terça-feira, 8 de setembro de 2015

Terceiro dia do II Colóquio Catarinense de Genealogia

Sra. Elisiana Trilha Castro
Aconteceu no último dia 6 de setembro de 2015 - véspera do feriado de 7 de setembro de 2015 - o terceiro e último dia - encerramento do II Colóquio Catarinense de Genealogia.
No programa do dia - 8 palestras apresentadas na parte da manhã e da tarde:

As palestras

8: 15h - Genealogia e Literatura, Ciência e Arte Afins.
Sra. Vilca Merizio

Vídeo - trecho da palestra
Mesa Redonda - Região Norte de Santa Catarina

9:00h - Região Litoral Norte de Santa Catarina: Camadas demográficas e novas - Técnicas de pesquisas genealógicas.
Sr. Ricardo Costa De Oliveira 

Vídeo - trecho da palestra

10:30h – Os últimos registros: caminhos da preservação do patrimônio cultural em funerário Santa Catarina.
Sra. Elisiana Trilha Castro

Vídeo - trecho da palestra
Mesa Redonda - Região Oeste de Santa Catarina

11:15h. - Repensando a colonização do oeste catarinense
Sra. Renilda Vicenze

14:00h - O Family Search e os arquivos de Santa Catarina
Sr. Wanderlei Violin

Mesa Redonda - Região Planalto de Santa Catarina

15:00h - Exposição da árvore genealógica dos Palmas de São Joaquim sua construção.
Sra. Ismênia Ribeiro Schneider 

15:30h - Regularização Fundiária do Planalto Catarinense durante o Período Monárquico (1850-1889).
Sra. Flávia Paula Darossi

16:00h - Planalto Catarinense: Notícias de povoamento.
Sra. Tânia Arruda Kotchergenko 

Às 17:00h houve uma sessão solene da posse dos novos associados dentro do II Colóquio Catarinense de Genealogia e às 18:00h, seu encerramento.

Alguns comentários...

Neste dia, em especial, foram apresentados alguns trabalhos muito bons, sem desmerecer os demais apresentados nos outros dois dias, em um dos quais, também apresentamos o nosso.
Alguns destes apresentados no dia, foram de encontro às pesquisas que desenvolvemos e, muitas vezes, não encontramos argumentação e embasamento histórico/científicos razoáveis. Com isto permanecem lacunas e as pesquisas, em um primeiro momento, ficam pautadas na intuição a partir de uma análise dos fatos históricos, nem sempre alinhado à realidade de um determinado recorte de tempo histórico -  publicados e registrados através de imagens. Não tínhamos tido a oportunidade de ler, ouvir e ver conclusões a partir de uma análise de dados históricos/sociais de um período da história do Brasil colonial que antecede o período do fluxo migratório, de grande volume, daquele que não fosse o português. 
A apresentação da palestra Região Litoral Norte de Santa Catarina: Camadas demográficas e novas - Técnicas de pesquisas genealógicas aconteceu sem a “pitada romântica”, muitas vezes com o envolvimento emocional do autor, no que tange à história colonial brasileira a partir da estrutura social implantada pelos imigrantes portugueses (Primeiros séculos de colonização). Este quadro, em muitos casos, é responsável pelo etnocentrismo em relação a outras levas migratórias, outras etnias que chegaram em solo brasileiro além do elemento étnico africano e português. Muitas vezes este quadro é gerador de racismo, nem sempre analisado com o mesmo julgamento e rigor destinados às minorias étnicas atuais, mencionado em algumas palestras do colóquio.

Também, oportunizamos este espaço para esclarecermos uma parte na qual fomos citados em uma das últimas palestras da Mesa Redonda da Serra Catarinense. O assunto está relacionado à fundação da cidade de Lages, primeiro núcleo urbano fundado no interior do estado de Santa Catarina - no século 18, além dos três existentes: Laguna, Nossa senhora do Desterro e São Francisco do Sul.

Mapa feito pelo imigrante prussiano Sr. Emil Odebrecht - alguns caminhos existentes e projetados que ele mesmo e sua equipe abriram - destaque para os caminhos das tropas.
A palestrante apontou nossa fala como, não conferindo com a realidade – definindo-a como lenda. Insistimos na nossa versão: Lages foi um núcleo criado para facilitar, a partir da localização, a vida dos tropeiros e comerciantes que passavam no caminho que ligava Rio Grande do Sul a São Paulo
É claro que, já existiam famílias residindo nas imediações, como também ocorreu na região do Vale do Itajaí, quando o Sr. Blumenau fundou a Colônia Blumenau. No entanto, formalmente e dentro da pesquisa, é válido o registro histórico oficial.
Outra cidade com história semelhante a esta e mais recente, é cidade de Rio do Sul, criada e instituída pelo Sr. Blumenau para atender os comerciantes e as tropas oriundas da serra catarinense, tornando-se um importante entreposto comercial entre a Colônia Blumenau e esta região. Rio do Sul é a atual capital do Alto Vale do Itajaí.
Quanto a história de Lages, nossa afirmativa está embasada na pesquisa desenvolvida na década de 1980 pelo Professor Dr. Vilmar Vidor da Silva, em Sorbonne - Paris, a partir de sua tese de doutorado. Sua tese foi publicada em 1995 pela Edifurb sob o título: Indústria e Urbanização no Nordeste de Santa Catarina. 
Gostaríamos de ter podido apresentar a origem de nossa afirmativa no momento do apontamento – após a fala da palestrante citada. Mas com o estreito do tempo, não foi possível. 
Deixamos, portanto, aqui neste espaço - o registro. Lages surgiu, mediante ação do governo brasileiro/português em 1766, como falamos na palestra e oficializada como vila, em 1771. Povoamento criado para fornecer apoio, segurança e estrutura aos tropeiros e viajantes que percorriam a distância entre o Rio Grande do Sul e São Paulo.
Na publicação - foi considera da data de 1771 - quando - elevado a condição de vila. Na palestra mencionamos 1766. O governador da capitania de São Paulo solicitou ao bandeirante Macedo Correia Pinto fundar um povoado no caminho das tropas, e que de fato aconteceu, em 22 de novembro de 1766, quando foi oficializada a fundação do povoado de Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lages. 
Em maio de 1771 o povoado foi elevada a categoria de vila. Em 1820 foi desanexada de São Paulo e passou a fazer parte de Santa Catarina. 
Seu nome Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lages foi simplificado para somente Lages, em 1960.






















E como último comentário - ficamos muito impressionados com a análise social e espacial apresentada na palestra - Regularização Fundiária do Planalto Catarinense durante o Período Monárquico (1850-1889). 
Abordagens inéditas e corajosa de uma jovem pesquisadora, as quais muitas vezes ou, quase sempre, em se tratando da história do Brasil, são devidamente guardadas por ferirem a “história desenhada" por uma pequena elite. 
Este trabalho deveria ser publicado para ser disponibilizado a um número maior de pesquisadores. 
Sem mais, vamos às imagens do dia.

As imagens comunicam...
Recebendo "Fontes" de pesquisa de sua
autora - Sra. ElisianaTrilha Castro


Sra. Vilca Merizio


Sra. Vilca Merizio

Sra. Vilca Merizio





Sr. Ricardo Costa De Oliveira  e Sr. Fernando César Gomes Machado 

Sr. Toni Jochem


Sr. Ricardo Costa De Oliveira


Sr. Fernando César Gomes Machado - Presidente do INGESC

Sr. Ricardo Costa De Oliveira
Sr. Ricardo Costa De Oliveira  e
Sr. Fernando
 César Gomes Machado 
Sra. Elisiana Trilha Castro



Sra. Elisiana Trilha Castro












Sra. Elisiana Trilha Castro e Sr. Fernando César Gomes Machado 











Sra. Ismênia Ribeiro Schneider 




Sra. Flávia Paula Darossi

Sra. Flávia Paula Darossi




Sra. Tânia Arruda Kotchergenko 

Sra. Tânia Arruda Kotchergenko 













































Obra da Sra. Osmarina Villalva e
do Sr. Paulo Villalva
Agradecemos à organização do II Colóquio Catarinense de Genealogia - INGESC, em especial, ao Sr. Fernando César Gomes Machado - seu Presidente e a Sra. Walkíria Duwe Mulbert - filha do Vale do Itajaí e que propiciou e construiu pontes para que pudéssemos apresentar a palestra: "O Surgimento dos primeiros Núcleos Urbanos no Vale do Itajaí a partir de seus caminhos - Destaque para Ferrovia" no evento e que - em breve - disponibilizaremos neste espaço como também, disponibilizaremos a palestra da Sra. Mulbert - Figuras do Passado - Max Mayr. Sr. Mayr foi um dos inúmeros imigrantes do Vale do Itajaí.

Também deixamos abraços aos amigos do Rio Grande do Sul, que nos acompanham neste Blog e tivemos a felicidade de encontrar alguns no evento.


Pessoas que trabalham pela História - construindo História quase como voluntários.


Para acompanhar toda a programação - acessar os link´s - Clicando sobre os títulos:


3 comentários:

  1. Prezada Angelina,

    Uma história viva é o que temos. E ela será continuadamente escrita e reescrita de acordo com o olhar dos historiadores, suas perspectivas, as fontes de que dispõem, e os fundamentos teóricos e objetivos que embasam seus trabalhos. Não existe verdade absoluta e acabada em história, razão pela qual não defenderemos tal postura, sequer com relação à nossa própria perspectiva.

    Desconhecemos as condições e objetivos da pesquisa por você indicada como fonte, mas ficamos felizes por tomarmos ciência de mais uma pesquisa acadêmica sobre o tema. O crescimento de pesquisas no âmbito acadêmico que ocorre significativamente a partir da década de 1980 tem, com certeza, enriquecido muito e acelerado bastante o conhecimento no campo da história brasileira.

    Conhecemos, entretanto, em profundidade, as diversas fontes primárias que embasam a nossa interpretação a qual, registre-se, não é inédita mas sim coincidente com a de outros credenciados pesquisadores e historiadores.

    O melhor mesmo, em nosso entendimento, é justamente a oportunidade de interação e debates decorrentes dos encontros entre pesquisadores, sejam através de trabalhos acadêmicos escritos ou de debates em mesas redondas, de onde sempre se poderá aperfeiçoar a interpretação da história. Interpretação sim, e tão somente interpretação, dos vestígios que temos do passado, é tão somente o que podemos almejar. Buscar uma interpretação séria, metódica, embasada teoricamente e o mais convincente possível.

    Que os dias futuros possam nos reservar muitos momentos de debates, análises, construção, desconstrução e reconstrução da interpretação da história de nossos ancestrais! Agradecemos sua sincera e pública apreciação sobre nossa versão sobre a principal razão de fundação de Lages determinada em 1766 pelo Morgado de Mateus naquela época e circunstância específica e dentro de uma complexidade de fatores intervenientes, é claro, como sempre ocorre.

    No mais, temos pesquisado por mais de 15 anos, sobretudo em fontes primárias e/ou em transcrições fidedignas de fontes primárias para elaboração do entendimento que apresentamos não só neste colóquio, mas a um bom tempo também em blogs, entrevistas em mídias, grupos de discussões e consultorias, de forma que em nada estivemos expondo focados especificamente em sua fala. Apenas coincidimos apresentar um mesmo fato, em um mesmo encontro, mas com posições interpretativas divergentes, diferença inclusive que a muito já existem, de forma que obviamente não foi intenção nem sua, nem minha, um embate pessoal. Apenas cada qual apresentamos no colóquio nossas posições já formadas antes do encontro, não é mesmo?

    E, aproveitando que ora nos manifestamos, sim, concordamos também com sua observação de que é preciso coragem para defesa pública de uma forma específica de interpretar a história.

    Que bom termos tantos trabalhos pela frente!

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    1. Perfeitamente, Tânia. A história é viva como a cidade em constante transmutação. Quando apresentamos esta reflexão histórica em nossa fala – durante nossa palestra, o fizemos pautados em pesquisas. Aconteceu nossa resposta nesta postagem, porque este enfoque fora denominado "lenda" e no momento não tivemos tempo para debatermos. Por acreditar, nisto, que você brilhantemente escreveu, esclareceremos e reforçamos neste espaço, de que o fato não é lenda, mas segue uma linha de pesquisa – outra - sem a pretensão de sermos proprietários da verdade.
      Grata por seu elucidativo retorno.
      Abraço fraterno.

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    2. Tânia, você tem razão quanto ao nome do fundador e a data de fundação da povoação Nossa Senhora dos Prazeres dos Campos das Lages. O Professor Vilmar Vidor apontou a data (1771) de quando Lages foi elevada a Vila. O que levou estas lideranças da época e promover a fundação desta povoação - considerada lenda, ainda não fomos suficientemente convencidos do contrário. Lendo algumas publicações sobre o assunto, há unanimidade sobre esta questão. Confessamos que ficamos curiosos, no caso de existir outra explicação para o caso. Buscaremos sobre e se você quiser compartilhar, poderemos escrever uma postagem sobre a partir de seus apontamentos...

      Abraço fraterno.

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