segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Engenheiro Emil Heinrich Baumgart - Indaial SC e sua História - Ponte Emilio Baumgart - 1926

Ponte Emilio Baumgart - Indaial SC
Vitória-Régia - Frente Prefeitura
Indaial SC é um município limítrofe de Blumenau atual - localizado ao oeste e passamos em sua centralidade no dia 29 de dezembro de 2019, quando, chamou-nos atenção, a Ponte de Arcos - Ponte "Emilio Baumgart" -  que faz parte da paisagem da cidade há muitas décadas e sempre a víamos de longe, junto com o Rio Itajaí Açú e a vitória régia - uma planta exótica na região - no jardim da Prefeitura Municipal.

Um pouco da História de Indaial

Indaial - desde a formação do primeiro núcleo urbano até seu desmembramento de Blumenau, sua história tem ligação com a história da Colônia Blumenau e com Blumenau.
Mapa elaborado por José Deeke em 1905.
Esta fotografia tem cópias com
 "maquiagem" Herr Krohberger estava
 com os olhos  fechados na foto original.
Nas primeiras décadas de história, durante a chegada dos primeiros pioneiros alemães e de seus descendentes, o local do território da atual Indaial foi o "caminho"  natural - Estrada Blumenau - que iniciava no Stadtplatz da Colônia Blumenau e chegava até Südarm/Bela Aliança - atual Rio do Sul, acompanhando a margem direita do Rio Itajaí Açu. Era o caminho das incursões de reconhecimento dos primeiros pioneiros do território da Colônia Blumenau, das expedições dos engenheiros como por exemplo, do engenheiro Emil Odebrecht, do engenheiro José Deeke, do  engenheiro Heinrich Krohberger e do engenheiro Carl August Wunderwald, e caminho para acessar as povoações do interior de grande Colônia Blumenau, fundada em 1850, por Hermann Blumenau - leitura (Clicar sobre) Colônia Blumenau.
Engenheiro Emil Odebrecht e sua equipe, em expedição.  Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.
Engenheiro Carl August Wunderwald - sentado - Fonte: Brasiliana Fotográfica.
Ata da sessão solene de Instalação do Município de Indaial: 
“Aos vinte e um dias de março de mil novecentos e trinta e quatro, presentes os srs. Dr. Ivens de Araújo, representante do Exmo. sr. Cel. Interventor Federal no Estado, Erich Kleine, Prefeito provisório deste Município, Cap. Antonio Martins dos Santos, Prefeito provisório de Blumenau, Dr. Oscar Barcellos, Diretor da EFSC Tte. Asteroyde Arantes, Delegado Especial de Política de Blumenau, Jacob Schmitt, Carlos Blaese Sênior, por si e pelos Srs. Rodolfo Vitor Titzmann e João Luiz Berte, Amphiloquio Nunes Pires, por si e pela direção de “O Pharol” de Itajaí, outras pessoas que assinam esta ata, depois de longa oração que expôs as razões que determinaram a criação do Município de Indaial, e empossado o Sr. Erich Kleine no cargo de Prefeito provisório. O Sr. Leopoldo Schramm, prefeito provisório de Gaspar, fez-se representar no ato pelo Sr. Erich Kleine. Nada mais havendo a tratar e nem havendo quem quisesse usar da palavra, foi encerrada a sessão e lavrada a presenta ata que vai por mim escrita e assinada pelas pessoas presentes”.
“Decreto-Estadual n. 526, de 28 de fevereiro de 1934: “O Coronel Aristiliano Ramos, Interventor Federal no Estado de Santa Catarina, no uso das suas atribuições e Considerando que o distrito de Indaial possui população, território e rendas suficientes e desenvolvimento econômico que justificam a sua elevação a município. - Não está de acordo com a verdadeira história - 
Considerando que mais se constituindo município, o seu território trabalhado e administrado pelo seu povo laborioso e honesto, maiores possibilidades de progresso e desenvolvimento advirão para o município, pois que as rendas municipais serão aplicadas diretamente em seu benefício decreta:
Art° 1° – Fica elevado à categoria de Município a denominação de Indaial, os distritos de Indaial, Ascurra. (…)
Art° 2° – A Sede do novo Município será o povoado de Indaial que é elevado à categoria de Vila.
Art° 3° – Para sua instalação, é designado o dia 21 de março vindouro.
Art° 4° – Revogam-se as disposições em contrário.
Palácio do Governo em Florianópolis 28 de fevereiro de 1934. aa Aristiliano Ramos. Plácido Olimpio de Oliveira”.
Com todas as movimentações políticas no que foi o antigo território da Colônia Blumenau mediante ações do Nacionalismo, foi decretado a existência do município de Indaial em 21 de março de 1934, como também de muitos outros municípios, em retaliação aos imigrantes e descendentes de imigrantes, com intuito de enfraquecimento da até então, Colônia Blumenau.
Movimento popular contrários a série de emancipações feitas nos governos de Getúlio Vargas e Ramos.
De acordo com o IBGE, a colonização de Indaial teve início no ano de 1860 (parte do território da Colônia Blumenau), a partir da chegada de famílias oriundas de Armação, Itajaí, Camboriú e Porto Belo. Seus primeiros habitantes eram os índios carijós. Isso foi constatado em 1863, quando o Engenheiro Emil Odebrecht subiu o Rio Itajaí Açu eté a confluência dos rios Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste, constatando e registrando a existência de habitações na barra do Rio Benedito, onde, atualmente está localizada a cidade de Indaial e onde fotografamos a Ponte Emilio Baumgart - final da postagem.
Indaial - SC - Início do século XX.
Quando chegaram as primeiras famílias de imigrantes alemães e italianos (entre elas, as famílias de Júlio Stadoli, Guilherme Schroeder, Augusto Rechberg e outros), esses se fixaram no local onde estava os primeiros pioneiros oriundos do litoral. Com a chegada de mais famílias de imigrantes alemães, o núcleo urbano se desenvolveu a partir da cultura desses e, os primeiros foram buscar novos lugares. Ou seja, as famílias dos primeiros pioneiros oriundos do litoral catarinense, mudaram-se para outras terras ainda não ocupadas.
Em 1886 foi criado o distrito de Indaial - Distrito de Blumenau. 
Indaial - SC - Início do século XX.
Indaial - SC .
Em 1934 foi instalado o município. Seu nome tem origem na palavra indígena “Indaiá”, que é o nome de uma espécie de palmeira muito comum na região.
A partir de 1934, Indaial deixou de integrar o território de Blumenau, mas isso não significa de que não houve história e a construção de elementos históricos presentes na paisagem atual, construídos e edificados antes desta data.   Um exemplo é a Ponte "Emilio Baumgart" e também de seu idealizador, o engenheiro Emil Baumgart. 

Engenheiro Emilio Baumgart e a Ponte Emilio Baumgart - Indaial

Emilio Baumgart ou Emil Heinrich Baumgart (Ecos do Nacionalismo - negar  o nome original)

Emil Heinrich Baumgart 
O nome do engenheiro que construiu a ponte histórica de Indaial é Emil Heinrich Baumgart e não Emilio Baumgart como ficou seu nome "abrasileirado", que seria então: Emílio Henrique Baumgart. O engenheiro nasceu em Blumenau SC em 25 de maio de 1889 e faleceu de problemas cardíacos no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1943, com 54 anos. Seus pais foram o imigrante Gustav Baumgart e Mathilde Odebrecht Baugart - filha do engenheiro Emil Odebrecht, portanto Emil Baumgart foi neto de um dos principais nomes da história regional e tem tudo para que seu nome - Emil - fosse uma homenagem ao pioneiro que abriu os caminhos no interior de Santa Catarina. Sua esposa foi Stela Maria Baumgart, com quem se casou em 1915 - 4 anos de se formar engenheiro. O casal  teve um casal de filhos.
O engenheiro concluiu seus primeiros estudos em 1905 e  cursou o primeiro e segundo ano ginasial na cidade gaúcha de São Leopoldo - no Ginásio São Leopoldo. Completou o curso secundário em Florianópolis. Na sua conclusão - o conjunto das matérias, a nota foi 10, com distinção e louvor. Aprovado em primeiro lugar no vestibular para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, iniciou o curso de Engenharia Civil. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1911. Passou por dificuldades financeiras que o fizeram parar os estudos por algum tempo. Para custear seus estudos e se sustentar, lecionou  no Ginásio São Bento. Também, estagiou e trabalhou, a partir do segundo ano de faculdade, na construtora L. Riedlinger (precursora da Companhia Construtora Nacional). Neste local teve contato com o concreto armado e tornou-se o nome da nova técnica construtiva adotada pelos modernistas e que fez tornar o Brasil referência internacional nos encontros de Arquitetura.

Esta nova tecnologia tornou-se o "sonho" de consumo daqueles que residiam em casa
de madeira. Chamavam-na de casa de material.
Em 1913, Baumgart assinou alguns de seus primeiros projetos em concreto armado, no Brasil. entre estes, está a ponte Maurício de Nassau, em  Recife. 
Em 1919, graduou-se Engenheiro Civil. A partir de 1931 lecionou no curso de Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, ministrando a disciplinas de: Sistemas e detalhes de construção, desenho técnico, orçamentos e especificações. O professor Baumgart lecionou quando se estudava a estereotomia do ferro, da madeira, os seus diferentes sistemas de construção, esquadrias, estrutura de telhados, estruturas metálicas, concreto armado e suas aplicações, desenho técnico.
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Escola Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro.
Em 1923, fundou sua firma de construção, a qual foi responsável pelo projeto e execução do primeiro edifício - tipo aranha céu -  da cidade do Rio de Janeiro (já demolido) - Cine Capitólio, na Cinelândia. Também projetou a  Igreja de Santo Inácio, também no Rio de Janeiro, com uma grande estrutura de arcos, abóbadas e cúpula em concreto armado.
Cine Capitólio - Rio de Janeiro - A transição da técnica e da linguagem e também a troca de materiais - Estilo Art Nouveau executado com concreto armado, que alguns reportam somente a partir do modernismo.
Após dois anos de fundação de sua firma, esta fechou. Emil Heinrich Baumgart continuou a trabalhar com projetos de estruturas. Em 1925 fundou no Rio de Janeiro - que era a capital do Brasil - a primeira firma de projetos de estruturas de concreto armado, que apesar de sua modesta instalação, no início, em sua própria residência - logo tornou-se conhecido e muito requisitado. Foi nesse tempo que foi chamado para projetar a ponte histórica de Indaial. Baumgart trouxe a técnica do concreto armado da Alemanha. Poucos, muito poucos sabem disse em sua terra natal e região.






Algumas das imagens anteriores, da sequencia foram retiradas deste trabalho.

Foi pioneiro desta técnica construtiva e tornou-se um nome importante na primeira fase da arquitetura modernista brasileira o que lhe valeu o título de Pai do Concreto Armado, no Brasil. O engenheiro Emil Baumgart foi o primeiro brasileiro a participar da transferência de tecnologia do concreto armado da Alemanha para o Brasil. Desenvolveu e aplicou a técnica construtiva usadas na Alemanha em inúmeras obras espalhadas pelo Brasil.
Como professor - durante a formação dos engenheiros arquitetos e mesmo, em  cursos ministrados à engenheiros, Emil Baumgart era exigente. Fazia seus aprendizes a desenhar cansativamente, durante muitos dias, apenas letreiros e títulos dos desenhos, exigindo nos seus projetos uniformidade de letra e perfeição de apresentação técnica. Apesar de criticarem esse tipo de treinamento, criou em sua equipe um espírito de ordem e de capricho que foi uma de suas características positivas. Para o Engenheiro Sérgio Marques de Souza, um de seus aprendizes, Baumgart foi o criador da escola brasileira de concreto armado - O Pai do Concreto Armado
"A técnica por ele desenvolvida no projeto e detalhamento das estruturas de concreto armado, com características peculiares às condições brasileiras, modificando e alterando conceitos e critérios dominantes nos anos da década de 20.... constituiu verdadeira elo que só a sua extraordinária sensibilidade estrutural e sua capacidade inventiva poderiam conceber". Eng. Sérgio Marques de Souza
No escritório Baumgart passaram muitos estudantes, e depois, engenheiros. Muitos dos quais, mais tarde, se tornaram-se referencias nacionais e internacionais quando o assunto era concreto armado, principal técnica construtiva e base da arquitetura modernista. Nomes como os engenheiros: Jermann Marques de Souza, Antônio Alves de Noronha, Fernando Lobo Carneiro e Paulo R. Fragoso. 
Foram muitas as novidades de autoria de Baumgart introduzidas no projeto e detalhamento do concreto armado; como já foi dito, várias dessas novidades contrariavam as normas técnicas da época, e passaram posteriormente, a constar nas normas brasileiras, que tornaram-se assim as mais avançadas do mundo e que ficaram conhecidas no mundo e atraíram nomes como do arquiteto Hans Broos.  
Emil Baumgart foi também o introdutor das vigas e colunas com seção em "L" e em "T", dimensionadas de forma a a tornarem-se ocultas alinhadas às paredes e inseridas na espessura das lajes, contribuindo para a apresentação estética final dos ambientes - coisas que muitos dos atuais engenheiros, em alguns momentos, "esquecem" em detrimento de menores custos com as construções. Até mesmo, arquitetos permitem vigas com visuais negativas e salientas no meio das pares de vigas "mal resolvidas".
O engenheiro Baumgart não teve publicações de sua autoria. Contudo, o seu nome passou a ser conhecido e respeitado no Brasil e também no  exterior, quando o tema era concreto armado.
Dois de seus projetos tiveram repercussão internacional de maneira especial - que foram: o edifício A Noite, na praça Mauá, Rio de Janeiro, com  24 pavimentos, na época o mais alto do mundo em estruturas de concreto armado; e a ponte sobre o Rio do Peixe, entre Herval d'Oeste e Joaçaba, hoje denominada, também Ponte "Emilio Baumgart". Esta ponte catarinense possuía o maior vão livre conhecido na época (68,50 metros) e foi construída por um método revolucionário devido a sua altura em relação ao rio e às suas repetidas cheias. Durante sua execução, a concretagem foi feita da margem para o centro em balanços sucessivos, sem auxílio de escoramento, fato inédito na história do concreto armado. As barras de aço, durante a construção em balanço, foram emendadas por meio de luvas rosqueadas. A ponte caiu, durante a enchente de 1983 com a elevação das águas do Rio do Peixe.






Em Blumenau, quando seu território abrangia quase toda a  área do Alto e Médio Vale do Itajaí, e portanto contava com o território do atual município de Indaial, teve um tempo propicio às melhorias de infra estrutura durante os governos de  Paulo Zimmermann e Curt Hering
Emil Baumgart projetou duas importantes pontes na região. Na localidade blumenauense conhecida como Bela Aliança - atual Rio do Sul, foi construída uma ponte de concreto nominada de Curt Hering, no local da primeira balsa. 
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Passagem das tropas no local que seria construída a ponte
 Curt Hering projetada por Emil Baumgart na década de 1920
.
Em 10 de outubro de 1926, foi inaugurado por Vítor Konder, presidente do Conselho Municipal de Blumenau, a ponte histórica de Indaial sobre o rio Itajaí-Açu. A conhecida Ponte dos Arcos foi construída em concreto armado sobre quatro pilares, com cinco arcos, a 6,90 metros acima do nível normal do rio, com comprimento de 175 metros e a largura de 6 metros. A concretagem dos pilares necessitou o trabalho de um escafandrista (mergulhador com escafandro). Esta ponte também leva o nome do engenheiro Baumgart.
Em Blumenau atual, seu nome, em forma de homenagem, está emprestado a uma rua e em e também em uma escola municipal - "abrasileirado".

Ponte "Emilio Baumgart"


A Ponte "Emílio Baumgart" foi fruto de Planejamento Regional feito a partir do Stadtplatz da Colônia Blumenau e a logística intermodal. Recém inaugurada Estrada de Ferro Santa Catarina - EFSC, em 1909, trecho Hansa - Blumenau, a administração pública blumenauense desejou interligar os modais rodoviário e ferroviário, principalmente para facilitar o fluxo de pessoas oriundo do Vale do Rio Benedito que tem sua foz, bem próxima do local onde foi constituída a ponte histórica Ponte "Emílio Baumgart", local  onde existia uma balsa no Rio Itajaí Açu. A ponte sobre o Rio Itajaí Açú possibilitaria aqueles que chegassem do Vale do Rio Benedito, a facilidade de chegar com mais rapidez nos pontos de embarque e desembarques ferroviário na região, sendo que, esta linha ferroviária, pretendia fazer a ligação através de trilhos, entre  o litoral e o oeste de Santa Catarina - sentido leste oeste. Sabemos que esta história não teve bem este fim, mas este era o projeto ferroviário dos pioneiros.
Com a construção da Ponte "Emilio Baumgart", as pessoas residentes em Benedito, Timbó, Rodeio e Encruzilhada - atual Rio dos Cedros tinham "O" acesso à EFSC - ou às estações da Estrada de Ferro Santa Catarina. 
Uma vez definida esta prioridade de infraestrutura regional, foi autorizada na reunião da Câmara Municipal de Blumenau, em 10 de fevereiro de 1924, a abertura de concorrência para construção da ponte no distrito blumenauense de Indaial. A concorrência foi vencida pela firma do avô de Emil Heinrich Baumgat - Emil Odebrecht e Cia., de Pernambuco e o contrato foi assinado  em 19 de fevereiro de 1924 para a construção de uma ponte de concreto armado com 175 metros de comprimento e 6 metros de largura, pelo preço de 440:000$000 (quatrocentos e quarenta contos de Réis).

Como comparativo e noção do valor considerar:
Câmbio (1909) = US$ 0,31 / 1$000 Rs.
1 conto de réis = 310,07 US$
A ponte teve um custo aproximado de: 136.430,80 US$
Fonte: http://www.ocaixa.com.br/bancodedados/dolaranualmedio.htm.

O valor foi dividido pelo estado de Santa Catarina e o município de Blumenau.  O estado cobriu o valor de 240 contos de Réis e  Blumenau arcou com 200 contos de Réis. No fim da obra, percebeu-se que o valor aumento para em torno de 500 contos de Réis, ficando as despesas adicionais, por conta de Blumenau, com a contribuição direta dos distritos municipais de Indaial, Timbó e Encruzilhada - atual Rio dos Cedros. Cada residente destes distritos contribuiu com 2$900 e cada morador dos outros sete distritos de Blumenau, contribuiu com 1$345.

O projeto foi de Emil Baumgart e a execução e concretagem, tiveram alguns imprevisto. Em maio deste ano de 1924, pois a armação de madeira para concretagem foi carregada pelas águas da enchente, no mês de maio, ou do Rio Itajaí Açu.
A pedra fundamental foi assentada em  13 de fevereiro de 1925. Trabalharam na obra, um total de 45 pessoas, entre encarregados e operários. Foi necessário a presença de um escafandrista, que foi  José Caetano dos Reis.

Concretagem em 1925, de um dos arcos.



A balsa e a ponte.

 A ponte foi inaugurada em 10 de outubro de 1926.


"Gravado em 10 de outubro de 1926, sob direção de José Julianelli, o filme entitulado de "O Progresso de Blumenau", de onde Indaial era distrito naquela época, tem um conteúdo muito interessante e curioso, desde os trajes da época, a decoração festiva, o discurso de Victor Konder, o calhambeque atravessando a ponte, a demonstração do mergulhador escafandrista e até pode-se ver alguns homens caminhando sobre os arcos."Fernando Pasold
Emil Heinrich Baumgart

Algumas imagens de nossa passagem por Indaial, da Ponte que inspirou esta postagem e que foi obra de um ícone e conhecido Pai do Concreto Armado no Brasil, o engenheiro, neto de Emil Odebrecht que partiu jovem, com a idade 54 anos, Emil Heinrich Baumgart, popularmente conhecido pelo nome abrasileirado Emilio Baumgart.


As imagens comunicam...

 






Beira Rio - Rio Itajaí Açu

Exemplo de Indaial SC, durante a execução de seus projetos urbanos e implantação de equipamentos urbanos e estrutura durante as revitalizações de seus espaços. A última vez que testemunhamos este cuidado e sensibilidade foi em um projeto de Hans Broos, na Matriz da Companhia Hering - Blumenau SC, no telhado verde sobre a administração, cujo projeto de paisagismo foi assinado por Burle Marx. Respeito às árvores, no local antes da intervenção e que contribuem para a paisagem e o micro clima local - tornando suas temperaturas mais amenas. Este local é na Beira Rio - às margens do Rio Itajaí Açu - descansamos sob estas copas, oportunizando sua sombra.
































Vitória Régia
"A Vitória-régia é uma planta amazônica, pertencente à família das Ninfeáceas, e que foi climatizada em Indaial. Durante um período de dez anos, o padre e naturalista Raulino Reitz e o botânico Valdemiro Nasato tentaram transferir esta planta aquática para o sul do Brasil. A semente da planta foi trazida da Amazônia pelo padre Raulino, mas não conseguiu suportar os rigores dos invernos sulinos.
Sua adaptação só foi possível quando o padre assumiu o Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Assim, a planta foi aclimatada em duas etapas: primeiro no Rio e depois em Indaial. Valdemiro Nasato e o padre já se conheciam, e ambos tentaram muitas vezes trazer a planta para Indaial, mas as sementes teimavam em não germinar.
Numa de suas viagens ao Rio de Janeiro, Nasato visitou mais uma vez o amigo no Jardim Botânico, resolvendo então trazer mudas da flor para Indaial. Foi um trabalho muito importante, pois com o nosso clima, as sementes dificilmente germinariam. Finalmente, com muito esforço e perseverança, como há 150 anos fazia o jardineiro Baxter, da Inglaterra, Nasato conseguiu aclimatá-la! Não foi mais necessário semeá-la a cada ano, pois tornou-se perene. A planta permanece viva no inverno, as folhas nascem na primavera e floresce no verão.
Segundo especialistas, devido ao clima da micro-região de Indaial, a Vitória-régia sofreu uma mutação genética natural, tornando-se mais bonita, colorida e com suas bordas mais altas. A Vitória-régia é vista no lago artificial da Praça João Hennings Filho (Prefeitura Municipal), e também na lagoa pertencente ao Parque Municipal João Schulemburg (anexo à Fundação Indaialense de Cultura – FIC).
Resta-nos respeitar, conhecer um dos cartões-postais de  Indaial, para que o trabalho do padre Raulino Reitz e de Valdemiro Nasato continuem servindo de incentivo à preservação da natureza. Do Site da Prefeitura de Indaial SC http://www.indaial.com.br/a-vitoria-regia-em-indaial/

























Projeto de Simon Gramlich.
Precisamos conhecer mais sobre a obra e a vida de nossas personalidades e cabeças pensantes. Muitas vezes, muito mais conhecidas no exterior do que em seu próprio Heimat!.

Leituras Complementares - Para ler  - Clicar sobre o título escolhido:
  1. Um passeio pelo Bairro Victor Konder - no Espaço e na História - Blumenau
  2. Nacionalismo no Vale do Itajaí - a partir do Governo de Getúlio Vargas
  3. Fundação indaialense de Cultura - Indaial SC - FIC
  4. Passando por Warnow/Ascurra - Comunidade Centenária - Ilse - Indaial SC
  5. Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Warnow - Indaial
  6. A Ferrovia - EFSC
  7. Festa da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Warnow Alto - Indaial SC
  8. História - Instalação do Município de Indaial - 47° FIMI - Momentos do dia 19 de março










2 comentários:

  1. Minha querida Angelina.

    Essa informação que consta do site do IBGE e que você reproduziu:

    "De acordo com o IBGE, a colonização de Indaial teve início no ano de 1860 (parte do território da Colônia Blumenau), a partir da chegada de famílias oriundas de Armação, Itajaí, Camboriú e Porto Belo". É equivocada.

    A Famílias oriundas do litoral catarinense só se instalarão em "Indaial" em início de 1865, fugindo da convocação de "voluntários" na Guerra do Paraguai. Liderados por Basílio Correia de Negreiros, o mesmo que depois será apontado como o fundador de Rio do Sul, estas famílias instalaram-se na região entre "Indaial" e "Warnow" e que denominarão "Rio Morto". Embora tenham ocupado as duas margens do rio e na margem esquerda exista, hoje, um bairro com este nome, Basílio, e a maioria das famílias lideradas por ele, instalou-se inicialmente na margem direita do rio, próximo de onde localizava-se a antiga unidade da TEKA.

    Em 1956, Carl August Rechenberg, um carpinteiro (Tischlermeister) nascido em Bernkow bei Koenigsberg, na então Prússia, estaria instalado na foz do ribeirão Encano, onde construiria uma serraria e um moinho. Carl era casado com Marie, nascida Brinkmann, e natural de Writzen na saxônia. Em 24 de outubro de 1856, segundo consta no livro dos registros de nascidos e batizados 1856 – 1880 da Igreja Evangélica de Blumenau Centro, nasceria, no Encano, Carl Heinrich Rechenberg, tendo como padrinhos Johann Zarchow, Gottfried Benz e Hermann Mathes, tornando-se assim, provavelmente, o primeiro habitante nascido no que seria, hoje, Indaial.

    Por volta de 1860 o Pastor Oswald Hesse já realizava cultos em Badenfurt, rio do testo, Encano, Indaial e Warnow. E José Ferreira da Silva registra que em 1864 todos os terrenos entre a foz do Encano e a Foz do Benedito já encontravam-se ocupados e sendo cultivados.

    De qualquer modo, parabéns pelo sue trabalho.

    Abraços fraternos

    Marco Struve



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  2. Oi Marco...
    Rica contribuição. Muito obrigada. Quero ler com carinho e anexar onde puder. Respeito muito seu trabalho.
    Muito obrigada.
    Feliz Natal e muita saúda, paz e harmonia.
    Abraço grande.

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