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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Alguns acontecimentos - Colônia Blumenau 1857.
Relembrando um pouco como iniciou essa história....
Em 1850, após um trabalho intenso de propaganda na Alemanha, Hermann Blumenau conseguiu reunir um pequeno grupo de pessoas para imigrar para o Vale do Itajaí - Brasil. O embarque do grupo aconteceu no mês de junho de 1850. Após de 84 dias de viagem, chegaram no Rio de Janeiro - capital do Brasil.
Hermann Blumenau veio na frente do grupo e encontrou o local da foz do ribeirão da Velha abandonado. Neste, estavam velhas cabanas com um velho escravo paralítico e uma escrava, sua companheira. Também, tinha um engenho de serra, que não funcionava. Não haviam plantações, somente um pasto com meia duzia de vacas.
Este era o quadro existente, quando chegaram na foz do ribeirão da Velha, o sobrinho de Hermann Blumenau - Reinold Gärtner e os primeiros 16 moradores da Colônia Blumenau que simbolicamente surgia neste momento. O grupo viajou da Alemanha para o Brasil com o veleiro Christian Mathias Schröder.
Os Pioneiros
- Reinhold Gaertner - 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho do Sr. Hermann Blumenau;
- Franz Sallenthien - 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- Paul Kellner - 23 anos, solteiro, lavrador, igualmente de Brunsvique;
- Julius Ritscher - 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover.
- Wilhelm Friedenreich - Veterinário - 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com ...
- Minna Friedenreich - 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- Clara Friedenreich - com 2 anos de idade;
- Alma Friedenreich - com 9 meses.
- Daniel Pfaffendorf - 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- Friedrich Geier - 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- Friedrich Riemer - 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia.
- Erich Hoffmann - 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
- Andreas Kuhlmann - 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- Johanna Kuhlmann - 44 anos de idade, e das filhas;
- Maria Kuhlmann - 20 anos de idade;
- Christine Kuhlmann - 17 anos.
- Andreas Boettcher - 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.
Os primeiros imigrantes eram da religião protestante luterana. Logo que aportaram, iniciaram a construção de novos ranchos, fizeram derrubadas, limpezas de terrenos e plantações. Desde que chegaram, contaram com o apoio de famílias residentes na região. Destas - 17 eram famílias de imigrantes alemães - viviam nas localidades de Pocinho e Belchior, distante de aproximadamente, 4 quilômetros, rio abaixo, da sede da nova colônia. Entre estes, foi muito importante o apoio da Família Wagner - para ler, clicar sobre: Johann Peter Wagner / Pedro Wagner - O pioneiro
Quando assumiam suas terras |
Georg Schmidt, Ludwig Werner (roceiros); Johann Händschen e o belga Jacob Villain (Ferreiros); Georg (Pai de Peter Wagner) Wagner, Ludwig Wagner, Antonio Händschen, Josef Sesterheinn, Peter Lukas, Nikolau Deschamps, Joaquim Antônio Amorim, Jacinto Miranda, Marcelino Dias, Valentim Theiss, auxiliaram em tudo um pouco.
Nem todos os 17 primeiros chegantes permaneceram na Colônia Blumenau. De todos os nomes citados, somente a família de Wilhelm Friedenreich e Friedrich Riemes radicaram-se permanentemente na Colônia Blumenau, que aniversaria no dia 2 de setembro.
Acrescentando de novo está as ocorrências publicadas no edição do Blumenau em Cadernos T1 N1 1957.
Nos primeiros anos de existência da Colônia Blumenau, que faziam os registros oficiais para a sua História era o próprio fundador da Colônia - Hermann Blumenau.
Foi registrado que um ano após a chegada dos 17 pioneiros que vieram sob organização de Hermann Blumenau, nasceu a primeira blumenauense, Ida Friedenreich, filha dos prussianos Wilhelm Friedenreich e Minna Friedenreich, que já tinham duas crianças, Clara Friedenreich (3 anos) e Alma Friedenreich (1 ano e 9 meses).
Observamos, ao analisar os números apresentados do ano de 1857, que o número de óbitos foi maior que número de nascimentos. Também em 1857, aconteceu a fundação da comunidade evangélica luterana de Blumenau. Anterior a essa data, Pastores luteranos de Joinville, na época - Colônia Dona Francisca, faziam as cerimônias na Colônia Blumenau. Um exemplo disso, foi os casamentos da filha mais velha do Pioneiro da Colônia Blumenau - Peter (Pedro) Wagner, Margartethe e de sua sobrinha Catharina Lukas.
No dia 20 de março de 1855 - Margarethe Wagner (chamada no seio da família Wagner de Gretchen), com 15 anos de idade, casou-se com Karl Friedrich Julius Baumgarten (filho de pastor luterano), 23 anos, natural de Lehre.
O noivo chegou à colônia com 21 anos de idade em junho de 1853 - deixou na Alemanha, os pais e irmãos. O momento festivo foram os primeiros casamentos a se realizarem na Colônia Blumenau, junto com o casamento também da sobrinha de Peter (Pedro)Wagner, filha de sua irmã Dorotheia (Wagner) Lukas e Peter Lukas - Catharina Lukas que se casou com Wilhelm Schönau. Quem realizou os casamentos foi o Pastor Georg Hölzel da Colônia Dona Francisca.
Pastor Georg Hölzel |
Gunther Ronald Ewald |
É muito compensador, quando pessoas se reconhecem parte dessa história, como Gunther Ronald Ewald, residente na cidade de Gramado RS, nos escreveu contando que é tataraneto de Catharina (Wagner) Lukas e Wilhelm Schönau. A História está por aí e é bom que a conheçamos, pois é parte da identidade da cidade de Blumenau.
Também lembramos, que a história oficial de Blumenau não mostra muito os feitos dos pioneiros que chegaram na região, antes da vinda de Hermann Blumenau e os 17 "primeiros" imigrantes.
Leitura complementares - Clicar sobre o título escolhido:
- Colônia Blumenau - História das famílias dos imigrantes - Irmãos Carl
- Colônia Blumenau - Blumenau - Desde 1846 - Um pouco desta História...
- Johann Peter Wagner / Pedro Wagner - O pioneiro
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Stammtisch na sede do Winzerkapelle Rödelsee - Roteiro Alemanha 2016
Reunião de grupo de amigos, para comer, beber e conversar em torno de uma mesa - Stammtisch |
Tanto já falamos sobre Stammtisch na região do Vale do Itajaí nesse espaço e também, sobre o resgate que vem ocorrendo nas ruas de muitas das cidades da região, que participamos de um Stammtisch na cidade de Rödelsee - norte da Bavaria - sul da Alemanha, durante o roteiro Alemanha 2016.
Stammtisch acontece periodicamente na cidade de Blumenau e cidades vizinhas. O evento, que movimenta muitos grupos de amigos, é baseada em um hábito trazido pelos primeiros imigrantes que fundaram a Colônia Blumenau e seus contemporâneos.
Comumente, os primeiros residentes do primeiro núcleo urbano da Colônia Blumenau, reuniam-se no primeiro Clube de Caça e Tiro da colônia - o Schützenverein Blumenau (Atual Tabajara Tênis Clube - que recebeu este nome durante a 2° Grande Guerra - condição para continuar em funcionamento) - Nesse local se reuniam os primeiros alemães que se fixaram no Stadtplatz, a exemplo da sede do Winzerkapelle, que até hoje é um dos locais onde um grupo de amigos de Rödelsee se reúnem e, ou, recebem seus amigos, para seus Stammtisch's.
Sede Winzerkapelle Rödelsee |
Aqui na região, os antepassados trouxeram consigo o hábito de se encontrarem na Associação, no final do dia de trabalho, para beber uma Bier, cantar e tocar música e conversar sobre assuntos relacionados à comunidade e outros. Atualmente, essa prática está sendo resgatada, mas na Alemanha, essa prática nunca deixou de existir. Em dias de sol e no verão colocam também as mesas na rua para melhor aproveitar o sol, que tem a sua presença com os dias contados. Apreciam até hoje, a prática de atividades de lazer ao ar livre e sob o sol. Comprovando isso, vimos muitas mesas e bancos à beira da estrada, ao longo dos caminhos, ou mesmo à frente de locais públicos para que as pessoas possam, por momentos livres, conversarem e mesmo lancharem, ao ar livre.
Em Rödelsee, em frente a Casa Velha - outro local do Stammtisch na cidade de um grupo de amigos que recuperaram a referida casa.
|
Schwanberg - Rödelsee - Unterfranken - Baviera |
É muito curioso que já ouvimos tantas interpretações erradas sobre o grande número de Associações na cidade de Blumenau. Por exemplo: Há tantas associações de Caça e Tiro porque "os alemães" não se entendem. Brigam muito entre si e isso está explicado porque precisam ter tantos Associações.
Já ouvimos historiador falar esta "conclusão"! (??)
Coro Masculino Liederkranz - C.C. 25 de Julho de Blumenau |
O que vimos em muitas cidades alemãs que visitamos e concluímos. As pessoas levam a sério tudo o que se propõem a fazer. Se há contas a pagar, é necessário um rateio e se precisa de "caixa" é necessário um tesoureiro. Por certo, também é necessário alguém que coordene, o diretor de material...etc...etc...e logo temos uma diretoria e uma associação. Basta observar os grupos culturais do C.C. 25 de Julho de Blumenau - O Coro Masculino Liederkranz, por exemplo, tem sua diretoria desde a data que foi fundado, no ano de 1909.
Isso vale para qualquer atividade praticada entre amigos. É muito racional e prático e não há surpresas e nem espaço para dúbia interpretação. Encontramos associações de jogos diversos onde existia uma diretoria para abastecer o grupo de Bier, durante o lazer.
Grupo de Spiel Boule |
Se há três amigos para uma atividades esportiva e de entretenimento - há uma sociedade. O motivo - não é porque os membros e as pessoas não se entendem, ou porque são teimosos, ou brigam. É disciplina.
Notamos que há entre esses amigos, muita diversão, um humor inteligente e um pouco mordaz, que nos faz rir.
São realmente amigos e se encontram nesses espaços, raramente em sua sala de visita, como acontece no Brasil. Na Alemanha a vida social é na sede da associação.
Conhecemos muito bem a Banda Winzerkapelle Rödelsee, que esteve em muitas edições do Oktoberfest Blumenau. A partir desses encontros, visitas ao C.C. 25 de Julho de Blumenau e amizades entre famílias de Rödelsee e famílias blumenauenses, as duas cidades mantêm estreitos laços através de visitas mútuas de cidadãos de Rödelsse a Blumenau e de Blumenau a Rödelsee.
Nessa edição Roteiro Alemanha 2016, fomos convidados a participarmos de um Stammtisch na sede do Winzerkapelle Rödelsee, para conversar, confraternizar e beber, além de Bier, a caipirinha, bebida que apreciam muito e sabem fazer muito bem. Foi um dos intercâmbios muito bem materializados entre Blumenau e Rödelsee.
Prosit - Caipirinha e Bier |
O encontro 2016 aconteceu na sede de Winzerkapelle Rödelsee após nossa excursão a pé pela cidade de Kitzingen. Quando chegamos à cidade de Rödelsee, nos aguardavam para ir até a sede do Wizenkapelle.
Esse Stammtich na cidade de Rödelsee com amigos da Winzerkapelle aconteceu no dia 25 de maio de 2016.
As imagens comunicam...
Pequenos trajetos, nas cidades alemãs, são percorridos a pé ou de bicicleta, nunca de automóvel.
No pacote, limões para a caipirinha |
Recordações dos amigos de Blumenau - todos guardados na sede |
Logo que chegamos, nos oferecemos para fazer caipirinha, imaginando estar colaborando, uma vez que é um drink brasileiro e nossos amigos poderiam ter dificuldades. Fizemos a primeira caipirinha (Um copo de um litro de Bier) e a segunda foi feita por um dos amigos de Rödelsee. Essa segunda ficou muito mais saborosa que a nossa.
Annika Zippelius (Direita) - Nova Weinprinzessin de Rödelsee 2017 - saboreando caipirinha |
Perto da meia noite nos despedimos de todos com muita alegria e gratos pela ótima companhia, recepção (éramos convidados) e boas lembranças. Voltamos o trajeto até a residência que estávamos hospedados, olhando a cidade de Rödelsee a noite e em silêncio. Com alegria novamente e sem medos...
Olhando as estrelas e as flores...
Leituras complementares - Clicar sobre o título escolhido
- Annika Zippelius é a Nova Weinprinzessin de Rödelsee
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