domingo, 17 de novembro de 2013

Maximilian Josef - José Deeke - Uma personalidade de Blumenau e região do Vale do Itajaí - Seu tio foi Heinrich Krohberger.

José Deeke - Foto Vanessa Metzger
A família de José Deeke é natural da Alemanha Central. Seu pai, o pioneiro  Carl Friedrich Ferdinand Georg August Deeke nasceu na cidade alemã Bräunrode, Saxony-Anhalt . Sua mãe, Christiane Johanna (Kristl) Krohberger, nasceu na cidade do teatro de Wagner, Beireuth. Christiane era irmã de Heinrich Krohberger, responsável pela iniciação profissional de Maximilian Josef Deeke, o caçula do casal pioneiro Deeke. Seus pais viajaram junto com seu tio Krohberger, mas não foram residir no mesmo lugar. Friedrich Deeke, foi morar em Brusque. Retornou em Blumenau, dois anos depois para pedir a mão de Christiane Johanna Krohberger e casaram-se em 1860. Depois do casamento, o casal ficou morando em Brusque até 1869, quando um incêndio, provocado por um tiro de pólvora, para matar uma jacutinga, pousada na cobertura de palha de palmeira, destruiu completamente a atafona. Mudaram-se para Blumenau, onde moravam os irmãos  de Kristl, entre eles Heinrich Krohberger. Alguns dos filhos do casal nasceram em Brusque, como: Maria Giséla, Fides, Felix e Caetano. Friedrich (Fritz) e José (Maximilian Josef) Deeke nasceram em Blumenau. José Deeke nasceu na Colônia  Blumenau, como mencionado, em 1875, quando a colônia já existia há 15 anos. Foi criado e formado por seu tio, irmão de sua mãe, Engenheiro Arquiteto Heinrich Krohberger.
Blumenau em 1869 - Meyer e Spierling - Grupo Blumenau Antigamente
O jovem Maximilian Josef Deeke aprendeu o ofício de agrimensor com o tio Engenheiro Krohberger - na medição de terras dos lotes coloniais, no interior da Colônia. Em São Paulo, completou seus estudos com formação em cartografia, engenharia e matemática. Trabalhou como agrimensor independente, no interior da província de Santa Catarina - em Curitibanos e Campos Novos, a partir da Capital - Nossa Senhora do Desterro - atual Florianópolis. Com 29 anos, viajou para a Europa -1904. Neste mesmo ano  foi nomeado Engenheiro Chefe da Colonizadora Hanseática e com 34 anos foi nomeado Diretor, não somente desta colônia, mas de núcleos coloniais do Grupo Hammonia pertencente ao atual município de Joinville, que são: Hansa Humbold (Atual Corupá) e Itapocu e outro núcleo de São Bento do Sul.
Sua obra mais conhecida é Die Kolonie Hammonia que contém dados históricos e estatísticos da Colônia Hammonia (atual Ibirama) até o ano de 1922. Contribuiu com diversos artigos para o livro de Memórias em Comemoração dos 100 Anos da Imigração Alemã no Estado de Santa Catarina, tradução da obra Gedenkbuch zur Jahrhundertfeier deutscher Einwanderung im Staate Santa Catharina, editado originalmente, em Florianópolis no ano de 1929. Um de seus grandes trabalhos e que muito fazemos uso é o mapa de Blumenau em 1900 e também, de sua autoria, o mapa de Blumenau e municípios vizinhos de 1905.
O mapa acima alterado por nós é de sua autoria - ano de 1905. Maximilian Josef Deeke - Diretor das nucleações urbanas privadas pertencentes à firma Sociedade Colonizadora Hanseática, era nascido no Stadtplatz da Colônia Blumenau. Dirigia algumas das nucleações da Sociedade Colonizadora em território externo à grande Colônia Blumenau, bem como, também a colônia pertencente ao seu território - como, a Hammonia - atual Ibirama e que foi muito importante para a construção ferroviária na região - sendo a única construída com tecnologia e capital alemão em território brasileiro - as demais eram inglesas.


Família de imigrantes da Colônia Humbold - observar a edificação aos fundos, coberta com telhas de tabuinhas de madeira, construída em madeira, como também toda e edificação, com a característica varanda na parte frontal e com a presença do rancho aos fundos. Casa construída sobre pilaretes de pedra, como também eram construídas as edificações em enxaimel com fechamento feito de tijolos aparentes. Esta edificação, também pode ser uma edificação enxaimel, só que com fechamento feito com madeira. A pose dos membros da família, mesmo com aspectos e vestimentas muito simples apresentam uma certa postura - provavelmente trajando suas melhores vestimentas na época.

Colônia Hammonia.

A partir de 1909 iniciou seu trabalho como Diretor da nova colôniaColônia Hammonia - com também as outras três mencionadas e permaneceu por 20 anos no cargo, o qual teve que deixar por motivos de saúde. Ou seja, até quando tinha 54 anos, quando voltou a morar na sede da Colônia Blumenau. Faleceu dois anos depois, com 56 anos. Uma rua muito conhecida no Bairro do Salto. A qual liga a Rua Bahia  à Rua Benjamim Constant, recebeu seu nome- Rua José Deeke.
Colônia Hammonia.

Colônia Hammonia.

Companhia Colonizadora Hanseática

Para compreender um pouco sobre a importância do trabalho de José Deeke na Colônia  Blumenau, Colônia Dona Francisca, Colônia Itapocu, Colônia São Bento e  Colônia Hammonia - para o Vale do Itajaí e também, Vale do Itapocuatravés da Sociedade Colonizadora Hanseática, a qual muitos desconhecem, apresentamos um pouco sobre esta história.
A Sociedade Colonizadora Hanseática nomeou, como seu Diretor e que dirigia 4 de suas colônias, por mais de 20 anos - o seu então Engenheiro  Chefe José Deeke. As Colônias eram Hansa Hammonia - atual Ibirama, cujo território pertencia a Colônia Blumenau, Colônia Hansa Humbold - atual Corupá, Hansa Itapocu - atual Jaraguá do Sul e Hansa São Bento.

Para compreender...

Muitos dos imigrantes que vieram para a região o fizeram por intermédio de sociedades ou companhias colonizadoras, empresas que se comprometiam a assentar determinado número de imigrantes em uma região e a dotá-la de áreas providas de serviços públicos necessários, por meio de contratos de colonização com o governo brasileiro, em troca de uma gleba de terra. As sociedades/companhias efetuavam investimentos em meios de transporte, nas obras iniciais de colonização e cediam aos colonos, terras e equipamentos gratuitamente ou pelo preço de custo, além de também, empregarem agentes recrutadores, hábito que sempre ocorria na prática. Gradativamente, a colônia em expansão se desenvolvia urbanisticamente e ficava mais fácil atrair novos interessados em nela residirem, pois a terra se valorizava cada vez mais - especulação. Por meio da valorização, o empreendedor recuperava o capital investido e obtinha lucro sobre as transações posteriores. 
Por volta de 1895, uma das áreas mais valorizadas da bacia do Itajaí, banhada pelo rio Hercílio, começou a ser colonizada por meio de concessão dada à Sociedade Colonizadora Hanseática, sediada em Hamburgo, Alemanha - Norte da Alemanha - junto ao mar Báltico.
Mapa no início do Século - apresentando a Colônia Hansa Hammonia - Kolonie Hansa Hammonia


A concessão era de 600 mil hectares e compreendia toda a área da bacia do rio Hercílio. Embora a área fosse munida de potencial geográfico, estava isolada da sede da Colônia Blumenau e, por conseguinte, do porto fluvial. Em 1909, José Deeke assumiu a direção da colônia, conhecida como como Colônia Hansa Hammonia, e mantinha ligações diretas com as lideranças do Stadtplatz da Colônia Blumenau. Também assumiu a direção simultânea de outras três colônias - ver mapa desenhado por Deeke - acima.

Assim que começou a assentar os imigrantes em um dos pontos de convergência de grande número de imigrantes, bem como, a instalação da sede da colônia, percebeu-se a urgente necessidade de se construir uma ferrovia que ligasse a Colônia Hansa Hammonia à sede da Colônia Blumenau.
Os caminhos, na época em que os primeiros imigrantes se assentaram na Colônia Hansa Hammonia, eram rudimentares e com acesso somente até Aquidaban (atual Apiúna).
Aproveitando essa dificuldade de acesso às terras da bacia do rio Hercílio, a ACIB e a administração pública da Colônia Blumenau fizeram lobby junto à Sociedade Colonizadora Hanseática, para que esta viabilizasse a implantação de uma linha férrea entre as duas colônias, Blumenau e Hansa Hammonia e assim aconteceu.
No dia 13 de abril de 1912, a nucleação urbana de Hansa Hammonia é elevada a sede distrital, na qual está localizada a administração da Sociedade Colonizadora Hanseática, 4 anos após a inauguração do primeiro trecho ferroviário da EFSC, com a participação direta de seu Diretor - José Deeke.
Inauguração do Primeiro trecho da Ferrovia - Blumenau a Hammonia 
Estação de Warnow - Indaial 3 de maio de 1909.
José Deeke foi casado com Emma Maria Deeke, que tiveram 5 filhos: Christiana Elisa, Raul Adolfo, Ilse Margarida, Hercílio Arthur Oscar (pai de Niels Deeke) e Victor Félix.
José Deeke escrevia muito e sua contribuição com a História da região foi grande. Uma de suas principais obras e mais conhecida é o livro Die Kolonie Hammonia, no qual há registros de dados históricos e estatísticos da Colônia Hammonia até o ano de 1922. Também escreveu Das Munizip Blumenau, publicado em 1917 pela editora de Rotermund de São Leopoldo, Rio Grande do Sul.
Artigo do Blumenau em Cadernos
Blumenau em Cadernos – Tomo XXII N° 7
"Julho de 1981
José Deeke - foi o diretor com residência na localidade que àquela época se chamava “ Hammonia” . (Este nome significa “ Hamburgo”, cidade e porto alemão, onde era situada a sede da “ Sociedade Colonizadora Hanseática”, fundadora e responsável pelas Colônias Hanseáticas – “ Hansa-Hammonia” (Ibirama), - “Hansa Humbolt” (Corupá), - “Itapocu” em Joinville e um núcleo colonial em São Bento do Sul. – “Hammonia” foi a denominação dada pelos invasores romanos no incio da era cristão, à mais importante das cidades hanseáticas da Alemanha)."  P 195 ... 
"Quando o pai de Hercílio demitiu-se, em 1928, de seu cargo de diretor das Colônias Hanseáticas” mudando-se , em 1929, para Blumenau, Hercílio passou a trabalhar, como auxiliar, no cartório de Registro de Imóveis da Comarca, a cargo de seu parente Roberto Baier.Após pouco tempo como cartorário, passou para o quadro de funcionários da antiga “Caixa agrícola” , abraçando, assim, o setor bancário, que ele não mais abandonaria. Transformando a “Caixa Agrícola” em “Banco de Indústria e Comércio de Blumenau”, ele chegou a ser gerente e posteriormente diretor do estabelecimento. Após a fusão deste empreendimento bancário com o “Banco Industria e Comércio de Santa Catarina e o posto de vice-presidente, em 1964."  p 196.

Grande Trabalho do José Deeke - Ano de 1900.
Leituras complementares - Clicar sobre

Grandes personagens da Colônia Blumenau.

Atualizado em 30 de janeiro de 2022.





10 comentários:

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    1. A família Deeke, deixou um grande legado para o Estado de Santa Catarina.
      Abraços.

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  2. Não consigo encontrar o livro "Die Kolonie Hammonia", exisitiria uma versão em PDF para download?
    Estou traçando a árvore da minha família e parece que são citados no mesmo.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Eu vi internet para vender...É valioso igualmente no preço.

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  3. Olá Angelina, seguindo minha pesquisa sobre aquele morro no norte de Blumenau, me foi indicado procurar os mapas de Deeke e achei essa sua postagem. Esses mapas dele conseguisse acesso onde???

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    1. boa noite. tem um a venda no mercado livre,

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    2. Encontrei no arquivo histórico de Rio do Sul...

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    3. Realmente Francisco, fui procurar, esse mapa a venda inclusive aparece num dos posts da Angelina.

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    4. Eleonésio retirei cópia do arquivo histórico de Rio do Sul.

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