Castelo de Hohenzollern

Essa é uma questão fundamental para entender a história da Alemanha e da dinastia Hohenzollern. A confusão surge porque o centro ancestral da família é diferente do seu centro político de poder.

A ligação do Castelo de Hohenzollern com a coroa alemã, apesar de sua localização no sul (Baden-Württemberg), e não em Berlim, é explicada pelo processo histórico de divisão e migração da Casa de Hohenzollern.

A localidade situada logo à base da montanha onde está o Castelo de Hohenzollern é principalmente Bisingen (e o distrito de Wessingen) e Hechingen, as cidades vizinhas que circundam o monte.

Sua localização está a aproximadamente 50 km de Stuttgart, sobre o monte Hohenzollern (altitude de 855 metros acima do nível do mar), e é uma das referências históricas mais importantes da Alemanha.

Wessingen vista do castelo.

A primeira tipologia do castelo surgiu na Idade Média, construída no início do século XI. Foram três castelos, ao longo de sua história, erguidos no mesmo local.

Lado oeste do castelo de Hohenzollern.

Na época em que a família Hohenzollern foi dividida em ramos (dinastias), o castelo permaneceu com o ramo da família Suábia, o tronco ancestral do ramo da Francônia/Brandemburgo.

O primeiro castelo medieval foi mencionado pela primeira vez em 1267, embora haja indícios de sua existência já no século XI, como já mencionado. Este foi completamente destruído, após um conflito e um cerco de dez meses promovido pelas Cidades Imperiais da Suábia. Isso ocorreu em 1423. Do primeiro castelo, só há registros escritos.

O segundo Castelo de Hohenzollern foi reconstruído maior e mais resistente entre 1454 e 1461. Ele serviu de refúgio para os católicos da Suábia durante as guerras, inclusive durante a Guerra dos Trinta Anos, quando foi capturado por tropas de Württemberg, em 1634.

Após a Guerra dos Trinta Anos, o castelo ficou sob o domínio dos Habsburgos por 100 anos — família nobre europeia que exerceu grande poder na Europa entre os séculos XIII e XX. A Imperatriz Leopoldina do Brasil pertenceu a esta família.

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Domínio dos Habsburg - 1780.

O Castelo de Hohenzollern após a Guerra de 30 Anos - Gravura de 1815.

Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740 até 1748), o castelo foi ocupado por soldados franceses durante o inverno de 1744 e 1745.

Após a guerra, no final do século XVIII, o castelo retornou para os Habsburgos, mas muito raramente foi ocupado. Quando o último proprietário austríaco deixou o castelo, em 1798, ele começou a cair em ruínas. O castelo ficou decadente, perdeu sua importância estratégica e não foi mais usado. Além de ficar em ruínas, vários setores foram demolidos. Apenas a capela desta época permaneceu até os dias atuais.

Frederico Guilherme IV.

O terceiro castelo e atual foi reconstruído pelo Rei Frederico Guilherme IV (Friedrich Wilhelm IV) da Prússia entre 1846 e 1867. Durante uma viagem à Itália, em 1819, ao passar pela região, ele quis conhecer o castelo ancestral de sua família, indo até o pico Hohenzollern. Ao ver o local e a região, resolveu reconstruir o castelo.

Quem coordenou as obras foi o arquiteto de Berlim, Friedrich August Stüler, nomeado arquiteto do rei em 1842. O castelo foi construído no estilo neogótico e foi inspirado na arquitetura gótica inglesa e, em especial, no Château do Vale do Loire. Sua entrada monumental é obra do Engenheiro Karl Ernst von Prittwitz, um dos melhores da Prússia. As esculturas do pátio e do interior do castelo são obras de Gustav Willgohs.

Friedrich Wilhelm IV e sua Esposa Elisabeth Ludovica da Baviera (Prima irmã da Princesa Sissi).

É curioso como a Família real prussiana, neste período, tinha poder e membros de sua família com cabeças coroadas no reinos da Europa.

Observem...

A partir da rainha prussiana, a Consorte Elisabeth, esposa de Frederico Guilherme IV, as conexões se estendem. Elisabeth nasceu em Munique, filha do Rei Maximiliano I da Baviera e da Rainha Frederica Guilhermina Carolina (Friederike Wilhelmine Karoline), Margravina de Baden.

Sua mãe era irmã gêmea idêntica da Rainha Amália da Saxônia, esposa de João I da Saxônia. Elisabeth era também irmã da Arquiduquesa Sofia da Áustria e do Imperador Maximiliano do México. Além disso, era irmã de Ludovica da Baviera, mãe de Sissi (Imperatriz Elisabeth da Áustria), que era afilhada e xará de Elisabeth da Prússia (conhecida dentro da família como Elise).

Essas ramificações iam muito mais longe, incluindo a Imperatriz Leopoldina do Brasil e outros reinos distantes. Isso demonstra o enorme poder e a vasta rede de parentesco da família que reconstruiu o Castelo de Hohenzollern.

Continuando...

Herr Friedrich August Stüler.

O arquiteto procurou inserir no projeto do castelo os ideais medievais a partir do Romantismo Alemão, movimento que buscava a idealização de como um castelo de cavaleiro medieval deveria ser. Por isso, ele tem muita semelhança com o Castelo de Neuschwanstein, na Baviera.

Alguns afirmam que a reconstrução, ricamente decorada, serviu também para ilustrar e exibir a imponência e importância da família real da Prússia, com a renovação do seu castelo ancestral.

A construção iniciou em 1850 e foi totalmente custeada pelos ramos Brandemburgo-Prussiano e Hohenzollern-Sigmaringen, linhas da Casa de Hohenzollern. Após dezessete anos, a obra foi concluída em 3 de setembro de 1867.

Rei Friedrich.

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Após concluído, tornou-se um memorial da família. Nenhum membro da família em especial residiu nele. Foi somente em 1945 que ele se tornou a residência do ex-Príncipe Herdeiro Wilhelm da Alemanha, filho do Kaiser Guilherme II, que foi sepultado, junto com sua esposa Cecília, no castelo. Isso ocorreu nos meses finais da Segunda Guerra Mundial, quando Brandemburgo foi ocupado pela União Soviética e a família imperial fugiu de Potsdam.

Desde 1952, são guardados no castelo obras de arte e artefatos históricos, como a Coroa de Guilherme II, objetos pessoais do Rei Frederico, o Grande, e uma carta do Presidente dos EUA, George Washington, agradecendo ao Barão von Steuben por seu serviço na Guerra da Revolução Americana. De 1952 a 1991, os caixões de Frederico Guilherme I e Frederico, o Grande, estavam na capela. Após a Reunificação da Alemanha, em 1991, os caixões foram levados de volta para Potsdam.

No dia 3 de setembro de 1978, o castelo foi fechado após sofrer danos devido a um terremoto na região. Quinze pessoas ficaram feridas.

O Castelo de Hohenzollern ainda é propriedade privada — dois terços pertencem à linha Brandemburgo-Prussiana dos Hohenzollern, cujo herdeiro é Georg Friedrich, Príncipe da Prússia; e um terço pertence à linha Suábia da família, cujo herdeiro é Karl Friedrich, Príncipe de Hohenzollern.

Desde 1954, o castelo também tem sido usado pela Princesa Kira da Prússia para um acampamento de verão destinado a crianças carentes de Berlim. Anualmente, ele recebe mais de 300 mil visitantes, sendo considerado um dos castelos mais visitados do país.