quinta-feira, 28 de abril de 2022

Freya Schmalz Gross - Uma História - Arte e um amor de mais de 35 anos - Hans Broos

 Hans-Peter Broos, sobrinho de Hans Broos
e sua esposa, residem em Berlin.
Contamos a  história do arquiteto alemão nascido na Eslováquia, em 10 de outubro de 1921, Hans Broos. Após acompanhar seus últimos momentos, em Blumenau, antes de partir em  23 de agosto de 2011 em um asilo da cidade, ficamos sensibilizados, por conhecer sua obra, sua vida e seus últimos momentos. Com isto, conhecemos um pouco mais, a nobreza de ser de Hans Broos. Passou seu último ano de vida, praticamente abandonado por seus admiradores,  seguidores, instituições e sem família, pois tinha-se perdido de seu único sobrinho que ainda vivia, Hans-Peter Broos. No seu velório, rápido, antes da cremação, também ocorrido de forma rápida, haviam 6 pessoas - em uma tarde chuvosa. Conhecendo sua obra, resolvemos escrever um pouco de sua vida e obra e a partir do nosso Blog, divulgar nas redes sociais seus feitos, pois temíamos o esquecimento dos mesmos. Com isto, houve a construção de "pontes" para sua universidade, onde graduou-se arquiteto, e também, para seu único sobrinho, que mesmo tardiamente, encontrou-o, pois também o procurava. O resultado ainda em processo, atualmente, resultou em um documentário feito por uma equipe da Eslováquia, já lançado na Europa e na América. 

Para ler mais sobre Hans Broos e todo o processo até o Documentário - Registrado neste link (Clicar sobre): Hans Broos

Da Europa, há pouco tempo, mês de março de 2022, chegou uma solicitação inusitada sob uma de nossas postagens em nosso canal do You Tube. A mensagem de Denisa B de Eslováquia dizia:
Olá, boa tarde, Angelina! Tudo bem? tenho uma dúvida meio aleatória que talvez você consiga me ajudar, não sei. Acabei de assistir o documentário eslovaco sobre Hans Broos e não consegui pegar o nome de uma amiga brasileira dele, que ele se referiu a ela num momento, como se fosse "mulher brasileira" dele, uma artista que até aparece algumas obras dela no filme, acho eu, quando o ator principal menciona a morte dela. Será que você pode me ajudar nisso? Fiquei com vontade de saber mais sobre ela. Muito obrigada! Denisa B. de Eslováquia.
Conhecemos Freya Gross, a artista mencionada no documentário eslovaco, a partir do nosso trabalho de arquitetura de interiores, em seu ateliê, quando íamos escolher obras de arte para compor os ambientes trabalhados por nós - no final da década de 1990. Pessoa silenciosa e firme no momento que definia algo. Seu ateliê estava localizado no  bairro blumenauense Bom Retiro, esquina entre as ruas Hermann Hering (avô de seu falecido esposo Ralph Bruno Gross) e Gertrudes Gross Hering (sua sogra). 

Arquiteto Hans Broos - namorado de Freya  Gross - nos últimos
35 anos de suas vidas.
O ateliê possuía um ambiente comum e amplo, em contato com o vasto jardim, onde Freya promovia saraus de pensamentos, poesias e artes. Foi em um destes saraus que conhecemos o seu namorado, o arquiteto Hans Broos, pessoalmente. Ele estava envolvido com a recuperação do edifício da antiga prefeitura municipal de Blumenau, pós incêndio - atual sede da Fundação Cultural de Blumenau. Nesta noite de apresentações no ateliê de Freya Gross, percebemos que o arquiteto, o qual reencontramos mais de duas décadas depois, em situação bem diferente, era uma pessoa elegante, nobre de caráter e dotada de muita cultura, sem a afetação inerente, geralmente, àqueles que possuem este conjunto de características. Nesta noite, também ficamos sabendo que ambos eram namorados, confirmado pelos dois. Curiosamente esta história jamais foi externada abertamente em alto e bom tom. Desconhecemos o motivo.
Hans Broos, em outubro de 2010 - no seu último aniversário e sem 
a presença da Freya, com um dos seus amigos/colaboradores, que
 trabalhava para  os dois - há muito tempo. Contava-nos como viviam
 os dois na chácara e na casa, e de como ela tomava conta dele.
Não anotamos seu nome.
Neste momento, que pesquisamos para escrever sobre Freya Gross, igualmente, quase nada encontramos sobre sua vida e obra. Por que?  
Por que? 
Quando visitamos o arquiteto, em sua residência localizada no bairro Boa Vista - Blumenau, quando estava doente, pessoas próximas a ele, antigos funcionários das casas de Freya e Broos comentavam que eles estavam sempre juntos, na residência do arquiteto, em Blumenau, na chácara e na residência de São Paulo, sem nunca se preocuparem em oficializar sua união, o falecimento de Freya, em  5 de novembro de 2008, dois anos antes  do falecimento do arquiteto, trouxe muitos problemas, com o inventário. Despertou interesses de pessoas nas propriedades do arquiteto Hans Broos e de sua companheira por mais de 35 anos, Freya Gross. Eram um casal há muito tempo, não oficializado e ambos não tinham filhos. 
Houve muita confusão, pois Hans Broos ficou muito doente e muitos falavam muitas coisas diferentes, confundindo muito o pequeno grupo que estava disposto a ajudar. 

Vamos tentar compreender e apresentar um pouco da vida  e da obra de Freya Schmalz Gross.
Freya têm uma nuvem de mistério em torno de sua vida e obra, além daquela que conhecemos através do trabalho do arquiteto Hans Broos. Trabalhou ao lado do companheiro em muitos de seus projetos, através da arte cerâmica, divulgada somente há bem pouco tempo na esfera do meio artístico, em Blumenau, quando em 15 de outubro de 2021 foi inaugurado um painel seu batizado Aldeia em uma sala revitalizada da Fundação Cultural de Blumenau, onde o ambiente passou oficialmente a se chamar Sala Freya Gross.
Obra de Freya Gross, colocada em uma sala da Fundação Cultural de Blumenau que recebeu o seu nome. O nome da obra é "Aldeia" e mede 3,96m por 2,13m, resultando 364 azulejos cerâmicos. Homenagem feita em outubro de 2021.


Mas quem foi Freya Gross

A Deusa Freya

Freya é o nome de uma deusa nórdiga. Símbolo da mulher guerreira, que luta e vai atrás de seus objetivos, que encanta e atrai diversas pessoas. Freya é a deusa nórdica mais conhecida e cultuada. Deusa do amor na mitologia nórdica.
Significado de Freya - o nome Freya significa “senhora”, tem origem nórdica antiga “Freyja” e pode ser escrito das seguintes formas: Freija, Frejya, Freyia, Fröja, Frøya, Frøjya, Freia, Freja, Frua e Freiya.
Detentora de características e qualidades únicas, a deusa Freya é representante da força, sabedoria e beleza feminina. De certa maneira, Freya Gross herdou um pouco destas características divinas da mitologia nórdica, relacionadas ao seu nome, pois foi companheira, por mais de 35 anos do renomado arquiteto Hans Broos.

A história de Freya Gross ou Freya Schmalz

Freya Gross nasceu na família pioneira Schmalz em 19 de setembro de 1916, na cidade de Blumenau. Seus pais foram Adolfo João Paulo Schmalz e Meta Therese Clara Franke. Freya teve uma Irmã, Ada Schmalz que se casou com  Afonso Rabe. Sua irmã partiu depois de Freya, em junho de 2014 e teve o filho Jan Rabe.
Freya Schmalz se casou com o neto de Friedrich Hermann Hering, um dos dois pioneiros irmãos Hering, conhecido Hermann Hering (nasceu em Dresden em 7 de março de 1868). O marido de Freya foi Ralph Bruno Gross, filho da escritora Gertrud Walli Toni Hering Gross (1879 - 1968) e de Richard Franz Gross (1880–1931). Richard e Gertrudes se casaram em  1° de maio de 1906. Gertrudes, mãe do marido de Freya, ficou viúva, residindo no casarão da Hering, mesma rua que tem seu nome e onde estava localizado o ateliê de Freya, por 37 anos.
Casarão - castelinho onde Hans Broos residiu pela primeira vez,
quando chegou em Blumenau em 1956.
Era uma mulher livre que vivia à frente de seu tempo e fazia surgir burburinhos sobre seu modo de viver, pois não se preocupava em dar satisfações sobre suas escolhas. Era nascida em Dresden - Alemanha. Teve os filhos: Ralph Bruno Gross - marido da Freya Gross (1907–1963); Eva Gross (1909–1989); Hildegard Gross (1911–2005) e Gertrud Margaretha Hedwig Gross (1879 –1968).
Na época que estávamos envolvidos com a saúde do Arquiteto Hans Broos, entre os centenas de correspondências eletrônicas recebidas - recebemos esta, com o seguinte teor (Temos o original em nossa caixa de chegada):
Não tenho maiores detalhes sobre a chegada do arquiteto Hans Broos a Blumenau. Sei que foi acolhido pela Sra. Gertrud Gross Hering, que morava num palacete que ficou sendo conhecido como “Castelinho”, numa travessa da Rua Hermann Hering, no Vale do Bom Retiro.
A Sra. Gertrud e sua filha eram consideradas excêntricas e “liberadas”para os padrões sociais da época, segundo um amigo da família Hering me contou uma vez. Não sei que grau de parentesco ela tinha com D. Freya Gross.
Fotografia  do final da década de 1960, com a presença do jardineiro/operador do forno, seu funcionário e amigo Ewald Witte. Ewald era o responsável em manter o fogo e acompanha o processo das cerâmicas no forno. Acompanhou o trabalho da Freya no Ateliê durante toda sua vida. Sentiu muito quando teve que presenciar a demolição da casa onde estava sediada a casa e o ateliê de Freya Gross. Witte compartilhou com o filho, em meados de 1974, que Freya tinha um namorado, nos dando a dica aproximada de quando Freya e Broos assumiram seu romance.


Missões Jesuíticas, onde teve contato com
os modernistas.
Nós sabemos que Gertrud  Hering Gross foi mãe de Ralph Bruno Gross e, portanto, sogra de Freya Gross que residia na mesma rua, um pouco na frente. Freya Gross conheceu, portanto, Hans Broos na casa de sua sogra e cunhada, ainda em 1954, quando o arquiteto chegou em Blumenau e ficou hospedado na residência da filha de Hermann Hering. Ele não permaneceu por muito tempo - de maneira fixa, porque - a partir desta data até 1957, atuou como assistente do professor Lucas Mayerhofer, com quem colabora no estudo e restauração das ruínas das Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul. Segundo Broos, foi neste período, que pode conhecer muitos arquitetos brasileiros. A Faculdade Nacional de Arquitetura foi o principal centro de formação de arquitetura do país até a década de 1950 e recebia alunos de todo o Brasil. Neste período, foi importante para sua experiência, por que lhe proporcionou uma vasta rede de contatos e a oportunidade de elaborar projetos em diversas regiões do país. 
Na década seguinte, Freya ficou viúva. O marido de Freya - Ralph Bruno Gross, nascido em Blumenau em 13 de junho de 1907, faleceu com 55 anos de idade, em 9 de maio de 1963, quando sofreu um enfarto, deixando Freya viúva com a idade de 46 anos e por 45 anos permaneceu viúva, pois não se casou mais. 
Atestado de óbito de Ralph Bruno Gross.

Fonte: FamilySearch.





Neste tempo faziam 9 anos que o arquiteto Hans Broos estava no Brasil e estava com 42 anos incompletos. 
Gertrud  Hering Gross ainda era viva e quando partiu, em 1968, o arquiteto Hans Broos mudou-se definitivamente para a cidade de São Paulo. 
Sua casa no bairro do Morumbi, um dos seus mais belos projetos em concreto e vidro, foi construída no período entre 1970/78
Casa e ateliê de Hans Broos - Morumbi - São Paulo.



















De acordo com Robinson Witte, em torno de 1974, seu pai Ewald Witte, operador do forno da cerâmica do ateliê de Freya Gross, disse em casa que Freya tinha um namorado - Hans Broos.
Esta fotografia de Hans Broos é uma fotografia enviada
 por seu sobrinho de Berlin para nós. 
A artista Freya Gross

Na mesma década que Hans Broos chegou à região e à cidade de Blumenau - década de 1950, Freya conheceu o trabalho de arte sacra do artista, escultor e ceramista italiano Angelo Tanzini, que residia na região e também viveu em Minas Gerais, tendo retornado para a Itália na década de 1960. Com Tanzini, Freya conheceu técnicas diversificadas de arte, desde a escolha da argila, as etapas e cuidados até a queima, no ofício de cerâmica. Este conhecimento despertou em si a arte da cerâmica, tornando-a uma referência desta técnica - não somente em Blumenau, mas no Brasil, pois acompanhou a arquitetura de Hans Broos.  Os painéis cerâmicos permitem a interação entre a arte e a arquitetura e assim aconteceu entre a arte de Freya e a arquitetura de Hans Broos e também, especialmente com eles, unido-os. Quando a conhecemos na década de 1990 e também a ele, no seu ateliê, em um sarau cultural, ela nos apresentou com seu namorado. Namoro que durou por mais de 35 anos, antes de sua partida em 2008. Freye e Broos, mantinham juntos em Blumenau, um sítio localizado às margens do Rio Itajaí Açu, tal como também era a localização da residência do arquiteto em Blumenau. No sítio, ambos compartilhavam os momentos que o arquiteto, passava na cidade. Ali neste local, também Freya criava.
Tampo de mesa de centro com a obra de Freya, residência de Hans Broos - São Paulo.
               



O trabalho de Freya Gross em cerâmica retratava pessoas, objetos, vegetação e abstrações. Seu ateliê - como já mencionado - estava no bairro Bom Retiro, onde estava o reduto familiar de seu falecido marido. Neste local tinha instalado o forno onde ela forjava suas peças únicas e as guardava no grande quintal de sua casa. Ali eram possível apreciar placas, flores, vasos, lajotas, quadros, paisagens apresentados sobre fundo cerâmico, expressões que refletiam a cultura brasileira, a pureza dos índios, lembranças de uma Blumenau esquecida e de um Brasil, de outros tempos. 
Seus traços apresentam a influência que absorveu do artista argentino que vivia em Salvador, Carybé. Em Blumenau produziu uma arte cosmopolita mundial. "... mesmo tempo, viver as sensações de estar percorrendo as galerias de arte dos maiores centros, como New York, Paris, Londres ou Milão. Tinha a simplicidade de um Niemeyer." CUNHA. 
Explicava que seu processo de criação era um processo natural e simples. Tomava um lápis, uma folha e riscava, com singeleza, firmeza e síntese, o esboço de uma nova obra
Seu amigo Cunha conta que em uma de suas viagens, descobriu um quadro belga, do século XVII com motivos florais representado em cores diferentes, resultado da influência do tempo sobre as cores originais. Freya o fotografou e o reproduziu, em Blumenau, num quadro cerâmico em apenas duas unidades, preservando um releitura da tela. 
Seu amigo e professor Danilo Cunha externou em uma manifestação formal publicada em seu Blog que Freya desejava que Blumenau e suas lideranças colocassem em prática a vontade da artista, para disponibilizarem às pessoas - residentes e visitantes - além da festa da cerveja de outubro, em local visível e acessível de fácil apreciação, o painel que ela vinha criando, um mosaico de elementos culturais e históricos da cidade fundada por pioneiros alemães no meio da paisagem natural do vale - e acreditamos que seu desejo não foi atendido. 
Por sua obra, estudo, feitos e vanguarda, Freya Gross é muito pouco lembrada, tando que mal foi esclarecido seu papel de companheira do Arquiteto Hans Broos no seu documentário, com quem viveu um relacionamento de mais de 35 anos, mesmo nunca terem se casado.  Sempre ouvindo a história dos dois, personalidades locais e no Brasil, dentro de suas atividades, com certa reticência, no entanto, Freya Gross era viúva desde a década de 1960.

O professor Danilo Cunha, de Florianópolis  refletiu  Freya, dizendo:

...a reflexão sobre a importância de pessoas, como ela, que notam e valorizam detalhes da vida, que nem sempre a grosseria do material, a frieza do dinheiro, o deslumbramento dos novos ricos ou a insensibilidade dos ocupantes do poder, permitem que se observem. Freya vivia em um jardim e mantinha outros. Seu sítio, próximo às margens do rio Itajaí-Áçu, preservava o verde nativo e cultivava flores e árvores, pelo simples encantamento que o verde lhe causava. Não era somente uma ceramista. A cerâmica, na verdade, era a tela que ela usava para retratar pessoas, objetos, plantas e abstrações. Sua casa, no bairro Bom Retiro, abrigava um estúdio, o forno onde ela forjava suas peças únicas e tinha um terreno, que era um verdadeiro cofre aberto, onde eram guardadas e expostas as suas obras-de-arte. Por todos os cantos se podia ver placas, flores, vasos, lajotas, quadros, paisagens. Todos sobre fundo cerâmico, oferecendo a quem os visse, um mundo de variedades, que refletiam a cultura brasileira, a pureza dos índios, lembranças de uma Blumenau esquecida e de um Brasil, que já não encontramos mais. Além de suas próprias obras, Freya adquiria, ganhava, e expunha, quadros, poesias, poemas, de artistas de todo o mundo.. A elegância de suas atitudes permitia que se pudesse apreciar a visão da arte que acontecia no mundo. Sempre foi cosmopolita e atual. Acompanhou, desde os anos 60, todos os movimentos na cultura brasileira. A leveza e cores vivas, que caracterizavam as suas criações, acompanhavam a bossa-nova, o tropicalismo e toda a riqueza de vida e vibrantes emoções, que marcaram, e estão presentes, em todas as manifestações artísticas nacionais. Seus traços denotavam a nítida influência que absorveu do renomado Carybé. Era local, e por isso mesmo, retratava o mundo. Visitar sua galeria equivalia a conhecer detalhes bem locais e, ao mesmo tempo, viver as sensações de estar percorrendo as galerias de arte dos maiores centros, como New York, Paris, Londres ou Milão. Tinha a simplicidade de um Niemeyer. Perguntada sobre seu processo de criação, pegava um lápis, uma folha e riscava, com singeleza, firmeza e síntese, o esboço de uma obra nova, ou explicava como tinha criado alguma anterior. Em uma de suas viagens, descobriu um quadro belga, dos anos 1600, que retratava vasos e flores, em cores raras, uma vez que as tintas usadas tinham a idade, e o desgaste, do tempo passado. Freya o fotografou e o reproduziu, em Blumenau, num quadro cerâmico em apenas duas unidades, preservando a belíssima tela. Pelo conjunto de sua obra, por tudo que criou. pelo legado que deixa para os que ficam, enviamos nossos melhores augúrios a sua sobrinha-neta, Bettina von Hertwig, para que, como numa corrida de revezamento, leve à frente esse bastão da beleza, da originalidade e da elegância, do exemplo e da arte de Freya Gross. E que Blumenau e seus líderes, e dirigentes, ajudem a realizar o sonho da artista, que partiu aos 92 anos. Que disponibilizem, para todos os blumenauenses, e para aqueles que tiverem a ventura de conhecer e visitar a cidade, não somente a alegria e o chope da festa de outubro. Que coloquem em local acessível e de fácil apreciação, o painel que ela vinha criando, um mosaico de elementos culturais e históricos da cidade alemã criada em meio ao verde do vale. 
 Danilo Cunha - 2008.
 
Hans Broos - Em maio de 2019 - ante de sofrer
  dois pequenos derrames, processo
contínuo a partir de então.
Freya Gross e Hans Broos desenvolveram inúmeros trabalhos juntos. 
Freya faleceu em Blumenau em  5 de novembro de 2008, deixando um vazio em uma grande tristeza para seu companheiro, que adoeceu e não mais se recuperou plenamente, tendo tido uma sequencia de pequenos derrames que comprometeu suas funções e neste momento, aproximamo-nos dele, tentando ser útil e ajudar, quando dolorosamente testemunhamos estes momentos não muito bons. 
O arquiteto Hans Broos partiu 3 anos depois da partida Freya, em 23 de agosto de 2011.

Nosso comentário: 

Tivemos a sensação, ao recuperar esta história, que Freya Schmalz Gross viveu a frente de seu tempo e de certa maneira, sofreu alguma descriminação e preconceito - não por sua arte, mas por ter sido livre e ter vivido um grande amor, por mais de 35 anos. Ela é "escondida"  nos materiais de genealogia, onde somente aparece seu nome de solteira e informações outras, quase nenhuma, exceto o registo de seu amigo Cunha e a homenagem recebida, somente em 2021,na Fundação Cultural de Blumenau 13 anos após a sua morte
Seu desejo de montar o último painel em um lugar público de Blumenau, não foi concretizado. 
Agradecemos a Denisa da Eslovaquia, por proporcionar esta busca e disponibilizar esta pequena história, que deve ser infinitamente maior, aqui e daqui, para o mundo.
Permanecerá aberta para receber mais contribuições.

Um registro Para a História!

Depoimentos  espontâneos:

Eu a conhecia pessoalmente. Morávamos próximo, no Bom Retiro. O lindo Jardim, com mini zoológico deu lugar ao recém inaugurado Renal Vida. Zilair Schoepf

Tive o prazer de conhecê-la. Pessoa humilde, culta sempre sorrindo. Amava seus cães, amava as coisas simples da vida. Sempre lembro que prendia o cabelo com um grampo de roupa. E nela ficava muito chique. Usava saia longa, era seu estilo. Deixou boas lembranças e saudades. Ivani Truppel

Conheci eles, Ralf e Freya. Frequentei a casa da Dona Freya e a fazenda, no Baú, localidade da Fruteira. Meu pai foi empregado da Casa de Dona Freya 44 anos. Meu pai é que calibrava o forno  à lenha para queima de cerâmica. Correu lagrimas nos olhos de meu pai quando a casa foi derrubada. Vou procurar as fotos e assim que as tiver te envio. Minha irmã deve ter peças de cerâmica da Fraya. Soni Robinson Witte

Referências


Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twiter)
















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