Angelina Wittmann - Arte-Cultura-História e Antropologia : Conversando - A mídia

Prainha - Uma praça pública sem uso em espaço nobre da c idade

É muito curioso ver a mídia "vendendo turismo" no caríssimo espaço televisivo durante o horário nobre de noticiário, somente. E não vimos isso somente em um determinado canal e somente na escala local – é uma prática que ocorre nas diversas escalas midiáticas.

Especialmente aqui na cidade de Blumenau, nesse momento, as pessoas, independentemente de sua formação, conhecimento e lugar na pirâmide social, podem imaginar que de fato, para que ocorra o turismo oriundo de outras regiões, cidades do país ou mesmo de outros - o espaço da Vila Germânica seja o espaço ideal e que oferece um bom apoio para atender o disputado turista e também, gerar o turismo. Aliás, no “espaço jornalístico” mencionaram “que ajudam o turista a vir para Blumenau”. Afinal – a pergunta é - o que traz o turista para Blumenau? - Assistimos isso no Jornal do Almoço – no dia 22 de janeiro de 2018.

Se considerarmos, que até bem pouco tempo, chegar à cidade de Blumenau, ou mesmo, para os residentes locais, era um grande problema encontrar locais para comer e lanchar nos finais de semana e feriados – as pessoas podem até imaginar que de fato, é assim. Ou são induzidas a imaginar que é assim!

A questão não é somente essa. A imprensa, se realmente tivesse interesse – poderia ser um pouco mais educativa e menos parcial na abordagem de uma matéria tão ampla e não demonstrar, tão explicitamente o apelo exclusivamente comercial que há por trás da notícia e dos “intelectuais” comentários de seus apresentadores.

Uma cidade, pode se munir de espaço para gastronomia, em setores privados - propriedade de investidores (E não, em espaço público – como era a PROEB até bem pouco tempo atrás – propriedade das pessoas e da municipalidade - da cidade de Blumenau). Quando a cidade é bem resolvida e seus munícipes são respeitados a partir de suas necessidades mínimas atendidas, o turismo é uma consequência dessa organização a partir das questões sociais.

Quem quer e pode gastar com viagens e turismo, quer conhecer espaços bem resolvidos, com história na paisagem e onde as pessoas vivam felizes – diferentes de sua realidade – e não poderá ser em um Shopping center, porque existem inúmeros, em todas as partes do mundo.

A indústria do turismo é uma consequência e que, até poderá gerar outras fontes de renda a partir dos negócios para atender essa demanda, como restaurantes, bares, lanchonetes, hotéis, lojas...etc....etc..

Mas antes disso tudo, é preciso preservar a história na paisagem a partir da valorização de uma arquitetura peculiar feita pelos primeiros imigrantes com a técnica construtiva do enxaimel, o Centro Histórico do Vale do Itajaí - Stadtplatz e até mesmo o primeiro Complexo da Proeb, que apresentava uma Arquitetura Original e que no governo do Prefeito Municipal João Paulo Kleinubing, da cidade de Florianópolis, recebendo orientações do Senador Luiz Henrique da Silveira – que residia em Joinville, demoliu um patrimônio público blumenauense de uma dia para o outro, sem qualquer conversa com a comunidade blumenauense. Hoje o local é provido de lojas (Setor privado – que gera alguma coisa para alguns), anunciado pela mídia como a grande “sacada” do turismo em Blumenau – e que poderá auxiliar nas questões econômicas da cidade.

Preferimos imaginar que essas conclusões aconteceram, inevitavelmente, pela ausência de conhecimento. Repetimos novamente – muitas das pessoas pessoas que “vendem essas falas sobre o turismo” na cidade e região, fazem turismo na Europa, indo visitar os grandes parques e ver a arquitetura nas cidades históricas, nas quais o turismo existe como deveria ser. Ou seja, nessas cidades, as pessoas vivem bem, têm transporte público e infraestrutura de qualidade e sua história ancestral está presente na paisagem a qual mostram com muito orgulho para nós, visitantes.
Isso significa que não vivam com tecnologia?
Nada!
Vivem com tecnologia de ponta, e suas cidades têm áreas onde são permitidos construir a nova e contemporânea arquitetura, as quais também atrai o visitante, pois o fazem com Planejamento Urbano.

Rua XV de Novembro - início do Século XIX - muitas tipologias com a técnica construtiva enxaimel na paisagem.

Itoupavazinha - Blumenau SC

Circulação de ônibus que corta a cidade de norte a sul, passa pela histórica Rua das Palmeiras, primeira via urbana do Vale do Itajaí - centro histórico de toda a região - antigo Stadtplatz.

Uma das primeiras máquinas da EFSC - ao tempo para "atrair turista"

Harpia - A obra colocada neste ponto estratégico de Blumenau, foi a materialização de uma homenagem (março de 1996) do Sr. Günter Hermann Horst Koczorski e da da Fundação Municipal do Meio Ambiente à Comunidade de Blumenau, por sua consciência ecológica. Esta ave já fazia parte do ecossistema do Vale do Itajaí, hoje não mais.

Circulação de ônibus que corta a cidade de norte a sul, passa pela histórica Rua das Palmeiras, primeira via urbana do Vale do Itajaí - centro histórico de toda a região - antigo Stadtplatz.

Macuca - ao tempo - para atrair turistas.

Macuca em atividade - Bairro Passo Manso - Blumenau.

Igreja Luterana de Salto Weissbach - Blumenau

Espaço público da Prefeitura Municipal de Blumenau - local das primeiras Oktobrfest s organizadas pela Secretaria de Turismo

Vila Germânica - Arquitetura de gosto duvidoso a partir de fachadismo - internamente sem referencias visuais e pontos focais.

Vila Germânica - Arquitetura de gosto duvidoso a partir de fachadismo - internamente sem referencias visuais e pontos focais .- construído no local onde estava a PROEB - terreno público

Antiga Praça do Porto - Centro histórico - Existia um paisagismo seguindo as linhas clássicas que atendia e integrava o ribeirão da Velha e as margens do grande rio.

A praça foi descaracterizada e permitiram a construção de uma cervejaria sobre ela - atualmente é um "restaurante". Está sobre um espaço público e também a vista mais bonita do rio Itajaí Açu.

Atual Prefeitura de Blumenau, construída a partir do fachadismo - Estrutura em concreto, com "ripas" cruzadas na fachada, no terreno onde estava uma tipologia enxaimel legítima e a estação mais antiga da EFSC. Atualmente a máquina a vapor - Macuca está exposta no seu jardim para os turistas fazerem fotos.