quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Os fatores que levaram à queda de Dilma

Deutsche Welle

Após nove meses de processo, presidente não conseguiu conquistar apoio político para evitar o impeachment, apesar de ressaltar a fragilidade jurídica das provas. Entenda os motivos que levaram a esse desfecho.

Erros na gestão econômica
Tal como seu antecessor, Dilma apostou inicialmente em uma "nova matriz econômica" baseada em desoneração de impostos, concessão em massa de crédito público, juros artificialmente baixos e crescimento por meio do consumo. Para segurar a inflação, Dilma também forcou o congelamento dos preços de combustíveis e da energia.
Somada à queda do preço de commodities, as medidas se revelaram um desastre. No final de 2015, o PIB sofreu uma queda de 3,8%. O governo também se mostrou incapaz de aprovar reformas para reverter o quadro. O mau desempenho econômico foi uma das causas fundamentais para a erosão da popularidade de Dilma. "Em 2014, após as eleições, ela não explicou à população por que teve que recuar de suas promessas de campanha. Simplesmente começou a fazer um ajuste, sem admitir erros", comentou o cientista político Rolf Rauschenbach, da Universidade de St. Gallen.
Falta de habilidade política
O desinteresse de Dilma pela política partidária já era notório antes mesmo da sua primeira eleição, em 2010. Com uma personalidade centralizadora, ela sempre mostrou pouca paciência para negociações. Esse estilo fez com que praticamente todas as grandes decisões passassem por ela. Já na época em que era ministra, Dilma delegava pouco, e, quando o fez, muitas vezes escolheu assessores que não gozavam de popularidade junto ao Congresso ou nunca concedeu autonomia para que eles desempenhassem suas funções com eficiência.
Isolamento e revolta do PMDB
No final do seu primeiro mandato, Dilma passou a isolar o PMDB, maior parceiro da base. Ela preferiu favorecer siglas recém-criadas, como o PSD e o PROS, considerados mais dóceis. O movimento passou a irritar figuras como Eduardo Cunha, que viria a se tornar o seu algoz no impeachment e porta-voz dos deputados insatisfeitos com a presidente. Nesse período, Dilma redobrou sua aposta. Chegou a ofertar para seu vice peemedebista, Michel Temer, um cargo de articulador político, mas na verdade nunca permitiu que ele desempenhasse a função. No final, Temer acabou se voltando contra Dilma. "Ela não demonstrou conhecimento de como uma coalizão é formada e, sobretudo, mantida", afirma Mariana Llanos, do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga).
Miopia política diante de problemas
Quando a Lava Jato estourou, Dilma fez uma avaliação errada da situação. Segundo ex-aliados, a presidente achou, num primeiro momento, que o escândalo só afetaria a imagem do governo anterior. A mesma miopia ocorreu quando o impeachment começou a avançar.
Após assegurar uma vitória no Supremo que lhe garantiu uma condução mais neutra do processo, Dilma não fez uma ofensiva decisiva para barrar o processo ainda na Câmara. Apostou que a queda de Cunha era questão de tempo e que o movimento pró-impeachment perderia força no início de 2016. Em março, Dilma cometeu o erro de nomear Lula como ministro enquanto ele enfrentava investigações, sem se dar conta do impacto dessa medida na opinião pública. Após o afastamento, Dilma começou finalmente a negociar com políticos, mas também dispersou energia ao falar regularmente para plateias de militantes sem influência.
Impacto da corrupção
Nos últimos dois anos, a Operação Lava Jato adicionou um fator de imprevisibilidade na política brasileira. Os escândalos corroeram a imagem do seu governo, conforme os investigadores foram revelando o envolvimento de ministros, do seu tesoureiro de campanha e de figuras influentes do PT. Outros partidos e políticos foram implicados, mas as revelações – propagandeadas intensamente pela imprensa – tiveram principalmente o efeito de enterrar a imagem de intolerância com a corrupção que Dilma tentou cultivar no seu primeiro mandato e esfacelaram a credibilidade do PT.
Polarização e revanchismo
Após a vitória apertadíssima de Dilma em 2014, os partidos de oposição passaram a tentar reverter o resultado antes das eleições de 2018. "A oposição sabe que perdeu uma oportunidade quando não se aproveitou da crise do mensalão em 2005", afirmou o analista francês Gaspard Estrada. Inicialmente, vários políticos da oposição não simpatizaram com o impeachment, mas a pressão dos protestos nas ruas e a deterioração permanente da popularidade do governo tornaram o plano mais aceitável. O impeachment também foi a arma de políticos que procuraram se vingar do governo, como Eduardo Cunha, que aceitou o pedido logo após deputados do PT assinarem um pedido de cassação contra ele. Na votação da Câmara, velhos desafetos de Dilma, como ex-ministros que haviam sido demitidos por ela, votaram contra a presidente.
  • Data 31.08.2016
  • Autoria Jean-Philip Struck

Senado aprova afastamento definitivo de Dilma

Deutsche Welle
Por ampla maioria, senadores decidem pelo impeachment da presidente, encerrando 13 anos de governo do PT e instalando o PMDB de volta ao poder após mais de duas décadas.
O Senado decidiu nesta quarta-feira (31/08) afastar em definitivo Dilma Rousseff da Presidência da República. Ao todo, 61 dos 81 senadores decidiram que a petista cometeu crime de responsabilidade e deve perder o cargo. Bastavam 54 votos para que o presidente interino Michel Temer fosse empossado como novo presidente. Apenas 20 senadores, a maioria do PT e do PCdoB, votaram para que Dilma permanecesse como chefe de Estado.
Alguns senadores petistas ainda conseguiram convencer o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que presidiu a sessão do Senado, a dividir a votação em duas etapas: uma sobre a perda do mandato e outra, também nesta quarta, sobre a dos direitos políticos. Caso também perca, Dilma fica inabilitada de exercer cargos públicos por oito anos.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que presidiu a sessão histórica no Senado Federal
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que presidiu a sessão histórica no Senado Federal
A votação encerrou um ciclo de nove meses, iniciado quando o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), um desafeto de Dilma, aceitou um pedido de impeachment elaborado por um grupo de juristas. Eles acusavam a petista de cometer crime de responsabilidade por causa das chamadas pedaladas fiscais e pela publicação de decretos sem a autorização do Congresso.
Nesse período, Dilma perdeu todas as votações decisivas na Câmara e no Senado que envolveram a continuidade do processo. Em abril, ela não havia nem conseguido o apoio de um terço dos deputados para barrar o processo. O resultado desta quarta-feira já estava sendo previsto há semanas, conforme os aliados de Temer se mostravam confiantes, e Dilma demonstrava dificuldades em contornar a tendência de derrota.
A saída de Dilma marca o fim do ciclo petista na Presidência, que foi iniciado em 2003 com Lula
A saída de Dilma marca o fim do ciclo petista na Presidência, que foi iniciado em 2003 com Lula
Vários senadores admitiram que os debates e argumentações que ocorreram nas últimas semanas envolvendo o mérito das acusações não fizeram qualquer diferença, e que a maior parte dos parlamentares já havia escolhido o seu lado. Até mesmo alguns petistas já vinham admitindo que seria muito difícil reverter o quadro. Nos últimos dias, aliados de Temer vinham se preocupando apenas em ampliar a sua vantagem na votação.
Com o resultado, o PMDB de Temer volta à Presidência após um intervalo de mais de 20 anos. O último presidente filiado à legenda foi Itamar Franco (1992-1994), que também assumiu o cargo na esteira de um processo de impeachment.
Fim do ciclo petista
O resultado também marca o fim do ciclo petista na Presidência, que foi iniciado em 2003, com Lula. Agora, o PT vai voltar oficialmente a ser um partido de oposição, algo que já vinha fazendo interinamente desde maio, quando Dilma foi afastada temporariamente do Planalto.
Antes mesmo da votação final, a defesa de Dilma já havia anunciando que pretende contestar o processo de impeachment junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Duas ações nesse sentido já estão sendo preparadas.
Alvo de processo de impeachment em 1992, o ex-presidente Fernando Collor discursa antes da votação
Alvo de processo de impeachment em 1992, o ex-presidente Fernando Collor discursa antes da votação
Nos últimos dias, diante da tendência de derrota, Dilma ainda lançou mão de suas últimas cartas. Na segunda-feira (29/08), compareceu pessoalmente ao Senado e discursou por 45 minutos. O tom foi parecido com o de suas últimas declarações públicas. Ela reiterou que considerava o processo uma forma de “golpe” e denunciou o que chamou a deslealdade e traição de ex-aliados.
A última fase do processo de impeachment havia sido iniciada na última quinta-feira. Na terça-feira, um total de 63 senadores discursou em uma sessão que se arrastou por 12 horas.
Michel Temer vinha demonstrando impaciência e tentou a todo custo e apressar o resultado final para que o peemedebista pudesse viajar para China, onde vai ocorrer uma reunião do G20 entre os dias 4 e 5 de setembro.
  • Data 31.08.2016
  • Autoria Jean-Philip Struck

Herbstfest Rosenheim 2016


Local do Desfile da Festa





































Em maio de 2016, estivemos na cidade de Rosenheim. Conhecemos um pouco de sua cultura, hábitos e costumes e encontramos amigos que residem na região. Percebemos que a cidade, uma das mais importantes no estado da Bavaria - sul da Alemanha, faz a manutenção das tradições e heranças culturais, as quais apresentam "ecos" em algumas festividades da cidade de  Blumenau e região - Estado de Santa Catarina - Brasil. 
Com o casal Beinhofer - Rosenheim - maio de 2016.
Uma destas festa de Rosenheim é a Herbstfest Rosenheim - Festa de Outono, que iniciou no último final de semana e acontecerá nos 16 dias seguintes. Recebemos imagens de nossos amigos, que participaram de maneira direta da festa, através da Banda Die Karolinenfelder - a qual já se apresentou no Oktoberfest Blumenau. Seu Coordenador, Sr. Karl Beinhofer e esposa, Sra. Claudia Rosa Beinhofer estiveram na festa como também a banda - no desfile e no palco da festa. Quem fez os registros - imagens e vídeos foi a Sra. Claudia Rosa Beinhofer.
Sra. Claudia Rosa Beinhofer fazendo os registros do desfile do Herbersfest - dia 27 de agosto de 2016.

Antes de falarmos sobre a Festa de Outono - importante e com origem na mitologia germânica - sempre atenta às estações do ano, vamos relembrar um pouco da história da cidade de Rosenheim.

Rosenheim

Cidade alemã do estado da Bavaria, muito próxima da divisa com a Áustria. É uma cidade independente (Kreisfreie Städte) e também um Distrito Urbano (Stadtkreis).
Kiefersfeld - Baviera (Bayern)




Rosenheim é uma cidade independente que está localizada no centro do distrito de Rosenheim, sendo também a sede administrativa da região. Sua localização geográfica está às margens oeste do rio Inn, na confluência dos rios Inn e Mangfall. Está há 450 metros acima do nível do mar e dista 52 Km de München. Tem mais de 61 mil habitantes e é a terceira maior cidade da Alta Baviera, sendo um dos 23 centros administrativos do Estado.
Confluência entre os rios Inn Mangfall
Sua história tem ligação com a presença das rotas comerciais. Sua localização está na intersecção de rotas comerciais - estas responsáveis pelo surgimento das cidades e de novas classes sociais além da nobreza e da igreja - após o período medieval. Sua vocação mudou no decorrer dos períodos históricos - várias vezes, desde a cidade do mercado, depois para cidade ferroviária, cidade da madeira, do sal e atualmente, como cidade universitária.
Cópia do busto de Druso e Tibério
Os romanos, liderados por  Tibério e seu filho Druso, chegaram ao local no ano 15 AC. Fundaram duas povoações - à direita do Rio Inn fundaram a povoação de Noricum e ao oeste, a povoação de Rhatia. Com o passar do tempo foram construídas duas estradas - que tornaram importantes rotas comerciais. A intersecção destas duas rotas comerciais foi protegido por uma estação militar que se chamava Pons Aeni. O nome atual não tem uma história muito clara sobre sua origem. É mencionado pela primeira vez no ano de1234


Pedra memorial na antiga passagem próximo a Rosenheim (Pons Aeni)
Castelo Rosenheim está localizado na margem oriental do Rio Inn, o local atualmente é conhecido como colina do castelo - com vista para nova ponte sobre o rio  Inn
Schloss Rosenheim - 1701
As cidades que passaram pela idade média - tinha em seu espaço -  a edificação onde residia o Senhor Feudal localizada no ponto mais alto e mai seguro da cidade - característica muito clara nesta antiga gravura da cidade de Rosenheim
Quanto a origem do nome da cidade - Rosenheim - há  várias especulações sem a certeza de nenhuma. Há especulações sobre sua origem ter ligação com o emblema Roseheim Rose da Wasserburger  que construiu o Castelo

Wasserburger - 
Wasswerburger dista 29 Km de Rosenheim

Também há quem afirme que o nome da cidade  é originário do nome Rosns derivado dos corcéis Rössern que foram usados nos tempos medievais para puxar os navios de transporte de rio, e os quais tinham grandes estábulos na cidade. Atualmente ainda tem os nomes das ruas Am Esbaum (árvores em que os cavalos estavam pastando), ou ainda, Rossacker - possíveis indicações.
Am Esbaum - Rosenheim

Também há a versão, onde o nome é relacionado com o pântano existente no arredores de Rosenheim, conhecido como Roze oder Ried, ou ainda inspirado no nome da cidade vizinha - Rosemheim Kolbermoor
Rosenheim - /1860 - Fonte: en.wiki2.org

A hipótese mais bonita, e contada há muito tempo - Diz que Rose era usado como o significado de "Menina bonita". Os Marinheiros gostavam de cantarolar a "Casa da Rose", ou seja - Rosenheim.
Na época do mencionado castelo de Rosenheim - ano de 1234. Havia uma acordo entre o transporte de barcos no Rio Inn. A região em torno da ponte sobre o rio não se desenvolveu logo, porque o terreno era muito pantanoso - pela  proximidade do local à foz do Rio Mangfall, e sua centralidade se desenvolveu longe da margem do rio.
Seu desenvolvimento a partir do século XIX deve-se muito à presença do sal. Após, a cidade se desenvolveu mais ainda, quando fez parte do sistema ferroviário da Baviera. Sua estação ferroviária foi inaugurada em 1858, quando a Colônia Blumenau completava 8 anos e também alimentava o plano de construir uma ferrovia. 
O momento da inauguração - Porta para o mundo, afirmavam seus contemporâneos


Um dado curioso é que no início do século XX a cidade tinha 9 cervejarias, algumas destas ainda são preservadas  em nome de restaurantes como por exemplo: Pernloher, Duschl, Hof, Stern, Weissbräu.
2° Guerra Mundial também não poupouRosenheim. Em novembro de 1943 haviam abrigos para somente  650 pessoas diante de uma população de 22 mil habitantes. Em 1944, o número de abrigos aumentou com mais 6400 pessoas, somando a outros nas proximidades, a capacidade para abrigar,o subiu para 10525 pessoas. A cidade sofreu 14 ataques de bombas, morrendo 201 pessoas e deixando 179 feridos.  Sendo Rosenheim importante quanto aos transportes entre Munique, Salzburg e Innsbruck, sua estação ferroviárias e vias férreas foram atingidas por bombardeios aéreo.
A cidade se recuperou do trauma da guerra e atualmente seus espaços resgatados são tranquilos e festivos.
Vamos conhecer um pouco sobre uma das muitas festas que acontece na cidade - a Herbstfest Rosenheim

Herbstfest Rosenheim - Festa de Outono


Loretowiese - local da festa
Na cidade, também é chamada de Wiesn, porque o local da festa acontece no Loretowiese, como também, o Oktoberfest de München é chamado assim, porque acontece no Theresienwiese. Herbstfest é a maior festa no sudeste de Oberbayern (Bavaria Superior), contabilizando mais de um milhão de visitantes. Sua organização está sob responsabilidade do Economics Association Rosenheim

Loretowiese
O início da festa acontece sempre no último sábado de agosto e dura 16 dias. Neste ano de 2016, iniciou no dia 27 de agosto.
O horário em dias de semana (de segunda à sábado) funciona das 12:00h até as 23:30h e no domingo das 10:00h até as 23:30h.
Herbstfest teve seu início em exposições agrícolas que aconteciam de 5 em 5 anos na cidade de Rosenheim. No ano de 1861, ainda não existia a nação alemã e a Colônia Blumenau contava com 11 anos de idade, a exposição agrícola foi incrementada com o aumento de sua programação. Foi acrescentado na programação: o festival de tiro e uma competição de canto - caracterizando também um festival.
Nos anos seguintes a cidade ficou conhecida pela produção e marcas de cerveja. Tinha uma população de 10 mil habitantes e 11 cervejarias. A Herbstfest  aumentou ainda mais.
Miss Herbstfest Rosenheim 2016 - Steffi Paul
O local do Herbstfest sempre foi no Loretowiese, localizado na entrada de Rosenheim, no passado nas portas da cidade, onde, na idade média funcionava feiras, diversões execuções públicas. Atualmente, além de ser  o local de festas, é parque de estacionamento e  local  de feiras.
A festa nem sempre teve uma agenda regular, como o é nas últimas décadas. Em 1873, houve uma epidemia de cólera no Distrito de  Rosenheim e em toda a região, como também no período da Primeira Guerra Mundial, quando houve um "hífen" nas organizações da festa. O Herbstfest retornou no  ano de 1925.
Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1946 e 1949, foi  resgatado os festivais Verband der Bayerischen Schausteller da Primavera no espaço de Loretowiese, sob a promoção da Economics Association Rosenheim.

 As imagens Comunicam
Fotografias - Claudia Rosa Beinhofer.




















Outras imagens


Pavimentação da via que passa o desfile de paralelepipedo - como já foi a Ruz XV de Novembro de Blumenau
Miss Herbstfest Rosenheim 2016 - Steffi Paul
Miss Herbstfest Rosenheim 2016 - Steffi Paul












 Ein Prosit!!

Vídeo


Região - origem do Oktoberfest Blumenau!
Identidade!

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