sábado, 29 de fevereiro de 2020

Musik in der Nacht

Guten Abend Freunde!!
Um pouco de música na noite...








Bis Morgen!








sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Qual a Diferença entre Atafona (Tafona) e Moinho? Antropologia

Moinho em  Fränkische Freilandmuseum Bad Windsheim na cidade de Bad Windsheim, em Unterfranken - Alemanha.
Expressões que faziam parte do cotidiano da região e também do litoral de Santa Catarina, algumas décadas passadas e que atualmente estão praticamente em extinção, pelo menos nos moldes do final do século XIX e início do século XX: Atafona e Moinho.
Alguém nos questionou se conhecíamos a diferença entre Atafona e Moinho. Buscamos a diferença, que existe sob aspecto antropológico e apresentamos aqui.
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Antigo Moinho de trigo - Rio Grande do Sul.
Nos textos históricos locais e regionais no Vale do Itajaí, território da antiga Colônia Blumenau, sempre mencionaram a expressão moinho e nunca atafona. Há um motivo para isso.
A expressão moinho foi trazida pelos pioneiros alemães e italianos que tiveram contato com o Império Romano e o seu espaço tinha um determinado uso, diferente do espaço da atafona encontrada na região anteriormente à chegada destes pioneiros e expressão trazida pelos portugueses e que beneficiava outro produto, diferente do moinho conhecido pelos imigrantes alemães e italianos.

Etimologia

Atafona
Do árabe . at-tahūna  - moinho.

Moinho
Do latim - molīnum, do latim tardio saxum molinum, que significa "pedra grande" ou "mó'

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Aipim (região do Vale do Itajaí muitas vezes denominada "Áibi" )
 ou mandioca.
No século XIX, uma das maneiras de atrair o imigrante alemão para a região sul do país, foi propagar que no Brasil existiam batatas do "tamanho do braço de um homem". A batata é uma das raízes que ocupa com maior destaque, o cardápio de muitas regiões da Alemanha e estrutura muitos dos pratos da gastronomia alemã. Não foi difícil atrair agricultores alemães, aqui denominados colonos, desejosos em conhecer tal produção e também sua comercialização.
A "batata" propagada na Europa, era uma raiz conhecida entre os povos nativos brasileiros como aipim ou mandioca, e não era uma das mais de 200 especies de batatas existentes na Alemanha.
Resultado de imagem para espécies d ebatats existentes na alemanhaO aipim ou mandioca é uma espécie Manihot esculenta.  O mundo científico descreve como uma espécie de planta tuberosa da família das Euphorbiaceae. O nome dado ao caule do pé de mandioca é maniva, o qual, cortado em pedaços, é usado no plantio. 
Antes da chegada dos europeus, como portugueses, alemães, espanhóis, italianos, entre outros, existia de maneira originária e natural no oeste do Brasil  e já era cultivado com alimento, se estendendo até Guatemala e México. Portanto era um alimento dos povos nativos do Brasil, seminômades e depois fixados, espalhados pelo continente.
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Índia atual, fabricando a farinha de mandioca.
Quando chegaram os portugueses e espanhóis e entraram em contato com a cultura do povo nativo local, conheceram também a raiz e também dela, fizeram a farinha na atafona, como chamaram a fabriqueta de beneficiar a mandioca, fabricar a farinha de mandioca e outros derivados, como polvilho. O princípio de funcionamento da atafona era diferente do milenar moinho de farinha de qualquer semente ou grão de cereal, pois o aipim ou, mandioca, necessitavam ser ralados e secos.
Índio Parakanã fabricando a farinha de mandioca.

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Produção artesanal de farinha de mandioca em comunidade de Bonito de Minas (MG). Fotografia: Tiago Queiróz - Estadão.


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Resgate da atafona na comunidade de Santo Antônio de Lisboa - Florianópolis
antiga Nossa senhora do Desterro, na atual festa popular "Festa do Divino".
O pioneiro português ou descendente do final do século XIX e primeira metade do século XX tinha em sua cultura alimentar a presença do pescado e da farinha de mandioca produzida na atafona. Na nossa casa paterna e infância - no bairro do Abraão, em Florianópolis - era predominante a presença diária nas refeições, do peixe frito com pirão d'água puro (feito de farinha de mandioca cozida no prato com água fervendo somente) - prática usual não somente em nossa casa, mas em toda a vizinhança, comunidade de pescadores descendentes de portugueses, na época. 
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Peixe frito com farinha.

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Reconquista da Península Ibérica pelos cristãos.
Atafona é uma expressão aportuguesada, cuja origem etimológica tem origem árabe ou, dos mouros que dominaram a Península Ibérica por quase oito séculos. A invasão moura teve início em 711 e, três anos depois já dominava a maior parte do território da Península Ibérica, para terminar definitivamente apenas em 1492. 

Os mouros deixaram na Península Ibérica, uma forte herança cultural – os árabes eram a vanguarda científica, naquela época. 
Atafona - origem do árabe - at-tahunâ ( que significa moinho), fabriqueta com era um tipo de mecanismo manual ou movido por força animal destinado a transformar o andamento do animal em movimento rotativo para mover moinhos, engenhos de açúcar e engenhos de ralar mandioca. Eram utilizados para mover atafonas, além da força do homem, animais, como cavalos, burros, bovinos e até carneiros e cães.
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Abent Brot - mesa alemã.
Quando chegaram os imigrantes alemães e italianos no Brasil, bem depois da  chegada e adaptação dos primeiros portugueses, a expressão atafona já existia para denominar fabriquetas de farinha de mandioca e cana. Estes pioneiros alemães e italianos, trouxeram as fabriquetas de farinha de grãos e cereais, os moinhos, que beneficiavam o milho e o trigo. A mesa das famílias alemãs, até o momento presente, conta com a presença  de vários tipos de pães, acompanhados de embutidos e queijos, principalmente no horário do Abend Brot - o lanche da tardinha.

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Portanto, concluindo, historicamente no Brasil, atafona, palavra trazida pelos portugueses, denominando a fabriqueta de farinha de mandioca - influencia e adaptação da dieta indígena na mesa local brasileira. Moinho foi trazido por imigrantes alemães e italianos e era a fabriqueta de farinha de trigo e de milho - que beneficiava sementes e cereais.
Para comprovar esta conclusão, segue o texto histórico da  família de imigrantes alemães - Henkel que residia no Vale do Sinos no Rio Grande do Sul,  que foram proprietários de uma atafona e também, de um moinho.
"No sul do continente americano, há milhares de anos, os povos da floresta Tropical cultivam a mandioca brava e, a partir dela, produzem a farinha e outros derivados, alimentos essenciais da sua dieta. Em Nova Hartz, na região do vale do Rio dos Sinos, antes da indústria calçadista assumir papel de destaque na economia, a produção de farinha de mandioca era a principal atividade econômica. As chamadas atafonas produziam farinha para ser comercializada dentro e fora do Brasil. Contribuíram com o desenvolvimento econômico da colônia alemã de São Leopoldo e também do Rio Grande do Sul. Hoje, estas agroindústrias familiares estão em vias de desaparecimento tanto em Nova Hartz como na região. É nesse contexto que se inserem a atafona e o moinho da família Henkel. Esta atafona, diferentemente das demais, chegou ao século XXI produzindo farinha de mandioca, principal fonte de renda da família. O moinho, por sua vez, teve suas atividades encerradas na segunda metade do século XX. Inicialmente, no moinho era produzida a farinha de milho para o consumo da família que também vendia o serviço de moagem do milho aos agricultores vizinhos. Posteriormente, no período em que a atafona produziu raspa de mandioca para ser misturada à farinha de trigo, ele foi utilizado para moê-la e encerrou suas atividades descascando arroz. Esses espaços de trabalho, as duas residências da família, a cozinha e sala de refeições, o sistema de geração de energia formado por barragem, canal e rodas d água, as técnicas de cultivo da mandioca, o modo e o maquinário para produzir a farinha são os testemunhos materiais e imateriais de parte da história local e regional. OLIVEIRA, Kátia Ferreira de.
Resultado de imagem para moinhos da holandaEm síntese, moinho - que deriva do latim - molinum - de ``molo´´é uma instalação destinada a moagem de grãos de trigo e de milho ou de outros cereais, por meio de mósA tecnologia dos moinhos foi, por vezes, adaptada para fins bem diferentes dos originais. Na Holanda, por exemplo, o célebre moinho de vento foi, na maioria dos casos, utilizado para acionar bombas hidráulicas movidas a energia eólica, construídas para drenar a água das chuvas para o mar. Atualmente a drenagem, na Holanda, é efetuada por motores elétricos que acionam bombas tipo Parafuso de Arquimedes.
O moinho de água apareceu no século II d. C. com os gregos e os romanos, que depois o espalharam pela Europa. Serviam, como indica a sua etimologia, para moer cereais e sementes entre duas pedras e transformá-los em farinha e não mandioca, como era a função da atafona no Brasil - usada para beneficiar mandioca, ou aipim, como a raiz é conhecida no Vale do Itajaí. Atividade originária entre o povo nativo brasileiro e repassado ao imigrante e descendentes portugueses.

As imagens a seguir foram feitas por nós em uma parte do Fränkische Freilandmuseum Bad Windsheim na cidade de Bad Windsheim, em Unterfranken - Alemanha e, sua construção é centenária, totalmente construído com madeira encaixada, ou enxaimel. A estrutura é movida a força da água. Também vimos moinho semelhante a este, no Museu Weege, na cidade Pomerode que pertenceu à família Weege.



Caixas de madeira típica onde se estocava a farinha pronta após o beneficiamento. Também os característicos sacos de embalagem.





Na parte do meio desse pequeno vídeo há imagens externas do moinho centenário na Alemanha da região da Francônia, movida a força da água, cujas fotografias de seu interior estão apresentadas acima.
Maquete do moinho que pertenceu a família Weege - Pomerode SC
Faziam farinha de milho.
Atafona
Moinho
Referências

DIÁRIO DO VALE. Índio Parakanã fabricando a farinha de mandioca. Matéria publicada em 23 de maio de 2017, 17:42 horas. Disponível em: https://diariodovale.com.br/lazer/exposicao-o-canto-dos-parakana-de-sergio-vieira-pode-ser-conferida-na-galeria-de-arte-cilio-bastos/attachment/indio-parakana-fabricando-a-farinha-de-mandioca/ . Acesso em 29 de fevereiro de 2020, 4:37h.
NAVARRO; Roberto. Super Interessante. Como foi a ocupação moura da península Ibérica?Domínio influenciou a história europeia por séculos. Disponível em https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-foi-a-ocupacao-moura-da-peninsula-iberica/ . Acesso em: 28 de fevereiro de 2020, 13h48.
O ESTADÃO. Os descendentes da mandioca. Disponível em: https://infograficos.estadao.com.br/paladar/os-descendentes-da-mandioca/. Acesso em: 29 de fevereiro de 2020, 4:48h.
OLIVEIRA, Kátia Ferreira de. Atafona e Moinho Henkel. Nova Hartz. RS: estudo sobre o patrimônio material e imaterial. Disponível em http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/123456789/1062 . Acesso em: 
28 de fevereiro de 2020, 14h35.
SILVA, José Ferreira da. História de Blumenau. Florianópolis, EDEME, 1972.





Lançamento do livro "Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel" - Timbó SC

Na cidade de Timbó SC, o lançamento do livro Fachwerk a Técnica Construtiva Enxaimel aconteceu junto ao Museu do Imigrante, nas proximidades da ponte estaiada. 
O momento contou com as presenças do grupo folclórico  Volkstanzgruppe Blauer Berg Timbó e também com o grupo de bandoneon "Os Cinquentões", com músicos com idades que variam entre 4 e mais que 60 anos.
O início do cerimonial aconteceu com o "aquecimento" dos bandoneons, seguido, do início da apresentação da obra publicada, feita por Everton de Vargas do Museu do Imigrante, responsável, juntamente com a Historiadora Jocelia Rocha Barbosa, pela organização da noite que contou com o apoio de Fundação Cultural de Timbó. 
O Presidente da fundação, pessoalmente fez arranjos de hortencias  para encantar a mesa dos livros e também, do coquetel servido aos presentes. 
Após a abertura, foi feito a apresentação musical dos "Os Cinquentões" seguido da apresentação folclórica do Volkstanzgruppe Blauer Berg, da qual participamos e agradecemos.
Na sequencia foi servido um coquetel no interior do Museu do Imigrantes, sobre o qual já escrevemos nesse Blog em dois momentos. Na sequencia foi apresentado o livro e seguiu a sessão de autógrafos para quem desejasse.
Foi deixado sob a guarda de  Jocelia Rocha Barbosa, 15 exemplares do livro para destinar às escolas e também bibliotecas da cidade de Timbó.
Assinando o livro do Presidente da Fundação Cultural de Timbó - Jorge Ferreira.

Nao pudemos fazer imagens, como fazemos frequentemente para ilustras as postagens desse blog, mas apresentamos algumas poucas existentes do momento. Registro para a história.
No final desta postagens, outros link's de postagens relacionados à cidade de Timbó.



Um dos arranjos confeccionados pelo Presidente da Fundação Cultural de Timbó - Jorge Ferreira.














Jocelia Rocha Barbosa.


























































A imagem pode conter: 16 pessoas, incluindo Stéfani Dalmonico e Gilmara Klitzke Graf, pessoas sorrindo, pessoas sentadas, mesa e área interna





Família Voigt, solicitou e recebeu um livro para a biblioteca da Escola de Warnow - Indaial SC







































Entrega dos livros às escolas públicas e museus de Timbó.











 


O arranjo feito por Jorge Ferreira - Presidente da Fundação Cultural de Timbó, marcou de maneira especial o momento. Jorge nos presenteou com as hortencias, no final do evento, naturais do Morro Azul - Timbó. Fizemos questão de deixar o maior arranjo para encantar o espaço do Museu do Imigrante e o menor está em nossa casa, até o dia de hoje. Depois será plantado no jardim.
Resta-nos dizer a todos os que se fizeram presente e a equipe da Fundação Cultural de Timbó e do Museu do Imigrante de Timbó: Vielen, Vielen Dank
Que esta pesquisa, na forma de livro seja útil dentro de sua comunidade.





Leituras Complementares - Clicar sobre o título escolhido:
  1. Lançamento do livro Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel - Blumenau SC
  2. Lançamento do livro Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel - 37° Festa Pomerana - Pomerode SC
  3. Terminado - o livro Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel.
  4. Angelina Wittmann lança obra sobre o enxaimel
  5. Timbó - SC - Um pouco de história da Colônia Blumenau e paisagem atual
  6. Casarão na paisagem do caminho dos pioneiros - Timbó
  7. Momentos - Titãs no Natal + Encantado - Timbó SC - Com uma "Pitada" de Urbanismo
Próxima apresentação do livro "A Técnica Construtiva Enxaimel" acontece na cidade de Rio do Sul, na UNIDAVI, no dia 18 de março - às 20:00h.