Em 19 de março de 2022, o Lindental Tanz Gruppe de Treze Tílias esteve visitando o Osterfest, cidade de Pomerode e se apresentou no palco da festa. Registramos para a história. O grupo partiu de sua cidade entre as 4:30h e 5:00h da manhã de sábado, para estar no final da tarde em Pomerode, onde passou a noite. Na manhã de domingo, dia 20, às 11:00h, o grupo folclórico fez sua segunda apresentação no palco da Osterfest e depois partiu para seu Heimat - de volta para Treze Tílias. Um "bate volta" para apresentar a dança folclórica da região do Tirol sediada no meio oeste de Santa Catarina na cidade de Pomerode, fundada predominantemente, por pomeranos.
O grupo interagiu com o público, sempre muito animados e muito bem humorados. Despertaram muitos risos em muitos momentos, características das pessoas originárias daquela região - com parte territorial na Alemanha, Áustria e norte da Itália.
O traje do Lindental Tanz Gruppe reporta aos trajes daquela região do Tirol igualmente.
Valter Felder com Rejane, responsável da organização da Osterfest de Pomerode SC |
O grupo de danças Lindental foi fundado em 25 de março de 1995, através da iniciativa de Valter Felder, que também esteve em Pomerode. Através de intercâmbio de Treze Tílias com a Áustria que promoviam estada de jovens na cidade na Áustria, também Velter, que um acordeonista, morou 6 anos na Áustria, onde participou de um grupo de danças folclóricas tirolesas.
Provavelmente fizemos um registro do grupo em 1999 - registro que efetuamos no vídeo abaixo.
Lindental Tanz Gruppe, com muita simpatia e dança no pé, apresentou 10 coreografias com o acompanhamento de seu fundador Valter Felder, no acordeon. Como no Osterfest, o grupo folclórico, geralmente está em apresentações demonstrativas em hotéis e restaurantes de sua cidade Treze Tílias, onde mostra a cultura e a tradição do Tirol Austríaco aos visitantes. Também fazem intercâmbio e se apresentam em outras cidades, no Brasil e também no exterior. Sua apresentação tem base a cultura do Tirol Austríaco, com a presença do Schuhplattler em danças sobre a qual pesquisamos em 2010, onde descobrimos ser a dança mais antiga da Europa em uso sem interrupção.
Schuhplattler
A expressão como conhecemos hoje - Schuhplattler - passou a ser usada no século XIX.
Um pouco de História
Achado arqueológico romano de Carnuntum (século I DC.) Figura de um celta. |
Estudos comprovam que talvez, o Schuhplattler seja a dança mais antiga ainda praticada na Europa, de maneira ininterruptamente. Suas origens, remontam ao período Neolítico (3.000 AC), onde a execução de sapateado nas danças dos ilíricos e celtas possuía um caráter religioso.
Os romanos fizeram registros, na antiguidade, onde descreviam os celtas dançando vestidos com seus chapéus pontudos e enfeitados com penas, em suas festas religiosas e populares. Eram religiões, mais tarde, denominada pagãs, pelo cristianismo que chegou em um período histórico posterior na região. Também existem registros da representação do deus Mercúrio entre os celtas romanizados em trajes de camponês, com um chapéu parecido com o atual de três pontas usado no Tirol e nas vizinhas regiões alpinas.
No momento da chegada das tribos germânicas à região alpina da Gália, o sapateado continuou sendo praticado e recebeu algumas contribuições culturais. Os povos romanizados do norte da Itália receberam influências desta forma de dançar em suas manifestações folclóricas. Em alguns locais do norte italiano (Lombardia, Aosta e Piemonte) existem, ainda hoje, alguns resquícios de sapateado.
Gravuras e pinturas datadas do primeiro século já retratam a prática do Schuhplattler entre os camponeses alpinos, em suas festas e comemorações.
No momento da chegada das tribos germânicas à região alpina da Gália, o sapateado continuou sendo praticado e recebeu algumas contribuições culturais. Os povos romanizados do norte da Itália receberam influências desta forma de dançar em suas manifestações folclóricas. Em alguns locais do norte italiano (Lombardia, Aosta e Piemonte) existem, ainda hoje, alguns resquícios de sapateado.
Gravuras e pinturas datadas do primeiro século já retratam a prática do Schuhplattler entre os camponeses alpinos, em suas festas e comemorações.
A forma atual de execução do Schuhplattler remonta a Idade Média, com poucas modificações. Há um pequeno livro em latim, do ano de 1030, guardado em um mosteiro beneditino próximo ao lago Tegern em Chiemgau, na Baviera, que descreve o Schuhplattler. Neste período, o sentido religioso das festas dos povos primitivos (antes do cristianismo – Leiam as postagens sobre a Mitologia) não tinha mais sentido na execução das danças, mas sim a prática com objetivos de destreza e conquista, onde os rapazes dançavam exibindo sua dança para suas companheiras, num exemplo claro de manifestação folclórica popular e não mais religiosa. Dançavam para suas companheiras.
Inicialmente dançado apenas por homens, o Schuhplattler contou depois com a participação feminina, o que deu ao folclore um caráter muito mais festivo e harmonioso, além de transformar o antigo sentido ritual do sapateado para o de festa e galanteio entre os camponeses.
Schhplattler, imagem da Baviera em 1907 -32 x 42cm. |
"Tatsächlich war der Plattler jedoch immer ein Paartanz. Die Form war zunächst noch frei und ohne Regeln. Im Drei-Viertel-Takt eines Ländlers absolvierte der Bursch eine Folge von Sprüngen und Hüpfbewegungen nach dem Rhythmus der Musik. Dabei „plattelte“ (schlug) er sich selbst auf Schenkel, Knie und Fußsohlen, „paschte“ (klatschte) in die Hände und stampfte mit den Füßen auf. Den Abschluss bildete ein kurzer walzerischer Rundtanz mit dem Dirndl." http://de.wikipedia.org/wiki/Schuhplattler
As manifestações, que outrora possuíam caráter religioso, foram incorporadas às festas cristãs e sofreram algumas alterações na execução e nos ritmos utilizados para dançar.
Originalmente, os ritmos que marcavam os passos do sapateado eram o antigo Landler (do qual a valsa se origina) e a marcha.
Originalmente, os ritmos que marcavam os passos do sapateado eram o antigo Landler (do qual a valsa se origina) e a marcha.
Primeiras valsas. |
Na Idade Média, o Schuhplattler foi dançado sob o som de flautas, gaitas de fole, cítaras, saltérios, tambores e rabecas. Posteriormente, com o surgimento e aperfeiçoamento de instrumentos (como os metais e o acordeão), o sapateado ganhou mais possibilidades rítmicas e praticamente não sofreu modificações quanto à sua forma de execução.
Herói do Tirol Andreas Hofer - Idade média com traje |
As regiões atuais, onde se originou e mais se pratica o Schuhplattler são: Alemanha, Itália e Áustria (Toda Região do antigo Tirol - dividida entre os três países), tanto que é conhecida como um dança tradicional destas regiões.
As regiões alpinas da Alemanha, Áustria e Itália Onde originalmente o Schuhplattler é praticado |
Curiodidades...
Um grupo de imigrantes da região dos Alpes alemão e austríaco que fundou o clube Vancouver Alpen - Canadá, em 1935. Tudo começou porque estes amigos se reuniam para dançar Schuhplattler. |
Antes de iniciar a apresentação do Lindental Tanz Gruppe, visitamos a Osterfest, que neste momento não exige mais o passaporte sanitário e também a obrigatoriedade do uso das máscaras, com alardeamos na postagem feita em 28 de fevereiro de 2022. Observamos a grande organização e capricho dos produtos apresentados, inúmeras oficinas que reportam às praticas relacionadas às festividades da tradição da Páscoa.
Destacamos modificações na espacialização do Osterfest Pomerode com o acréscimo da "Praça de Alimentação" inspirada no formato da Oktoberfest Blumenau, o que traz mais conforto ao visitante, porque no mesmo espaço, tem bebida, comida, daça e música.
Um pouco da Osterfest 2022 - Ambientes e pessoas.
Chegando em Pomerode SC |
Praça de Alimentação - novidade da Osterfest 2022 - inspirada no Oktoberfest Blumenau. Local de música, dança e gastronomia locais, munidos de bancos e mesas de madeira. |
Tradicional Osterbaum |
Momentos Lindental Tanz Gruppe de Treze Tílias
Parabéns Lindental Tanz Gruppe de Treze Tílias. Dançaram bonito e animaram muitas pessoas, entre estas - visitantes de várias partes do Brasil. e foi uma viagem cansativa, mas levaram alegria à Osterfest de Pomerode! Foi bom revê-los após 23 anos.
Leituras complementares - Clicar sobre o título escolhido:
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