terça-feira, 19 de abril de 2016

Legado Hermann Weege - Pomerode

Fotografias de Albert Hermann Friedrich Weege em tempos históricos distintos, ilustrando a jornada de feitos que marcaram a história da região da antiga Colônia Blumenau. Primeira fotografia retirada do livro "Colônia Blumenau - no Sul do Brasil", segunda do livro “Centenário de Blumenau”, terceira e quarta, acervo do Museu Weege, fotografias de fotografia, in loco. Hermann Weege foi o único filho dos 15 filhos do casal pioneiro Karl Weege e Caroline Auguste Sophie Grützmacher que teve a chance de estudar e sair da colônia para aprender um ofício, além de cultivar a terra e trabalhar com a criação de animais - quase uma necessidade de todos os pioneiros que fundavam as cidades da região, mesmo munido de outras profissões. Hermann nasceu no Rio do Testo em 28 de maio de 1877 e frequentou o colégio católico do Stadtplatz da Colônia Blumenau fundado pelo Padre José Maria Jacobs - na época era o Colégio São Paulo, que ficou conhecido como Colégio Santo Antônio, o atual Colégio Bom Jesus Santo Antônio.

Hermann Blumenau - fundador da Colônia Blumenau  -
 com a idade aproximada que tinha no
 momento de sua fundação.

Em 
postagens anteriores (Algumas listadas no final desta), comentamos um pouco sobre a História da Grande Colônia Blumenau, apresentando um pouco de suas figuras e personagens. Hermann Weege conquistou seu espaço nesta história a partir de seu pioneirismo e efeitos.
A Colônia Blumenau nasceu de uma empresa privada idealizada por Hermann Blumenau que, em um primeiro momento, teve como sócio o imigrante alemão Ferdinand Ernst Friedrich Hackradt, que residia na cidade de Nossa Senhora de Desterro - Capital da Província de Santa Catarina. A empresa de Hermann Blumenau e de Ferdinad Hackradt se chamava Blumenau e Hackradt. Era uma "Firma" na forma de uma  colônia agrícolaEm 1848 fizeram a primeira viagem juntos até a foz do Ribeirão da Velha.


Na época, o
Presidente da Província de Santa Catarina, concedeu à firma, por compra, uma
gleba de terras, na qual viera, posteriormente, incorporar-se outras. 
A firma operou como empresa particular de agricultura e indústria. Na época, nos primeiros tempos, enquanto Hermann Blumenau retornou à Europa para buscar os imigrantes, Ferdinand Hackradt permaneceu nas terras, preparando o local, construindo ranchos, efetuando plantações e preparando o local para as primeiras acomodações dos colonos - no caso - imigrantes alemães. algumas famílias de imigrantes alemães já moravam nas redondezas, como por exemplo a família Wagner.
Hermann Blumenau foi para a região, onde atualmente é o território da Alemanha, buscar os primeiros imigrantes que residiriam na sua colônia. Depois de um longo período de tempo, quando já retornava da Europa, Blumenau recebeu uma carta de Hackradt informando-o que estava deixando a sociedade, por alguns motivos, que não vem ao caso neste momento. Isto já era no ano de 1850. Hackradt volta a residir em Nossa Senhora do Desterro - capital da província onde tinha negócios.
A Colônia Blumenau abrangia quase o mesmo território do Alto e Médio Vale do Itajaí atual.
A atual cidade de Pomerode, na época, fazia parte da grande Colônia Blumenau e tem ligação direta com a história do sócio de Hermann Blumenau. Mesmo quando já estava em Desterro, Hackradt teve participação importante na fundação da povoação de Pomerode - na qual foi residir o primeiro imigrante Weege. Em 1863, alguns colonos liderados por ele - Hackradt, decidiram explorar um dos afluentes do Rio Itajaí-Açú desde a nucleação de Badenfurt, atual bairro de Blumenau.
Grande Colônia Blumenau - Local demarcado - Vale do Testo.
O grupo abriu caminho para os lado do Testo. Foram abertas picadas ao longo do curso do rio que também foi chamado de TestoA partir de então, a penetração na mata, seguiu, abrindo os primeiros caminhos e primeiro passo para a fundação da povoação a qual resultou na cidade de Pomerodea partir da chegada dos primeiros imigrantes pomeranos - oriundos da mistura de povos germanos (cristãos convertidos - teotônicos e romanos) e eslavos - que povoavam o atual território do norte da Alemanha e parte da Polônia. Estes imigrantes recebiam lotes, a partir de um primeiro parcelamento do solo, onde cultivavam arroz, batata, fumo, aipim, feijão e criação de rebanhos.
Parte do mapa do engenheiro Wettstein – que fez suas anotações no mapa desenhado por José Deeke – de 1905 e este publicado em 1907. Local de Pomerode e vale do Texto marcado.
Demarcação dos lotes coloniais - Colônia Blumenau - Segunda metade do século XIX.
Na 2° metade do século XIX, os imigrantes pomeranos anda não se denominavam alemães, pois foram "convertidos ao cristianismo" através das cruzadas teutônicas, após o século XII e a partir de então, passaram a fazer parte do Sacro Império  Romano Germânico Conversão nem sempre feita de forma pacífica. Também não existia o estado alemão que passou a existir somente em 1871.
Entre uma destas
famílias pomeranas, c
atorze anos após este movimento - em 3 de julho de 1868, chegou  o casal Johann Carl Friederich Wilhelm Weege (1823 + 1888) e Henriette Düsing  (1820 +1897) com os filhos: Augusta Weege, Friedrich Weege, Albertine Weege e Karl WeegeViajaram de Hamburgo no Veleiro Lord Brougham. Chegaram às suas terras, localizadas no Rio do Testo, mais especificamente, onde hoje está a localidade conhecida como Pomerode Fundos. Em posse da terra, a família começou à cultivá-la, como faziam os demais chegantes, quase todos imigrantes pomeranos.
A família Weege é originária de Regenwalde - distrito da antiga cidade de Lobez - às margens do Rio Rega, atualmente conhecida como Dü Lobez, cujo distrito é chamado de Resko, na época - região da antiga Pomerânia e atualmente está localizada no território da Polônia.
Fotografia de Imagem do Museu Weege.Regenwalde - distrito da antiga cidade de Lobez.


Regenwalde - distrito da antiga cidade de Lobez.


Localização da cidade de origem dos Weeges. Pomerania – 1905.





















Detalhe. Mapa Pomerania – 1905.




















Um dos filhos de Johann Carl Friederich Wilhelm Weege de Regenwalde, o garoto Carl Weege, ou Carl Friedrich August Weege, que chegou junto com os irmãos e tinha 12 anos, cresceu na povoação de Pomerode (em homenagem a estes pomeranos que chegavam à Colônia, e em parte da Colônia Blumenau), quando adulto se casou com Caroline Auguste Sophie Grützmacher.
Caroline e Carl Weege. Fotografia de foto do Museu Carl Weege.

Carl Friedrich August Weege, negociou com a Companhia Colonizadora, um lote colonial, área de terra em que lavrou e colheu, como também criou animais.
O casal Carl Friedrich August Weege e Caroline Auguste Sophie Grützmacher teve 15 filhos:  Albert Hermann Friedrich Weege (1877–1947), August Albert Wilhelm Weege (1878–1941), Hermann Wilhelm Gustav Weege (1880–1950), Johanna Berta Karoline Weege (1881–1888), Wilhelmine Emilie Ernestine Weege (1883–1981), Emil Richard August Weege (1884–1893), Johann Carl Wilhelm Weege (1884–1893), Auguste Karoline Emilie Weege (1887–1895), Gustav Wilhelm Hermann Weege (1888–1926), Berta Auguste Wilhelmine Weege (1889–1948), August Carl Richard Weege (1890–1891), Wilhelmine Johanna Karoline Weege (1892–1981), Carl August Hermann Weege (1894–1894), Emil Albert Wilhelm Weege (1895–1961) e Anna Weege (1900–1953).
Árvore genealógica do pioneiro Johann Carl Friederich Wilhelm Weege. Fotografada em uma das paredes do Museu Carl Weege, ocupando todo o “pé-direito”.


Registro de nascimento de  Albert Hermann Friedrich Weege.
Seu filho mais velho Albert Hermann Friedrich Weege, ou como ficou conhecido – Hermann Weege – foi o único que teve a chance de estudar e sair da colônia para aprender um ofício, além de cultivar a terra e trabalhar com a criação de animais – quase uma necessidade de todos os pioneiros que fundavam as cidades da região, mesmo munido de outras profissões. Hermann nasceu no Rio do Testo em 28 de maio de 1877. Frequentou o colégio católico do Stadtplatz da Colônia Blumenau fundado pelo Padre José Maria Jacobs – na época era o, que ficou conhecido como Colégio Santo Antônio e atualmente, é o Colégio Bom Jesus Santo Antônio. 




Colégio Santo Antônio no início do século XX, onde ainda está presente a antiga casa do Padre Jacobs, primeiro espaço da escola católica de Blumenau e que foi sendo ampliada sistematicamente, pelos franciscanos.


Fundador do colégio e primeiro pároco católico da Colônia Blumenau – Padre José Maria Jacobs.
Casa Comercial Malburg - Itajaí SC.




Com a idade de  14 anos, em 1891, Hermann Weege foi trabalhar como aprendiz  na Casa Comercial Malburg, em Itajaí e com 18 anos, decidiu ir trabalhar na Firma Francisco Hauer de Curitiba. Após 3 anos retorna de Curitiba para casa paterna, de bicicleta.  Casa Comercial Malburg também empregou Carl Hoepeck e Leopold Hoeschl.

O casarão que abrigava a Ferragens Hauer, localizado aos fundos da Catedral Basílica de Curitiba, na esquina da Rua José Bonifácio com a Travessa Padre Júlio de Campos. Foi inaugurado em 1888, o prédio abrigou a primeira grande loja de luxo de Curitiba. Até o final da década de 1950, podia-se encontrar na Ferragens Hauer tecidos finos, taças de cristais alemãs e todo tipo de produto luxuoso. Sua estrutura contava com 3,5 mil metros quadrados de construção, com 57 portas e janelas. Seu piso e acabamento eram todos feitos com madeira do tipo imbuia. Edificação foi restaurada e é um dos pontos focais da capital do Paraná








Em 15 de julho de 1896 Hermann Weege se casa em Blumenau, com Anna Wiebke Luise Pauline Karsten, que então passa a adotar o nome Weege - filha de Johann Heinrich Christian Karsten e de Margarethe Karsten (Sievers) - imigrante oriundos da província de Schleswig-Holstein -  da região onde mais tarde seria parte do território da Alemanha - 1871. Karsten foi o fundador da Firma Johann Karsten no Testo Rega que existe até os dias atuais. Estas duas famílias, Weege e Karsten tem outros casamentos entre si - nas gerações futuras. Também os Karsten fizeram parte do grupo de alemães que migraram para o Brasil para trabalhar nas fazendas de café, no Sudeste do país.
Johann Heinrich e Margarethe, com os filhos: Maria Magdalene Dorothea Karsten (1863–1929), Marcus Heinrich Christian Karsten (1866– -), Bertha Marie Catharina Karsten (1867– -), Anna Marie Friedericke Karsten (1868– - ), August Christian Friedrich Marcus Karsten (1871– -) e Marie Dorothea Karsten (1873–-). Faltavam ainda na foto: Ernestine Johanna Karsten (1874–1953), Anna Wiebke Luise Pauline Karsten (1877–1967) – esposa de Hermann, Margaretha Catharina Bertha Karsten (1881–1961), Auguste Karsten (1883–1963) e João Heinrich Karsten (1887–1976). Esse moço, foi um dos imigrantes alemães que ocupou o lugar da mão de obra escrava na colheita de café das fazendas de cafés do sudeste do Brasil. Muitos destes imigrantes ficaram prisioneiros de um golpe e em uma dívida contraída somente depois que já estavam no navio. Também ficavam refém da caderneta da venda da fazenda. Hermann Bruno Otto Blumenau foi o fiscal enviado para o Brasil pelo governo para checar a situação desses imigrantes. Muitos conseguiram se desvencilhar do jugo e mudaram-se para o Sul do Brasil, como o Karsten.

Em 2 de agosto de 1901, Hermann Weege funda seu próprio negócio, usando suas economias de trabalhos fora da povoação, na qual, os muitos imigrantes que ali residiam, trabalhavam somente na lavoura e criação de animais, e não existia estabelecimento de comércio  formal.
Seus pais residiam em uma casa enxaimel localizada no Bairro Pomerode Fundos  - Onde hoje está instalado o Museu do Imigrante organizado por um de seus bisnetos mais atuantes na cultura e na história regional - Wandér Weege - Fotografias no final da Postagem.
Observar como a parte da edificação em enxaimel era menor do que a edificação da foto seguinte - que recebeu uma ampliação .

Foto - 21 de abril de 2016
Foto - 21 de abril de 2016.
A primeira ideia, ao fundar o negócio, era a Compra e Venda  de produtos agrícolas, centralizando a comercialização. como faziam todos os comerciantes em toda o território da Colônia Blumenau. Nesta época, o colono tinha muita dificuldade em levar o excedente agrícola a um provável consumidor, por vários motivos. Principalmente, porque os caminhos e os meios de transportes eram muito rudimentares. Uma viagem a outra povoação dentro da Colônia Blumenau podia levar muito tempo e não era muito bom, porque boa parte dos produtos eram perecíveis.
Mesmo sendo uma construção geminada - fábrica e residência (Observar o telhado) - a residência seguia o novo estilo vigente na Europa e nas Capitais  da virada do Século XIX para o Século XX - art decó. Este novo estilo foi o responsável por tantas tipologias enxaimel ser rebocadas na região - que também recebiam o decorativismo deste tempo. A Fábrica foi construída com estrutura enxaimel. Nesta foto é perceptível que recebeu uma ampliação - Ver a foto anterior.
Gostaríamos muito de ter tido a oportunidade de estudar este exemplar. Posteriormente, este foi demolido e construído a loja dentro do novo estilo, vigente - Arquitetura Moderna também anexada a antiga residência Weege.
































Edificação existente nos fundos da loja construída na década de 1970. Tem tudo para ser parte do primeiro comércio construídos ao lado da Residência de Hermann Weege. A técnica construtiva enxaimel permite o desmonte e a montagem da estrutura em outro local e os carpinteiros da época sabiam disto. Toda a estrutura é "préfabricada" em outro local fora odo canteiro de obras e posteriormente é montada no local definido


Com o passar do tempo e o aumento dos negócios, reflexo do aumento da população local, foi construído junto ao comércio um pequeno abatedouro de suínos que tinha como objetivo a produção de carne, embutidos e banha. A carne suína é um dos principais ingredientes, até hoje,  da gastronomia alemã, como também seus derivados. Como por exemplo: Eisbein (Joelho de porco defumado), Kassler (Bisteca de Porco defumada), (Para ler - clicar sobre) Zülse (Geleia dos miúdos, pele, orelhas,...etc), linguiças, morcelas, salsichas, etc.
Einsbein.


Kassler.
A residência seguia o novo estilo vigente na Europa e nas Capitais - art decó.
A Fábrica foi construída com estrutura enxaimel.

Hermann Weege adquiriu um locomóvel à vapor que movimentava as máquinas através de um sistema de eixos e polias e também, simultaneamente, fazia funcionar um gerador, que alimentava o circuito de iluminação elétrica, composto por lâmpadas. Comum, também entre os comerciantes e donos de pequenas fábricas. Gottlieb Reif, importou 5 destes.
Em 1912, Weege adquiriu um automóvel - registrado como o primeiro automóvel de Pomerode. Curiosamente, o automóvel teve que ficar guardado no Stadtplatz da Colônia, porque não existia estradas para que o mesmo rodasse até Pomerode. Contam que o comerciante custeou e construiu a estrada ligando a vila ao Stadtplatz nos tempos livres, junto com uma equipe. Depois, doou a estrada aos órgãos públicos
Automóvel em frente a Firma Weege.


Em 1913 foi construído o primeiro hotel de Pomerode  em um terreno da Firma Weege. Nós já estivemos no local e até hoje está na paisagem da cidade. Também foi construído com a técnica construtiva enxaimel. Na época, contam os mais antigos, era o centro das atividades sociais da comunidade, o salão de baile, restaurante e onde paravam os ônibus. Fica  quase ao lado da entrada do Zoológico.
Hotel Weege - localizado ao lado da entrada do Zoológico.

























Primeiro Hotel de Pomerode - Fundado por Hermann Weege - Foto - 21 de abril de 2016.
Primeiro Hotel de Pomerode - Fundado por Hermann Weege - Foto - 21 de abril de 2016.


Em 1916, para suprir e movimentar o maquinário e iluminação, a Cia Weege construiu a primeira usina  elétrica de Pomerode, então conhecida como Vila do Rio do Testo, que recebeu o excedente da energia da usina elétrica.
A estrada principal passava em frente a Igreja da Paz, "atravessava" o Rio do Testo e segui até a Fábrica dos Laticínios Weege.

Dois anos depois, em 1918, implantou  uma pequena indústria de laticínios, a exemplo da (Clica sobre) Cia Jensen e no mesmo ano, a fábrica de gelo, exportando-o, também, para Florianópolis.
Propriedade que foi transformada no Museu do Imigrante - Pomerode Fundos
Resaidência do pai de Hermann Weege.
Em 1919, Karl Weege, o pai de Hermann Weege construiu seu Comércio de Secos e Molhados, a conhecida "venda" anexo à sua residência. Fazia parte do complexo, um salão de baile, um engenho de moer milho (atafona). Os vizinhos traziam milho para moer na atafona, ou para trocar  mercadorias comercializadas na venda. Para ler sobre atafona - clicar sobre: Qual a Diferença entre Atafona (Tafona) e Moinho?
Vídeo


Em 1920, a  sua esposa - Caroline Auguste partiu, o que o deixou inconsolável e foi a causa que o fez mudar-se para Jaraguá do Sul. Neste tempo, o Karl Weege tinha a idade de 64 anos.

Sua filha Anna e irmã de Hermann Weege se casou  com Leopoldo Bläse, que deu continuidade aos negócios.
A outra irmã de Hermann Weege - Wilhelmine se casou com o primeiro professor de Gaspar - Rudolph Günther. Tiveram 4 filhos: Beno (Casado com Lilly Klug), Lauro (Casado com Renate Kieckhöfel), Eltrita (Casou com Alberto Frietsche) e Dagoberto (Casou com Ingelore Karsten)


Residência do Karl Weege - Pomerode Fundos.
Também este genro - auxiliou nos negócios de Karl Weege, com atualizações e pequenas mudanças.
O local da residência de Karl Weege, transformado no Museu do Imigrante - Karl Weege, no qual estão expostos muitos de seus pertences, com a atafona original e seu equipamento de moagem e peneiramento de milho, idealizado e construído por seu bisneto Wandér Weege, também casado com uma representante da família Karsten como Hermann Weege.
Chapeus Nelsa da família, expostos no Museu Karl Weege - Museu do Imigrantes
Mais sobre o acervo - no final da postagem.
Prosseguindo - História dos feitos de Hermann Weege
Filho de Karl Weege

A fábrica de Chapéus Nelsa S.A., parte de indumentária dos cavalheiros da época, também era parte dos negócios da família Weege. Foi fundada em 1925 sob a denominação de Clasen e Weege, quando em 1949 foi chamada Fábrica e Chapéus Nelsa S.A.
Em 1926, a sua Firma foi premiada em Florianópolis na Exposição Industrial e Agro-Pecuária.
Em 1931, com recursos da empresa e iniciativa de Hermann Weege, foi construída primeira linha telefônica entre Blumenau e Pomerode. Distribuiu 7 aparelhos na cidade além do instalado na Firma. Até a fundação da Companhia Telefônica Catarinense, a Weege custeou o material e manutenção desta linha telefônica local. Mais tarde, foi doada a concessionária estadual de telefonia.
Entre o anos de 1931 e 1932, a Weege adquiriu  a caldeira de uma antiga locomotiva da (Clicar sobre)Estrada de Ferro Santa Catarina, que adaptada ao maquinário da fábrica, foi usada para gerar energia mecânica a partir do vapor e usado em vários setores da fábrica, até o ano de  1958.
Não foi exatamente esta máquina - mas uma semelhante.
Em 1932, Hermann Weege fundou o primeiro Zoológico do Estado de Santa Catarina. Em 1936, foi registrado e em 1977 foi transformado em Fundação Hermann Weege.
Zoológico na década de 1930.

Zoológico.











































Foto - 21 de abril de 2016.
A Firma Weege também adquiriu um caminhão Mercedes-Benz  e mais tarde um  Opel Blitz - primeiros veículos deste tipo em Pomerode.
Vereador de Blumenau em três mandatos.

Além dos negócios em Pomerode, Hermann Weege participava ativamente da política do Stadtplatz da Colônia Blumenau. Neste tempo Pomerode era Distrito de Blumenau.  Foi vereador de Blumenau nas gestões de 1911 a 1915 e de 1919 a 1927. Também foi Deputado Estadual - gestão entre 1927 e 1930. Como Deputado, conseguiu fazer com que o governo estadual fizesse melhorias na estrada que ajudou a construir ligando Blumenau a Pomerode e Pomerode a Jaraguá do Sul.

Em  1936 a firma de Hermann Weege foi transformada em Sociedade Anônima e passou a se chamar  como Indústria e Comércio Hermann Weege S.A., quando a direção foi entregue aos seus filhos Victor e Arno Weege.
Acesso para veículo baixo sem a presença da plataforma presente na foto seguinte - adaptações a modernidade.
A presença da plataforma alta - Carga e descarga da caminhões.


No ano que iniciou a 2° Guerra Mundial - 1939 - foi ampliada a Usina Hidroelétrica, passando a produzir a Rede trifásica de 220V. A Firma continuava a abastecer a área central de Pomerode. A Usina, ainda funciona no tempo presente.
Fundada por Hermann Weege.
A Firma, quando buscava o leite no colono produtor, também distribuía a correspondência, sendo que no interior da loja, funcionava a primeira agência de correios de Pomerode. A distribuição de correspondência no interior de Pomerode era feita pela Weege até o ano de 1996.
Foto do Willy Sievert


Momento de comemoração de 40 anos de Firma.







Hermann Weege, com 70 anos incompletos, faltando 4 meses para seu 70° aniversário, partiu deixando 4 filhos: Victor, Arno, Cecília e Abrecht - em 1947. 
Cecília foi uma das proprietárias da Fábrica de Chapéu  Nelsa e sua última Presidente., localizada em Blumenau.
Sua esposa Pauline Weege (n Karsten) partiu após 19 anos, no ano de 1966. Nestes 19 anos sozinha, exerceu o cargo de Presidente da empresa. Em 1966,  Victor Weege ocupa o lugar da mãe na presidência, por um ano - quando partiu. Wally, esposa de Arno Weege torna-se então, a presidente da empresa.  
No local da construção enxaimel, foi construída a Loja na década de 1970 - A residência de Hermann Weege foi preservado - Neste momento construíam o local onde atualmente está a Schornstein.






















O filho Victor Weege nasceu em 28 de novembro de 1905, na comunidade de Rio do Testo. Estudou em Florianópolis, quando no ano de 1923 concluiu o ginásio Catarinense. Formou-se em Química na Escola Politécnica de São Paulo, contribuindo na empresa com o manuseio de carnes e leite, bem como na fabricação de tintas à base de caseína e cola química. Casou-se com  Leila Grossenbacher, com quem teve um filho ao qual chamou de Jurgen. Como o pai, foi vereador de Blumenau - gestão de 1951 até 1955. Partiu no ano de 1967, com 62 anos de idade e seu filho Jurgen partiu com 40 anos de idade.
Químico.
Arno Weege nasceu em 11 de agosto de 1908. Também cursou  no ginásio Catarinense em Florianópolis e depois de formado, trabalhou na cidade de São Paulo, na Casa Alemã. Voltou para Pomerode para trabalhar na Firma da família. Casou-se aos 25 anos - em 1933, com Wally Hofmann (Foi presidente da firma), com quem teve  3 filhos: Armin Weege, Jost Weege e Hermann Weege. Também foi vereador de Blumenau na gestão de 1955 a 1959, momento que iniciaram os debates para emancipação  da Vila do Rio do Testo de Blumenau - que tinha perdido o nome de Pomerode durante a 2° Guerra Mundial. Foi iniciativa sua, que a cidade voltasse a se chamar Pomerode  novamente. Partiu em 19 de agosto de 1965, com 57 anos completos.
Seu filho Armin Weege fez um curso sobre carnes e seu processamento no interior de São Paulo e durante o ano de 1958 visitou algumas granjas de criação de suínos no Estados Unidos da América. Em 1994, sucumbiu a um acidente de a carro na Rodovia Jorge Lacerda, em Ilhota.
Jost Weege, outro filho seu, nasceu em 1941 assumiu a presidência da Weege após a ausência de Jurgen Weege. 
Após 10 anos o frigorífico é destruído por um incêndio e novamente reconstruído de acordo com a legislação vigente moderna.
Loja nova, que foi construída no local da primeira sede, construída com a técnica enxaimel na década de 1970.

A velha loja comercial construída pelo patriarca Hermann Weege foi demolida e no seu lugar, em 1974, foi construída outra com  espaço para supermercado e loja de departamentos.
Foto - 21 de abril de 2016.

Weege tinha filiais no Testo Salto e em Testo Rega.
Vale também o registro de ações isoladas importantes a Comunidade de Pomerode. Como por exemplo, em 1955, Pauline Weege doou um terreno à comunidade para a construção de uma praça de esportes - atual Sociedade Esportiva Floresta. Em 1973, também doou aos funcionários, terreno e material de construção para a construção de uma sede esportiva - Associação Atlético Hermann Weege.
Em 1996, foi feito uma ampliação do frigorífico, e de 1948 até 1997, a empresa  foi a distribuidora exclusiva da cerveja produzida pela Cervejaria Catarinense, em Joinville SC, mais tarde adquirida pela Antártica Paulista.
Tinha unidades de apoio, como fábricos próprios de latas, caixa de madeira para embalagens, usina hidroelétrica, setor de transporte com caminhões próprios, oficina de manutenção, criação de suínos e gado holandês.
Weege encerrou suas atividades no dia 9 de outubro de 1999. Os motivos? 
A postagem ficará aberta, para complementar estas lacunas. 
No início do Século XX, tinha tudo para que o acesso ao Comercial Weege fosse feito passando pela frente da Igreja da Paz e atravessando o Rio do Testo quando este não possuia pontes. Seria a lógica a partir da posição da igreja, pois seria uma rua importante e hoje, não mais. A igreja ficou de lado para a Rua XV, principal via. Como urbanista sugerimos que seria muito bom se tivesse uma passagem, ao menos, para pedestres, neste local onde já o foi no passado, atualmente com certa dificuldade pela presença de um edifício da igreja. Ação que "virou as costas" para o rio que até bem pouco tempo era usado para acessibilidade.
É positivo, o resgate que vem sendo feito, de todo este espaço - Weege - para espaço cultural sem perder a história na passagem.


Com a nova localização da ponte, a implantação da Igreja da Paz na paisagem perdeu o sentido. E com a revitalização deste espaço, onde estava a Firma Weege, seria interessante este resgate.


Um dos descendentes de Karl Weege - seu bisneto Wandér Weege - é homenageado na cidade Natal do Patriarca Weege - o pioneiro na cidade de Pomerode - Johann Carl Friederich Wilhelm Weege.

Em junho de 2013, Wandér Weege foi homenageado com o título de cidadão honorário de Resko, cidade polonesa onde nasceu o pioneiro Weege que chegou na Colônia Blumenau na segunda metade do século XIX. A solenidade aconteceu durante as comemorações dos 725 anos de fundação de Resko, a antiga Reganwalde - pertencente a antiga Pomerânia, de onde partiram seus antepassados. Como já apresentamos, seu bisavô, após a dor da perda de sua esposa, mudou-se para Jaraguá do Sul, onde deixou descendentes.
"A honraria foi concedida pelos incentivos que Wandér Weege tem dado na preservação da cultura germânica em Santa Catarina e no Brasil, pelos apoios a iniciativas artísticas e culturais em diversas regiões do Estado e do pais. Iniciativas de pesquisadores catarinenses, gaúchos, capixabas e paranaenses que tratam do resgate da colonização alemã, pomerana e polonesa, tem merecido apoio do industrial. O projeto de lei, aprovado por unanimidade, foi apresentado pelo conselheiro Jan Czaban, que há dois anos esteve em Santa Catarina em companhia de outros 10 poloneses."  Clip RBS - Moacir Pereira Dia 23 de junho de 2013.
Wandér Weege também recebeu o troféu comemorativo do aniversário da cidade polonesa das mãos de seu prefeito -  Arkadiusz Czerwinski.
Wandér Weege - à direita - sendo homenageado na cidade natal de seu trisavô - Resko, a antiga Reganwalde.

2016
Hotel fundado por Hermann Weege.

Hotel fundado por Hermann Weege.

Detalhe - Hotel fundado por Hermann Weege.

Detalhe - Hotel fundado por Hermann Weege.

Museu Pomerano e Fundação Cultural de Pomerode.



Residência de Hermann Weege.



Fundação Cultural de Pomerode.

Tem tudo para ser parte do primeiro comércio fundado por Hermann Weege - localizado aos fundos da loja atual.






Parte do parque fabril da Weege está ocupado pela cervejaria artesanal Schornstein. Outra parte é o Museu Pomerano, com parte da Memória da Família Weege, Fundação Cultural,  Teatro Municipal de Pomerode, os quais visitamos. Também visitamos o Museu do Imigrante que foi a propriedade de seu pai: Karl Weege e de sua mãe: Caroline Auguste Sophie Grützmacher, portanto sua casa de infância, localizada em Pomerode Fundos.

Cervejaria Artesanal Schornstein









Museu Pomerano - Ocupa parte das instalações da Weege






















Uma série de máquinas pertencentes aos Weege, confeccionadas de madeira, expostas no Museu Pomerano.

Carro de transportar leite.















Fundação Cultural/Teatro Municipal
Festa de Páscoa  2016.









Loja construída no local da primeira sede construída com a técnica  enxaimel -  Década de 1970.


Teatro Municipal de Pomerode.



















































Teatro Municipal de Pomerode.
Museu do Imigrante

Residência de Infância e dos pais de Hermann Weege. Está localizado em Pomerode Fundos.













Wandschoner - Panos de Parede
Minha casa  meu mundo
cumprimenta Deus
Aqui dentro agradar
Balde madeira.





Acesso ao sótão - quarto dos rapazes.
Colchão de Palha.
Atafona.
Vista da janela do sótão.






Bisneto de Hermann Weege - idealizador e executor do Museu.




Wandschoner - Panos de Parede
 "Proteja o Cônjuge das mágoas
pois curto é o tempo que
estarão juntos. Enquanto os
lhe unirem somente os
mminutos lhes brilharão"




Por que será  que Weege sentiu tanto a partida de sua esposa, tanto que teve que sair desta casa e ir residir em m Jaraguá do Sul...
Wandschoner - Panos de Parede
 "Proteja o Cônjuge das mágoas
pois curto é o tempo que
estarão juntos. Enquanto os
lhe unirem somente os
mminutos lhes brilharão"





Os relógios de parede da sala estavam presentes para mostrar à todos as horas.
O som dos pêndulos e o badalar das horas são características destes. Um deles em especial  foi de Karl Weege que o deu a sua filha caçula - Anna Weege e foi devolvido para estar no Museu do Imigrante, por seu filho Ingoberto Blaese


Residência - Karl Weege.

Residência - Karl Weege.





Vista do sótão da atafona - Museu do Imigrante.

Vista do Sótão da residência - Museu do Imigrante.


Máquinas de madeira.












Percebemos - algum engano em nomes da árvore genealógica dos Weege
Está localizada em uma das paredes do Museu do Imigrante, antiga residência de Carl Weege.





Descendentes contemporâneos da Família Weege tem ações na área cultural e também na história da cidade de Blumenau. Para ler - Clicar sobre:Museu de Hábitos e Costumes
Wandér Weege Inauguração do Museu Hábitos e Costumes - Blumenau
 
Imagens feitas durante  Osterfest 2017

Sede histórica e a nova empresa - Cervejaria Schornstein. História de família e patrimônio arquitetônico  salvaguardada pelos descendentes e herdeiros desse legado. Observamos que acontece uma ampliação de área construída, com o cuidado percebido em não criar algo que conflite com a paisagem pré existente e o patrimônio histórico arquitetônico. Detectamos a mesma linguagem arquitetônica, o que muito nos tocou, a partir de nossa profissão - Arquitetura e Urbanismo.


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4 comentários:

  1. O Sr. Carl seria o único Weege a vir da Pomerânia (em meados dos anos 1850), ou posteriormente houveram "outros Weege" - de outro ramo da árvore, por assim dizer - a virem para o Brasil?

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    1. Carl Weege veio com seus pais e irmãos, Carl vrip com 12 anos do Kreis Regenwalde- Pomerânia.

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