Otto - Stutzer - Ex- Prefeito de Blumenau
Mandato - 16 de abril de 1895 até novembro de 1898 - Galeria dos Ex - Prefeitos
Prefeitura Municipal de Blumenau
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Frederico Kilian |
Conhecemos os descendentes de Frederico Kilian - Família Kadletz (Família de sua filha Orla). Resolvemos apurar e pesquisar mais sobre a vida do patriarca Stutzer.
Diante das evidências, sua história merece espaço para que outras pessoas a conheçam, principalmente porque "cruza" com a história do fundador da Colônia Blumenau - Hermann Bruno Otto Blumenau.
Diante das evidências, sua história merece espaço para que outras pessoas a conheçam, principalmente porque "cruza" com a história do fundador da Colônia Blumenau - Hermann Bruno Otto Blumenau.
Frederico Kilian nasceu em 8 de julho de 1898 em Palhoça (SC). Filho de Eduardo Kilian e Helena Burckardt, casou-se na década de 1920 com Gertrudes Müller.
Frederico Kilian conheceu Otto Stutzer, como ilustra a fotografia abaixo.
Sentado à direita, pode ser avô de um dos noivos - Otto Stutzer. |
Otto Stutzer nasceu no mesmo Condado (território que em 1871 seria a Alemanha) que nasceu Hermann Blumenau - Condado Brunsvique ou Brauschweig (em alemão) - Reino de Westphalia. Eram conterrâneos e contemporâneos, com uma diferença de idade de 16 anos. A distância entre os povoados que cada um nasceu era de 68Km. Otto Stutzer nasceu no povoado de Seesen e Hermann Blumenau no povoado de Hasselfelde - povoados do Condado Brunsvique ou Brauschweig (em alemão). O pai de Otto Stutzer era Pastor Luterano.
Localização do condado no Reino de Westphalia em 1812. |
Condado de Brauschweig
Otto Stutzer nasceu no Condado Brunsvique ou Brauschweig (em alemão) no dia 3 de fevereiro de 1836, no povoado de Seensen, entre as montanhas do Harz, O Ducado de Brunsvique ou Brauschweig, que é a pátria também de Hermann Blumenau - fundador da Colônia Blumenau.
Ducado de Brunsvique ou Brauschweig |
Ducado de Brunsvique ou Brauschweig |
Magdeburgo - Alemanha - Otto Stutzer trabalhou no arredores em uma Usina de açúcar de beterrabas. Trabalhou na plantação. - Às margens do Rio Elba. |
Quando ainda trabalhava na usina, conheceu a propaganda de Hermann Blumenau e da colônia do Sul do Brasil. Lembramos que oportunisticamente e com intenções de conhecer o Brasil pessoalmente, Hermann Blumenau se candidatou a uma vaga de Agente Fiscal do governo alemão da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" criada para checar as condições dos imigrantes alemães no país, os quais reclamavam aos familiares na Europa, que contratos e acordos não eram respeitados por parte do governo brasileiro como também, não viviam em boas condições, diferentemente daquilo propagada anteriormente nas regiões onde atualmente está a Alemanha. Como representante oficial do governo alemão, Hermann Blumenau visitou colônias de imigração alemã nas Províncias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande, além da capital do Brasil na época - Rio de Janeiro.
Hermann Blumenau retorna para a Alemanha e ao contrário de narrar os pontos negativos sobre as colônias alemãs no Brasil, conta "as vantagens" que o imigrante encontrará ao vir para o país tropical.
O fiscal da "Sociedade de Proteção aos Emigrados Alemães" - Hermann Blumenau - toma as providências necessárias para materializar a fundação da colônia que recebe o seu nome - Blumenau - localizada no Vale do Itajaí, Província de Santa Catarina. Para isso, também fez propaganda positiva no território que mais tarde seria a Alemanha, as mesmas observadas por Stutzer.
A data da fundação da Colônia Blumenau ficou registrada no dia da chegada dos 17 primeiros imigrantes alemães à região, no dia 2 de setembro de 1850 - via embarcação fluvial. Hermann Blumenau deixou publicações da nova colônia além mar na região de sua terra natal e onde entra nessa história - Otto Stutzer. Esse ficou muito interessado, quando leu a publicação de Blumenau - propaganda da colônia fundada por ele à margem do Rio Itajaí Açu.
Nessa época, também conversou com o sobrinho de Hermann Blumenau que estava na Europa - Reinold Gärtner.
Otto Stutzer decidiu fazer vida nova no Brasil acreditando na propagando sobre a Colônia Blumenau. Chegou no Porto de Itajaí no dia 10 de agosto de 1856.
Colônia Blumenau - 1857 - Boulevard Hermann Wendeburg - Atual rua das Palmeiras |
Itajaí - Século XIX |
Quando Otto Stutzer chegou ao Brasil, tinha 20 anos de idade e Hermann Blumenau - 36 anos de idade.
No momento que Stutzer desembarcou no porto de Itajaí, foi aconselhado a ficar naquela região para aprender o idioma português. Essa prática era muito comum, não somente no porto de Itajaí, mas também no porto de São Francisco. Aliciavam os imigrantes que chegavam nos portos da costa catarinense que precisava povoar (por isso existia a propaganda para atrair a imigrantes na Europa) e muitas vezes conseguiam impedir que o mesmo chegasse ao destino de fato.
No momento que Stutzer desembarcou no porto de Itajaí, foi aconselhado a ficar naquela região para aprender o idioma português. Essa prática era muito comum, não somente no porto de Itajaí, mas também no porto de São Francisco. Aliciavam os imigrantes que chegavam nos portos da costa catarinense que precisava povoar (por isso existia a propaganda para atrair a imigrantes na Europa) e muitas vezes conseguiam impedir que o mesmo chegasse ao destino de fato.
Os residentes dos portos, para aliciar os imigrantes que chegavam, falavam negativamente do local para onde esses pretendias se instalar. Inocente à realidade - Otto Stutzer ficou trabalhando nas terras de Manoel Mafra - Itajaí por algum tempo.
Quanto ao aprender a língua portuguesa para morar nas colônias alemãs - nesse tempo - não havia necessidade, porque os imigrantes alemães viviam nas nucleações urbanas do Vale do Itajaí isolados e afastados da administração e governo brasileiro e das cidades brasileiras - cuja colonização era portuguesa e em alguns casos - também com a etnia africana - a partir da presença de cativos desses portugueses pioneiros e de seus descendentes.
Nas povoações da grande Colônia Blumenau, entre si, falavam somente no idioma alemão. Em algumas localidades essa realidade perdurou até bem pouco tempo. Portanto - "seguraram" Otto Stutzer em Itajaí, antes desse seguir viagem para a Colônia de Blumenau.
Não temos a data correta que Otto Stutzer seguiu viagem para a sede da Colônia Blumenau - destino para onde pretendia seguir quando saiu da Alemanha.
Como o garoto Gustavo Hackländer (O link da Postagem no final), quando chegou ao seu destino, também foi trabalhar no transporte do correio da Colônia Blumenau até Itajaí e de lá, de volta à Colônia Blumenau. Fazia o trabalho de canoa e o ir e vir de Itajaí era uma viagem, geralmente, de dois dias.
Na Colônia Blumenau, encontrou sua esposa na família Bichels. Casou-se com Teresa.
Com a idade de 24 anos foi trabalhar na propriedade do fundador da Colônia e conterrâneo seu, Hermann Blumenau. Trabalhou no moinho e na serraria de Hermann Blumenau - serraria que beneficiava a madeira dos arredores à colônia.
Na propriedade do fundador, também ficou próximo da administração da colônia. Após 10 anos, Otto Stutzer foi nomeado juiz de paz da Colônia Blumenau.
No ano seguinte, em 1871, acompanhou o Engenheiro Emil Odebrecht em uma expedição até Curitibanos. O projeto da abertura do caminho até Curitibanos, teve início após a Guerra do Paraguai, no ano de 1867, com a abertura de uma picada, ligando Blumenau ao Planalto Serrano.
Blumenau a Curitibanos, na época foi uma das principais estradas aberta e o caminhos para outros caminhos no interior do Estado de Santa Catarina.Otto Stutzer retornou a trabalhar na abertura da Estrada Blumenau Curitibanos, com o Engenheiro Emil Odebrecht e permaneceu nessa frente de trabalho de 1875 a 1881.
Otto Stutzer foi eleito vereador à Câmara Municipal, em julho de 1882. Permaneceu no cargo até o ano de 1890 quando assumiu o cargo de Procurador da Câmara Municipal. Permaneceu no cargo até o ano de 1894.
Nesse tempo, no ano de 1883, Otto Stutzer participou de reuniões para implantar uma Liga Maçônica na Colônia Blumenau. Talvez isso explique a sua participação mais sólida e ativa na administração de Blumenau, tendo esse, uma formação agrícola. Lembramos que Hermann Blumenau era maçom, na Alemanha e a proximidade entre os dois pode ter facilitado para que esse se tornasse maçom e burocrata. Para o fundador era interessante ter ao seu lado um aliado de confiança e maçom.
Encontramos publicado sobre a existência de um convite formal para a fundação de uma Liga Maçônica no dia 24 de fevereiro de 1883 - Blumenau em Cadernos T1 - N°4 - Ano 1958, na qual, uma das assinaturas, de um total de três, era de Otto Stutzer.
Foi encontrado um recebido da maçonaria da Colônia Blumenau no meio dos papéis de Otto Stutzer - nome presente na publicação da Revista Blumenau em Cadernos - referente a gastos de construções, com a data de 31 de dezembro de 1883. Fato que confirma a presença da loja maçônica e do grupo de pessoas que a frequentavam a loja, entre eles - Otto Stutzer.
Dando prosseguimento, já no ano de 1895, Otto Stutzer foi eleito Superintendente de Blumenau - está para o papel do prefeito atual - e para Conselheiros Municipais - está para os vereadores atuais. Na Alemanha atual, ainda existe os Conselheiros. As eleições foram realizadas no mês de abril de 1895.
Otto Stutzer no casamento do Frederico Kilian |
Otto Stutzer e os Conselheiros eleitos tomaram posse no dia 16 de abril de 1895. Período conturbado, pós-Revolução Federalista ocorridas nos anos 1893/1894.
Quando Otto Stutzer terminou seu mandato, em 1898, sem conseguir a reeleição, perdendo a para Bonifácio Cunha, assumiu o cargo de tesoureiro municipal, cargo público que ocupou por treze anos ininterruptamente, quando se aposentou no ano de 1916.
Faleceu no dia 28 de fevereiro de 1927, com a idade de 91 anos de idade.
Faleceu no dia 28 de fevereiro de 1927, com a idade de 91 anos de idade.
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- Uma História que iniciou muito antes da chegada do Sr. Hermann Blumenau - Johann Peter Wagner / Pedro Wagner
Hoje descobrimos Otto Stutzer emprestou seu nome a um pequeno ribeirão localizado no bairro de Salto Weissbach. Sua foz está no grande Itajaí Açu, nas proximidades da Rua José Deeke.
Descobrimos porque um pontilhão pertencente ao patrimônio histórico arquitetônico ferroviário da antiga Estrada de Ferro Santa Catarina, construída na sua foz está sendo condenada pela administração pública de Blumenau, de acordo com a ordem de serviços que chegou a nós nessa manha do dia 20 de novembro.
O pontilhão de ferro tem 108 anos de idade e foi sugerido em várias proposta - que todo esse material ferroviário ainda presente na paisagem fosse assimilado em trajetos de lazer e de ciclovias e ou para uso de pedestres.
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