
A arquitetura comunica, de maneira empírica, um momento das práticas de uma sociedade, dentro de um recorte de tempo histórico, no espaço, ou seja sua cidade. Isso acontece porque é parte integrante das artes e reflete as atividades e práticas de uma sociedade no espaço. Se retirar esta da paisagem, com um valor imensurável para o conjunto atemporal, a sociedade que ali interage e, a que virá no futuro a interagir, fica um pouco mais sem sua identidade e também, sem sua história.
Quando "lemos" um edifício, como o Edifício Tupí, inserido na paisagem da cidade, podemos receber informações daquela sociedade que o construiu e sua contribuição para a sociedade que ocupou seu lugar. Também é possível entender sua relação com a estética e a arte, que torna esta sociedade única e seu espaço um referencial na história de cada uma pessoa que vive ali, ou mesmo visitantes passageiros.
Arquitetura das décadas de 1950 e 1960 - que marcaram a esquina

Suas fachadas curvilíneas e munidas, geralmente, de sacadas, recebem elementos decorativos como cimalhas, letreiros informativos em alto relevo e detalhes em ferraria artística. Quando em esquina, demarcam esta, com a planta arredondada e todos os elementos, na composição que envolve esta esquina.
Em Blumenau, ainda existe algumas tipologias assim na área central, sendo que o Edifício Tupí era um dos mais significativos, tanto, que os fotografamos um tempo passado. Não encontramos sua história em registros e tão pouco quem o projetou e para qual uso.
Há outros edifícios no mesmo estilo na cidade, localizados em esquinas e agradavelmente demarcando esta esquina com arte e harmonia, através de sua forma.
Em Blumenau, ainda existe algumas tipologias assim na área central, sendo que o Edifício Tupí era um dos mais significativos, tanto, que os fotografamos um tempo passado. Não encontramos sua história em registros e tão pouco quem o projetou e para qual uso.
Há outros edifícios no mesmo estilo na cidade, localizados em esquinas e agradavelmente demarcando esta esquina com arte e harmonia, através de sua forma.
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No bairro Vila Nova. Demolido. |
Edifício Tupí
Edifício Tupí localizado na esquina da Rua 7 de setembro com a Rua Paul Hering, próximo ao Cafehaus e o Colégio Sagrada Família.
Sua arquitetura reporta às construções produzidas na cidade de Blumenau nas décadas de 1950/1960, em Art Decó tardio. Como já visto em outras construções dessa época, através de suas fachadas acabadas de maneira arredondadas marcavam a esquina de maneira única e harmoniosa. As sacadas que enriquecem estas elevações, acompanham esta esquina também feitas em curvas sobrepostas em uma parte onde o fechamento era feito de tijolos maciços aparentes, quebrando a sensação vertical do conjunto. O edifício é munido de platibandas que encobriam o telhado, com a cimalhas no acabamento.
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Espaço vazio, onde antes estava o edifício Tupí. |
O nome do edifício foi aplicado em alto relevo, bem na esquina sobre a parte em curva. Há uma célere verticalização nesta área da cidade, onde vários projetos já foram aprovados. Geralmente a argumentação dada, é de que já há possibilidades da construção de um edifício de tantos pavimentos, de tantos metros suprindo o déficit de área construída nessa região central.
O Edifício Tupí foi demolido nos dias 20 e 21 de julho e contava com 448,14m2 de área construída, distribuída em 16 salas comerciais, quatro banheiros e duas copas.
De acordo com o jornal O Município Blumenau, uma das possibilidades é de que o espaço o espaço se torne um estacionamento, tal como a Casa Gropp.

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Estudo existente para revitalizar o edifício. |

Um Registro para a história.
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:@angewittmann (Instagram)@AngelWittmann (Twitter)
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