Conhecemos Reynaldo Wilmar Pfau na metade da década de 1990, do século passado, como artista plástico, no auge de sua carreira e produção de artes plásticas. Conhecemo-o em uma vernissagem/sarau organizado por Lindolf Bell, que naquela sociedade blumenauense, sabia como ninguém, reunir pessoas interessadas nas artes, na região do Vale do Itajaí, com o epicentro na cidade de Blumenau. Sempre que possível, participávamos dos saraus culturais de Bell.
Trabalhamos juntos com Pfau na montagem de ambientes. Ele com a arte e nós, com a arquitetura.
Neste tempo, final do século XX e início do século XXI, Reynaldo Wilmar Pfau apresentou sua obra em várias cidades e em eventos. Sua obra tinha uma personalidade marcante e orgânica a partir de uma composição de cores ousadas e técnicas próprias desenvolvidas a partir de suas pesquisas - resultado de suas duas formações acadêmicas e a atividade desenvolvida por seu pai na farmácia no manuseio de remédios - química. Reynaldo é formado em biologia e artes. Alinhado a estas questões de formação e experiência acadêmica e também, empírica - estão a sua curiosidade investigativa e o espírito criativo - observador, leve e silencioso.
No final da década de 1990, Reynaldo Wilmar Pfau foi festejado por sua passagem de 25 anos de arte. Há exatos 25 anos atrás.
Então podemos afirmar que, como muitos contemporâneos, acompanhamos, neste mês de setembro de 2021 - a passagem do 50° aniversário de arte de Reynaldo Wilmar Pfau.
Sua arte não se limita mais somente em pincéis e tintas, mas também no canto, na música e na interpretação. É um artista pleno, depois de 50 anos. |
Reynaldo Wilmar ampliou o leque das atividades artísticas. Ao completar 50 anos de atividades artísticas, o artista se tornou cantor, ator e musicista. Além de todas estas práticas, foi professor de música e trabalhou por aproximadamente 20 anos, como designer de criação da Artex, além da farmácia Altona, que pertenceu à família.
Seu pai, Reynaldo Pfau, foi farmacêutico na tradicional comunidade de Itoupava Seca, antiga comunidade de Altona.
Nas palavras de Reynaldo Wilmar Pfau, a descrição do farmacêutico Pfau de Itoupava Seca, o segundo farmacêutico de Blumenau.
"Meu pai foi um grande homem em todos os sentidos.Tenho por ele uma imensa admiração e saudade.Aos 16 anos, veio de São Francisco do Sul para Blumenau, fez curso de prático farmacêutico em Florianópolis e, em fevereiro de 1925, iniciou sua Farmácia Altona, no Bairro Itoupava Seca, em Blumenau. Foi o segundo farmacêutico da cidade. Casou-se com Erna e tiveram quatro filhos: Norma, Ilka, Edla e Reynaldo Wilmar.Eu convivi com a importância do trabalho de papai na comunidade, pois ele se tornou um marco do "espírito da esperança e da cura" em toda a região. Era tido como um médico, pois resolvia qualquer parada, e, ainda mais, por existirem poucos médicos em Blumenau.Deixou-me o exemplo da abnegação, da seriedade de encarar as responsabilidades, da honestidade e, principalmente, da ética profissional acima de tudo. Deixou-me marcado seu carinho e dedicação como atendia a todos o que o procuravam, a qualquer hora do dia ou da madrugada.Era um homem prático para resolver qualquer situação. Era um amante fanático da natureza e, principalmente, do Rio Itajaí-Açu, rio que ele me ensinou a nadar.Era fascinante vê-lo manipulando frascos, almofarizes, as fórmulas para fazer unguentos, pomadas e cápsulas. Os armários eram enormes, com prateleiras de produtos a serem manipulados.Assim, também pude desfrutar desta facilidade de acesso a materiais, que me permitiram desenvolver experimentos que aproveitei na minhas obras como artista plástico.Hoje, vejo que a época em que convivi com papai foi fascinante.Gostaria de voltar ao passado e experimentar tudo de novo." Reynaldo Wilmar Pfau
Frasco de manipulação da farmácia do farmacêutico Reynaldo Pfau, seu pai, fotografado sobre a obra inspirada na natureza com motivos orgânicos. |
O farmacêutico Reynaldo Pfau emprestou seu nome a uma rua do Bairro de Itoupava Seca, nas proximidades do IPT - antigas oficinas ferroviária - atual patrimônio da FURB.
O Artista plástico - Reynaldo Wilmar Pfau
Reynaldo Wilmar Pfau nasceu em 8 de dezembro de 1949 em Blumenau. Sua família é uma das tradicionais e pioneiras famílias de Itoupava Seca - antiga comunidade Altona. Estudou o primário no Grupo Escolar Machado de Assis, antiga Escola Alemã de Altona - encampada pelo Estado no período do Nacionalismo. Cursou o secundário no Colégio Santo Antônio. Ainda muito cedo, em contato com o trabalho de seu pai, Pharmacia e a manipulação dos remédios, teve o contato com a química. Cursou na faculdade, os cursos de Ciências Biológicas (1974) e também, Educação Artística (1977) - Universidade Regional de Blumenau - FURB.Antes mesmo de concluir o curso de Educação Artística, expôs seus primeiros trabalhos no acervo da Galeria Açu-Açu, com Elke Hering e Lindolf Bell, em 1969
. Fez exposições individuais em Blumenau, Florianópolis e Uberlândia (MG). Participou de exposições, desde as Coletivas de Artes Plásticas Barriga-Verde até exposições por toda Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Participou também de leilões de Arte, de uma Bienal Nacional e ostenta prêmios em exposições e salões de arte.
Lembrando que a estreita relação com seu pai explica sua fascinação por paisagens naturais junto ao Rio do Itajaí Açu e elementos da botânica - natureza. Adotou o motivo como inspiração para desenvolver sua obra - de suporte da expressão. Sua primeiras obras fazia uso da madeira nas suas várias possibilidades de uso. A madeira trazida e moldada pelas águas do rio. O seu relacionamento com as atividades da farmácia, pesquisas, experimentos químicos influencia muito a formação de sua técnica adotada em toda sua obra de artes plásticas - através da pesquisa, diversidade de materiais, tintas, pigmentos naturais, ou não. No início de sua carreira, sua arte contribuiu para a produção têxtil, onde trabalhou por mais de 20 anos como designer têxtil. Foi professor nas escolas do Teatro Carlos Gomes e também, na FURB.
Lindolf Bell e Elke Hering. |
Lembrando que a estreita relação com seu pai explica sua fascinação por paisagens naturais junto ao Rio do Itajaí Açu e elementos da botânica - natureza. Adotou o motivo como inspiração para desenvolver sua obra - de suporte da expressão. Sua primeiras obras fazia uso da madeira nas suas várias possibilidades de uso. A madeira trazida e moldada pelas águas do rio. O seu relacionamento com as atividades da farmácia, pesquisas, experimentos químicos influencia muito a formação de sua técnica adotada em toda sua obra de artes plásticas - através da pesquisa, diversidade de materiais, tintas, pigmentos naturais, ou não. No início de sua carreira, sua arte contribuiu para a produção têxtil, onde trabalhou por mais de 20 anos como designer têxtil. Foi professor nas escolas do Teatro Carlos Gomes e também, na FURB.
Exposições até 1998
1970
- I Coletiva de Artes Plásticas Barriga-Verde, Joinville (VI FAMOSC).
- I Coletiva de Artes Plásticas Barriga-Verde, Blumenau.
1971
- Arte Catarinense na Reitoria da UFSC, Florianópolis.
- II Coletiva de Artes Plásticas Barriga-Verde, Blumenau.
- I Exposição Individual no Museu de Arte Santa Catarina, em Florianópolis.
1972
- Sesquicentenário da Independência do Brasil, na Assembleia Legislativa.
- Sete Artistas de Santa Catarina em São Paulo, no SESC, 06-1972. Florianópolis.
- III Encontro Jundaiense de Arte, São Paulo, Sesquicentenário da Independência do Brasil.
- Mostra de Arte Sesquicentenário de Independência do Brasil, Plástica 72, Bienal Nacional de São Paulo.
- Sete Artistas Catarinenses participantes da Bienal Nacional de São Paulo, em Blumenau no Banco HALLES.
- I ISAPISC, no Clube 12 de Agosto de Florianópolis, Sesquicentenário da Independência e Centenário de Clube.
- Coletiva de Artistas Catarinense na FURB (Fundação Educacional da Região Blumenau).
- I Aniversário do Jornal de Santa Catarina - Blumenau.
- I Exposição Itinerante de Artes Plásticas Catarinense, Chapecó, São Miguel do Oeste, Xanxerê, Concórdia.
- III Coletiva de Artes Plásticas Barriga-Verde, Blumenau.
1973
- Coletiva de Artes Plásticas de Blumenau, em Florianópolis, as Reitoria da Trindade.
- II Aniversário do Jornal de Santa Catarina, Blumenau.
- IV coletiva de artes Plásticas Barriga-Verde, Blumenau.
1974
- Arte Blumenauense em Londrina, Parana.
- Exposição da Convenção Nacional do Lions, Bhumenau.
- Exposição da Convenção Nacional do BESC, no Clube 12 de Agosto, Florianópolis.
- Mestra Nacional de Pintura Primitiva, patrocinada pelo MEC (Departamento Assuntos Culturais.
- Coletiva Catarinense de Artes Plásticas, na Galeria Oca, São Paulo.
- "22 Artistas Plásticos Catarinenses em Curitiba", na Galeria de arte da Centro Cultural Brasil-Estados Unidos.
- Exposição do Sesquicentenário da Imigração Alemã, na SDM. Carlos Gomes, Blumenau.
1975
- V Coletiva de Artes Plásticas Barriga-Verde, Blumenau.
- "Abertura Artes Plásticas 75", no Edifício Apolo (Ciesa), Florianópolis.
- Coletiva de Arte Barriga-Verde na Encatexpo, em Curitiba.
- Exposição Individual na galeria Açu-Açu, Blumenau.
- Exposição Individual na S.R.E. Ipiranga, Blumenau.
- Exposição de Artes Plásticas no Pavilhão da PROEB, junto com Orquídeas e Plantas Ornamentais e a IV Exposição Nacional de artes Fotográficas, Blumenau.
- "Sala da Saudade" na II FCISA, no Colégio Santo Antônio, Blumenau.
- Arte de Blumenau em Florianópolis, na Assembleia Legislativa.
- Inauguração da Caixa Econômica Federal, em Blumenau.
- "Ars Artis", em Florianópolis.
1976
- Inauguração do Edifício Geranium, Blumenau.
- VI FIMI, Indaial.
- VI Coletiva de Artes Plásticas Barriga-Verde, Blumenau.
- "Arte Barriga-Verde" (Uma visão possível) -Turesc e Alliance Française, na Maison de France- Rio de Janeiro.
- Exposição de artes Plásticas na Galeria de arte Verde-Vale, Itajaí.
1977
- "Abertura 77"- Edla Leonora Pfau. Lygin Rousseng Neves, Reynaldo Wilmar Pfau, Silvio Plético, na Galeria Açu-Açu, Blumenau.
- "32 Artista Plásticos no Acervo Açu-Açu" - Brusque
- Primeiro lugar no concurso de cartazes o Primeiro Salão Universitário de artes Plásticas da FURB.
- "Açu-Artis", Chapecó.
- Primeiro lugar no Salão Universitário de Artes Plásticas, da FURB, Blumenau.
- Inauguração da Galeria Victor Meirelles, Florianópolis.
- Coletiva de Artistas da Galeria Açu-Açu, no Clube alvorada, em Gaspar. - Primeiro lugar no I Salão Estadual Universitário de Artes Plásticas, sob patrocínio da FUNARTE na UFSC (Campus Universitário, Trindade). Florianópolis - Concurso Rondon de Cartazes-Brasilia
- Concurso "PROJETO MÃE" (patrocínio do Lions Club e Loja Maçônica), Blumenau.
1978
- "12 Artistas Catarinenses", no Edifício do Alfred Palace Hotel, Caxias do sul, Rio Grande do Sul.
- I Congresso Nacional de Servidores Públicos, Blumenau.
- "Arte Barriga-Verde em São Paulo", na Galeria Domus- São Paulo.
- "14 artistas e 1 Poeta", Museu de arte de Joinville.
- "Arte Barriga-Verde"- Salão de Exposições do BADEP, Curitiba, Paraná.
1979
- Exposição de Artistas Blumenauenses na "TEKA" - Tecelagem Kuehnrich, Blumenau.
- Exposição em Homenagem a Márcio Tavares do Amaral, na S.D.M. Carlos Gomes, Blumenau.
- Exposição "15 Anos da FURB" - Fundação Educacional da Região de Blumenau - Blumenau.
1980
- Mostra de Objetos, Pintura e Desenho dos Artistas: Alberto Luz, Lygia Rousseng Neves e Reynaldo Wilmar Pfau, na FURB-Blumenau.
1981
- Segundo lugar na PAN'ARTE' 81 pela Microrregião AMMWI - Balneário Camboriú.
- Acervo da Galeria de Artes de H. Stern, Rio de Janeiro.
- Exposição de Natal, Galeria de Artes Municipal, Blumenau.
1982
- Exposição em Homenagem ao Presidente da República federal da Alemanha, Sr. Karl Carsten, no Carlos Gomes, Blumenau.
- Exposição "Rio Itajaí - Açu-Visão do Artista", Galeria Municipal de Artes, Blumenau.
- Menção Honrosa, Décimo Festival de Inverno de Itajaí.
- Primeiro lugar Salão Chapecoense de Artes Plásticas de Santa Catarina (Prêmio Cidade Chapecó), Chapecó.
- Leilão de Arte no Criciúma Club, Criciúma.
- Primeira Mostra de Artistas Catarinense, no Blumenau.
- Leilão de Arte no Hotel Tannenhoff, Joinville.
- Arte no Natal, Galeria Açu- Açu, Blumenau.
1983
- Exposição de Verão, Galeria Açu-Açu, Blumenau.
- I Coletiva de Verão, Teatro Carlos Gomes, Blumenau.
- Leilão de Arte, Teatro Carlos Gomes, Blumenau.
- Exposição de Natal, Galeria Municipal de Arte, Blumenau.
1984
- A partir de 1984 - Trabalho para Coleções Particulares.
1994
- Individual no Shopping Neumarkt - Blumenau.
1995
- Individual na Caixa Econômica Federal, Blumenau.
- Painel em Cerâmica no Hall do Edifício Maruska - Meia Praia - SC.
- I Jornada Médica do Hospital Santo Antônio - 125 Anos, no Hotel Himmelblau.
1996
- Individual - Pfauna e Pflora-Espaço de Arte Açu- Açu, Blumenau.
- Leilão de Outono- Tabajara Tênis Clube Blumenau.
- Leilão de Primavera - Bela Vista Country Club - Blumenau.
- Coletiva no Shopping Neumarkt - Blumenau.
- Leilão de Arte no Viena Park Hotel - Blumenau.
1997
- 7° Andar do Neumarkt Trade And Financial Center - Blumenau.
- Leilão de Outono - Tabajara Tênis Clube - Blumenau
- 39 lugar no 39 salão Elke Hering - Blumenau.
- Referência Especial no 6° Salão de Artes de Itajaí.
- Leilão de Arte no Viera Park Hotel - Blumenau.
1998
- Individual no Shopping Neumarkt - Blumenau.
Participou em Comissões Julgadoras em Exposições:
"Lembranças feitas imagens, sensações de um mundo des/conhecido, impressões que se vinculam à natureza esplendorosa do Vale do Itajaí e à inquietação de um artista decisivo na história das artes plásticas recentes em Santa Catarina .A obra pfauniana (pfauna, pflora e outros), em sua rede de referências construídas, surpreende, inquieta e, sobretudo, fascina." Lindolf Bell
Algumas de suas obras do final do século XX
Registros do Século XX - (Em construção)
Concerto de natal em 2010. Solista Soprano: Tatiane Niebuhr e Solista Barítono Reynaldo Wilmar Pfau. |
Com sua esposa Sara Alicia Mazzino Pfau. |
Vinte e quatro anos após sua produção, o artista Reynaldo Pfau aceitou o convite para restaurar a obra Seluz. A escultura em madeira elaborada com a técnica mista foi selecionada para o 3º Salão Elke Hering - Mostra Nacional Contemporânea de Artes Visuais -, realizado entre os dias 30 de setembro e 22 de outubro de 1997. Recebeu o prêmio aquisitivo de 3º lugar, sendo inserida no patrimônio da então Fundação Cultural de Blumenau. Com a criação do Museu de Arte de Blumenau (MAB) em 2004, passou a fazer parte do acervo.O processo de reaproximação do artista de sua obra induz a percepções que produzem emoções, sentimentos, sensações, que ativam a química da mente e o levam a transitar por várias nuances. Não poderia ser diferente com Reynaldo Pfau, que entende que a realidade é plástica, nada é sólido, o futuro é plástico. O tempo quântico é um eterno agora. O passado, presente e futuro, estão emaranhados e acontecendo nesse exato momento."Seluz pfaunix" retorna revitalizada ao MAB e está exposta no segundo piso de prédio da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais (SMC). “A Secretaria de Cultura e o MAB agradecem ao artista Reynaldo Pfau e o parabenizam pelo resultado apresentado no tratamento da obra”, escreve a gerente do museu, Mia Ávila.“Se Luz, Fiat Lux, Haja Luz” é uma metáfora muito conhecida. Representa o surgimento de um pensamento, uma ideia, criação de algo, o despertar ou a expansão da consciência. A frase está expressa no terceiro versículo do Livro do Gênesis: "No princípio, Deus criou o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo. E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz: e houve luz. E Deus viu a luz, e foi bom, e Deus separou a luz das trevas". Assim, Fiat Lux, tornou-se um termo bíblico, que Deus usou na criação do universo, quando criou a luz.Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello
Personagem atuante, na segunda década do século XXI - na cidade de Blumenau, que neste período de Natal nos faz lembrar do bondoso Papai Noel. Um ícone. Um registro para a história - Reynaldo Wilmar Pfau.
Feliz Natal! |
De acordo depoimento de Nicanor Poffo, Reynaldo Wilmar Pfau criou a logo da ACAPRENA - Associação de Preservação da Natureza que foi fundada na década de 1970.
Setembro de 2021 - 50 anos de Arte de Reynaldo Wilmar Pfau.
História dos pais de Reynaldo Wilmar: Reynaldo e Erna e da Itoupava Seca e seus conterrâneos.
"Erna era blumenauense, nascida Hering, de Hermann e Dorothéa. Sua infância foi normal; subiu em árvores, colheu flores, correu pelos pastos, estudou pintura a óleo com as irmãs do Hospital Santa Isa bel; nadou no Rio Itajaí-Açu; fez teatro na escola. Ficou adolescente; ficou mulher, sonhou e entre sonhos e realidades conheceu um jovem nascido em Joinville e radicado em São Francisco do Sul. Este jovem veio a Blumenau em 1921 para trabalhar na Farmácia Brandes. Namoraram e noivaram. Em 3 de fevereiro de 1925 surgiu a Reynaldo a oportunidade de comprar a filial da Farmácia Brandes da Itoupava Seca. Com os negócios e as transações acertados, Reynaldo Pfau casou-se com Erna em 8 de agosto de 1925. Mudaram-se para Itoupava Seca, que na época se chamava "Al-zuhnah", isto é, Altona (muito perto). Mudaram-se para cuidar da farmácia, iniciar a sua família, iniciar um pequeno mundo e iniciar uma história. E muita história se fez e inúmeros fatos se sucederam; o Clube de Futebol América, atual Guarani E. C.; as viagens de futebol com o carro (Wander) lotado à "la Rezona", o balaço na nádega. Os tempos das brigas bairristas entre Itoupava e o Centro; a balsa do Chico; o Cine Mogk; as pescarias noturnas e as diurnas também: os banhos de rio; o Clube Teotônia-Ipiranga; os bailes, o Teatro Carlos Gomes; as boiadas nas ruas de barro. A Farmácia Altona de Reynaldo Pfau. Erna Pfau - do lar e da farmácia, entre o lar e a farmácia, para o lar e para a farmácia. As emergências de madrugada, as viagens de "carro-de-mola" para buscar medicamentos (quinino); os pernoites fora de casa; as enchentes. Houve viagens para Curitiba visitando os Assmé-tante Frieda, Frieda e Ellen. Lembranças da Tante Théa, Tante Eli, o Heini... O dia--a dia do Vapor Blumenau. O dia-a-dia de Blumenau. O dia-a-dia de Itoupava Seca. O legista Dr. Fernando Wenthausen, Dr. Franz Kiebel, Dr. Paulo Carvalho, Dr. Figueiredo, Dr. Glover, Dr. Osni Margarida. Cia Zalinger, dona Léa Espíndola, Maffeolli, Graebner, Ghaher, os Gutz e o Rio Encano, os Lange, os Thomsen. Mas também havia um hotel na Itoupava Seca, não é, Heinz? Não é, Müller? Não é, dona Synova? Dona Synova se recorda do Hotel Danker, de Franz/Emilio Wuergues. Saudoso doutor Ari Taborda, querido padrinho e amigo da família, digno de uma biografia. E a farmácia da Rua São Paulo nº 3343. E o senhor Pfau e a Frau Pfau. Quantos entraram na farmácia e quantas curas? Ah!, Itoupava Seca da maria-fumaça, da litorina, dos trilhos no fundo do quintal ao lado da goiabeira. Ah!, Itoupava Seca da Fábrica de Gaitas Alfredo Hering, da dona Alice Hering; dos queridos Karl e Ruth Strauss; dos Zadrozny (Júlio e Traute, Ingo e Asta). Ah!, Itoupava Seca. Ah!, Frau Pfau também do Tobi e da Lisa. A Frau Pfau que ainda faz história, não é, Dr. Carlos Seára Filho, não é. Paula? Que Deus os abençoe." Reynaldo Wilmar Pfau em 21/06/2000 - Jornal de Santa Catarina.
Referências
ANTONELO, Sérgio. Reynaldo Pfau revitaliza obra produzida há 24 anos.Secretaria de Cultura e Relações Institucionais. Prefeitura Municipal de Blumenau. Disponível em: https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-cultural/fcblu/reynaldo-pfau-revitaliza-obra-produzida-haa-24-anos7 Acesso em 30 de novembro de 2021 - 00:31h
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