Deustche Welle
Governo alemão libera 200 milhões de euros para um projeto longamente esperado, que deve ficar pronto até 2021. Segundo políticos da área da cultura, fecha-se assim uma lacuna na paisagem artística da capital.
Berlim é uma cidade que atrai artistas de todo o mundo. O que faltava até o momento era um lugar onde eles pudessem expor suas obras. Agora, o governo federal acaba de liberar 200 milhões de euros para o longamente planejado Museu de Arte Moderna da capital alemã.
Com 14 mil metros quadrados, o novo prédio se localizará no complexo cultural Kulturforum, vizinho à Potsdamer Platz. O projeto a ser completado em 2021 é uma menina dos olhos da ministra da Cultura Monika Grütters. Destacada paladina das artes plásticas, ela definiu a liberação da verba como uma "gigantesca vitória para a história da cultura e para a paisagem museológica".
A decisão foi tomada na reunião orçamentária do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) desta sexta-feira (14/11). "A quantia é um bom ponto de partida para um prédio novo", comentou o secretário estadual de Cultura de Berlim, Tim Renner. Há menos de sete meses no cargo, o ex-produtor musical tem a chance de fazer o anúncio que a cena artística berlinenses vinha esperando há anos.
Lugar para os modernos
O argumento decisivo para esse surpreendente e generoso apoio da união foi a oferta dos colecionadores Heiner e Ulla Pietzsch, de doar ao estado de Berlim seu acervo, estimado em 120 milhões de euros. Entretanto, só sob a condição de que as obras do modernismo clássico – de Salvador Dalí, Joan Miró e René Magritte até Mark Rothko – ficassem em exposição permanente.
"Este é um avanço decisivo em anos de debate sobre a doação das extraordinárias obras de arte pelo casal Pietzsch. Finalmente será fechada essa lacuna na paisagem de museus de nossa capital", comenta o relator chefe de cultura e mídia na comissão orçamentária do Bundestag, Rüdiger Kruse.
O potencial berlinense como metrópole da arte é grande. Seis anos atrás, o salão de arte Temporäre Kunsthalle Berlin já provara isso. Numa construção provisória na praça Schlossplatz, do bairro de Mitte, ficaram expostos, durante dois anos, exclusivamente artistas que vivem e trabalham na capital.
Entretanto, o salão era uma iniciativa privada, e foi novamente desmontado em agosto de 2010. Até agora faltavam ao Senado berlinense as verbas para a construção de um museu.
Três coleções sob um teto
"Mesmo em tempos de tensão orçamentária, a cultura é indispensável, digna de fomento e deveria ser decididamente fortalecida", diz o porta-voz de cultura do Partido Social-Democrata (SPD), Johannes Kahrs.
Temporäre Kunsthalle Berlin funcionou de 2008 a 2010
Em 2013, o antecessor da ministra Grütters, Bernd Neumann, já conseguira da comissão orçamentária a liberação de surpreendentes 10 milhões de euros para a arte.
Além da coleção Pietzsch, o prédio do novo Museu de Arte Moderna também fornecerá endereço fixo às coleções Marzona e Marx, as quais incluem obras do pós-guerra e do fim do século 20. Seu lar original, o museu Hamburger Bahnhof, não oferecia espaço suficiente para expor tudo de forma abrangente.
"As coleções Pietzsch, Marx e Marzona representam uma fantástica complementação para nossa excelente paisagem de museus", comenta Tim Renner. Ele se diz satisfeito por esses objetos artísticos finalmente serem exibidos publicamente, ficando acessíveis a todos os cidadãos.
- Data 15.11.2014
- Autoria Sabine Oelze (av)
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