Angelina Wittmann - Arte-Cultura-História e Antropologia : Neues Schloss ou Königsschloss - Chiemsee - Bayern - Alemanha - dia 22 de abril - 3/5 - QG 3

Ainda na Herreinsel, localizada no Chiemsee, visitamos o Neues Schloss, ou o Königsschloss, após o piquenique no seu jardim.

Roberto e Padre Josef no local do piquenique no quintal do Königsschloss.

Jovem que nos guiou pelo interior do palácio.

O Königsschloss é um patrimônio tombado de Chiemsee, distrito de Rosenheim. O Palácio de três alas, foi construído entre 1878 e 1886, inspirado no Palácio de Versalhes, por Georg Dollmann, para Ludwig II da Baviera, em estilo neobarroco. Fomos guiados por um moço que lembrava muito o próprio Ludwig II e não nos foi permitido fotografar seu lindo interior. Retiramos algumas imagens de sites para turismo feitos do local, para ilustrar um pouco da magnitude destes ambientes, nunca realmente habitado.

Entre seus destaques estão a grande escadaria, o quarto de aparato e o Grande Salão dos Espelhos. Em 2025, o Herrenchiemsee foi declarado Patrimônio Mundial da UNESCO como parte dos palácios de Ludwig II de Bayern.

O quarto.

Grande Salão dos Espelhos.

Relembrando...

Ludwig II.

O castelo está localizado em Herreninsel, no Chiemsee, que administrativamente faz parte do município de Chiemsee. A ilha, também foi conhecida como Herrenwörth, e era propriedade do Mosteiro de Herrenchiemsee, que pertencia à Diocese de Chiemsee, desde a Idade Média. Os edifícios do convento estão localizados na parte norte da ilha. Através da secularização de 1803 e da subsequente venda do mosteiro, eles passaram a ser posse do comerciante de Mannheim, Carl von Lüneschloß.

Os edifícios históricos do mosteiro foram parcialmente demolidos nos anos seguintes e parcialmente convertidos no chamado Antigo Palácio de Herrenchiemsee - Altes Schloss. O castelo e a ilha foram propriedade do Conde de Hunoltstein de 1840 a 1870, que colocou a propriedade à venda em 1870. O comprador era uma empresa de processamento de madeira sediada em Württemberg, que visava cortar a floresta da ilha. As medidas foram recebidas com rejeição pela população e forte oposição na imprensa regional, o que despertou à atenção de Ludwig II, pela ilha.

No verão de 1867, Ludwig II viajou para França e um dos destaques de sua viagem seria a visita ao Palácio de Versalhes. No entanto, a morte repentina de seu tio Otto, forçou Ludwig II a volta para Bayern, sem ter visto o palácio, cuja história ele estava intensamente envolvido há anos. Em dezembro de 1868, ele fez com que Georg von Dollmann lhe apresentasse seus primeiros projetos para um refúgio inspirado no palácio francês, com o Vale Graswang perto do Palácio de Linderhof como o local para o qual o projeto foi planejado.

Ludwig II teve os projetos do Königsschloss revisados muitas vezes. No início do planejamento do programa de necessidades, ele desejava somente um pavilhão, com dimensões baseadas nos palácios Trianon ou Marly-le-Roi. No entanto, os projetos apresentados não satisfizeram Ludwig II e se tornaram mais complexos a cada revisão. Devido à falta de espaço no vale Graswang, o Königsschloss não pôde ser construído lá na extensão desejada e o rei colocou os planos em espera em favor da expansão de Linderhof. Depois de outra viagem planejada para a França, em 1870, teve que ser cancelada. Acontecia a Guerra Franco-Prussiana a qual iniciou neste mesmo ano. Mas em 1874, Ludwig II finalmente visitou Versalhes no verão. O governo francês homenageou Ludwig II, que aniversariava, 25 de agosto de 1874. O anfitrião fez uma apresentação das fontes de Versalhes.

Após a visita a Versalhes, Ludwig II, que nunca havia perdido o interesse em Meicost Ettal, deu continuidade ao projeto. Ele já havia adquirido o Herreninsel no Chiemsee por 350.000 florins no ano anterior. A ilha provou ser um local ideal para a retomada do projeto de construção de seu Schloss devido ao seu tamanho e isolamento.

Os projetos para o Königsschloss originaram-se dos planos de Georg von Dollmann, que foi contratado como arquiteto executivo em 1878 e posteriormente foi substituído por Julius Hofmann em 1884.

Planta baixa do castelo planejada, 1878 Königsschloss.

A pedra fundamental do Königsschloss foi lançada em 21 de maio de 1878. Para poder inspecionar o trabalho durante a fase de construção, o rei permaneceu em intervalos irregulares no Altes Schloss em Herrenchiemsee, onde ele tinha um apartamento montado para esse propósito. Uma serraria movida a vapor foi instalada na costa leste de Herreninsel para dar suporte ao trabalho de construção, e os materiais de construção foram transportados por meio de uma ferrovia auxiliar especialmente instalada no local. Para construir Königsschloss, foi utilizado cerca de onze milhões de tijolos, que foram produzidos em uma olaria perto de Ising. As fachadas são rebocadas ou revestidas com pedra natural. Parte do material necessário foi obtido diretamente na ilha de uma antiga pedreira do mosteiro. O granito de Hauzenberg também foi usado como pedra de base e como revestimento para a subestrutura do Königsschloss até uma altura de aproximadamente 1,5 m. Este granito foi transportado por barcos a vapor e barcaças de Seebruck para o depósito na "Ziegelsteg" (ponte de tijolos) na costa oeste da ilha, e de lá por uma ferrovia de campo até o canteiro de obras. As obras no edifício principal de três alas começaram na primavera de 1878. A estrutura já estava planejada em janeiro de 1879, e em 1881 as fachadas externas foram revestidas com suas decorações concluídas. O interior foi concluído em 1885.

Ludwig II admirava o rei francês Luís XIV, o responsável pela construção do Palácio de Versalhes. Assim como o "castelo dos cavaleiros" do Castelo de Neuschwanstein, uma reminiscência do mundo da Idade Média e das obras de Richard Wagner, o Königsschloss de Herrenchiemsee foi concebido como um memorial aos reis Bourbon franceses. No entendimento de Ludwig II, ambos os palácios simbolizavam o direito divino da humanidade que ele glorificava, o poder soberano irrestrito legitimado pelo Deus cristão, que ele, como chefe de estado de uma monarquia constitucional, não possuía. Semelhante a Neuschwanstein alguns anos antes, o Königsschloss não foi concebido para servir como sede do governo nem para abrigar uma corte. Apesar de sua monumentalidade, foi planeado apenas como residência privada do rei recluso, que normalmente era cuidado por apenas alguns criados e tinha o trabalho governamental realizado em grande parte pelos seus secretários da corte. Assim, o Königsschloss de Herreninsel contrastava com o modelo de Versalhes, habitado por vários milhares de pessoas, onde não havia privacidade pois era o centro social, cultural e político de França durante mais de 100 anos.

A morte prematura de Ludwig II no verão de 1886 impediu-o de usar permanentemente o Königsschloss, que havia sido construído com quantias exorbitantes. O rei só viveu no palácio depois que seus aposentos privados foram concluídos e ficou lá por apenas alguns dias, de 7 a 16 de setembro de 1885. Durante esse tempo, ele recebeu a atriz Marie Dahn-Hausmann como hóspede. As visitas do rei exigiam uma organização complexa. O Salão dos Espelhos tinha que ser iluminado para ele todas as noites e a escadaria decorada com arranjos de flores luxuosos. Telas pintadas escondiam as áreas ainda inacabadas dos jardins e os cômodos não desenvolvidos do interior do palácio. Devido a dificuldade de financiamento, as obras de construção em Herrenchiemsee pararam em grande parte a partir de 1886. Naquela época, apenas o edifício principal de três alas e a concha da ala lateral norte haviam sido concluídos. Esta concha da ala norte foi demolida em 1907. Devido ao antigo nome da ilha, o complexo também era ocasionalmente chamado de Neues Schloss de Herrenwörth.

O Königsschloss foi o último grande projeto de construção de Ludwig II. Residiu no local somente por alguns dias. Após uma primeira visita à ilha, em 1875, Ludwig II retornou em 1881 para entregar o quarto de estado recém-concluído e, desde então até 1885, passou alguns dias em Königsschloss. O rei nunca quis abrir o Königsschloss, como os outros Schloss, ao público e desejava que os mesmos fossem destruídos após sua morte.

No entanto, a administração da propriedade abriu-os apenas algumas semanas após a morte do rei e os disponibilizou à visitação pública, já em agosto de 1886. Foi o mais caro de todos os seus palácios. As estimativas de custo originais para sua construção eram de 5,7 milhões de marcos, mas na época da morte do rei, as despesas quase triplicaram para 16,6 milhões de marcos. Isso tornou o Königsschloss como o mais caro do que Linderhof e Neuschwanstein juntos.

O palácio que serviu apenas como residência real por alguns dias, nunca desempenhou um papel significativo na história de Bayern. Desde a sua inauguração tem sido usado quase continuamente como museu. Após o fim da monarquia, o palácio foi entregue à administração do antigo Estado da Coroa em 1918, do qual surgiu a Administração do Schloss de Bayern, em 1932. O Königsschloss, localizado longe dos cenários de guerra, sobreviveu ileso às duas guerras mundiais.

Fomos informados de que não existia automóveis na ilha, o que não é confirmado neste registro fotográfico.

Arquitetura e Paisagismo

O Königsschloss foi concebido com linhas retas e simples. Possui três pavimentos composto por três alas que terminam em um pátio em forma de "U". A ala central de 23 eixos, voltada para oeste em direção aos jardins, é seguida pelas alas norte e sul, cada uma com 18 eixos. As frentes do jardim de quase 100 metros de largura e as frentes laterais mais curtas copiam quase exatamente o modelo do corps de logis do Palácio de Versalhes e, portanto, seguem o estilo do barroco neoclássico. O pavimento térreo é projetado com contenção e formas simples, enquanto o belétage acima, com os salões de estado, é enfatizado por janelas altas em arco, pilastras e colunas. O último pavimento do Königsschloss foi projetado como um sótão e coroado por uma balaustrada circundante decorada com vasos e representações de troféus, atrás da qual se escondem os telhados planos. As decorações figurativas representam alegorias de virtudes, ciências, profissões e artes.

O Königsschloss atual é apenas uma amostra do que deveria ser originalmente. uma vez que os projetos originais previam uma construção muito maior, baseada no complexo do Palácio de Versalhes. Assim, Königsschloss deveria ter duas alas laterais de 124 metros de comprimento em ângulos retos com as alas norte e sul do edifício principal em forma de "U".

Os jardins do Königsschloss em sua forma atual são uma imitação, do eixo principal ocidental de Versalhes, criado por André Le Nôtre no século XVII. Os jardins do palácio no meio de Herreninsel abrangem uma área retangular de aproximadamente 120 × 400 metros, cujo terço oriental é ocupado pelo edifício do palácio. Todos os jardins, a avenida oriental e o canal do ramal ocidental para o lago são emoldurados por uma avenida dupla de tílias. O jardineiro da corte real Carl von Effner, aluno do arquiteto paisagista Peter Joseph Lenné, foi contratado para projetar os jardins do Königsschloss. Effner apresentou os primeiros projetos em 1875.

Fotografia de 1886 do Königsschloss inacabado na lateral norte, que foi removida em 1907.

Assim como o Königsschloss, os jardins em sua forma planejada foram criados como uma inspiração, mas não como uma cópia do modelo de Versalhes.

O parque do palácio, projetado de acordo com as características dos jardins barrocos clássicos, deveria ser disposto em uma estrutura cruciforme, com o terraço baixo em frente ao palácio como ponto focal.

O trabalho nos jardins iniciou na mesma data do início da construção do Königsschloss, em 1878. A escavação da adega do palácio foi usada para nivelar a área do parterre de água, e uma estação de bombeamento foi construída na costa leste da ilha para abastecer as fontes de água. Os movimentos de terra se arrastaram até 1881, e os jardins propriamente ditos só começaram a tomar forma a partir desta época. Devido aos crescentes problemas de financiamento, a expansão dos jardins do palácio não foi concluída. Com a morte de Ludwig II apenas o parterre principal sem os bosquets laterais, havia sido planejado. A expansão das áreas do jardim norte, sul e leste foi finalmente abandonada, assim como a construção da bacia de Apollo. Ludwig II também pretendia desenvolver a ilha com uma ferrovia do parque percorrendo todo o caminho, mas este projeto também não foi realizado. Após a paralisação das obras nos jardins, o sucessor de Effner, Jakob Möhl, completou as áreas existentes em 1890.

A área arborizada fora do jardim do palácio, onde fizemos piquenique, permaneceu em grande parte, no seu estado original.

As imagens comunicam...