Matriz São José. |
Botuverá é um município catarinense localizado na Microrregião de Blumenau (12), juntamente com os municípios: Blumenau, Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Brusque, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Luiz Alves, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio, Timbó - na Mesorregião do Vale do Itajaí, às margens do do rio Itajaí-Mirim. Está localizado em uma altitude de 85 metros acima do nível do mar. Em 2020, de acordo com o IBGE, sua população era de 5322 habitantes e sua área territorial é de 317,86 km².
Historicamente, sua nucleação surgiu junto a nucleação de Brusque, cujo caminho de acesso possui casarões históricos pertencentes ao território de Brusque, como é o caso do casarão Dom Joaquim.
Casarão Dom Joaquim, localizado no caminho para Botuverá, localizado no território de Brusque. |
O Casarão Dom Joaquim foi construído por Andreas Heinrich Hermann Hort, no caminho para Botuverá, entre os anos de 1875 e 1880. No térreo funcionava sua casa comercial e ele e sua família residiam no pavimento superior. Em um determinado período histórico foi instalado um hotel no local,
O casarão foi adquirido por outros proprietários. Desde: Guilherme Krieger, Otto Renaux, Willy Diegoli, Germano Krieger e Lodovico Merico. Apesar dos seus mais de 145 anos, sua arquitetura não foi descaracterizada, exceto, que recebeu o decorativismo em determinadas aberturas, usadas pelos “novos ricos” do início do século XX.
Atualmente o casarão faz parte do patrimônio da Igreja Adventista, que pretende restaurar, quando for possível. Foi tombado pela Prefeitura de Brusque em 2019.
Arquitetura
Casarão eclético, com elementos da arquitetura portuguesa e alemã, do período do início do século XX. Há elementos da arquitetura lusa, como as janelas do tipo guilhotinas e de elementos do neoclássico alemão (arco decorativo sobre determinadas aberturas), do início do século XX.
A volumetria sem beiral lembra a casa alemã do primeiro período, na região de Blumenau.
Aparentemente uma tipologia com estrutura autoportante, com tijolos maciços rebocados, influência da casa italiana.
O corpo principal, com planta simétrica e também elevações, recebeu um anexo posterior. A casa possui dois pavimentos e a mansarda - sótão usável através da presença das aberturas.
História resumida de Butevará
A região foi colonizada por imigrantes lombardos provenientes da província de Bérgamo e também por tiroleses da atual província de Trento, historicamente fez parte do território do Império Austro-Húngaro. Também entre os primeiros pioneiros estão os de famílias de imigrantes alemães e de famílias que migraram internamente oriundos do Médio e Alto Vale do Itajaí, como também, descendentes de migrantes portugueses.
Louça fabricada em uma fábrica da Baviera no acervo do Museu Municipal. |
Tudo começou com a chegada das primeiras trinta e três famílias em 1876, materializando o povoado batizado de Porto Franco, pertencente a Brusque. Inicialmente o território pertenceu a antiga Colônia Itajaí e depois, a Colônia Príncipe Dom Pedro. Foi em seguida incorporado ao município de Brusque.
Em 14 de fevereiro de 1925, o Superintendente Municipal João Schäfer sancionou a Lei Nº 26, criando o Município de Brusque e o Distrito de Paz de Porto Franco com limites entre o Ribeirão das Águas Negras e a cabeceira do rio Itajaí-Mirim. O primeiro juiz foi João Merico e seus suplentes, Francisco A. Werner, José Fachini e Pedro Colzani. O escrivão foi Humberto Mazzolli e subdelegado, Adamo Bonomini. A sede foi elevada à categoria de Vila pela Lei Estadual Nº 86 de 31 de março de 1938.
Em 1945, Porto Franco foi elevado à categoria de Distrito e como primeiro Intendente Distrital foi nomeado Adão Bonomini.
Em 07 de maio de 1962, a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, através da Lei Nº 821, homologou a criação dos Municípios de Botuverá e Guabiruba e em 09 de junho de 1962, foi instalado oficialmente o Município de Botuverá, data oficial da emancipação política e administrativa do mesmo. Nesta data assumiu provisoriamente como prefeito, Zeno Belli, até ser eleito um prefeito efetivo, o que aconteceu em 3 de outubro de 1962.
Portanto, até 1° de julho de 1950, o nome da povoação era Porto Franco.
Não há fontes seguras dos primeiros nomes de imigrantes que chegaram em Porto Franco. De acordo com informações de pessoas com mais idade e descendentes diretos dos pioneiros, foi possível confirmar que entre os pioneiros vieram as famílias, Bósio, Bonomini, Pedrini, Molinari, Tirloni, Aloni, Gianesini, Betinelli, Raimondi, Rampelotti, Dognini, Morelli, Tomio, Maestri e Comandolli, num total de trinta e três famílias.
Cada família procurou um local para se estabelecer, delimitou e formou ali sua propriedade. Outras levas de imigrantes vieram posteriormente. Ocuparam outras localidades como Águas Negras, Ribeirão do Ouro, Lageado, estabelecidas no Vale do Itajaí-mirim.
Os primeiros imigrantes chegaram a Porto Franco em maio de 1876.
Uma curiosidade: com os descendentes de Bergamascos, originou a "Festa Bergamasca", que acontece no dia em que Botuverá foi emancipada.
Por que o nome de Porto Franco?
Os primeiros imigrantes escolheram o local para ancorar suas balsas e canoas na desembocadura do Rio Ribeirão Porto Franco, afluente do rio Itajaí-Mirim. Ao saírem para explorar e conhecer a região que tomariam posse definitiva, aconteceu um temporal com chuvas fortes que resultou em uma enchente no rio Itajaí-Mirim. Suas embarcações permaneceram no mesmo local onde estavam ancoradas, sem sofrer deslocamento com a enchente imprevista. Desde então, os imigrantes passaram a denominar o ancoradouro de “Porto Franco”, Porto Seguro, passando a ser a denominação do seu povoado e depois Distrito.
Por que Botuverá?
Botuverá é uma palavra Tupi-Guarani e significa “Bons Brilhantes”. Botuverá lembra da existência de vários minérios no Município, principalmente o ouro, que já foi um minério muito extraído, e foi uma das principais atividades econômicas do Município.
O município ficou conhecido nacionalmente pela presença de grandes cavernas em seu território. As cavernas são abertas à visitação, acompanhada de guias e não é permitido fazer registros de imagens do interior das mesma. Estivemos no local em 4 de fevereiro de 2024. No entanto, a equipe de Rede Globo, recebeu a permissão para fazer imagens, de cujo material retiramos algumas imagens, para ilustrar nossas palavras sobre a monumentalidade desse espetáculo e obra da natureza. Fonte: Globo Repórter - de 20 de fevereiro de 2016 - Caverna de Botuverá é um dos mais belos tesouros do Vale Europeu.
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Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita. |
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Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita. |
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Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita. |
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Interior das Cavernas. Fonte: Globo Repórter. Fomos impedidos de fazer imagens durante nossa visita. |
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Localização do acesso às cavernas e ao museu do Imigrante. |
De acordo com o Site da Prefeitura Municipal de Botuverá, as principais atividades econômicas do município são a lavoura e o pastoreio, porém, "a riqueza das jazidas de minérios que existem em território, é a promessa de um futuro de excelentes perspectivas".
E a natureza deslumbrante do local?
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Dentro do municípios marcas de agressões ao meio ambiente através da extração de pedras, com pedreiras, cujo tamanho em área, se aproxima da área da centralidade do mesmo. |
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"Ferida" na paisagem natural - Pedreiras. Muito próximo do local das cavernas, como bem mostra a imagem do Google Earth. |
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"Ferida" na paisagem natural - Pedreiras. Muito próximo do local das cavernas, como bem mostra a imagem do Google Earth. |
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Ribeirão que possui uma cachoeira - dentro do parque das Grutas e Cavernas. |
As imagens Comunicam
Caminho que liga o território de Brusque e Botuverá. |
Vista parcial da centralidade de Botuverá. |
Prefeitura Municipal de Botuverá. |
Brasão no busto à frente da Prefeitura Municipal. |
Ribeirão OR 03. |
Museu do Imigrante

Obras nas paredes do Museu do Imigrante - pertencentes aos primeiros residentes.
Museu do Imigrante. |
Um registro para a História.
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twitter)
Referências
- Globo Repórter - Caverna de Botuverá é um dos mais belos tesouros do Vale Europeu. Data do upload: 20 de fev. de 2016. Disponível em: https://www.blogger.com/blog/post/edit/423018667053722106/2014979768285888040. Acesso em: 28 de março de 2024 - 22h57.
- Prefeitura Municipal de Botuverá. História. Disponível em: https://www.botuvera.sc.gov.br/historia-do-municipio/ Acesso em 28 de março de 2024 - 22h.
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