quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Encontramos um representante de três gerações de alfaiates de Blumenau em São Paulo.

Em novembro de 2025, visitamos a cidade de São Paulo, focando em alguns pontos culturais, artísticos e eixos centrais da metrópole. Entre uma caminhada e outra, enquanto explorávamos a cidade, encontramos uma galeria privada no térreo de um grande condomínio, mais precisamente no entorno do Teatro Municipal de São Paulo.

Local da galeria onde encontramos um alfaiate blumenauense.
Galeria onde está a Alfaiataria Extravagância.
Explorando o local, em uma pequena loja, encontramos uma alfaiataria e o alfaiate trabalhando; ainda era horário comercial. Observamos na porta do ambiente de trabalho um terno "em construção", com alinhavos e sem as mangas. Comentamos, então, para o profissional que estava ali:
"Sua profissão é rara, e, em nossa cidade, Blumenau, pode-se dizer que já não existe mais."
O alfaiate, espirituosamente respondeu: "Os alfaiates de Blumenau, mudaram-se para cá, São Paulo. Sou a terceira geração de alfaiates e minha família residia na Ponta Aguda, Blumenau".
Paletó em "construção" que chamou nossa atenção.

Fábio Marcelo Seberino da Silva.
O nome do alfaiate é Fábio Marcelo Seberino da Silva, natural de Blumenau, que se mudou para São Paulo na década de 1970. Ele representa a terceira geração de alfaiates na família; seu pai e avô também exerceram o ofício na cidade de Blumenau. Fábio  relatou que aprendeu a profissão com ambos. Ele busca continuamente o aprimoramento técnico, adotando atualizações e observando novos materiais e tecnologias do setor.
O avô de Fábio  era João Seberino da Silva, nascido em Massaranduba (à época pertencente a Blumenau) em 23 de novembro de 1910. A avó de Fábio  era Corina Simon Seberino, nascida em Gaspar em 22 de setembro de 1910, cidade que também pertencia a Blumenau na época.
Corina era filha de Pedro Simon (1866 – 1947) e de Bárbara Haendchen (1874 – 1953), que residiam em Gaspar, sendo quase certo que suas famílias eram originárias de São Pedro de Alcântara.
Bárbara, bisavó de Fábio, era neta dos pioneiros:
  • Joseph (Josephus) Haendchen (1809 – 1875), nascido em Wierschem, Mayen-Koblenz, Rheinland-Pfalz (território da atual Alemanha).
  • Johanna Antonia Deschamps (1820 – 1886), nascida em Blies-Guersviller, Moselle, Lorraine (território da atual França).
O avô de Fábio Marcelo Seberino da Silva, João Seberino da Silva, era filho de Joseph Reinold Roters (1889 - 1960) e de Paulina Seberino da Silva (1896 - 1961). João recebeu apenas o sobrenome da família da mãe, "Silva", que, por sua vez, recebeu, igualmente, somente o nome de sua mãe, Maximiniana Severino da Silva. (Seu pai era Carlos Döring).
Nesse caso, subentende-se que os pais não haviam constituído matrimônio formal.
O avô de Fábio  foi alfaiate, assim como o pai de Fábio, Eval, o que pode ser comprovado pelo documento abaixo, a certidão de óbito de um tio de Fábio.
O pai de Fábio, Eval da Silva (1942–2013), que também era alfaiate, possuía uma alfaiataria na Ponta Aguda, em Blumenau, antes de a família se mudar para São Paulo na década de 1970.
Atualmente, Fábio Marcelo Seberino da Silva mantém sua alfaiataria na capital paulista, chamada Alfaiataria Extravagância, onde o encontramos casualmente, e essa história nos chamou a atenção.

Tesouras da família de alfaiates.










Um registro para a História!

Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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Um comentário:

  1. que legal Fabinho, uma hostória que merece ser comtada aimda mais sendo de uma pessoa especial como você !!!!

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