Angelina Wittmann - Arte-Cultura-História e Antropologia : Detalhes do Caminho de Blumenau para Itaiópolis SC - Salto Donner - Doutor Pedrinho e Igreja de madeira São Pedro e São Paulo - Distrito de Moema

Salto Donner - Doutor Pedrinho SC.

Registro de alguns pontos do estado de Santa Catarina localizados no caminho entre Blumenau e a cidade do Norte do Estado, Itaiópolis. Visitamos o Distrito do município, Paraguaçu e a Igreja de Santo Estanislau que será apresentada na postagem seguinte, bem como, as comemorações de 190 anos de imigração alemã naquela região.

Igreja de Santo Estanislau - Distrito Paraguaçu de Itaiópolis - próxima postagem.

Saímos de Blumenau no dia 15 de novembro de 2019, perto do horário de meio dia, rumo ao norte do estado catarinense, passando pelos municípios de Indaial, Timbó, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, rumo a Itaiópolis, município localizado está bem próximo da cidade de Mafra, cidade catarinense que recebeu o primeiro grupo organizado de imigrantes alemães no estado.

Para ler - Clicar sobre: Mafra SC - Primeiro núcleo de colonização alemã de Santa Catarina - fevereiro de 1829.

Ponte metálica Dr. Diniz Assis Henning sobre o rio Negro - construída nos estaleiros da Compagnie Dyle et Baccalan, em Louvain, Bélgica. Montada em um ano foi entregue à comunidade de ambas as margens de rio Negro no dia 22 de novembro de 1896 - o município era um só. Fonte: Blog Paulo José da Costa

Em síntese, na sequencia de postagens, apresentaremos parte das comemorações dos 190 anos de colonização alemã na cidade catarinense de Mafra e na cidade paranaense Rio Negro, ambas localizadas em cada uma das margens do Rio Negro - limite entre os dois estados- Santa Catarina e Paraná. Também apresentaremos outros aspectos, como a percepção e história do Distrito de Paraguaçu pertencente a cidade de Itaiópolis, visitada após os registros de Mafra e Rio Negro. Acompanhem.

Trajeto que percorremos, via rodovia.

Na cidade de Benedito Novo, mais especificamente em Alto Benedito, o que nos chamou muito a atenção, foi uma tipologia construída com estrutura enxaimel - conhecida como Casa Töwes. A casa foi construída pela família Töwes no início de 1900 e foi vendida para a família Koprowski, por volta de 1915.

Na parte posterior, a presença do anexo do fogão - construído após a construção da primeira parte da casa e também, das ampliações.

A edificação apresenta marcas em seu corpo, de que recebeu, no mínimo três intervenções em tempos distintos, recebendo anexos à estrutura original (primeira construção) que ficou localizada no centro do corpo final da construção. Esta primeira construção, de acordo com a classificação que fizemos no livro Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel - é do tipo mais antigo construído na Colônia Blumenau, onde ainda não se tinha definido a casa construída com o enxaimel, com características rurais e urbanas. A construção era desprovida de anexos e alpendres, como também anexos no pano de telhados, cuja cumeeira era localizada paralelamente a estrada/rua. Pode-se observar, que após a construção acabada, esta também, recebeu o anexo do fogão, localizado nos fundos da casa, com inclinação de telhado diferenciada. Através distribuição das aberturas, de madeira, pode-se concluir que seu uso era misto: comercial e residencial.

A edificação histórica tem características - através de suas aberturas de ser de uso misto, comercial e residencial.

Marcas visíveis que deixam transparecer a ampliação.

Anexo posterior acrescentado depois, também.

Detalhe de uma pequena edificação ao lado da tipologia história, habitada sendo que a antena parabólica fornece a escala e a proporção da atual edificação.

Passando por Benedito Novo, seguimos rumo a Itaiópolis e chegamos no município de Doutor Pedrinho, onde fizemos registros de Salto Donner, da arquitetura contemporânea da sede da Prefeitura Municipal de Doutor Pedrinho, cuja linguagem predominante presente, lembra a da casa do pioneiro que fundou as primeiras povoações na região que deram origem às primeiras cidades, mantendo a identidade e harmonia na paisagem, sem quebras abruptas e "palanques" para vaidades daqueles que apreciam fazer "o diferente", ação que poderá, se observada a escala local, ser de grande impacto ambiental e visual, criando uma paisagem desconexa com consequências irreversíveis para as futuras gerações.

Salto Donner

É uma cachoeira localizada no Rio Benedito, às margens da rodovia SC 477, no município de Doutor Pedrinho. Há indícios materiais de que já foi provido do aproveitamento da queda de aproximadamente 25 metros para a produção de energia elétrica, através de maquinários e edificações ainda presentes no local, através de uma Usina Hidrelétrica.

Este local do salto do Rio Benedito, historicamente foi responsável pelo surgimento da nucleação urbana de Doutor Pedrinho.

Ernestina Friederike Spies Donner (Filha de Carl e Carolina

Spies) - foi a primeira esposa de Friedrich Donner, com quem

casou em 25 de julho de 1868 na comunidade de Badenfurt -

Blumenau e faleceu em 1884. Nasceu em Lehesten - Alemanha.

Acervo do Museu do Imigrante - Timbó SC.

Neste local do salto localizado no Rio Benedito, no início do século XX, existia uma das propriedades do pioneiro Friedrich Donner e família, também conhecido Fritz ou Frederico (em português), que eram pioneiros da povoação Bendito-Timbó. Donner é considerado o "fundador" da cidade de Timbó, do qual, o território de Benedito Novo e Doutor Pedrinho foram emancipados.

Sempre lembramos, de que Donner não poderia ser "fundador" de Timbó, uma vez que o território de Timbó pertencia a Colônia Blumenau e já era povoada neste tempo e, fundada e administrada por Hermann Blumenau a partir do Stadtplatz da colônia - atual Centro Histórico de Blumenau. Poderia ser considerado o pioneiro local, mas não o fundador.

Mapa de José Deeke de 1905 - Timbó, Benedito novo e Doutor Pedrinho - parte do território da Colônia Blumenau - fundada por Hermann Blumenau.

Friedrich Donner.

O pioneiro Friedrich Donner nasceu em 02 de outubro de 1843 no território da atual Alemanha. Era comerciante e hoteleiro. Seu pai foi Carl Donner.

Donner casou em 25 de julho de 1868 com Ernestine Friederike Spies na comunidade de Badenfurt - Colônia Blumenau - em 1884.
Ernestine nasceu na cidade de Lehesten, foi filha de Carl Spies e Caroline. As testemunhas do casamento foram os pioneiros Peter Wegner e Heinrich Hohl.

Fonte: Portal Luteranos

Friedrich Donne casou novamente com a filha de Reinhold Freygang e Henriette (Oehme) Freyngang, Clara Freygang em 23 de junho de 1885.

Filhos de Donner - Primeiro casamento

Paula Maria Magdalena Donner * 20.03.1869;
Anna Marie Therese Donner * 08.07.1870 Timbó;
Johanna Wanda Donner * 05.11.1872 Rio dos Cedros;
Hermann Helmuth Donner * 04.07.1874 Rio dos Cedros;
Wilhelm Martin Edmund Donner * 05.06.1876;
Rudolf August Ludwig Emil Detlef Donner * 28.05.1878;
Wilhelmine Thekla Donner * 23.12.1879 Timbó;
Dorothea Lina Frieda Donner * 15.08.1881 Timbó;
Franz Heinrich Erwin Donner * 05.12.1883 Timbó;
Bruno Wilhelm Otto Donner * 06.07.1884 Timbó.

Filhos de Donnner - Segundo casamento

Margaretha Luise Henriette Donner * 29.04.1886 Timbó;
Paul Victor Marius Reinhold Donner * 30.05.1887 Timbó;
Curt Friedrich *12-08-1889;
Ana Henriette Otilia *28-03-1891;
Paulo;
Gertrud.

Residência e casa de negócio de Friedrich Donner, primeiro morador de Timbó.

Parte dos dados retirados do livro Pioneiros da Colônia Blumenau - Famílias Evangélicas de confissão Lutherana da Colônia Blumenau Período: 1856 – 1940.

Na época da família de Friedrich Donner no Alto Itajaí, início do século XX, a região era chamada de núcleo Benedito-Timbó, pois faziam parte do mesmo território - os atuais municípios de Rio dos Cedros, Benedito Novo, Doutor Pedrinho e Rodeio, todos colonizados na mesma época e parte do território da Colônia Blumenau.

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Em 1863 aconteceu a primeira expedição para a região coordenada pelo fundador da Colônia Blumenau, Hermann Blumenau. A expedição subiu o Rio Benedito no dia primeiro de julho de 1863. Os primeiros pioneiros alemães a se fixarem na confluência entre o Rio Benedito e o Rio dos Cedros, eram naturais da Pomerânia, do norte da atual Alemanha. Encontraram na região, algumas famílias do litoral vindas de Itajaí e Porto Belo, as quais chegaram no local em 1860. Estas famílias pioneiras, que chegaram em 1863, foram guiadas pelo canoeiro - o primeiro que trouxe Hermann Blumenau à região do Vale do Itajaí pela primeira vez, Ângelo Dias e pelo Engenheiro Emil Odebrech. Os pioneiros alemães liderados por Friedrich Donner, subiram o Rio Benedito até a foz do Rio dos Cedros e iniciaram uma nucleação urbana.

Curiosidade histórica: Ângelo Dias era nascido em Itajaí, recém fundada e acompanhou Hermann Blumenau na primeira expedição na região do Vale do Itajaí - 1848, quando foram recebidos por Peter Wagner que já residia no local próximo ao Centro Histórico da atual Blumenau, portanto, no futuro Stadtplatz de toda a Colônia Blumenau. Nesta época, Hermann Blumenau alugou duas canoas, sendo o canoeiro de uma delas, Ângelo Dias e na qual viajou o fundador da Colônia Blumenau. É sabido que estes homens, além de serem canoeiros práticos, geralmente pescadores e conhecedores sobre a navegabilidades em rios, muitas vezes munidos de corredeiras também eram conhecedores dos desafios que poderiam encontrar em tais expedições na mata. Quando o grupo de exploradores estava na foz do Ribeirão da Velha no Rio Itajaí Açu, a equipe se dividiu e duas. O sócio de Blumenau, Ferdinand Ernst Friedrich Hackradt seguiu um rumo, com seu canoeiro e Hermann Blumenau, com Ângelo Dias, seu canoeiro, subiram o Rio Itajaí Açu além do salto (atual bairro do Salto - Blumenau e onde surgiu a segunda povoação após o Stadtplatz que é Badenfurt - margem esquerda) chegando até Subida, de onde retornaram.
Tem tudo para que nesse momento, Hackradt tenha descoberto o Ribeirão do Testo e o rumo para o local da fundação da povoação da atual cidade de Pomerode.

"Sabe-se, pelas cartas do Dr. Blumenau que, ao chegarem, ele e Ângelo Dias, à confluência do Rio Benedito (Indaial), o último negou-se a continuar a viagem, rio acima, por ter-se esgotado a provisão de cachaça, “combustível” sem o qual o “motor” de Ângelo Dias não funcionava. Não se sabe como foi que Dr. Blumenau conseguiu resolver o impasse; se pela persuasão, ou por ter conseguido arranjar a “água que passarinho não bebe”. Isso não seria impossível, dado que, ao que tudo indica, já naquela época, as proximidades da embocadura do Rio Benedito, contavam com alguns habitantes caboclos que, mais provavelmente, possuíam engenho de açúcar e alambique. O fato é que os exploradores chegaram até Subida, onde o rio, pelas suas muitas corredeira, e saltos não mais oferece possibilidade de navegação."

Prosseguindo com a história sobre Donner e região Benedito-Timbó...

Emil Odebrecht colocou em suas anotações os registros das primeiras comercializações de lotes coloniais às margens do Rio Benedito, em 1872. Na listagem publicada no livro do Centenário de Timbó, Friedrich Donner consta como proprietário de terras às margens do Rio dos Cedros. Uma curiosidade: Quando os pioneiros alemães chegaram ao local do rio encontraram Benedito, filho mais novo do casal Benedito residente em Indaial, que residia junto à foz do rio que recebeu o nome de Benedito. Há registros informais que em fevereiro de 1863, Benedito teria abastecido o cantil do canoeiro Ângelo Dias de cachaça, que acompanhava o agrimensor Carl August Wunderwald em suas excursões aos rios Benedito e dos Cedros, com o objetivo de traçar uma estrada entre a Colônia Blumenau e a Colônia Dona Francisca (Joinville) - demarcando o tempo aproximado do pioneiro Benedito na região.

Carl August Wunderwald - sentado - Fonte: Brasiliana Fotográfica - Wunderwald, Carl August, 1814-1868 - Retratos.
Thereza Christina Maria - Custódia Biblioteca Nacional (Brasil).

Os relatórios do Engenheiro agrimensor Wunderwald já denominavam a região como Benedito-Timbó. O único meio de transporte na época era a canoa.

O site do IBGE apresenta na parte histórica desta região, que a caça da anta era o principal alimento dos pioneiros junto com o palmito, que além de alimento, era usado como madeira na construção das primeiras casas e ranchos locais, cujas paredes eram feitas de taipa com estrutura de palmito. O principal contributo foi Augusto Germer.

A primeira casa e abertura da clareira. Uso do material da mata derrubada da floresta para a construção da casa e criação de espaço aberto para a plantação e pastagens do rebanho – Colônia Blumenau – Século XIX. Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva – Blumenau SC. Do livro: Fachwerk - A Técnica Construtiva Enxaimel.

A primeira ponte sobre o Rio Benedito foi inaugurada em 27 de agosto de 1893. A ponte sobre o Rio dos Cedros, causa de muitos desentendimentos entre a Direção da Colônia Blumenau, os políticos e moradores da nucleação urbana, foi inaugurada pelo governador Gustavo Richard, durante a primeira visita a Timbó, em maio de 1907. O governador batizou a ponte com o nome Dona Clara, uma homenagem a segunda esposa de Friedrich Donner.

Friedrich Donner fundou a primeira casa comercial na nucleação urbana, instalou o primeiro moinho e exportava, no início do século XX, para o Rio de Janeiro: banha, manteiga, frutas e em troca importava rendas, trigo e tecidos. Também construiu uma balsa sobre os dois rios e, mais tarde, com o auxílio do governo federal, construiu um pontilhão para o trânsito de carroças, trabalhou para a ativação do canto coral, para a construção do salão de bailes e também incentivou corridas de cavalos. Donner representava a nucleação urbana na Sede da Colônia Blumenau. a exemplo de outros comerciantes instalados em outras tantas nucleações urbanas espalhadas pelo grande território da Colônia Blumenau.

Entre 1910 e 1920, seu nome foi dado ao salto localizado no Rio Benedito, onde tinha um propriedade entre tantas que possuía, que ficou conhecido como Salto Donner.

Como anteriormente mencionado, o salto possui uma queda de 25 metros, localizada logo após o limite dos atuais municípios de Benedito Novo e Doutor Pedrinho. No local há acessos superior e inferior à cachoeira.

Vista Parcial de Doutor Pedrinho SC - Década de 1950. Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Doutros Pedrinho.

Curiosidade Histórica: O nome do município Doutor Pedrinho é uma homenagem ao pai de um dos Ramos , família ligada ao Nacionalismo na região - governado Aderbal Ramos da Silva. Tudo começou quando em 1988, a região passa à categoria de distrito e se chama Doutor Pedrinho, homenagem ao pai do governador. O Distrito Doutor Pedrinho surgiu mediante a Lei Promulgada Estadual nº 1.101, em 04 de janeiro de 1988, e em 1° de julho de 1989 foi criado o município de Doutor Pedrinho, desmembrado de Benedito Novo, sendo instalado efetivamente, em 01 de junho de 1989.

As imagens comunicam...

Rio Benedito - Doutor Pedrinho SC.

Salto Donner - Doutor Pedrinho SC

Rio Benedito - Doutor Pedrinho SC.

O salto era visível da estrada para os passantes, portanto era um ponto focal natural na paisagem. De repente, surgiu um mirante com marcas visíveis do não uso, talvez pela ausência de acessibilidade e também, do bloqueio visual que se tornou aos passantes, que não tem mais a visão do salto a partir da estrada.

Bloqueio visual do salto a partir da estrada - Mirante sem acessibilidade.

Salto Donner - Doutor Pedrinho SC.

Linguagem da casa do pioneiro a partir de uma releitura. Volumetria mantém a identidade e harmonia da paisagem.

Caminho - campo - Itaiópolis SC

Altitude superior a 800 metros.

Distrito de Moema - Itaiópolis SC - a Igreja São Pedro e São Paulo

Ante de chegarmos em Itaiópolis, encontramos uma linda igreja de madeira com traços ucranianos, na paisagem - construída próximo a um casarão de madeira, com traços e docorativismo semelhante.

A igreja histórica de Moema - distrito de Itaiópolis, é conhecida como Igreja São Pedro e São Paulo - de rito bizantino-ucraniano. Foi construída por imigrantes ucranianos em 1914. É uma construção de madeira, material abundante na região, no início do século XX e sua planta tem forma de cruz, com uma torre central octogonal, coroada pela cúpula.
Sua arquitetura é considerada um marco da imigração ucraniana no Brasil e foi tombada pelo Iphan em 2007. É tombada a nível federal, como patrimônio histórico, etnográfico, arqueológico e paisagístico e faz parte dos Roteiros Nacionais da Imigração ucraniana. A Igreja de São Pedro e São Paulo tornou-se um marco da imigração ucraniana no Brasil.

Apesar disso, a igreja deixou de ser utilizada para cultos periódicos e também teve seu interior descaracterizado - pois está desprovido de alguns elementos que compõem a igreja. O local, que demonstra necessidade de manutenção, atualmente abriga aulas de catecismo ministradas pelas irmãs.

Casa das Irmãs Servas de Maria

Bem próximo da igreja de madeira tem uma grande casa com características bem definidas, localizada à esquerda da igreja está a Casa das Irmãs, construída por volta dos anos 1940.

O conjunto arquitetônico e histórico de Moema, guarda características marcantes da imigração ucraniana. O entorno é parte do conjunto, junto com o cemitério e a Casa das Irmãs, marcando profundamente esta paisagem.

Itaiópolis SC

Prefeitura Municipal de Itaiópolis SC.

O município está localizada ao norte de Santa Catarina e conta com uma população de 21.669 habitantes. Seu nome tem origem tupi-guarani e significa cidade da pedra molhada.

Claudino R. Ferreira dos Santos.

Itaiópolis teve sua primeira nucleação urbana localizada em uma antigo caminho de tropeiros. Alguns pesquisadores aludem a fundação de Itaiópolis à fundação da nucleação de Rio Negro, também originária no caminhos das tropas oriundas do Sul para Minas Gerais e São Paulo.

Em 1901, Pawel T. Wielewski escreveu em um relatório sobre a nucleação urbana denominada Lucena conhecida como “Sul do Paraná”, no qual descreve a colônia contendo 6000 habitantes, com a presença de 32 casas comerciais, 2 igrejas católicas e uma capela dos unitas ucranianos, 3 escolas, uma sociedade, 3 serrarias, alguns moinhos, 2 fábricas de cerveja, farmácia, alguns profissionais liberais e técnicos, como sapateiros, seleiros, carpinteiros, feireiros, etc. No relatório de 1910, de Claudino R. Ferreira dos Santos, Secretário de Obras Públicas e Colonização, ao Presidente do Estado do Paraná, Francisco Xavier da Silva, ele descreve que Lucena possuía 6.320 habitantes distribuídas em 1.361 lotes rurais, 45 casas comerciais, várias oficinas e 470 carroças.

Em 20 de outubro de 1916, os governadores do Paraná, Afonso Camargo e de Santa Catarina, Felipe Schmidt, mediados pelo Presidente da República Wenceslau Braz, assinaram um acordo, estabelecendo os limites entre os dois estados. Em 26 de maio de 1917, mediante o acordo de limites assinado no ano anterior, o município de Lucena foi suprimido. Em 7 de setembro de 1917, Santa Catarina encampou as terras que lhe couberam no tratado e Lucena ficou fazendo parte do território do novo município catarinense - Mafra, criado em 1917, pela lei n° 3, de dois de outubro, e então foi criado mais uma vez o distrito de Itaiópolis, cuja instalação ocorreu em novembro do mesmo ano. Um ano depois, Itaiópolis se emancipou, e o município foi novamente criado, pela lei estadual n° 1120 de 28 de outubro de 1918 e Itaiópolis foi instalado e 1° de janeiro de 1919.

Prefeitura de Itaiópolis SC.

Salão do Clube 16 de Abril

O Clube 16 de Abril, antiga Sociedade Literária Leseverein Itayópolis, foi fundado em Itaiópolis em 1918, com início das atividades neste espaço - em 16 de abril de 1920. Como em vários centros culturais do sul, foi fundado por um grupo de amigos que desejavam um local para práticas culturais, como dança, canto, jogos e também, encontros sociais. Alguns destes amigos foram: Álvaro G. Kamienski, Augusto G. Schellin, Paulo Engel, João Küchler, Léo Jung. Também a exemplo da perseguição promovida durante o governo de Getúlio Vargas (Link no final desta postagem sob o número 6), conhecido como Nacionalismo e sobre o qual já escrevemos, também esta sociedade da cultura alemã teve que trocar seu nome, que aconteceu em 16 de abril em 1938, quando também tornou-se um clube.

Nos primeiros 5 anos de fundação da sociedade, suas atas eram redigidas na língua alemã, mudando em 12 de janeiro de 1926, quando começou a ser redigidas em língua portuguesa.

Produtos ainda encontrados nas lojas locais - vários tipos de machados, característicos nas construções de casas de madeira, um tempo atrás.

Fumo em rolo e palha.

Tamancos, para comercializar em lojas locais.

A edificação da Prefeitura Municipal de Itaiópolis segue a linguagem da arquitetura européia com características presentes no jogo de telhados e volumetrias a partir de justaposição de volumes.