sábado, 29 de agosto de 2020

Igreja Matriz Sant'Ana - Apiúna SC - Projeto do Arquiteto Simon Gramlich

Igreja Matriz Sant'Ana - Apiúna SC

Sempre que trafegamos na rodovia BR 470, que faz  ligação entre o litoral e região do trajeto para o oeste do Estado de Santa Catarina, e no momento que nos encontramos no território de Apiúna - avistamos a majestosa Igreja  Matriz Sant'Ana. A fotografia foi feita quando estávamos em trânsito, no interior de ônibus intermunicipal. Sempre olhamos o local, como se fosse a primeira vez. A igreja está localizada às margens da rodovia intermunicipal, com uma grande praça na sua frente - conhecida Praça da Matriz, que lembra a tradicional praça da igreja, herança do ágora grego, local público de encontros e contemplação.

Localização - Apiúna SC


Simon Gramlich

O projeto da
Igreja Matriz Sant'Ana  apresenta uma linguagem arquitetônica neogótica, com elementos característicos na sua composição, como a rosácea, vitrais, monumentalidade, uma alusão aos arcos botantes, arcos ogivais, entre outros. O neogótico é o estilo nacional da nação alemã, terral natal do arquiteto Simon Gramlich. 
A paróquia Sant'Ana - Apiúna foi criada em 14 de novembro de 1954, quando se desmembrou de Ascurra. Possui 16 comunidades e dois centros de atendimentos. Seu atual pároco é o padre polonês, Pe Marek Kempske.
Pe Marek Kempske antes da missa de sábado.


Gramlich foi um Engenheiro-arquiteto nascido na cidade de Herbolzheim - estado de Baden Würtemberg - Alemanha, em 7 de agosto de 1887. Há pouco registro sobre sua vida privada e profissional a não ser, sua vasta obra executada em muitas cidades do Sul do Brasil, composta de projetos com características  ecléticas da virada do século XIX para o século XX, Art Decó, neogótico, neoclássico e moderno - que variam de residências de todos os tamanhos, fábricas, escolas, espaços comerciais e muitas igrejas, como esta localizada na cidade de Apiúna SC.

Já escrevemos sobre Simon Gramlich. Para acessar o link sobre sobre sua breve biografia - Clicar sobre: Simon Gramlich (Simão Gramlich no Brasil) - Arquiteto alemão com uma obra imensurável no Brasil e vida cheia de mistérios

Paróquia Sant'Ana - Apiúna

Praça da Matriz: 12 - Cx. Postal 08 - 89135-000 - Apiúna - SC
Fone: (47) 3353 1171 
E-mail: santanaapiuna@yahoo.com.br   
Facebook: Paróquia Sant'Ana

Apiúna

Emil Odebrecht.

Apiúna é resultado da evolução urbana da colônia fundada por imigrantes alemães e italianos - denominada, inicialmente denominada Aquidabã. Foi um local de passagem dos pioneiros alemães que exploravam o Vale do Itajaí - praticamente a extensão territorial da Colônia Blumenau - a partir da sede da colônia em direção ao Alto Vale do Itajaí, Serra Catarinense e Oeste do estado de Santa Catarina. Neste local, geralmente pousavam, também, e estabeleceram residências, membros de famílias da sede da Colônia Blumenau, como é o caso da Casa Odebrecht, conhecida Casa Azul - local onde Emil Odebrecht descansava, quando saia para uma jornada de trabalho. A edificação pertencente ao patrimônio histórico arquitetônico regional foi construída pelo genro de Emil Odebrecht, Albert Zimber, que era esposo da filha do Engenheiro Odebrecht - Helene. Quando a família retornou para a Europa, Zimber vendeu sua propriedade para seu cunhado - Woldemar Odebrecht, também filho de Emil Odebercht. 

Figuras da História do Vale do Itajaí residiram em Apiúna, ainda no século XIX e início do século XX, como por exemplo o primeiro e segundo balseiro do Rio Braço do Sul - Südarm, local aonde surgiu a nucleação urbana de Südarm, Bela Aliança e depois, a atual cidade de Rio do Sul. Tanto o primeiro balseiro - Karl Schroeder, quanto o segundo - Basílio Correia de Negreiros,  nunca cortaram laços com Aquidabã, quando estiveram trabalhando na balsa em Südarm (atual Rio do Sul), e voltaram a residir em Aquidabã, atual Apiúna, quando deixaram de ser balseiros


Assim também ocorreram com outras famílias que tinham ligações com a Colônia Blumenau. A localidade era passagem dos viajantes que faziam o trajeto sentido leste/oeste e também o retorno. E de certa maneira, continua sendo assim, pois é neste local que grande número de caminhoneiros param para descansar dentro de seu percurso, sentido leste oeste e vice versa - dentro do estado de Santa Catarina.
A localidade se tornou  município, 110 anos após sua fundação - em 4 de Janeiro de 1988, quando foi desmembrado de Indaial SC, que havia sido desmembrado da Colônia Blumenau por um ato unilateral do Presidente Getúlio Vargas - durante o período do Nacionalismo - link no final desta postagem. 
Em 1º de janeiro de 1944, depois de uma revisão territorial, Aquidabã passou a se chamar Apiúna. Na língua tupi-guarani, Apiúna significa "cabeço negro", uma referência à montanha arredondada e escura que existe na região - o Morro Dom Bosco com 390 metros de altura.
Angelina Wittmann - Arte-Cultura-História e Antropologia : Comunidade  Neisse Central e o casarão - Sua origem histórica - Apíúna SCAngelina Wittmann - Arte-Cultura-História e Antropologia : Comunidade  Neisse Central e o casarão - Sua origem histórica - Apíúna SC

Conhecendo um pouco do cenário da Igreja Matriz Sant'Ana, a qual apresentaremos em imagens feitas em períodos distintos.

Imagens da Matriz Sant'Ana - Apiúna  SC






Trabalho do altar foi feito em escultura na madeira feita por um artista de Ascurra - da família Grava


A igreja à noite - sábado antes da missa.







Gato do Padre Marek Kempske na igreja.

Gato do Padre Marek Kempske na igreja.

Lustre.

Em uma reforma não muito feliz - foi retirado o coro.

Rosácea o elemento forte do neogótico e do gótico.

Antes da missa.

Característica do neogótico e gótico - arco ogival


Praça da Matriz à noite - que não deve ser cercada - correndo riscos.

Paisagem na frente da  Igreja Matriz Sant'Ana - Apiúna  SC. Característica edificação da região do Médio e Alto Vale do Itajaí, construídas nas décadas de 1950 e 1960. Utilizavam muito o estuque, a partir de gesso e ripas de taquara ou bambu trançados, para acabamentos de decoração e forros. Quase sempre o telhado era composto por quatro águas, sem a presença da característica mansarda e as aberturas recebiam cimalhas decorativas a partir de alvenaria. A estrutura era conseguida a partir de paredes autoportantes feitas com tijolos maciços com acabamento calfinado. Telhas, quase sempre eram o tipo francesas. Casa fotografada em Apiúna, município desmembrado de Indaial, que foi desmembrado da Colônia Blumenau.


 Padre Marek Kempske  recepcionando a comunidade um pouco antes de iniciar a missa de sábado à noite.




















Em Construção...
















Nenhum comentário:

Postar um comentário