rolf. Cartas de família: ensaio biográfico de Emil Odebrecht e ensaio biográfico de seu filho Oswaldo Odebrecht Sênior. Blumenau: Ed. do Autor, 2006. 576 p. il.; 28x31cm.
  • PETRY, Sueli Maria Vanzuita. A fibra tece a história: a contribuição da indústria têxtil nos 150 anos de Blumenau. Blumenau: Sintex, 2000. - 348 p. il.
  • SANTIAGO, Nelson Marcelo; PETRY, Sueli Maria Vanzuita; FERREIRA, Cristina. ACIB: 100 anos construindo Blumenau. Florianópolis: Expressão, 2001. 205 p, il.
  • _____. A evolução urbana de Blumenau: o (des)controle urbanístico e a exclusão sócio-espacial. 1999. 190f. Dissertação (Mestrado), Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1999.
  • SILVA, José Ferreira da. Estrada de Ferro Santa Catarina – Há Sessenta Anos Emprestando Inestimáveis Serviços ao Vale do Itajaí e ao Nosso Estado. Blumenau em Cadernos, Blumenau, tomo 20, n.5, p. 81-86, maio 1969.
  • _____. História de Blumenau. 2. ed. Blumenau : Fundação "Casa Dr. Blumenau", 1988. 299 p.

  • VIDOR, Vilmar. Indústria e urbanização no nordeste de Santa Catarina. Blumenau: Ed. da FURB, 1995. 248p, il.

  • WITTMANN, Angelina C. R. A estrada de ferro no Vale do Itajaí: resgate trecho Blumenau-Warnow. Blumenau: Edifurb, 2001. 145p. il.
  • LAGO, Paulo Fernando. Santa Catarina: a terra, o homem e a economia. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1968.
  • WITTMANN, Angelina. Imigrantes alemães nas Fazendas de Café do Rio de Janeiro - São Paulo e depois - Santa Catarina - Século XIX - Kaffeepfklücker. 20 de junho de 2021. Disponível em:   https://angelinawittmann.blogspot.com/2021/06/do-dorf-bohlen-para-o-brasil-seculo-xix.html 
Artigo completo e contínuo

De D. João a projetos privados de produção agrícola, imigrantes germânicos fizeram história no Brasil a partir do século XIX
Ainda que houvesse no país um grande número de viajantes, cientistas, artistas, e o Rio de Janeiro constasse com mais de vinte empresas alemãs operando na cidade, no começo do século XIX não havia colônias germânicas no país. A presença alemã estava limitada ao comércio em núcleos urbanos, sem influência do governo português. E apesar  de o Conselho Ultramarino, em Lisboa, ter visto a necessidade de instalação de colonos não lusos no Brasil, nenhuma tentativa foi realizada até a chegada do D. João ao Rio de Janeiro, em 1808.
Pelo Tratado de Aliança e Amizade, assinado logo depois com a Inglaterra, D. João havia se comprometido com a extinção gradual do tráfego negreiro até a sua  proibição. O perigo de um revolta de escravos, como o que havia libertado o Haiti de mãos francesas em 1791, era visto pela população branca e livre como algo  iminente. Um pouco mais tarde, em carta ao imperador austríaco, sogro do príncipe D. Pedro (futuro  D. Pedro I), o rei português expôs seu objetivo quanto ao projeto de mudar a fonte de mão de obra no Brasil: decidira “substituir por colonos brancos os escravos  negros”. Do medo das revoltas escravas, da exigência externa pelo fim da escravidão e da necessidade da criação do minifúndio e da produção artesanal surgiu a política de imigração e colonização com alemães.
Em 16 de maio de 1818, D. João VI  estabeleceu as condições para a vinda de famílias suíças para o Brasil. Nos dois anos seguintes, por intermédio de Sébastien-Nicolas Gachet, mais de 2 mil suíços, alguns de língua alemã, foram trazidos para a região serraria do Rio de Janeiro. Ali foi fundada a colônia de Nova Friburgo, a primeira tentativa oficial de criação de uma colônia agrícola com europeus não portugueses.
Mas foi na Bahia que se formaram as primeiras colônias com imigrantes alemães. Embora autorizada pelo governo português, eram projetos privados, idealizados por naturalistas alemães. Em 1816, Peter Weyll e seu sócio Adolf Saueracker estabeleceram a colônia São Jorge do Ilhéus, à margem esquerda do rio Cachoeira, nas proximidades de Ilhéus. No ano seguinte,  Georg Wilhelm Freyreiss fundou, junto com um pequeno grupo de cientistas, pesquisadores, uma pequena “colônia alemã e suíça” próxima a Vila Viçosa, a 900 quilômetros  ao Sul de Salvador, a qual batizou de Leopoldina em homenagem /á futura imperatriz brasileira, esposa de D. Pedro I. Mesmo que tenham atingido algum sucesso, essas colônias não conseguiram assegurar o apoio de investidores e nem do governo. Na década de 1860, não eram mais consideradas mais colônias, tendo os imigrantes  se tornado fazendeiros e abandonado o sistema associativo original.
Em 1822, a iniciativa foi transferida para o império e ninguém menos do que José Bonifácio de Andrade e Silva (1763-1838), que estava à frente do Ministério do Reino e dos Negócios  Estrangeiros, articulou a vinda de colonos para substituir a mão de obra escrava e dos soldados que garantiriam – pelas forças  das armas, se necessário – a independência do Brasil., em agosto daquele ano, José Bonifácio entregou instruções secretas a Georg Anton Von Schaeffer – alemão amigo da austríaca Leopoldina, imperatriz do Brasil., que fora nomeado agente brasileiro na Alemanha – e o enviou a Europa. A missão de Von Schaeffer era visitar as principais cortes alemãs angariando apoio à causa brasileira, e encaminhar para o Brasil, o mais breve possível, colonos e principalmente soldados para a guerra da Independência. Schaeffer embarcou para a Europa uma semana antes do Grito do Ipiranga.
A proposta levada aos alemães pelo agente brasileiro era atraente. Para aqueles que quisessem fugir das guerras, do excedente populacional e da miséria na Europa, Von Schaeffer oferecia 77 hectares de terra, isenção de impostos por 10 anos, animais de criação e sementes, além de outros subsídios. Eram números fora dos padrões alemães. Na Alemanha, somente entre 10% e 20% da população possuía propriedades que excedia a dez hectares. “Aqui se recebe um pedaço de terra cujo tamanho na Alemanha corresponderia a um condado”, escreveu à família, em 1827, um colono estabelecido no Brasil. A passagem dos soldados seria paga pelo governo brasileiro, desde que servissem ao exército durante quatro anos. Foram criados quatro batalhões de estrangeiros com alemães: dois de Granadeiros  (para a guarda da Corte) e dois de Caçadores ( lutariam na Guerra da Cisplatina e na confederação do Equador).
Em janeiro de 1824. o navio Argus ancorou no porto do Rio de Janeiro com pouco mais de  280 pessoas. Era o primeiro navio com alemães “a serviço do império”. Os soldados permaneceram na capital. Para servir no Exército enquanto os colonos foram enviados para a colônia suíça de Nova Friburgo, como um destino provisório. A região escolhida para receber as levas posteriores estava localizada no Vale do Rio dos Sinos, próximo a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ali existia uma fazenda de escravos chamada Feitoria do Linho Cânhamo, responsável pela produção de cordas para a Marinha. Parte da estrutura existente foi aproveitada para receber os primeiros colonos – o que ocorreu muito provavelmente no dia 23  de julho e não no dia 25, data consagrada em 1924, nas comemorações do Centenário da Imigração Alemã.
A idéia de imigração e colonização no Brasil passava pela necessidade de criação  de uma nova classe média, branca e pequena proprietária, que desenvolvesse a policultura agrícola e o artesanato, povoasse áreas de fronteira e fosse capaz de abastecer cidades importantes. São Leopoldo cumpriu muito bem seu papel, muito mais do que Nova Friburgo ou qualquer outra tentativa anterior. Daí que, mesmo não sendo o projeto pioneiro, ele é considerado o berço da colonização alemã no Brasil.
O trabalho de agenciamento de alemães perdurou mesmo depois da saída de José Bonifácio no ministério. Mas com a forte oposição política à imigração, principalmente a de soldados, Von Schaeffer precisou retornar ao Brasil em 1828.
Naquele ano, uma rebelião de soldados alemães e irlandeses no Rio de Janeiro  pôs fim ao apoio do governo ao projeto iniciado por Bonifácio. No ano seguinte, iniciou-se a desmobilização dos soldados que haviam servido no Exército Imperial, e a pressão aumentou até que D. Pedro I assinasse, em 15 de dezembro de 1830, a Lei do Orçamento, cortando os gastos com imigração de mercenários para o Exército e com colonos e artesãos.
Com base no projeto iniciado em 1822, após a criação de São Leopoldo (1824) e de Três Forquilhas, também no Rio Grande do Sul (1826), surgiram ainda as colônias Santo amaro e Itapecerica, em São Paulo (1827 e 1828), são Pedro de Alcântara, em Santa Catarina (1829), e Rio Negro, no Paraná (1829). Até 1830, mais de oito mil alemães entraram no Brasil. Metade deles era protestante (luteranos), fato novo em um país historicamente católico.
Em 1834, uma alteração na Constituição permitiu que a iniciativa e o estabelecimento de colônias ficassem a cargo dos governos provinciais, e não mais do governo imperial. Se no Primeiro Reinado (1822-1831) a imigração estava associada a critérios geopolíticos, após esta data o critério passou a ser quase exclusivamente econômico, por interesse tanto das províncias quanto de particulares. Após o fim da Revolução Farroupilha, no Sul, o país retornou a iniciativa de imigração e colonização. Entre as mais importantes estavam: Petrópolis, no Rio de Janeiro (1845); Santa Isabel (1847) e Leopoldina (1859), no Espírito Santo; Blumenau (1850) e Dona Francisca (1851), em Santa Catarina; e Santa Cruz do Sul ( 1849), Santo Ângelo (1857) e São Lourenço do Sul (1858), no rio Grande do Sul. Somente no Rio Grande do Sul foram  criadas 140 colônias até 1922.
Em 1847, o senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro conseguiu um empréstimo do governo, para financiar a vinda de algumas famílias alemãs para trabalharem em suas lavouras de café na fazenda Ibica, em Limeira, São Paulo. Plantavam, cultivavam e colhiam em um “sistema de parceria”. Baseava-se em um contato que destinava à família do colono certo número de pés de café para o cultivo e uma determinada área de exploração para subsistência. A remuneração era proporcional ao montante de gêneros produzidos pelo colono, descontadas as despesas de transporte, adiantamentos e recursos para a instalação inicial. Política não muito bem vista pelos colonos – considerada uma espécie de escravidão – mas que fez muito sucesso entre os fazendeiros.
Os erros cometidos em São Paulo, que resultaram na revolta liderada pelo colono Thomas Davatz em 1858, fizeram com que antiescravistas, como o cônsul-geral da Prússia no Brasil, J. Jacob Sturtz promovessem maciça campanha antibrasileira na Alemanha. O governo prussiano aprovou, inclusive, um regulamento que proibia a propaganda e o aliciamento de colonos para o Brasil. Mais tarde estendido a toda a Alemanha, o regulamento Von der Heydt só seria revogado em 1890.
Possivelmente, o mais bem sucedido empreendimento de colonização com alemães tenha sido mesmo Blumenau, em Santa Catarina, fruto do trabalho do farmacêutico Hermann Blumenau (1819-1899). Em 1848, ele conseguiu junto ao governo de Santa Catarina a concessão de terras  no Vale do Itajaí, dando início ao projeto dois anos depois. A ideia inicial de um estabelecimento agrário em grande escala deu lugar à pequena propriedade e à criação de um centro urbano, complemento indispensável econômica, comercial e culturalmente à colônia.
Apesar das dificuldades e das diferentes políticas imigratórias usadas no país, os alemães continuaram vindo. De diversas formas, até o início da década de 1970 haviam chegado ao Brasil mais de 255 mil imigrantes provenientes de territórios que formam a Alemanha moderna. Além da contribuição para o desenvolvimento da cultural e produção industrial, o imigrante alemão teve um importante papel no processo de diversificação cultural do país, especialmente na língua, na religião, na gastronomia e na Arquitetura.















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