terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

São José do Cedro - Extremo Oeste de Santa Catarina - Um pouco de História de Santa Catarina

Portal principal da cidade.
Como faz parte do programa deste Blog apresentar cidades, sob as óticas histórica, geográfica e urbanística, agora apresentamos uma entre algumas das cidades localizadas no extremo oeste catarinense, limítrofe com a Argentina - São José do Cedro. Residimos nela por 6 anos de nossas vidas, durante suas primeiras décadas de existência, portanto também sua importância histórica dentro desta pesquisa. 
A localidade recebeu as primeiras famílias na década de 1950 e nossa família foi residir na nucleação urbana, na década de 1960. Os pioneiros eram famílias de agricultores - descendentes de imigrantes alemães e em minoria, de imigrantes italianos, atraídos pela possibilidade da exploração da madeira, abundante na região, hoje, apresentando a região com a floresta praticamente extinta - o que não ocorre com o lado do país vizinho, Argentina. Além de araucárias, havia no local grande quantidade de cedros, o que explica o nome do município.
Observar o desmatamento voraz que ocorreu no território brasileiro e o lado argentino preservado - momento atual.

Observar o desmatamento voraz que ocorreu no território brasileiro e o lado argentino permanece preservado - momento atual.

Origem dos pioneiros que fundaram a povoação do "Cedro".
De acordo com informações do IBGE, a povoação de São José do Cedro teve início com a chegada de 21 pessoas oriundas da região dos Sete Povos das Missões localizadas no Rio Grande do Sul em 1950, mas internamente, na cidade há registros que a colonização teve início em 1949, quando José João Grando recebeu dois lotes urbanos doados (Quem doou? Não há informações) - família que na época residia em Guaraciaba
Mesmo assim, a data de fundação oficial é comemorada no dia 19 de março (1950). Entre as primeiras famílias, além da família Grando, estavam as famílias de José Germano Link, Irineu Wolkweis e Edwin Christ, famílias descendentes de imigrantes alemães. Destacamos que o Professor José Carlos Grando, ex presidente da Editora da FURB é descendente desta família pioneira de São José do Cedro.
É contado, de maneira empírica, que o dia 19 de março é o dia consagrado ao Santo Católico São José, e especialmente neste dia os pioneiros, se reuniram na povoação que era chamada e conhecida como Cedro - o primeiro nome, para rezar um terço.
Cedro - de nome científico Cedrela fissilis, o cedro pertence à família das Meliaceae. Era encontrado em todo o Brasil, principalmente do Rio Grande do Sul até Minas Gerais, em Floresta Atlântica, em florestas abertas ou em campos de clima quente e úmido e solo bem drenado. Quase não existe mais em solo brasileiro, pois foi muito usado mediante o interesse madeireiro. Sua madeira ainda e foi utilizada em construções, marcenaria, entalhe, móveis entre outros usos. 
O nome Cedro foi adotado porque no primeiro assentamento das famílias pioneiras, existia neste local, uma árvore de cedro, entre as muitas que existiam no local, atualmente não mais. Este grande cedro marcou o local, porque os viajantes paravam para descansar e tratar e dar de beber aos cavalos na sombra de sua copa. "Vamos parar lá no Cedro, para descansar." Este fato fez com que a árvore torna-se um "lugar". 
Este ponto estava  localizado entre as localidades de Vila Oeste, atual São Miguel do Oeste e Barracão, atual Dionísio Cerqueira, onde havia uma picada usada para o transporte com cargueiros - era a trilha dos cargueiros (embrião das primeiras estradas no interior do estado). O cedro estava localizado, mais ou menos, na metade do trajetoàs margens de um ribeirão, local onde surgiu a nucleação urbana de São José do Cedro.

Antiga Igreja Matriz - demolida para a construção
 de uma  nova de alvenaria e arquitetura de gosto
 duvidoso. Fizemos a 1° eucaristia nesta igreja.
Nós também tivemos esta lição sobre a história da grande árvore do cedro, em nossos primeiros anos de escola - em São José do Cedro, na Escola Básica Maria Joana dos Santos, cujo edifício ainda era construído em madeira, como também a Igreja matriz. Atualmente podemos afirmar seguradamente, que sua estrutura era enxaimel. Estivemos pesquisando na região em 2018 e constatamos tipologias de arquiteturas similares e também de igrejas, que apresentavam o mesmo aspecto construtivo.
Estrutura enxaimel.
















Nossos primeiros professores:
Leontina (1970), Lori José Ertel (1971), Isolde Ertel(1972) e Silvestre Michels (1973) e depois, cursamos ainda a 5° série do ginásio em 1974.








Grupo escolar construído com madeira, com paredes duplas e com a presença de encaixes em sua estrutura. Meninas sentavam com meninas e meninos com meninos. O castigo, mediante uma falta, era colocar sentados menino e menina. Acabava em choro. 











Espaço da escola nova, construída em alvenaria. A mesma turma, que permaneceu a mesma até o ginásio.

O nome da nucleação urbana permaneceu Cedro até chegada do primeiro vigário, em 1966. A religião predominante era a católica, diferentemente da Colônia Blumenau, que era a Luterana. O nome do primeiro Padre era Balduíno Schneider, quando foi eleito o santo padroeiro da Paróquia - São José, coincidindo com o momento de oração da comunidade em 19 de março (dia da fundação) que também, completou o atual nome da cidade: São José do Cedro.
Primeiros Congregados Marianos de São José do Cedro com o Padre Balduíno Schneider - à direita. 

Como em toda espacialização de uma nucleação urbana fundada por imigrantes alemães e seus descendentes, também construíram uma edificação que era usada como escola e igreja simultaneamente no ponto mais elevado da nucleação, o mesmo local aproximado da escola e da igreja no momento presente.
Resultado de imagem para Igreja de São josé do Cedro
A pedidos de Lauro Eduardo Bacca, apresentamos a nova igreja construída no local da antiga matriz - em estrutura enxaimel com fechamento em madeira - esta nova em alvenaria com uma arquitetura de gosto duvidoso.
A estrutura urbana da cidade é a mesma - com a presença dos principais edifícios no mesmo local, sendo que alguns tiveram edificações reconstruídas com novos materiais como por exemplo a Igreja matriz e a escola. No local onde está marcado "Nossa Casa" nosso pai limpou esta capoeira e construiu um campinho de jogar futebol. Nos finais de semana reuniam-se meninos e meninas da rua para o futebol da tarde. Nós também jogávamos. Pasto cheio de rosetas. (Entre os anos de 1970 e 1974). Atualmente no local está construído um ginásio de esporte e no campo de futebol existe uma praça.
Marcenaria Scholl.
Formalmente o distrito do Cedro, que pertencia a Dionísio Cerqueira, foi oficializado pela lei municipal nº 80, de 12 dezembro de 1957. Nossa família chegou ao local para residir em 1968. 10 anos antes, o Cedro passou a se chamar de São José do Cedro e se tornou um município em 21 de junho de 1958, desmembrado de Dionísio Cerqueira. Em 15 de dezembro, São José do Cedro recebe o distrito de Princesa. Em 1967, São José do Cedro,através da lei estadual nº 1064, recebe o distrito de MariFlor, criado em  12 de maio de 1967. Pela lei municipal nº 1030, de 3 de outubro de 1986 é criado o distrito de Padre Réus que também é  anexado ao município de São José do Cedro.
Em 29 de setembro de 1995, através da lei estadual nº 9923, o distrito de Princesa é desmembrado do município de São José do Cedro, tornando-se  município.
Atualmente São José do Cedro possui dois distrito: MariFlor e Padre Réus.

Com o advento da Lei Federal nº 5.449 de 04 de junho de 1968, o município de São José do Cedro foi incluído entre os de interesse à Segurança Nacional e a partir de 31 de janeiro de 1969, o cargo de Prefeito Municipal passou a ser provido nos termos do parágrafo primeiro, artigo 15 da Constituição Federal, deixando de vigorar a partir de 1985. Foi por este motivo que nosso pai, o Sargento telegrafista da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina foi transferido para a cidade e tornou-se comandante da PM local, promovendo e viabilizando a comunicação "fechada" e segura, através da telegrafia, entre a fronteira e capital do estado. Seria comparado com o e mail na web atual - com mais restrições. 
Não conhecíamos esse fato na época, e talvez, nem ele mesmo sabia sobre o motivo de sua transferência para a divisa entre Brasil e Argentina. Descobri o fato nesta pesquisa.
Sargento telegrafista - Comunicações do Extremo Oeste -  São José do Cedro - para a capital de Santa Catarina - Florianópolis - 1973.
Roque Afonso Machry, Comandante PM - Pedro Guedes Rodrigues, o Prefeito - José Lario Zimmer e o diretor da Escola Básica Maria Joana dos Santos - Adelar  Antônio Brescovici - 1973. 

Comandante PM Pedro Guedes Rodrigues e o Prefeito José Lario Zimmer.
Em reunião oficial, com Roque Afonso Machry, Comandante PM - Pedro Guedes Rodrigues, o Prefeito - José Lario Zimmer e o diretor da Escola Básica Maria Joana dos Santos - Adelar  Antônio Brescovici - 1973.  

As estradas entre o litoral, onde está localizada a capital do estado e o comando da polícia militar no Extremo Oeste do estado eram precárias, de barro vermelho, desprovidas de pavimentação, onde, em situações pós chuvas, tornavam-se intransitáveis. Quem decidisse trafegar pelas mesmas nesta situação, necessariamente precisava colocar correntes nas rodas, para que o veículo pudesse rodar nas pistas de rolagem desprovidas de pavimentação e escorregadias. A viagem durava em torno de dois dias e uma noite para cobrir a distância entre o litoral e o extremo oeste.
O Sargento telegrafista da PM de Santa Catarina Pedro Guedes Rodrigues permaneceu em São José do Cedro de setembro de 1968 até o final do ano de 1974.
Parte de nossa infância passamos nessa região e da qual guardamos lembranças, estas relembradas durante dois retornos ao local, o último em 2018, já como pesquisadora. 
Praça José João Grando - (Praça da Igreja Matriz) - 2018.
Em dezembro de 1974 nossa família retornou para Florianópolis e foi residir no bairro onde residia o pesquisador Franklin Cascaes - Bairro do Abraão. Nesta comunidade, os pais de nossos amigos de escola vendiam peixe fresco pescado no mar do Abraão, em carrinho de mão de porta em porta. Peixes pescados de manhã cedinho, sendo este anunciado por um tipo de berrante. A comida da mesa deixou de ser a galinhada e a polenta (do oeste) e passou a ser peixe frito e pirão (do litoral) Nesta época, nossa mãe lavava roupa com outras lavadeiras, em uma nascente natural, localizada nas imediações (no pé do morro da pedreira - Abraão) onde a mesma era seca sobre as pedras. Todo este trabalho era feito sob cantoria coletiva de antigos cânticos religiosos trazidos pelos portugueses pioneiros. Seria assunto para outra postagem.
Antes de chegarmos em Florianópolis, passamos pela Beira Rio de Blumenau, no dia 24 de dezembro de 1974, onde vimos a torre da Igreja São Paulo Apóstolo, que conhecíamos através de imagens da televisão - assistíamos a TV Coligadas na cidade de São José do Cedro, primeira televisão do estado de Santa Catarina e a emissora estava localizada na cidade de Blumenau. Com isso passamos nossa infância assistindo na telinha, na cidade de São José do Cedro, o Programa de ValmiraViva a Banda, Carlos Braga Müller e outros programas da Programação diária da TV Coligadas de Blumenau

Prosseguindo - algumas imagens de São José do Cedro da década de 1970.
Antiga Igreja Matriz construída com estrutura de madeira a partir de técnica construtiva enxaimel, com fechamento em madeira igualmente. Apresenta algumas características do neogótico com a presença do arco ogival, uma certa monumentalidade, simetrias de fachadas, verticalismo caracterizado pela presença da torre central/campanário. Seu interior era muito bonito. 
Altar da antiga Matriz - gótico.
Estrutura Enxaimel - Antiga Igreja Matriz.


Hospital - grande construção em madeira com estrutura de madeira, frequentamos o ambiente  e podemos  descrever. Piso feito com tábuas largas impecavelmente limpo e encerado. Janelas do tipo guilhotina com a presença de veneziana, porão, onde estava a parte de serviços. Ambientes muito arejados.





















Local de trabalho de nosso pai - Pedro Guedes Rodrigues - São José do Cedro SC.
Delegacia de Polícia - local de trabalho do telegrafista. Aos fundos - nossa residencia - 1973.

Brasão - carroção do imigrante, serra em ação
suínos, árvores de cedro e machados.
Algumas informações sobre a cidade de São José do Cedro.

Hino de São José do Cedro
Autor: José Lario Zimmer 

1 - Ó Cedro tu tens riqueza e muita fertilidade,
em ti tudo é beleza e tudo felicidade.
Teu nome é de gigante, teu progresso uma verdade
/: e o povo que em ti habita cultiva a fraternidade :/.
Estribilho:

Ó tu meu Cedro tens verdes matas
lindas coxilhas e pinheirais.
O teu futuro vai ser brilhante
e o teu progresso cada vez mais.

2 - A tua agricultura é rica em plantação
Pois ela nos dá o milho, o soja e o feijão.
Também a tua indústria hoje é uma afirmação,
/: levando os seus produtos até para exportação :/.

3 - Também contas em teu meio muita menina bonita
Que representam pro Cedro o seu cartão de visita
são belas se vão em seda e também se vão em chita
/: elas vão deixando saudades a quem Cedro faz visita :/.
José Lario Zimmer
José Lario Zimmer - ex Prefeito de São José do Cedro (assumiu em 1973) faleceu em 29 de dezembro de 2019 - às 21:30h no hospital de São José do Cedro, com 83 anos de idade. Além de escrever o hino do município e também ser autor de outras composições, Zimmer escreveu o livro que conta sobre a colonização: Cedro - Uma Comunidade que Deu Certo. (Tentaremos adquirir este livro). Foi conhecido na região pelo trabalho voluntário que fazia na FEAC - Fraternidade Espírita Amigos da Comunidade - onde também foi palestrante. José Lario Zimmer nasceu no dia 29 de novembro de 1936, no 6º Distrito do Município de São Luiz Gonzaga, região das Sete  Missões, no estado do Rio Grande do Sul, atual município de Cerro Largo, na comunidade de Linha São Francisco.Foi formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da cidade de Cruz Alta RS no ano de 1974 - segunda turma. Na década de 1970, foi o escrivão de São José do Cedro.
Localização

São José do Cedro está localizado na Microrregião Fisiográfica do Extremo Oeste de Santa Catarina e limita-se com os Municípios de:
Leste: Palma Sola
Oeste: República Argentina
Norte: Princesa e Guarujá do Sul
Sul: Guaraciaba e Anchieta
Área

São José do Cedro possui uma área territorial de 261,2 km², fazendo divisa com a República Argentina, numa extensão de 25 km e por conta desta divisa, nosso pai foi destacado para trabalhar na região como telegrafista, pois era área de segurança nacional, como já mencionado.

Clima

Hidrografia

O Município de São José do Cedro é banhado pelos rios: Peperi-Guaçú, das Antas, Tracutinga, Lageado Grande, das Flores e Rio Maria Preta.

Vegetação

A vegetação predominante de São José do Cedro é da floresta araucária do Extremo Oeste e submata de angico, grápia, canela, guajuvira. Quase não resta mais floresta

O Município de São José do Cedro está distribuído territorialmente em 41 comunidades, mais 2 Distritos: Mariflor e Padre Réus, além da sede do Município, totalizando 43 comunidades, assim distribuídas:
  • 01 Linha Chaleira
  • 02 Linha Derrubada Alta
  • 03 Linha Derrubada Baixa
  • 04 Linha Esperança
  • 05 Linha Esperança Baixa
  • 06 Linha Esquina Derrubada
  • 07 Linha Gomes
  • 08 Linha Imperatriz
  • 09 Linha Independência
  • 10 Linha Lajeado Grande
  • 11 Linha Monte Castelo
  • 12 Linha Nossa Senhora Aparecida
  • 13 Linha Pardo
  • 14 Linha Rosangeles
  • 15 Linha Santa Rita
  • 16 Linha Santa Terezinha
  • 17 Linha Santo Antônio
  • 18 Linha Santo Inácio
  • 19 Linha Santo Isidoro
  • 20 Linha São Domingos
  • 21 Linha São Germano
  • 22 Linha São João
  • 23 Linha São Luiz
  • 24 Linha São Mateus
  • 25 Linha São Miguel
  • 26 Linha São Pedro
  • 27 Linha São Roque
  • 28 Linha São Vendelino
  • 29 Linha Seis Barras
  • 30 Linha Tigre
  • 31 Linha União da Vitória
  • 32 Linha 21 de Novembro
População
  • Censo de 1960 ..................... 5.685 habitantes
  • Censo de 1965 ..................... 8.820 habitantes
  • Censo de 1970 ..................... 12.505 habitantes
  • Censo de 1980 ..................... 18.385 habitantes
  • Censo de 1990 ..................... 17.678 habitantes.
  • Censo de 1996 ..................... 13.737 habitantes (Princesa 2.685)
  • Censo IBGE de 2000 ...................... 13.678 habitantes
  • Censo IBGE de 2007 ....................................... 13.699 habitantes
São José do Cedro possui um Museu Arqueológico e Histórico, a Biblioteca Pública Municipal "Jaime Julio Will" (Nome do falecido colega nosso de escola), fundada em 25 de março de 1979. A cidade conta com grupos de danças folclóricas alemãs e também possui a Associação Cultural Cedrense dos Descendentes Italianos "ACCEDI". Possui também grupos folclóricos gaúchos, corais "Estrela D?Alva" e "Os Rouxinóis". Parte desta parte cultural também possui a Banda  "São José" e o
Grupo de Teatro Expressão e o  Centro de Tradições Gaúchas - CTG "Mate Amargo".
Atualmente, há igrejas de 4 religiões na cidade: 
- Igreja Católica, Apostólica, Romana
- Igreja Evangélica Assembléia de Deus
- Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil
- Igreja Evangélica Quadrangular Cadeia da Prece

Espacialmente e destacando os espaços públicos percebemos que São José do Cedro possui 3 praças com nomes que nos lembra as famílias de nossos colegas de escola, como:
  • Praça José João Grando - (Praça da Igreja Matriz).
  • Praça Antônio Foppa - (Praça do Ginásio de Esportes).
  • Praça Ademir Matte - (Bairro São Luiz).
Curiosamente, lemos sobre os esportes na cidade. É exposto que a cidade possui diversas quadras esportivas além de 11 ginásios de esportes, sendo 04 na sede do Município e outros nas comunidades.  
No local, onde nosso pai, Pedro Guedes Rodrigues limpou o terreno e fez o "campinho", para nossos jogos de futebol, atualmente há um dos ginásios de esportes, que fica ao lado do campo de Futebol do Esporte Clube Operário,  associação fundada, também por iniciativa do Sargento telegrafista.
Visitamos São José do Cedro em 2018, e encontramos o patrimônio do ISMA - o segundo patrocinador da lista, localizado no mesmo local que conhecíamos em estado de conservação muito ruim e em estado de abandono.


História inédita - Esporte Clube Operário
Esporte Clube Operário - Participando do Campeonato Liga Esportiva Extremo Oeste de Santa Catarina. O time e os familiares eram transportados em caminhões. Participamos de algumas destas viagens.

Pedro Guedes Rodrigues em momento cívico na frente da então
 Prefeitura Municipal - A casa aos fundos pertencia a nossa família - sofreu
um incêndio.
Tão logo Pedro Guedes Rodrigues chegou na cidade de São José do Cedro que tinha somente 11 anos de existência formal, além de assumir seu posto de trabalho em 1968, construiu um "campinho" - limpando o terreno adjacente à sua residencia e local de trabalho, para a prática de futebol, envolvendo as crianças da redondeza, com da família Kuhn
Geralmente o futebol acontecia no final de algumas tardes e todo o final de semana, indistintamente se fosse menino ou menina. Na região, os times que recebem a torcida dos residentes em São José do Cedro são o Grêmio e o Internacional de Porto Alegre. E a brincadeira  girava em torno deste clássico.
Não bastasse incentivar a prática esportiva entre as crianças, não demorou muito para que o Sargento Guedes, também organizasse um time de futebol amador adulto, que participava dos campeonatos regionais. Geralmente o time e a torcida eram transladado para comunidades e distritos sobre caminhões, e os jogos aconteciam aos domingos. Também acontecia na cidade de São José do Cedro.





















O time de futebol se chamava Esporte Clube Operário e seu termo de fundação tem registrado a data de abertura em 24 de abril de 1971. Seu término aconteceu quando nos mudamos para Florianópolis, em dezembro de 1974.

Ata N° 1
Aos 24 dias do mês de abril do ano de 1971 (um mil novecentos e setenta e um) às vinte horas na cidade de São José do Cedro, município de São José do Cedro, comarca de Dionísio Cerqueira, Estado de Santa Catarina, sob a presidência do Sr. Gervásio Perotto, reuniram-se os que abaixo assinam, com a finalidade de fundar uma sociedade esportiva nesta cidade. Abertos os trabalhos, o Sr. Presidente deu conhecimento aos presentes, da finalidade da sociedade, qual seja promover a prática dos esporte amadorista, recreação e diversão dos associados e promover reuniões de caráter social, cívico e cultural. em seguida, foi debatido e aprovado o nome da sociedade que tomou a denominação de  Esporte Clube Operário.Em seguida, foi feita a leitura do projeto de estatuto, que regerá os destinos da sociedade, isto feito, foi submetido à apreciação dos presentes, tendo sido  aprovado na íntegra e por unanimidade.Passou-se em seguida a tratar da eleição da diretoria da sociedade que ficou assim constituída, após ter sido submetida à votações.Presidente: Gervásio Perotto; Vice Presidente: Pedro Guedes Rodrigues; 1° Secretário: Roque Afonso Machry; 2° Secretário: Edu Teles Vargas, e Conselho Fiscal: Arno P. Pinheiro, Dorvalino Eloy e Nestor Mondanese.Suplentes do Conselho Fiscal: Bruno Bint, Paulo dos Santos e Armin Kuhn.Em seguida, foi debatido e ficou acertado que a Sociedade deverá contar com um regimento interno, para nortear suas atividades cotidianas, o qual deverá ser elaborado no prazo máximo de 30 dias. 
Nada mais havendo à tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião, determinando que em seguida fosse lavrada a presente ata que após lida e julgada corresponder à realidade, foi assinada pelos presentes. 
Gervásio Perotto - Presidente 
Pedro Guedes Rodrigues - Vice Presidente 
Edu Teles Vargas - 2° Secretário 
Pedro Eugênio Matte - 1° Tesoureiro 
Bruno Bündchen - Membro do Conselho Fiscal 
Dorvalino Eloy - Membro do Conselho Fiscal 
Natalício Naas - 2° Tesoureiro
Ata N°2
Aos oito dias do mês de julho de mil novecentos setenta e três, nesta cidade de São José do Cedro, Estado de Santa Catarina, Comarca de Dionísio Cerqueira, às 14:00 horas, reuniram-se sob a residência do Sr. Gervásio Perotto, com a finalidade de eleger a nova diretoria, para a disputa  da Copa Oeste. passou-se em seguida a tratar da eleição da nova diretoria, que ficou assim constituída: Presidente: Gervásio Perotto;  Vice Presidente: Geraldo Perotto; 1° Secretário Edu Teles Vargas; 2° Secretário: Dorvalino Eloy; 1° Tesoureiro: Pedro Guedes Rodrigues; Diretor de Futebol: Hélio Dickel; Relações Públicas:Marcelino Ortiz; Assessor Jurídico: Roque Afonso Marchry.
Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião determinando que fosse lavrada em seguida a presente ata que após lida e julgada, vai assinada pelos presentes.
Esporte Clube Operário carregando a tocha olímpica em momento esportivo. Pedro Guedes Rodrigues leva a bandeira do Brasil.






















Visita em São José do Cedro em setembro de 2018.


Vídeo
As vias eram pavimentadas com pedra granítica rosa. Atualmente todas são asfaltadas.


Portal.

Pavimentação existente na década de 1970 em todas as vias centrais de São José do Cedro. Vista Parcial. O ginásio aparente no centro da foto era o local do "campinho'"construído por nosso pai.

Rua de nossa casa.




Casa existente na década de 1970, localizada na frente da delegacia - Residência Angelina  Stein.


Local do antigo "Campinho". Local dos "Circos", em frente da residência do Delegado Luciano.


Edifício da época da década de 1970 - Rodoviária.


Rodoviária - no bar comprávamos doces e balas.


Interior da Rodoviária.

Rodoviária.


Loja Grando - tipologia histórica característica de São José do Cedro de 1970.









Residência Fumagali - Tipologia do Patrimônio histórico Arquitetônico.












Industria ISMA  - Indústria e Comércio de Máquinas Agrícolas
Patrimônio.

A ISMA - Indústria e Comércio de Máquinas Agrícolas Ltda é uma Sociedade Empresária Limitada de São Jose do Cedro fundada em 21 de setembro de 1967, mais antiga que a ISOL, fábrica do mesmo ramo, fundada em 1970
Suas atividades principais era a fabricação de máquinas e equipamentos para a agricultura, peças e acessórios. Na década de 1970, eram feitas com material predominante de madeira. Produzia m trilhadeiras, trituradores, moendas de cana, arados niveladores e carroças. Posteriormente passou a produzir reboques agrícolas de madeira e reboques agrícolas metálicos com sistemas de descarregamento automatizados e sistemas de caçamba com pistão hidráulico, incluindo distribuidores de adubo orgânico seco e calcário. Lembramos muito bem da forças destas duas fábricas para São José do Cedro e encontramos seu local com resquícios da antiga fábrica, onde poderia-se se organizado seu memorial.





































Acervo histórico da fábrica. Foto através de um buraco na construção. 



















































Parque Fabril da ISMA.























Paisagem natural do entorno de São José do Cedro - partindo.


O caminho só passa a existir, depois que o trilhamos!


















Pedro Guedes Rodrigues e os filhos -Urubici SC, dezembro
 de 2019 - 80 anos

















Cerli Camargo Rodrigues e família - São José SC, março de
2019 - 74 anos.





































Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twiter)



Em construção e revisão...





9 comentários:

  1. Olá, Angelina, parabéns pela postagem, ainda que longa, exigindo muito tempo para uma leitura carinhosa. Senti falta da foto da igreja matriz atual, "de gosto arquitetónico duvidoso" que mencionaste, mas que, por isso mesmo, despertou-me a curiosidade.
    Palestrei sobre meio ambiente em S. José dos Cedros, já faz mais de 25 anos e lá encontramos algo inédito e original: três jogos de futebol CONCOMITANTES, com três times de cada lado, três bolas de cores diferentes, três juízes cada um com um som de apito diferente e seis goleiros, três de cada lado. Informaram na ocasião que lá se realizavam 4 (quatro!) jogos concomitantes. Uma confusão organizada, fantástico. Sabes se isso ainda existe?
    Quanto à igreja que não gostas, espero postagem dela, não podes censusar, hehehe!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que delícia ler seu comentário, querido Lauro Bacca. Eu fiquei muito triste com a retirada da Matriz antiga para ver a outra no local, que sequer fotografei. Mas atendendo seu pedido, coloco ainda hoje a foto da nova igreja. Toda a cultura do oeste é diferente. Vivenciei isso. Mesmo sendo de colonização alemã e italiana é totalmente diferente, pois recebeu influencia da cultura gaúcha, que é muito forte e também são católicos. Bacca procura ler sobre a postagem de Itapiranga - cuja história também coloquei no blog. Quanto aos três times de futebol, eu desconhecia....rs....Imagina a confusão. Gostam muito de sociedades e esportes...A confusão também acontece, quando há grenal. Lá n~so se aceitava meio termo. Ou é gremista ou colorado. Meu pai é colorado até hoje. E a provocação entre as torcidas é permanente. Abraço grande...

      Excluir
  2. No mais, a história do Oeste Catarinense é um misto de épico com devastação brutal e acelerada das Florestas e do Meio Ambiente. Os relatos sobre as balsas e balseiros transportadores de madeira pela correnteza do rio Uruguai em direção à Argentina são de tirar o fôlego e estão bem retratados no livro sobre a História de São Lourenço e do Oeste Catarinense, cujo autor me foge da memória no momento.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, de muita luta e cheio de dificuldades. A sua capital é muito longe, até para os dias atuais. Que viagem cansativa e cheia de conflitos na estrada. O rio Uruguai é maravilhoso. Abração, tipo quebra costelas.

      Excluir
  3. Olá Angelina! Procurei muito sobre São José do Cedro antigo. Foi um achado o teu blog. Parabéns. Eu Morei na cidade quando criança. Estou tentando localizar onde era nossa casa que sofreu um incêndio, junto com uma fábrica de parquet que ficava ao lado, isso por volta de 1958/59. Após o incidente fomos morar em Itapiranga, depois voltamos para o RS. Tenho uma única foto do incêndio, que posso te enviar. Gostaria muito se puderes me ajudar.
    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  4. que maravilha. Também escrevi sobre Itapiranga - olha aqui...https://angelinawittmann.blogspot.com/2018/09/porto-novo-itapiranga-sua-historia.html
    Já procurasse sobre o grupo de São José do Cedro antigo, ou antigamente?
    Abraços.

    ResponderExcluir
  5. Fomos para lá em 57, tinha 4 anos. Meu pai dizia que construiu a torre da Igreja antiga.
    Já dei uma olhada sobre Itapiranga.
    Vou procurar pelo grupo. Obrigado.
    Abraços
    Luiz Carlos Dupont

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Teu pai deve ter ficado triste com a demolição daquela obra religiosa da qual fez parte. Ela era belíssima. Fiz minha 1° Comunhão nela. E sempre quis retornar lá. Não cheguei a tempo. De fato, portanto teu pai foi um dos pioneiros. fico feliz que você encontrou a postagem. E se souber qualquer informação adicional, colocarei aqui nessa postagem. Por isso é bom olhar de vez enquanto.
      abraços cordiais.

      Excluir