Seguindo o roteiro Alemanha 2025, para terminar o dia 18 de abril, em visita a Salzburg, nos dirigimos Getreidegasse, uma das ruas mais antigas, histórica e famosa da cidade austríaca. Tínhamos a companhia do Padre Joseph Apfelbeck e a família Mirwald.
O Mozarts Geburtshaus, local onde nasceu Wolfgang Amadeu Mozart, está localizado nesta rua, no Centro Histórico. Uma das principais características da famosa rua é a sua configuração a partir de fileiras altas e estreitas de casas com inúmeras placas de guildas de ferro forjado acima das lojas antigas, juntamente com as diversas passagens e pátios, ou átrios, transmitindo a atmosfera a partir de sua densidade de ocupação de uma imagem fiel da rua medieval original.
Getreidegasse - a rua onde nasceu Mozart
A Getreidegasse, movimentada e histórica rua comercial, parte da atual zona de pedestres de Salzburg foi percorrida por nós a pé, bem como todos os demais pontos visitados por nós nesse dia 18 de abril. A percepção da paisagem da cidade é muito diferente.
O traçado da Getreidegasse tem o sentido noroeste a sudeste, paralela ao rio Salzach.
A Getreidegasse fez parte de uma rede de tráfego na época do período romano, formando a principal artéria de tráfego da cidade em direção à atual Baviera. A rua foi mencionada pela primeira vez em 1150 como Trabgasse e Traugasse.
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Cristaleria Mozart que fabrica os canecos oficiais da Oktoberfest Blumenau e a Mozarts Geburtshaus. |
Atualmente a fachada do Mozarts Gebursshaus é colorida com amarelo vibrante que nos fez lembrar de que já vimos algo semelhante no bairro de Salto Weissbach, em Blumenau, mas nem sempre foi assim.
Sim, é a cor da Cristaleria Mozart, fabricante dos canecos oficiais da Oktoberfest Blumenau que trouxemos em nossas malas para entregarmos a representantes de quatro bandas alemãs que tocaram na festa, dentro desta programação de viagem.
Local de nascimento de Mozart, Mozarts Geburtshaus, está gravado em letras douradas na fachada da casa de número 9 da Getreidegasse 28. Wolfgang Amadeus Mozart nasceu neste edifício em 27 de janeiro de 1756. O compositor passou os primeiros 17 anos de sua vida na casa amarela. Hoje, o local de nascimento de Mozart abriga um museu dedicado ao músico e compositor, o qual visitamos e compartilhamos com os interessados em conhecer mais sobre este lugar histórico e muito bem preservado, exemplo a ser seguido pelos gestores das cidades brasileiras.
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Getreidegasse, na primeira metade do século XVIII. |
Getreidegasse 28. Aos fundos - a Bügerspitalkirche St. Blasius. |
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Localização da Mozarts Geburtshaus na Getreidegasse, Salzburg, Áustria. |
Localização da Mozarts Geburtshaus na Getreidegasse, Salzburg, Áustria. |
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Johann Lorenz Hagenauer |
Em 1712, Joseph Martin Hagenauer, marceneiro e vereador, tornou-se o proprietário do edifício. Em 1736, a propriedade e sua licença comercial passaram para Johann Lorenz Hagenauer, que em 1747 alugou o terceiro andar para Leopold e Anna Maria Mozart, pais do compositor.
A família Mozart viveu 26 anos na Getreidegasse 28, quando se mudaram para a residência maior na Makartplatz, do outro lado da ponte.
Mozart nasceu em Getreidegasse, quando a família vivia no local há mais de 7 anos. Mozart viveu com a família, no local, terceiro pavimento da casa número 9, até completar 17 anos. Portanto, visitamos o local original onde o compositor viveu seus primeiros 17 anos de vida e já era conhecido e respeitado na Europa e fora do continente.
O edifício histórico foi construída no século XII em terreno que fazia parte do jardim pertencente aos monges beneditinos de São Pedro, em Salzburg. Otto Keutzel, um comerciante, é mencionado como proprietário em 1408, enquanto Chunrad Fröschmoser, o boticário da corte, comprou a propriedade em 1585. Na porta, a serpente enrolada na boca do leão, símbolo de Asclépio, ainda atesta sua propriedade. Quando em 1712, a casa passou a ser propriedade da família Hagenauer, que havia chegado a Salzburg por volta de 1670, incluindo Joseph Martin Hagenauer e Johann Laurenz Hagenauer, que se tornou o senhorio de Mozart.
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Centro Histórico de Salzburg e a localização da Getreidegasse 28 e a casa da onde estava o apartamento que nasceu Mozart. |
Quando Mozart nasceu, Salzburgo ainda era um Estado Papal independente, e a Getreidegasse era o coração da vida cívica da cidade. A maior parte do Centro Histórico, na margem esquerda do rio, onde fica a Getreidegasse, era propriedade da igreja, e havia pouco espaço para os cidadãos de Salzburgo. Então a Getreidegasse era, assim como é hoje, a região mais movimentada da cidade. Atualmente, por ser o local onde está a casa onde Mozart nasceu, é a segunda atração mais visitada de Salzburgo, depois da Fortaleza de Hohensalzburg.
Mozart
Wolfgang Amadeus Mozart, batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, compositor e músico austríaco do período Clássico. Ele nasceu no edifício localizado na Getreidegasse 28 em 27 de janeiro de 1756 e faleceu em Viena, quase 36 anos depois, em 5 de dezembro de 1791. Seus pais foram Leopold Mozart e Anna Maria Pertl. Foi o sétimo filho do casal e destes somente ele e sua irmã Maria Anna, apelidada Nannerl, sobreviveram à infância.
Quanto a vocação do menino, assim que que seu pai Leopold, um músico experiente e um violinista reconhecido percebeu o talento do filho, nos seus primeiros anos de vida, abandonou suas pretensões pedagógicas e compositivas para dedicar-se à educação do filho e também de sua filha Nannerl, que também manifestou aptidões musicais. Pode-se afirmar que boa parte do profissionalismo que Wolfgang apresentou em sua maturidade foi fruto da rigorosa disciplina imposta pelo seu pai durante sua formação. O seu aprendizado musical começou com a idade de quatro anos. Em 1759, Leopold compilou um livro de composições elementares para o aprendizado de sua filha, que também serviu como manual didático para Wolfgang. Neste volume Leopold anotou as primeiras composições de Mozart, datadas de 1761, um Andante e um Allegro para teclado.
Em abril de 1764 seguiram para Londres, onde ficaram por um ano e três meses. Foram recebidos pelo rei Jorge III, que deu ao menino Mozart testes difíceis ao cravo, e o ouviu em duas outras ocasiões. Deram concertos públicos e privados e Leopold Mozart convidou especialistas para testarem Mozart de várias maneiras, mas os anúncios sensacionalistas publicados diminuíam a idade de Mozart em um ano, e as apresentações às vezes tiveram um caráter quase circense.
O filósofo Daines Barrington o examinou e apresentou um relatório com suas conclusões à Royal Society, declarando sua proficiência em improvisos e na composição de canções em estilo operístico. Possivelmente em Londres Mozart compôs e apresentou suas primeiras sinfonias, pode ter entrado em contato com a música de Händel, que ainda era popular, e ali conheceu Johann Christian Bach, com quem iniciou longa amizade e de quem recebeu influência musical.
Sua relação com Constanze ficou séria e mesmo que continuasse negando para seu pai, em 15 de dezembro de 1781 declarou sua intenção de se casar com a moça. Logo depois da estreia de sua nova ópera O Rapto do Serralho, pressionado pela mãe de Constanze, agilizou os preparativos do casamento e pediu a bênção paterna. Em 4 de agosto de 1782, Wolfgang e Constanze se casaram na Catedral de Santo Estêvão, mas só no dia seguinte chegou a carta do pai dando seu relutante consentimento. A figura de Constanze e seu papel na vida de Mozart têm sido objeto de muita polêmica, mas ao que tudo indica, a união foi bastante feliz, ainda que ela não tivesse capacidade de ajudar o seu desorganizado marido na administração de um lar. Poucas semanas depois do casamento eles já foram obrigados a pedir um empréstimo. Constanze logo engravidou e seu primeiro filho, Raimund Leopold, nasceu em 17 de julho de 1783, quando Mozart tinha 28 anos. Poucos dias após o nascimento do pequeno Raimund, ele foi deixado sob os cuidados de amigos para que o casal pudesse viajar a Salzburg e visitar Leopold que os recebeu friamente.
Em 1994, a arquiteta vienense Elsa Prochazka restaurou os aposentos do Mozarts Geburtshaus, local de nascimento de Mozart, instalando tecnologia museológica moderna para garantir a preservação intacta das peças do acervo. O destaque mais recente desde, dezembro de 2005, foram as alterações no terceiro pavimento, pelo designer de iluminação, diretor e cenógrafo americano, Robert Wilson, que combinou as peças originais dos aposentos com suas próprias obras, criando uma obra verdadeiramente poética.
Wolfgang Amadeus Mozart, batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, compositor e músico austríaco do período Clássico. Ele nasceu no edifício localizado na Getreidegasse 28 em 27 de janeiro de 1756 e faleceu em Viena, quase 36 anos depois, em 5 de dezembro de 1791. Seus pais foram Leopold Mozart e Anna Maria Pertl. Foi o sétimo filho do casal e destes somente ele e sua irmã Maria Anna, apelidada Nannerl, sobreviveram à infância.
A família era oriunda da região de Augsburg, tendo o sobrenome sido registrado desde o século XIV, aparecendo em diversas formas diferentes, como: Mozarth, Motzhart, Mozhard ou Mozer, cujo nome é encontrado no Vale do Itajaí e erroneamente citados como família de imigrantes italianos. A família materna Pertl, era natural de Salzburg.
Foi batizado no dia seguinte de seu nascimento na Catedral de Saltzburg. Seu padrinho foi Johannes Theophilus Pergmayr. Explicando seu nome recebido no seu batismo. Johannes Chrysostomus era o nome do santo do dia em que Mozart nasceu. Era um costume católico dar às crianças o nome do santo do aniversário. Wolfgangus era o primeiro nome do avô materno de Mozart, embora Mozart nunca o tenha conhecido. Em alemão, seu nome é Wolfgang, e esse é o nome que sua família usava para ele. Ele herdou Teófilo de seu padrinho. É o equivalente grego de Amadeus, e Amadeus vem do latim e seria Gottlieb em alemão. A tradução desses nomes significa "o amor de Deus".
Embora a família de Mozart o chamasse de Wolfgang ou Wolferl, ele inicialmente se chamava Wolfgango Amadeo, nome que mais tarde mudou para Wolfgang Amadé.
Nem todos o levavam a sério, e é por isso que o conhecemos hoje como Wolfgang Amadeus. Mas, com mais frequência, o chamamos pelo sobrenome, Mozart.
Catedral de Salzburg onde Mozart foi batizado. |
Pia batismal da catedral onde o compositor foi batizado em 1756. quase 100 anos de Blumenau ser fundada, cidade quase totalmente desprovida de sua história na paisagem. |
Quanto a nacionalidade de Mozart existem polêmicas, em função do período histórico de seu nascimento. Por que isso acontece? Seu pai era alemão. Salzburg não fazia parte da Alemanha nem da Áustria. As fronteiras sempre mudaram, inclusive no Vale do Itajaí, pois há pessoas que nasceram dentro da Colônia Blumenau, têm em seus documentos atuais, que nasceram em Ibirama, por exemplo.
Salzburg foi fundada pelo Bispo Ruperto, que chegou na região, da Baviera em 696. Portanto, foi uma fundação bávara, mas tornou-se independente da Baviera no século XIV.
Em 1803, Salzburg perdeu sua independência para Napoleão antes de se tornar parte da Áustria em 1816.
Salzburg fazia parte do Sacro Império Romano quando Mozart nasceu, mas o império era um coletivo de nações; portanto, não determinaria a nacionalidade de Mozart. O pai de Mozart, Leopoldo, era nascido em Augsburg, atual Alemanha, mas na época, a Alemanha ainda não existia. A Alemanha era mais uma identidade cultural do que um país, unida por uma língua, costumes e tradições comuns, semelhante a de Salzburg.
Mozart se considerava alemão, mas mais no sentido de uma identidade cultural. E a cidadania como a conhecemos ainda não existia. Mozart, portanto, nasceu em Salzburg, quando este era um país que não existe mais, mas que se tornou parte da Áustria logo após a morte de Mozart. É um pouco confuso e deve ser considerado o período histórico que se está analisando. Atualmente pode-se dizer que Mozart era austríaco, mas...
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Wolfgang Amadeus Mozart, com 5 anos incompletos. |
Em 1761, com 5 anos de idade, Mozart fez sua primeira aparição em um recital de obras de Johann Eberlin na Universidade de Salzburg.
Após este evento iniciou um período de cerca de vinte anos em que fez extensas viagens pela Europa, organizadas privadamente por seu pai Leopold com os objetivos declarados de consagrar seus filhos como gênios precoces. Entre os inúmeros concertos que davam, os testes a que eram submetidos, os contatos profissionais e visitas de cortesia que se viam obrigados a fazer, e a frequente audição de apresentações de músicas alheias para a instrução das crianças, dentro deste cronograma de viagens foi sempre muito cansativo.
Em 1762, quando tinha seis anos, fez a primeira viagem que teve o destino Munique. Tocaram diante do Eleitor da Baviera. No fim deste mesmo ano iniciaram outra viagem, que durou até janeiro de 1763, tocando em Viena e outras cidades. Apresentaram-se para vários nobres e duas vezes para a imperatriz Maria Teresa e seu consorte. Segundo registros de personalidades que os assistiram, e do próprio Leopold, que mantinha diários de viagem, Mozart já tocava "maravilhosamente", sendo uma criança "animada, espirituosa e cheia de charme".
Em fevereiro de 1763 tocou violino e cravo pela primeira vez na corte de Salzburg. Uma nota divulgada em um jornal local publicou que Mozart já era capaz de tocar como um adulto, improvisar em vários estilos. Relatos de amigos registram que com esta pouca idade, só se dispunha a tocar diante de um público que levava a música a sério, destacando seu orgulho por sua capacidade musical. Neste mesmo ano é registrado sua primeira tentativa de escrever um concerto.
Ainda em 1763, em junho, iniciaram uma excursão que durou três anos. Os Mozarts se apresentaram na Alemanha, França, Inglaterra, Países Baixos e Suíça. Passaram por vários centros musicais importantes no caminho. Viajaram em uma carruagem própria, acompanhados de um criado. Mozart costumava tocar órgão nas igrejas das cidades onde pernoitavam, e a família aproveitava o tempo livre para diversos passeios. Em Ludwigsburg se encontraram com o violinista Pietro Nardini e o compositor Niccolò Jommelli.
Em Bruxelas, esperaram cinco semanas para que o governador os recebesse para uma audição. Em Paris permaneceram por cinco meses, e duas semanas em Versalhes, quando se apresentaram para Luís XV. Fizeram dois concertos públicos, e também, entraram em contato com músicos locais e com o crítico musical, o Barão von Grimm. Em Paris, Leopold publicou as primeiras obras impressas de Mozart: dois pares de sonatas para cravo e violino.
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Mozart em Londres em 1864. |
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Daines Barrington. |
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Mozart com seu pai no violino e sua irmã, em Lille, França. |
Em 1 de agosto de 1765 embarcaram novamente para França, mas ao chegarem em Lille, Mozart com 9 anos de idade, ficou doente e permaneceu de cama por durante um mês. Depois disso, seguiram para os Países Baixos e em Haia, novamente ficou doente, juntamente com sua irmã sob o diagnóstico de febre tifoide. Ficaram de cama por dois meses.
Após pronto restabelecimento, seguiram viagem e passaram por várias cidades. Neste período Mozart compôs variações para cravo sobre canções holandesas e seis sonatas para violino e cravo. Em seguida retornaram para Paris, onde o Barão von Grimm os ouviu novamente e ficou admirado com o progresso de Mozart, que ainda não tinha 10 anos de idade.
De Paris seguiram para o sul da França, antes de chegarem na Suíça e na Alemanha, e, por fim, rumaram para Salzburg, trazendo consigo, além da experiência, um bom montante financeiro. Por algumas sonatas dedicadas à Rainha da Inglaterra, Mozart recebera a soma de cinquenta guinéus, o equivalente a cerca de dez mil dólares atuais, o que dá uma ideia da montante do lucro das excursões, além do presentes que ganhava, como anéis de ouro, relógios e caixas de rapé.
Nos meses seguintes, passou em casa, nesta casa que visitamos em Salzburg. Aperfeiçoou seus estudos de latim, italiano e aritmética, ministrados por seu pai, bem como escreveu suas primeiras obras vocais para o palco, incluindo um trecho de um oratório coletivo, a comédia Apollo et Hyacinthus e um trecho de uma Paixão de Cristo. Esta última, possivelmente foi a peça que ele teve de escrever fechado em uma sala sozinho, para provar ao príncipe-arcebispo de Salzburg que era ele mesmo quem escrevia suas composições. Também fez alguns arranjos de sonatas de outros autores na forma de concertos.
Em setembro de 1767, quando Mozart tinha 12 anos de idade, a família partiu para uma nova excursão. Permaneceram em Viena por um mês e meio. Uma epidemia de varíola na cidade fez com que partissem para Berna e depois, para Olmütz, mas isso não impediu que as duas crianças ficassem doentes gravemente, deixando marcas no rosto de Mozart.
Retornando à Viena, foram ouvidos pela corte e fizeram planos para a apresentação de uma ópera, La finta semplice, mas a composição não chegou a ser apresentada, para a indignação de Leopold. Por outro lado, um pequeno singspiel, Bastien und Bastienne, foi ouvido na mansão de Franz Mesmer e uma missa solene que escrevera foi apresentada na Weisenhauskirche, regida por Mozart que contava com 13 anos de idade.
Em 5 de janeiro de 1769 voltaram para Salzburg, onde permaneceram por cerca de um ano. Mozart escreveu diversas novas peças, incluindo um grupo de importantes serenatas orquestrais, várias peças sacras menores e diversas danças, e foi apontado como Konzertmeister honorário da corte em 27 de outubro deste ano. Em 13 de dezembro, sem a irmã e a mãe, somente com seu pai, viajaram para a Itália. Seguindo o padrão de suas viagens, esta também foi marcada por paradas em qualquer lugar onde o Mozart pudesse ser ouvido e pudesse ser recompensado com bons presentes. Em Verona foi testado pelos membros da Academia Filarmônica, o que se repetiu em Mântua.
Em Milão foram recebidos pelo Conde von Firmian, ministro plenipotenciário da Áustria na Itália, e conheceram músicos como Giovanni Battista Sammartini e Niccolò Piccinni. Pernoitando em Lodi, ali Mozart completou seu primeiro quarteto de cordas. Em Bolonha visitaram o Padre Martini, examinador da Academia Filarmônica, que testou e aprovou Mozart, com isto, encontraram Farinelli.
Em Florença, Mozart fez amizade com o jovem compositor inglês Thomas Linley, e dali seguiram para Roma, onde foram recebidos pelo papa, onde recebeu a Ordem da Espora de Ouro no grau de cavaleiro, uma deferência para um músico em seu tempo. Ele usou publicamente o título por algum tempo. Na Capela Sistina ouviram o famoso Miserere de Gregorio Allegri, uma obra guardada ciosamente pelo coro da Capela como sua propriedade exclusiva, mas Mozart transcreveu-a na íntegra e de cor após a audição.
Retornando para Bolonha, foi testado pela Academia Filarmônica local, sendo admitido como membro. Em Milão outra vez, Mozart iniciou a composição de uma ópera, Mitridate, re di Ponto, apresentada no verão e permanecendo em cartaz por vinte e duas noites. As três primeiras foram regidas pelo autor. Passando por várias outras cidades, dando diversos outros concertos e fazendo relações com personalidades políticas e musicais importantes, retornaram a Salzburg em 28 de março de 1771, com 15 anos.
Pouco ficaram em casa. Diz-se que residiu nesse local por 17 anos, mas nem foi bem isso se descontar os períodos das excursões. Antes de saírem da Itália haviam acertado sua volta, firmando um contrato para a apresentação de uma serenata teatral, Ascanio in Alba, a ser dada em Milão no casamento do arquiduque Ferdinando, e um oratório, La Betulia liberata, em Pádua.
Em agosto de 1771 estava de volta a Milão, onde o Ascanio foi apresentado com imenso sucesso, ofuscando uma ópera de Hasse, um celebrado compositor mais velho, ouvida nos mesmos festejos. De uma carta do arquiduque enviada à sua mãe se deduz que cogitara dar um cargo a Mozart em sua corte, mas na resposta a imperatriz o aconselhou a não se sobrecarregar com "aquelas pessoas inúteis", cujo hábito de "perambularem pelo mundo como mendigos degradaria seu serviço". Assim retornaram para Salzburg em 15 de dezembro, onde permaneceram os meses seguintes.
Nesse período, Sigismund von Schrattenbach, patrão de Leopold Mozart faleceu. Havia sido tolerante para com as repetidas e longas ausências de Leopold, embora às vezes suspendesse o pagamento de seu salário. Os presentes que Mozart recebia em suas viagens, compensava a ausência de pagamento. Em 14 de março de 1772 ascendeu ao trono do principado Hieronymus von Colloredo, dotado de uma administração mais rígida, também com Leopold. Mas esses meses foram férteis para Mozart, que compôs uma nova serenata teatral, oito sinfonias, quatro divertimentos e algumas obras sacras.
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Mozart e sua família residiram nesse local por 17 anos. |
Em 9 de julho foi admitido formalmente como violinista na corte de Salzburg, com um salário de 150 florins, cargo que ocupou a título honorário por três anos. Em 24 de julho os Mozart partiram para a terceira e última viagem para a Itália, apresentando a ópera Lucio Silla em Milão. A apresentação não foi inteiramente bem-sucedida por causa de um elenco desigual, bem como outras composições. Leopold desejava conseguir um emprego para o filho fora de Salzburg e solicitou um cargo para o Grão-duque da Toscana, mas o pedido não foi aceito, e em 13 de março de 1773 retornaram para casa, quando se mudaram do apartamento localizado no quarto pavimento do edifício da Getreidegasse 28.
Mudaram para uma casa maior localizada na outra margem do rio Salzach.Leopold não estava satisfeito com o pouco reconhecimento do filho em Salzburg, com sua posição relativamente subalterna na capela da corte, e também percebia as poucas perspectivas de progresso profissional do filho na cidade natal. Retornaram a Viena poucos meses depois, na tentativa de obter uma posição na corte imperial. O objetivo não foi alcançado, mas a música de Mozart se beneficiou com quando teve contato com obras de compositores da vanguarda vienense, evidenciando sensível avanço. Em torno de 1774 apresentou uma ópera em Munique, La finta giardiniera, e compôs suas primeiras sonatas para teclado. De volta para Salzburg em março de 1775, iniciou-se para Mozart, um período de crescente frustração com as condições limitadas da vida musical local e com a pouca tolerância do príncipe, seu patrão, para com afastamentos prolongados, da cidade. Não parou entretanto de compor, surgindo uma multiplicidade de novas obras em vários gêneros, incluindo concertos para teclado, divertimentos, serenatas, sonatas e obras sacras. Em agosto de 1777, com 21 anos de idade, o compositor encaminhou seu pedido de demissão, que foi aceito no ato, deixando evidente que o príncipe não estava feliz com suas longas ausências da cidade.
Para se manter, Mozart retomou as viagens, e em 23 de setembro, ainda de 1877, sem a companhia do pai, seguiu com a mãe, em excursão pela Alemanha e França, dando concertos e solicitando emprego em várias cortes, mas sem êxito. Em Augsburg visitaram familiares e Mozart estabeleceu uma relação afetuosa com sua prima Maria Anna Thekla, apelidada de Bäsle, com quem manteve depois contato por correspondência. Em Mannheim ficou amigo de vários músicos da importante orquestra local e apaixonou-se pela cantora Aloysia Weber. Envolvido nesta relação, adiara várias vezes sua ida a Paris, mas o romance não prosseguiu. Mantinha assíduo contato por carta com seu pai, e nessa troca de correspondência se verifica uma progressiva irritação e preocupação de Leopold com a falta de objetividade do filho, sua irresponsabilidade com o dinheiro. Ficava evidente para Leopold que seu filho era incapaz de se arranjar sozinho, e enchia suas cartas com uma infinidade de recomendações sobre como ele deveria agir, quem procurar, como bajular os poderosos, como administrar o dinheiro e muitas outras coisas. Apesar de apresentar várias obras com sucesso, a estadia em Paris não foi boa. Mozart se queixava da falta de gosto dos franceses, suspeitava de intrigas contra ele, sua antiga amizade com Grimm se deteriorou e recusou a única oferta de emprego estável que recebeu em toda a viagem, o cargo de organista em Versalhes. Sua mãe ficou muito doente e faleceu em 3 de julho de 1778. Passada esse momento ruim, recebeu uma carta de seu pai comunicando que Colloredo havia mudado de ideia e estava disposto a readmiti-lo com um salário maior e com licença para viajar. Com isso, partiu de Paris em 26 de setembro, mas decidiu fazer o trajeto de volta, pela Alemanha, atrasando sua chegada em Salzburg, para exasperação de seu pai, que temia que o atraso comprometesse sua readmissão na corte. Só chegou em casa em meados de janeiro do ano seguinte, com seus planos de independência desfeitos, as finanças em estado precário e as relações com seu pai estremecidas.
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Mozart está no cravo ao lado de sua irmã. Seu pai Leopold Mozart segura um violino e a mãe, já falecida, está no quadro na parede. Obra de Johann Nepomuk della Croce, ano de 1780. |
Enviou então um pedido formal de readmissão no serviço da corte e foi empregado como organista, com um salário de 450 florins. O contrato o obrigava também a compor o que lhe fosse pedido e dar aulas aos meninos do coro. Os dois anos seguintes transcorreram sem grandes eventos, mas escreveu diversas novas obras, incluindo sinfonias, missas e concertos importantes, onde aparece a influência dos estilos internacionais que conhecera, e continuou interessado em música dramática.
Em 1780 recebeu a encomenda para uma ópera para ser apresentada em Munique, e compôs Idomeneo, a primeira de suas grandes óperas, retratando o drama e o heroísmo com força e profundidade sem precedentes em sua produção.
Em março de 1781, o príncipe, seu patrão, viajou para Viena para assistir à coroação de Josef II, e Mozart o acompanhou. O status de seu cargo na corte era pouco elevado, e a sua correspondência deste período revela mais uma vez crescente insatisfação, e ao mesmo tempo o mostra entusiasmado com a perspectiva de fazer uma carreira na capital imperial. Em uma noite foi dada uma festa para o novo imperador, mas Colloredo impediu que ele tocasse, o que lhe teria valido uma gratificação equivalente a metade de seu salário anual em Salzburg. A tensão entre ambos aumentou e a crise inevitável eclodiu em 9 de março, quando em uma tempestuosa audiência com seu patrão pediu outra vez a dispensa de suas funções. No momento Colloredo recusou, mas logo depois foi aceita. Mudou-se para Mannheim, para o apartamento de seus amigos, os Weber, por cuja filha Aloysia se apaixonara. Mozart então começou um envolvimento afetivo com outra das filhas dos Weber, Constanze. Em cartas para seu pai, de início refutou os rumores sobre o romance, mas para evitar uma situação constrangedora mudou-se para outra casa. Entrementes ganhava a vida dando aulas e concertos privados, e continuou a compor. Em dezembro apresentou-se na corte em uma competição com Muzio Clementi, saindo vencedor, mas suas esperanças de conseguir um emprego formal não se concretizaram.
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Constanze Mozart. |
Deixaram Salzburg em 27 de outubro de 1783, não chegando a tempo para encontrar o filho que faleceu em 19 de agosto, antes deles saírem de Salzburg. Não se sabe quando os Wolfgang e Constanze ficaram sabendo do ocorrido. Cartas de Mozart para Leopold no fim deste ano revelam que a situação financeira do casal não era boa, surgindo várias dívidas, mas que fazia planos otimistas para a próxima temporada musical. Essa perspectiva se realizou, dando tantos concertos que pouco tempo tinha para compor, ao mesmo tempo em que dava aulas, a sua fonte de renda mais segura. Iniciou a publicação de várias obras impressas, que também lhe traziam algum lucro.
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Carta manuscrita para o pai Leopold Mozart. Viena, 6 de dezembro de 1783. |
Em setembro de 1784 nasceu seu segundo filho, Carl Thomas Mozart, e em dezembro ingressou na Maçonaria, escrevendo música para rituais maçônicos.
No início de 1785, Leopold Mozart os visitou em Viena por alguns meses, e suas cartas descrevem a febril atividade do filho, envolvido em inúmeros concertos, o apartamento confortável em que moravam, as récitas da música de Mozart a que assistiu, e testemunham que o prestígio de seu filho estava no auge. Notícias em jornais desse período falam de Mozart como "universalmente estimado", e dono de "merecida fama". É sabido que os rendimentos de um músico independente eram incertos. As dificuldades retornaram e ele recorreu a empréstimos.
O projeto mais importante de 1785, foi a escrita da ópera As Bodas de Fígaro, com libreto de Lorenzo da Ponte. Sua estreia aconteceu em maio de 1786 com boa receptividade e logo se tornou uma peça do repertório regular de várias companhias teatrais. Em outono de 1786 fez planos para ir à Inglaterra, mas Leopold o aconselhou a não ir e se recusou a tomar conta do neto Carl, e a ideia foi abandonada. Em 18 de outubro nasceu seu terceiro filho, Johann Thomas Leopold, que não sobreviveu, falecendo em poucos dias.
Em 1787 aceitou um convite para ir a Praga, onde o Fígaro havia sido um sucesso considerável e ele se tornara um compositor popular. Ali recebeu a encomenda de uma nova ópera para ser estreada na temporada seguinte. Compôs Don Giovanni. Em maio de 1787, seu pai Leopold faleceu. Mozart renunciou à sua parte da herança em favor de sua irmã Nannerl e recuperou os seus manuscritos que estavam com o pai. Em maio deste ano, se mudou para um outro apartamento atrás da Catedral, bem mais modesto, e nos meses seguintes não há registro de aparições públicas de Mozart.
Esteve doente, mas continuou a dar aulas. É possível que tenha dado algumas lições para o jovem Beethoven em sua primeira e curta visita a Viena, e com certeza passou a ensinar Hummel, então com cerca de dez anos, que pode ter vivido algum tempo com eles. Também publicou diversas peças de câmara e canções, que eram de fácil venda. Voltou a Praga em outubro de 1787, para a estreia de Don Giovanni, que teve uma recepção entusiástica. Em novembro deste mesmo ano, quando retorno para Viena, finalmente lhe foi concedido o tão almejado emprego na corte, sendo indicado Músico de Câmara, com um salário de oitocentos florins e com a função simples de escrever música para os bailes da corte. Apesar do maior prestígio que um cargo oficial lhe trouxe e do alívio que a renda regular proporcionou, de modo algum resolveu todos os seus problemas. No fim do ano teve de mudar-se de novo, agora para os subúrbios. Em 27 de dezembro deste ano, nasceu sua filha Theresia, que morreu em poucos meses, e iniciou no ano seguinte, um período de repetidos apelos por socorro financeiro ao seu amigo Michael Puchberg. A correspondência trocada mostra sua humilhação e um ânimo deprimido. Mesmo assim esse período foi criativamente muito fértil, aparecendo uma notável sucessão de obras de grande importância.
No início de 1789, com 33 anos de idade, Mozart aceitou um convite para acompanhar o príncipe Karl Lichnowsky à Alemanha, tocando em várias cidades no caminho. Seus pedidos de dinheiro continuavam e sua esposa estava novamente grávida. A filha, Anna, nasceu em novembro e viveu somente um dia. Escreveu nesse ano alguns quartetos e sonatas, mas se envolveu principalmente com uma nova ópera, Così fan tutte, a terceira em colaboração com Da Ponte. Foi bem aceita, mas ficou pouco em cartaz, e o lucro resultante foi pouco. Embora evidentemente pobres, os Mozart não estavam na miséria. Ele ainda recebia o salário da corte, dava aulas, alguns concertos traziam renda e ainda vendia peças. Suas necessidades básicas estavam supridas e podiam ainda dispor de um criado e uma carruagem. Suas cartas dessa época oscilam entre lamentos e visões esperançosas de futura prosperidade. Com a ascensão do novo imperador, Leopoldo II, esperava ser promovido, mas isso não aconteceu; solicitou o cargo de mestre de capela da catedral e conseguiu ser designado como substituto, mas sem salário. No início do verão de 1791 nasceu seu último filho, Franz Xaver Wolfgang.
Mozart passou a trabalhar com o empresário Emanuel Schikaneder, cuja companhia fazia sucesso, na composição de sua ópera em estilo singspiel, A Flauta Mágica. A reação do público foi inicialmente fria, mas logo se tornou popular. Neste ínterim recebeu a encomenda de duas outras composições de vulto, o Réquiem, de um solicitante que lhe exigiu sigilo sobre a composição e desejava permanecer anônimo. Atualmente se sabe que foi encomendado pelo conde Walsegg-Stuppach. Sua última ópera foi, A Clemência de Tito, estreada em Praga com muito aplauso.
Em Praga ficou muito doente e aparentemente não mais recobrou perfeita saúde. Relatos posteriores o mostram de volta a Viena engajado em um ritmo intenso de trabalho, envolvido com a finalização do Réquiem e assombrado com premonições da morte, mas muito dessa atmosfera pode ser lenda, e é difícil conciliar essas descrições com várias de suas cartas do período onde mostra um humor jovial.
Em novembro de 1791, ficou acamado e teve que ser examinado por um médico. No início de dezembro sua saúde pareceu melhorar, e pôde cantar partes do Réquiem inacabado com alguns amigos. Em 4 de dezembro seu estado piorou. Seu médico foi chamado com emergência mas não pode fazer mais nada e faleceu na manhã seguinte, em 5 de dezembro. A causa mortis foi diagnosticada como febre miliar aguda. Formou-se um folclore sobre sua morte e foram propostos vários diagnósticos diferentes, surgindo inclusive versões falando de conspirações e assassinato, a partir de suspeitas do próprio Mozart de ter sido envenenado, mas todas são hipotéticas. Possivelmente se tratou de fato de um recrudescimento fatal da febre reumática que o atacara na infância.
Mozart foi velado na catedral de Viena em 6 de dezembro e foi enterrado com discrição em uma cova não demarcada no cemitério da Igreja de São Marcos, nos arredores de Viena. Não foi erguida nenhuma lápide e o local exato da tumba é até hoje desconhecido. É possível, a partir de um relato de Jahn que Salieri e Van Swieten estivessem presentes, além de seu aluno Süssmayr e mais dois músicos não identificados. Os obituários foram unânimes em reconhecer a grandeza de Mozart. Os maçons fizeram uma missa suntuosa em 10 de dezembro e publicaram o sermão proferido em sua honra. Vários concertos foram dados em sua memória, e alguns em benefício de Constanze. Em Praga, as homenagens fúnebres foram ainda mais grandiosas do que em Viena. Mozart deixou herança considerável em manuscritos, instrumentos e outros objetos, mas a avaliação financeira dela foi pequena.
Comentário pessoal
Acreditamos que o compositor Wolfgang Amadeus Mozart, não foi devidamente reconhecido na capital da Áustria, onde foi sepultado como indigente sim, em uma vala comum, o que ficou muito feio para Viena. Através de narrativas tentam amenizar o mal feito. Mozart, como apontado na sétima arte, no filme "Amadeus" de 1984, pode ter sido envenenado, aos poucos e compôs sim, seu Requiem dentro de um plano para acabar com ele, no cenário de Viena. Não percebemos que seja lenda e sim há fatos que comprovam isso, em documentos e na história, para o "arrependimento" de Viena.
Curiosidade
Mozart nunca frequentou a escola. Considerando que viajou por mais de três anos aos seis anos de idade, não teria tido tempo para nenhuma educação formal. Mas seu pai foi um grande educador e lhe ensinou mais do que apenas música. Mozart falava várias línguas europeias. Era um aluno diligente e, portanto, bem-educado.
Museu
O museu está locado exatamente no edifício onde está o apartamento onde Mozart nasceu em Salzburg, ocupando salas em três pavimentos. O Mozarts Geburtshaus, como é conhecido o local, é um importante local para a preservação da história e da cultura musical, onde os visitantes podem seguir os passos de grandes composições. O primeiro museu no local de nascimento de Mozart foi criado pela Fundação Internacional Mozarteum 42, em 15 de junho de 1880, e seu acervo e espaço físico aumentaram gradualmente, ao longo do tempo.
O primeiro violino de Wolfgang Amadeus Mozart. |
No Mozarts Geburtshaus, visitamos os antigos aposentos da família Mozart e pudemos ver itens nas diversas salas, como cartas pessoais de familiares e amigos, certificados e composições manuscritas de Mozart. Vimos, também, retratos a óleo de familiares e instrumentos musicais antigos, como o primeiro violino do compositor. Maravilhoso. A peça histórica repousa em uma vitrine de vidro. Também vimos e fotografamos o piano e o violino de concerto do compositor, também, localizados nos antigos aposentos da casa de nascimento do compositor. Os instrumentos musicais históricos vêm do espólio de Constanze Nissen, viúva de Mozart, e de seus filhos, e agora são propriedade da Fundação Internacional Mozarteum 42 e parte do acervo do Mozarts Geburtshaus .
A exposição no segundo andar é dedicada ao tema de Mozart e do teatro: palcos em miniatura, figurinos e adereços retratam as diversas produções das óperas de Mozart. Os visitantes podem apreciar diversas representações do século XVIII ao XX. O primeiro andar do Mozarts Geburtshaus serve como palco para exposições especiais, uma das quais é organizada anualmente pela Fundação Internacional Mozarteum.
As imagens comunicam
Vídeo
Fotografias
Getreidegasse 28. |
Chegando ao museu, Mozarts Geburtshaus. |
Getreidegasse 28. |
Arquitetura centenária, com abóbodas da técnica construtiva autoportante do romanos. |
Tradução
No século XII, foi construída a casa Getreidegasse 9 no local onde se encontrava o St. Petrisch Frauengarten.
Em 1408, Otto Keuzl, um conhecido comerciante e patrício, poderia ser o proprietárioEm 1585, o farmacêutico da corte Chunrad Fröschlmoser conseguiu comprar a casa.As duas asas do portão que ostentam o símbolo de Esculápio - a cobra enrolada na boca do snapdragon - ainda testemunham a sua profissão de farmacêutico.Em 1703, um ramo da família Hagenauer adquiriu esta casa: os proprietários eram Joseph Martin e Johann Lorenz Hagenauer e outros membros da família.Em 1747, Leopold Mozart casou com Anna Maria Pertl e mudou-se para o terceiro andar da casa.Durante 26 anos, a família Mozart viveu num apartamento no terceiro andar composto por uma cozinha, um pequeno armário, uma sala, um quarto (sala de partos) e um escritório. Os seus sete filhos nasceram aqui, dos quais apenas dois sobreviveram à infância. 1751 Maria Anna Walburga "Nannerl" e 1756 Wolfgang Amadeus.Em 1856, foi organizada uma exposição sobre a vida e obra de Mozart na casa onde nasceu.Em 1880, a Fundação Internacional Mozarteum construiu aqui um Museu Mozart.Em 1917, a Fundação Internacional Mozarteum conseguiu adquirir a casa e transformá-la num memorial de Mozart.
Acesso vertical ao Mozarts Geburtshaus. |
Informações na cozinha da família Mozart. |
Planta do apartamento da família Mozart. As espessas paredes denotam ao uso da técnica construtiva autoportante. |
Tradução
Situação de vidaEm 1747, o jovem "Músico de Câmara do Alto Príncipe de Salzburgo" Leopold Mozart e a sua esposa Anna Maria Walburga mudaram-se para o terceiro andar desta casa. A Família Mozart viveu neste apartamento alugado durante 26 anos. Era constituída por cozinha, pequena arrecadação, sala, quarto (sala de partos) e escritório. Aqui nasceram sete crianças, mas apenas duas sobreviveram à idade adulta: Maria Anna Walburga, conhecida por "Nannerl", nasceu em 1.751, e a 27 de Janeiro de 1756 nasceu Wolfgang Amadeus. Em 1773, a família Mozart mudou-se para um apartamento maior na chamada "Casa do Mestre Dançante" na Makartplatz.
Wolfgang Amadeus Mozart
Pintura a óleo de Leopold Bode, 1859, baseada no retrato "Mozart em Verona", de Giambettino Cignaroli, janeiro de 1770.
O retrato mostra uma visão idealizada de Mozart, típica do século XIX.
Tradução
Chá com o Príncipe Louis-François de Conti no Templo
Cópia a óleo de Joseph Sedlaczek, primeira metade do século XIX, baseada num quadro de Michel Barthélemy Ollivier, 1766
O pequeno Mozart está sentado ao cravo, o conhecido tenor Pierre Jélyotte canta e acompanha-se à guitarra.
Wolfgang Amadeu Mozart. |
Maria Anna Mozart, a Nannerl, irmã de Mozart. |
Anna Maria Pertl Mozart, mãe de Mozart. |
Tradução
A sala da residência Mozart. Piso original de carvalho. |
Objetos pessoais do compositor. |
Mural do quarto das crianças Mozarts. |
Primeiro violino do compositor. |
Retrato inacabado de Wolfgang Amadeus Mozart ao Piano aos 26 anos (1782), criado em 1789 - pintura a óleo inacabada de Joseph Lange (1751 - 1831), 1789, pintura a óleo inacabada
Tradução
Anônimo, Menino com Ninho de Pássaro, supostamente 1764
Esta pintura foi considerada durante muito tempo um retrato autêntico de Mozart. O nome do famoso compositor estava mesmo escrito no livro que se vê na pintura.
Entretanto, durante o restauro, descobriu-se que a pintura era uma fraude. O nome de Mozart foi adicionado posteriormente e foi, depois, removido.
Um pequeno átrio, que leva luz natural para o interior do maciço edifício. |
Partituras originais. |
Pintura óleo sobre tela de Hermann Kaulbach (1846–1909) "Os Últimos Dias de Mozart", de 1873. Altura: 90 cm; Largura: 130 cm. |
Tradução
Os últimos dias de Mozart
Pintura a óleo, de Hermann Kaulbach, último terço, do século XIX.
Mozart morreu a 5 de dezembro de 1791 às 12h55 no seu apartamento na Rauhensteingasse, em Viena.
A imagem apresenta uma representação romanticamente idealizada das últimas horas de Mozart. A partitura do Requiem está nos joelhos de Mozart. Constanze estava do seu lado e a sua cunhada Sophie Halbel estava do outro lado. Ao fundo, os amigos de Mozart ensaiam o seu Requiem inacabado.
Na verdade, diz-se que Mozart discutiu a conclusão do Requiem com o seu aluno Franz Xaver Büßmayr pouco antes da sua morte. De acordo com Sophie Heibel, Mozart cantou as partes dos tímpanos do seu Requiem pouco antes de finalmente perder os sentidos. Mozart faleceu na presença da sua esposa Constanze, da sua cunhada Sophie e do seu médico Dr. Thomas Closet.
Santa Cecília
Pintura a óleo de Joseph Engerth, 1820
Em 1826, Franz Xaver Mozart fundou a Associação Santa Cecília (Coro Cecilla) para a execução de música clássica, especialmente obras corais. Numa cerimónia que decorreu na noite da fundação, o mestre do coro. Wolfgang Amadeus Mozart, filho, foi presenteado com esta pintura a óleo.
Tela Santa Cecília de Joseph Engerth, 1820 |
Piano quadrado pequeno
Provavelmente parte das possessões de Constanze Mozart, início do século XIX Em empréstimo permanente de Konstantin Hiller, Salzburg Konzertgesellschaft
Segundo consta o instrumento foi vendido por Constanze Mozart em 1820, em Copenhaga para o clarinetista Carl Gottlob Füssel, grande admirador de Mozart. Em 1899 o piano foi adquirido pelo pintor dinamarquês Peter Listed (1861-1933) que o deixou para seu genro Peter Olufson, em cuja família o instrumento permaneceu até 2006.
Mozart num piano quadrado
Pastel sobre pergaminho de Eduard Adolph Massmann (1803-1872).
Propriedade privada dinamarquesa. Reprodução.
O retrato é uma conclusão da famosa pintura a óleo de Joseph Lange, que foi trazida para Copenhaga por Constanze e pelo seu marido Georg Nikolaus Nissen.
Durante muito tempo o retrato foi desconhecido, até que, na década de 1950, foi encontrada uma referência nos arquivos da editora Em. Baerentzen & Co que Constanze Nissen era proprietário de tal quadro. Tinha-o consigo quando vivia com o marido Georg Nikolaus Nissen em Copenhaga, de 1810 a 1820. Deu-o ao compositor dinamarquês Christoph Ernst Friedrich Weyse (1774-1842), que era seu amigo. Em 1843 foi leiloado e passou para a posse do conceituado estudioso dinamarquês Martin Hammerich (1811-1881). Desde então, foi preservado pelos seus descendentes em Copenhaga.
Adoração de Mozart
Joseph Haydn expressou a sua admiração pelo seu amigo e colega mais novo logo após a sua morte com a lendária frase de que as gerações futuras não serão tratadas contra tal talento daqui a 100 anos. Surgiram as primeiras biografias, as suas obras foram tocadas e encenadas e foram visitados familiares vivos de admiradores de Mozart.
No entanto, o verdadeiro culto de Mozart começou no século XIX, durante o período romântico. A vida supostamente trágica de Mozart correspondia à imagem romântica do gênio não reconhecido que teve de morrer muito jovem. Lendas cresceram à sua volta.
Em Salzburgo, a veneração geral de Mozart começou com a construção do monumento em 1842. A inauguração cerimonial foi um grande sucesso. Ambos os filhos de Mozart estiveram presentes neste primeiro “Festival de Mozart”. Seguiram-se outros festivais de música, cujo carácter internacional difundiu a reputação de Salzburgo como a "Cidade de Mozart" por todo o mundo.
A "Casa da Flauta Mágica" tornou-se o primeiro local de peregrinação para os admiradores de Mozart em 1877. Em 1880, foi acrescentado outro memorial em Salzburgo, o museu na cidade natal de Mozart.
A Fundação Mozarteum Salzburg, fundada em 1880, tornou-se a guardiã do legado de Mozart. Até hoje, com as suas três subáreas de operações de concerto, museus e ciência, esforça-se por proporcionar um tratamento contemporâneo da obra e da pessoa de Mozart. A Fundação Mozarteum está sediada no edifício Mozarteum na Schwarzstrasse, construído entre 1910 e 1914.
Crânio de W. A. Mozart no orfanato de Mödling
Desenho de Johannes Mayerhofer, 1901.
O suposto crânio de Mozart pertencia ao famoso anatomista Joseph Hyrtl (1810-1894). Parte dos seus bens foi inicialmente guardada no orfanato que fundou em Mödling. Este esboço foi provavelmente feito lá.
O crânio de Mozart tem uma história bizarra e a sua identificação é ainda duvidosa. Supostamente foi recuperado 10 anos após a morte de Mozart. O crânio chegou indiretamente às mãos de Joseph Hyrtl, que deixou a relíquia à cidade de Salzburg, onde chegou em 1902. É mantido em segurança pela Fundação Internacional Mozarteum, em Salzburg.
O crânio de Mozart - ainda não é possível comprovar a sua autenticidade - esteve exposto até 1940 no local de nascimento de Mozart.
Mozarts Geburtshaus - Getreidegasse 28. |
Mozarts Geburtshaus - piso de carvalho original. |
Após o dia em Salzburg, com direito a pique nique no estacionamento privado, Maria Mirwald, gentilmente preparou o jantar na casa do Padre Joseph, quando houve o brinde à cultura e a amizade.
Um registro para a História.
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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