quarta-feira, 14 de julho de 2021

Casa Vendramin e Área de Expansão Urbana - Planejamento Urbano Ambiental - Pouso Redondo SC - TCC - Arquitetura e Urbanismo - Pesquisa e Projeto: Gabrieli Paterno - Orientação: Angelina Wittmann


Arquiteta Gabrieli Paterno.
Trabalho  de Conclusão de Curso - TCC desenvolvido por  Gabrieli Paterno no curso de Arquitetura e Urbanismo sob orientação da  Arquiteta Angelina Wittmann, no 2° Semestre de 2020, quase totalmente através da plataforma Meet do Google, exceto, no dia da visita ao local de estudos, que aconteceu em 28 de agosto de 2020 - momento que também, foi efetuado parte do levantamento fotográfico. A pesquisa e a proposta foram desenvolvidas para um local da cidade do Alto Vale do Itajaí - Pouso Redondo SC - região de expansão urbana, muito próxima da centralidade urbana, com grande lastro histórico e referências urbanas presentes nas primeiras publicações sobre Pouso Redondo, como por exemplo, o Rio das Pombas - citado em mapas de aventureiros alemães, bem como, em mapas da região, também feitos por alemães, no início do século XX.
A região contém tipologias históricas no local, como a Casa Vendramin, que está ameaçada quanto a sua preservação, bem como, a presença de uma paisagem natural exuberante, que está em processo de urbanização, através de implantação de loteamentos populares, com uma ocupação do solo não adequada e desprovido de infraestrutura mínima e com poluição do histórico rio
Nesta pesquisa e consequente proposta, Gabrieli Paterno, baseada em pesquisas e referências, deparou-se com o conceito de Planejamento Urbano Ambiental, focando o estruturador e histórico Rio da Pombas e o potencial ambiental da região, alinhado a ausência de espaços de qualidade para lazer, esportes, de educação e cultural no município de Pouso Redondo, delineando uma proposta, a partir de um planejamento ambiental e urbano, simultaneamente criando diretrizes para a ocupação e uso do solo, com proposta urbanística e arquitetônica para a área estudada.
O trabalho da Arquiteta Gabrieli Paterno foi grande sob vários aspectos, deste sua proposta de intervenção, até o material apresentado, o qual, se receber atenção adequada, deverá  despertar uma reflexão entre autoridades e sociedade de Pouso Redondo, sobre o futuro da cidade, respondendo a questão: "Que cidade estamos deixando para as futuras gerações?"

 28 de agosto de 2020 - único contato presencial - visita ao local de estudo

Gabrieli Paterno, Angelina Wittmann e Antônio Poleza.











Rio das Pombas.
Rio das Pombas.




Rio das Pombas.








Casa Vendramin



Mapa de Pouso Redondo e o local estudado.



Proposta
“A paisagem reflete a interação do homem com a natureza, que sofre alterações de acordo com a evolução da sociedade, influindo na forma como ela é entendida, criada e gerida. ” Laura Beatriz Lage
1 - Introdução

O espaço urbano é resultado, positivo, ou não, de um processo contínuo, moldado durante as práticas e relações sociais de uma sociedade no mesmo, dentro de um recorte de tempo. Ao longo deste processo, esta sociedade pode sofrer mudanças culturais através de suas práticas e tecnologias.
As cidades contém espaços mais ou menos adensados em seu território, classificados em áreas urbanas e rurais, as quais possuem prioridades e necessitam de ações projetuais e de planejamento mediante uma nova ocupação e uso do solo, para atender às novas expectativas, atividades e tecnologias desta sociedade. Estas alterações podem ser motivadas pela necessidade de respostas às expectativas práticas e materiais no tempo presente, como também, pode atender às narrativas indutivas criadas por especulações de determinados  segmentos privados e públicos, submetendo este espaço à ações que resultarão conflitos e organizações finais irreversíveis. 
O local estudado e que receberá esta proposta está situado na área de expansão urbana da cidade de Pouso Redondo, no Bairro Independência, no Alto Vale do Itajaí, ao Sul do traçado da rodovia BR 470, a qual secciona territorialmente, o município - sentido leste oeste. 
Ao Sul do traçado da rodovia, onde está a área de estudo, também está  localizada a centralidade de Pouso Redondo, que conta com a presença de edifícios públicos importantes do município, como: a Prefeitura Municipal, o Centro de Eventos Herança Tropeira, a Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
A área estudada, com características ainda predominantemente rurais, conta com a presença da Casa Vendramin, construído em  1933 e também, do Rio das Pombas, espaço natural, cultural e elemento importante para o lazer e, na paisagem para a prática da atividade, com aspecto cultural, local - banho de rio.

Considerando as transformações ocorridas nas paisagens de nossas cidades, na maioria das vezes, colocando em risco sua identidade e substituindo elementos significativos por outros sem referência ao local onde será inserido, com perdas significativas da qualidade estética, ambiental e paisagística e comprometendo a disposição anímica (stimmung) da paisagem, partimos da hipótese que não existe um entendimento comum entre os órgãos envolvidos no manejo da paisagem, especialmente pelos órgãos de preservação cultural e territorial, do que é uma paisagem, (...). LAGE, p4 2018) e ambiental e planejamento urbano 

A área desta proposta, enquanto paisagem, recebe o impacto do processo de  ocupação e, um novo uso do solo, em andamento e que teve seu início marcado pelas implantações do loteamento popular Santa Felicidade e dos edifícios de habitação popular Bela Vista, abrindo um precedente para instalações de outros empreendimentos semelhantes e igualmente desprovidos de infraestrutura básica necessária, com reflexos negativos imediato à saúde pública, ao meio ambiente, descaracterização das paisagens natural e cultural, mediante a retirada de tipologias pertencentes ao patrimônio histórico arquitetônico, e também agressão ao meio natural. Já vem ocorrendo terraplanagem e providências mínimas, pela Prefeitura de Pouso Redondo.

O controle urbanístico, ou até mesmo a fiscalização resultante das políticas de regulação urbanística de uso e ocupação do 
solo deverão estar na essência de qualquer plano proposto às cidades, visto que é o controle rigoroso sobre o uso e ocupação do solo que garante a ocupação não predatória do território, e impede descumprimento das normas propostas (MARICATO, 2000).

Este processo de ocupação do solo e a transição de status rural para urbano poderá acarretar a perda da qualidade ambiental e estética, mediante a dicotomia existente entre a ação das transformações que já ocorrem e a permanência neste: preservação do patrimônio e planejamento urbano e territorial. 
Este trabalho parte da hipótese que o conceito de paisagem, conforme abordado pela Convenção  Europeia da Paisagem (CEP) apresentado por LAGE 2018, pode-se restabelecer a conexão do homem com o meio, possibilitando a integração de abordagens disciplinares consideradas discordantes e possibilitando a proteção/conservação via desenvolvimento. O incômodo com a transformação de paisagens e a substituição de seus elementos por outros que não possuem relação com o lugar  é uma prática, e, devido à forte conexão das pessoas com seu território, metodologias de identificação do caráter de suas paisagens para guiar proposta de readequação espacial. 

(...)conceito de paisagem, conforme abordado pela Convenção Europeia da Paisagem (CEP), pode restabelecer a conexão do homem com o meio, possibilitando a integração de abordagens disciplinares consideradas discordantes e possibilitando a proteção/conservação via desenvolvimento. O incômodo com a transformação de paisagens e a substituição de seus elementos por outros que não possuem relação com o lugar foi encontrado na CEP.  LAGE, 2018

Este trabalho, a partir destas inquietações e metodologias, utilizando de um conceito amplo de paisagem, evitando sua simplificação e consequente empobrecimento do conceito, apresenta uma proposta de planejamento ambiental e readequação espacial. Esta, considerando as diretrizes urbanísticas, na escala macro e, na escala micro, considerando as diretrizes arquitetônicas através do novo uso destinado à da Casa Vendramin - originalmente uma residência - tipologia do patrimônio histórico arquitetônico local e do estado de Santa Catarina.
De acordo com LAGE (p15, 2018) em sua tese: “Paisagem como ligação entre a conservação do patrimônio e o planejamento urbano” é entendida como o produto da interação homem-meio, que pode sofrer alterações de acordo com a evolução da sociedade, influindo na forma como ela é entendida. 
O espaço é o resultado social em constante desenvolvimento mediado pela cultura. Sua valoração parte de suas características físicas, espaciais,  simbólicas, econômicas, sociais e culturais, em sua relação com o homem. 
Através da arquitetura e do urbanismo, pode-se interferir neste processo de ordenamento da paisagem e do espaço mediante sua necessidade de adequações às novas esferas sociais.
A presente proposta foi estruturada em dois elementos paisagísticos que podem ser delineados sob o aspecto cultural e natural e que formam a paisagem da área estudada. Paisagem, cujo conceito é semelhante àquele delineado na  pesquisa de LAGE (2018). Representados na tipologia rural pertencente ao patrimônio cultural regional e catarinense, a Casa Vendramin e o histórico Rio das Pombas, cuja existência foi publicada no livro do pesquisador e sociólogo alemão Dr. Phil Wettstein – Brasilen und die Deutsch-brasilianische Kolonie Blumenau, em 1907.

(...) paisagem, conforme abordado pela Convenção Europeia da Paisagem (CEP), pode restabelecer a conexão do homem com o meio, possibilitando a integração de abordagens disciplinares consideradas discordantes e possibilitando a proteção/conservação via desenvolvimento. O incômodo com a transformação de paisagens e a substituição de seus elementos por outros que não possuem relação com o lugar foi encontrado na CEP, também é expresso no Belvedere Memorandum, plano de gestão territorial holandês (1999-2009), e devido à forte conexão das pessoas com seu território, metodologias de identificação do caráter de suas paisagens para guiar futuros desenvolvimentos foram desenvolvidas, como no caso do Historic Landscape Characterisation (HLC), na Inglaterra. LAGE,  2018

1.1 - Problemas e Justificativas
De acordo com o afirmação de JACOBS (1991), a paisagem é a composição da paisagem formada pela natureza e pela paisagem cultural – no caso a presença da edificação pertencente ao patrimônio cultural -  a Casa Vendramin e o Rio das Pombas, registrado no mapa publicado por WETTSTEIN, 1907.
Como problemática este trabalho destaca o processo de mudanças existente na paisagem natural e cultural, iniciado no momento da fixação e implantação de um loteamento popular Santa Felicidade nas proximidades da edificação histórica rural  - Casa Vendramin, ainda não formalizado, e também, nas proximidades do Rio das Pombas, ícone de práticas espontâneas, culturais, amplamente registrado pelas publicações locais, conhecido “Banho de Rio”. Estes dois elementos importantes na formação desta paisagem, que até bem pouco tempo, possuía estritamente características rurais e que, sentem o impacto das mudanças que vem ocorrendo. A Casa Vendramin, que poderá ser substituída por nova construção, ação movida pelo imediatismo do mercado mobiliário que encontra um espaço aberto e atraente, pela proximidade da área em questão à área central de Pouso Redondo e do Rio das Pombas, até então, sem poluição e com a presença da mata ciliar natural. O rio vem sendo submetido também, a um processo de degradação ambiental, ao receber os dejetos de esgoto domiciliar oriundo das residências do loteamento Santa Felicidade e também, com desmatamentos de suas margens - áreas de APP. No entorno há movimentos de terra, para a instalação de outros loteamentos populares. Também, a rodovia está em obras, para receber  pavimentação impermeável - asfalto. 

Arquitetura, como arte e técnica de organizar espaços e criar ambientes para, abrigar os diversos tipos de atividades humanas, possui uma relação direta com a paisagem, levando-se em  consideração que a arquitetura também carrega significados culturais e reflete anseios e visão de mundo de um povo, criando e modificando a paisagem. (LAGE, 422)

Esta proposta justifica-se pela iniciativa de organizar o espaço do grande vazio urbano  munido de áreas verdes com atribuições  e sugestões para usos com elementos estruturais necessários às novas áreas urbanas, salvaguardando o contexto, sob diretrizes urbanas e também, arquitetônicas, envolvendo o Rio e a Casa Vendramin. De acordo com LAGE (2018), ao mencionar um texto do IPHAN, onde menciona - a paisagem é a expressão de quem nós somos em quaisquer períodos de tempo e em quaisquer locais e eventos. Esta paisagem incorpora a memória coletiva da natureza e da cultura simultaneamente, o que nos permite analisar como a cultura e a natureza se relacionam, na mesma. Além da importância do que tange a formatação desta paisagem no tempo atual, a partir das transformações em detrimento de adequações para um novo uso do espaço da cidade. 
Este trabalho levará em conta as questões ambientais e os impactos sobre esta área a partir destas transformações. De acordo com MEDEIROS (2016), as cidades da sociedade contemporânea vêm se firmando como locais atrativos para as populações, onde florescem as mais diversas atividades, desde econômicas, políticas, sociais e culturais. Segundo ROGERS e GUMUCHDJIAN (2005), as cidades também são responsáveis pelo consumo de mais de 75% da energia do planeta, sendo responsáveis também, por 75% da poluição ambiental, sendo o objeto principal capaz de mudar o destino da vida no planeta sob o aspecto ambiental. 

Com essa nova ampliação humana nas cidades, haverá uma grande alteração no uso do solo, da água, da energia e dos recursos naturais. Andrade (2014) menciona que as cidades serão um grande desafio nas próximas décadas para a humanidade, pois são geradoras de problemas, como excesso de resíduos tóxicos, falta de moradia digna, falta de recursos hídricos, excesso de poluição e problemas de saúde pública. Portanto, é possível acreditar que a capacidade em criar cidades sustentáveis está atrelada à continuidade de nossa existência no planeta. MEDEIROS (2016).

A partir do diagnóstico da área estudada, localizada em Pouso Redondo, considerando a transformação desta de área, com aspectos rurais para área com características urbanas, dentro da realidade brasileira, como tantos outros países em desenvolvimento, deparamo-nos com os desafios para equilibrar o desenvolvimento com a preservação do meio ambiente, através de diretrizes e proposta para usos mais adequados, mediante às transformações no espaço e cientes de que o entendimento sob a ótica da ecologia é um dos componentes da estratégia para elaborar novas propostas que diminuam os impactos da urbanização.

A relação entre a formação dos núcleos urbanos e a água remete à própria história da fundação das cidades no planeta. No passado, os rios foram a principal razão da fixação do ser humano e constituição de cidades, pois eles, primeiramente, foram utilizados como fonte de água potável e de fornecimento de alimentos. (MEDEIROS, 2016)

Exatamente como detectado neste trabalho, Meneguetti, Rego e Pellegrino (2005) afirmam: O projeto da paisagem situa-se no limiar dos conflitos entre cidade e campo, entre social e cultural, e pode ser utilizado como instrumento fundamental para a  definição de inter-relações entre organismos e seus ambientes e entre sociedade e seus territórios. (MENEGUETTI; REGO; PELLEGRINO, 2005, p.168)
Na década de 1990, surgiu o debate para o entendimento dos processos naturais como base para o planejamento de cidades, importante para o desenvolvimento e contribuição do trabalho dos arquitetos e urbanistas com foco na paisagem estuda de maneira plena na Tese de  José Marcelo Martins Medeiros (2018), com  isso, evitar o aumento dos conflitos urbanos, repensando novas formas de apropriação para os espaços livres, organizando as áreas verdes ao longo destes grandes espaços livres, e delineando parques e espaços com programa de necessidades para usos públicos integrados entre si e a cidade pré existente. 

(...)essa nova forma de planejar ficou conhecida como planejamento ambiental, que pode ser entendido como a criação de uma solução capaz de manejar as mudanças dos elementos da paisagem, de modo que as intervenções humanas sejam compatibilizadas com a capacidade dos ecossistemas de absorver os impactos, mantendo a integridade dos processos e ciclos vitais. MEDEIROS (2016).

Este trabalho sugere que o uso racional e sustentável da paisagem passe a ser o objetivo desta proposta com usos, considerando-se todos os aspectos que condicionam a conservação dos recursos, de modo a não comprometer a capacidade das futuras  gerações de atenderem às suas necessidades e a expansão urbana que iniciou com a implantação de  um condomínio popular e um loteamento desprovido de infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto entre outras necessidades, nas proximidades da Casa Vendramin e do Rio das Pombas.
Com isto, a cidade de Pouso Redondo tem a oportunidade de rever o seu desenvolvimento e a sua integração de valores econômicos, sociais e ambientais, com base nos atuais conhecimentos de ecologia, em busca de uma gestão integrada atuante e ciente de suas responsabilidades ambientais, culturais e políticas. 

O planejamento tradicional encontra-se em um embate que só pode ser resolvido com um planejamento ambiental, respeitando-se a vocação de cada solo, as associações vegetais e fisiológicas do território e percebendo os recursos naturais como valores ambientais. Define-se o planejamento ambiental como o planejamento das ações humanas sobre o planeta Terra, respeitando-se a capacidade de sustentação dos ecossistemas nos diversos níveis, até se chegar a uma escala global, com a melhora da qualidade de vida do ser humano em uma ética ecológica. BROCANELI(2007).  

O planejamento ambiental é um planejamento territorial estratégico, econômico, sociocultural, agrícola e paisagístico, ultrapassando até mesmo os limites territoriais, já que se trata de ecossistemas. Medeiros (2016) defende que a “urbes” brasileiras precisam como nunca de novas intervenções paisagísticas, dado o aumento da população, a falta de espaços de lazer, o aumento das taxas de  consumo do solo, as constantes crises no abastecimento hídrico e a degradação de rios urbanos. E é na inovação que se destacam as novas ações, com a consolidação da  recuperação das margens de rios, da utilização de novas tecnologias “verdes”, da preocupação ambiental e a requalificação de partes significativas das áreas centrais.
Esta proposta pretende evitar este quadro patológico e apresentar um plano de planejamento ambiental e também cultural para orientar esta metamorfose urbana em andamento, mas ainda, não plena e acabada. 






















1.2 – Objetivo Geral

Promover o Planejamento Urbano Ambiental da área verde localizada no entorno do Rio das Pombas localizado no Bairro Independência, conhecido Beira Rio, Pouso Redondo SC, o qual conta com a presença da Casa Vendramin. Além da recuperação da mata ciliar, das águas  do rio desprovidas de poluição, da edificação pertencente ao patrimônio cultural, promover a reorganização espacial da área (até então área rural usada para receber a expansão urbana ao sul da centralidade de Pouso Redondo) destinando espaços  para práticas de esportes, culturais, contemplação, memória e também local para o centro comunitário (creche, centro de saúde, dentista, reuniões, sala de aula), com infraestrutura, equipamentos, vias e paisagismo.
1.2.1 – Objetivos Específicos
    • Compreender a necessidade do planejamento urbano para a formação, crescimento e desenvolvimento das cidades;
  • Elaborar a caracterização da comunidade Beira Rio estudada, abrangendo seu histórico de formação, características gerais, e seu contexto atual;
    • Utilizar as potencialidades, carências e desafios da região que possam influenciar urbano e alavancar a economia local;
  • Desenvolver um plano de estruturação urbana, que direcione o crescimento e o desenvolvimento do lugar como um bairro atrativo, equilibrado e sustentável;
    • Instigar conceitos teóricos relacionadas a valorização do patrimônio histórico local, bem como o seu resgate histórico e cultural;
  • Readequar áreas externas por meio de um partido de projeto urbano, que incorpore ambientes atrativos, sustentáveis e seguros;
    • Propor um uso público a edificação história, com intuito de ser um local de troca de história;
  • Elaborar Planta de Situação (macro) e Diretrizes urbanas: ​cortes, plantas, ou esquemas;
    • Desenvolver um Programa de necessidades e fluxograma observando a escala  local;
  • Elaborar planta baixas com layout, legendas e entorno;
    • Elaborar cortes transversais, relacionando o entorno;
  • Fazer uso e apresentar a aplicabilidade de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ​ODS, no projeto;
    • Levantar os elementos formadores da área delineada para receber esta proposta (em expansão urbana) e classificá-los sob aspectos culturais e naturais e efetuar sua localização espacial na escala macro e micro;
  • Levantar legislações ambientais e patrimoniais, nas esferas locais, regionais, estaduais e federais;
    • Levantar dados e medidas da edificação pertencente ao patrimônio cultural local e estadual - Casa Vendramin;
  • Modelar: plantas, elevações, cortes e volumétrica - Casa Vendramin;
    • Delimitar e identificar  elementos pertencentes à paisagem natural e impedimentos legais de uso e espacial;
  • Definir programa de necessidades - Diretrizes urbanísticos;
    • Elaborar zoneamento do projeto de planejamento  urbano ambiental - escala macro;
  • Readequar dados no plano diretor municipal para a área estudada, reformulação;
    • Definir e elaborar o projeto urbano ambiental para a área estudada, de maneira humanizada, indicando os principais elementos destacados, para uso das pessoas residentes de Pouso Redondo e visitantes - proposta;
  • Elaborar projeto volumétrico espacial - projeto urbano ambiental - escala macro;
    • Elaborar proposta para novo uso da Casa Vendramin, como local de memória e visitação apresentando a propriedade rural de Pouso Redondo;
  • Elaborar plantas, cortes, cobertura e volumétrico da proposta de usa para Casa Vendramin e também para o Centro Comunitário;
    • Elaborar projeto para Centro Comunitário, com plantas, cortes, cobertura e volumétrico;
  • Fazer vídeo humanizado do projeto Urbano ambiental e Arquitetônico.
1.3 – Delimitação do Tema

Este tema foi construído dentro da interdisciplinaridade e evoluiu a partir de estudos correlatos e pesquisas com temas semelhantes, envolvendo áreas que poderão estar submetidas à impactos negativos originários das transformações no espaço e nas paisagens natural e cultural, deste - observando o conceito de LAGE 2018. Ação que já está em processo.
Esta proposta está delimitada em um Projeto Urbano Ambiental, que sugere a reorganização e planejamento espacial de uma grande área verde, junto a centralidade de Pouso Redondo, a qual conta com a presenças de elementos: natural e cultural - o Rio das Pombas e a Casa Vendramin, respectivamente. 
2 – Referencial Teórico
2.1 Definição de Paisagem

A definição do conceito de paisagem se enquadra no plano da razão e explicação dessa forma levando assim um entendimento dividido, sendo abordados e explicados em campos do conhecimento diferentes, reação do dualismo instaurado pela revolução científica do século XVI, onde o sujeito e o objeto se separam e passaram ser vistos de forma distinta. A partir de então o homem e a paisagem passaram e ser vistos como dois elementos separados e deixaram ser visto com apenas um (VERAS, 2014).
Os conceitos refletem pensamentos de várias épocas, se alterando com as mudanças de paradigmas e em alguns momentos se aproximam e se distanciam de outros conceitos. De acordo com Lage, 2018.

A paisagem, desde seu surgimento e entendimento como conceito, refletiu essas mudanças e também foi alvo de diversas interpretações dentro de vários campos do conhecimento. As origens do conceito de paisagem são marcadas em contextos sócio históricos que revelam um olhar geográfico, ao abordar sua fisiografia natural e sua organização político administrativa territorial. (LAGE, 20, pag 13)

Este trabalho defende que a paisagem é uma ideia importante que precisa ser aproximada a preservação cultural e ambiental da gestão territorial, dessa forma sendo encarada conforme a Convenção Europeia da Paisagem (CEP), ela é uma característica de todo o território, além de ser um componente essencial da qualidade de vida das pessoas, onde deve ser tratada de uma forma holística e integrada, assim abordando mudanças pertencentes à cultura, ao próprio conceito e ao seu entendimento mais amplo.
Definir paisagem é uma tarefa difícil que demanda uma profunda analise do seu entendimento em diversas áreas de conhecimentos distintas. De acordo com Convenção Europeia da Paisagem (CEP): “Paisagem designa uma parte do território, tal como é apreendida pelas populações, cujo caráter resulta da ação e da interação de fatores naturais e ou humanos”. A convenção parte da hipótese que paisagem: 

(...)desempenha importantes funções de interesse público, nos campos cultural, ecológico, ambiental e social, e constitui um recurso favorável à atividade econômica, cuja proteção, gestão e ordenamento adequados podem contribuir para a criação de emprego; (...) contribui para a formaçãode culturas locais e representa uma componente fundamental do patrimônio cultural e natural europeu, contribuindo para o bem-estar humano e para a consolidação da identidade europeia; (...) é em toda a parte um elemento importante da qualidade devida das populações: nas áreas urbanas e rurais, nas áreas degradadas bem como nas de grande qualidade, em áreas consideradas notáveis, assim como nas áreas da vida cotidiana; (...)constitui um elemento chave do bem-estar individual e social e que a sua proteção, gestão e ordenamento implicam direitos e responsabilidades para cada cidadão (...) (Lage, 2020)

Dessa forma paisagem é entendida como o fruto de interações entre o homem e o meio, que sofre alterações de acordo com a evolução da sociedade e suas crenças. É a construção social que está em constante desenvolvimento mediado pela cultura.  Sua valoração parte de suas características físicas, espaciais, simbólicas, econômicas, sociais e  culturais,em sua relação com o homem. A CEP objetiva “alcançar o desenvolvimento sustentável estabelecendo uma relação equilibrada e harmoniosa entre as necessidades sociais, as atividades econômicas e o ambiente” e busca “responder à vontade das populações de usufruir de paisagens de grande qualidade e de desempenhar uma parte ativa na sua transformação
A medida em que o tempo passou e progrediu as pessoas da sociedade moderna que desligaram dos processos naturais, dessa forma efetuando mudanças na paisagem muitas vezes degradando-a e destruindo tanto de forma ambiental como estética. A natureza e a cultura elas trilharam caminhos diferentes dessa forma fundando um entendimento de dicotômico. tais mudanças como o abandono do Campo, urbanização, alterações climáticas entre outras, ameaçaram a paisagem em todos os mundos. De acordo com Luengo, 2015 “A paisagem é a base do sustento de nossa vida cotidiana, mas também é a base de nossas crenças, ideias e de nossa herança”.

A ligação entre a paisagem e a identidade é um sentimento poderoso e permite a conscientização em relação à perda da idiossincrasia territorial local. A paisagem tem um papel no nosso sentido de lugar, identidade e pertencimento ela é um repositório de memórias e de nossos laços ancestrais com a natureza com nosso ambiente experienciado. Talvez a relação da paisagem com nossa herança, especialmente cultural, tenha a aproximado mais do campo do patrimônio cultural. (LUENGO, 2015, p.xii)

A preocupação com a preservação da tipologia do patrimônio cultural teve início por volta do século XVIII após a intensificada pela Revolução Industrial onde ocorreram descaracterização e nos monumentos e do tecido Urbano devido ao grande crescimento da Metrópole. (CHOAY, 2002). 

2.2 Patrimônio Cultural e Natural

Com o acontecido diversas cartas patrimoniais foram escritas com o objetivo da preservação dos patrimônios existentes. Porém somente em 1972 com a convenção sobre a salvaguarda do Patrimônio Mundial, cultural e natural foi então escritor os documentos que relacionava natureza e a conservação das propriedades culturais, dessa forma reconhecendo a maneira com que as pessoas interagem com a natureza e a necessidade de preservar o equilíbrio entre as pessoas e seu ambiente. (DENYER, 2015, p.47)

A convenção nasceu do resultado da preocupação com a destruição dos patrimônios construídos durante a Segunda Guerra Mundial quanto a degradação do patrimônio natural uma reflexão de uma nova sensibilidade global ao desenvolvimento urbano e a degradação ambiental. (LUENGO, 2015, p.xi).A Convenção do Patrimônio Mundial de 1972 foi adotada pela Conferência Geral da UNESCO em novembro de 1972, sendo implementada apenas em 1975, com a assinatura dos primeiros trinta Estados Partes. Na época, o conceito de paisagens culturais ainda não estava em discussão e alguns locais inscritos poderiam ser considerados paisagens culturais hoje, como Machu Picchu (Peru) e outros (RÖSSLER, 2015,p.30).

A criação da Convenção do Patrimônio Mundial envolveu três versões preliminares: Convenção sobre Conservação do Patrimônio Mundial da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), Convenção sobre a Proteção Internacional de Monumentos, Grupos de Edifícios e Locais de Valor Universal pela UNESCO e Convenção sobre o estabelecimento de um Fundo do Patrimônio Mundial, preparada pelos Estados Unidos. O esboço da UNESCO serviu como documento de trabalho, no entanto, requerendo as ideias da IUCN sobre o patrimônio natural (CAMERON, 2015, p.63) 
A convenção tem o propósito de assegurar a identificação, proteção, conservação, interpretação e trânsito para futuras gerações do patrimônio cultural e natural que tem valor Universal excepcional. Ela descreve a diferença entre os conceitos de patrimônio cultural e patrimônio ambiental e cria o comitê e a lista dos patrimônios mundiais.

Artigo 1º- Para os fins da presente convenção serão considerados como “patrimônio cultural”: os monumentos, obras arquitetônicas, de escultura ou de pintura monumentais, elementos ou estruturas de natureza arqueológica, inscrições em cavernas e grupos de elementos que tenham um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência; os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, em virtude de sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem, tenham um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência; os sítios: obras do homem ou obras conjugadas do homem e da natureza, bem como as áreas que incluam sítios arqueológicos, de valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. Artigo 2º- Para os fins da presente convenção serão considerados como “patrimônio natural”: os monumentos naturais construídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais formações, que tenham valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico; as formações geológicas e fisiográficas e as zonas nitidamente delimitadas que constituam o habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas e que tenham valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação; os sítios naturais ou as zonas naturais estritamente delimitadas, que tenham valor universal excepcional do ponto de vista da ciência, da conservação ou da beleza natural.(Convenção do Patrimônio Mundial,1972)

A Convenção do Patrimônio Mundial é o único acordo internacional que combina proteção do patrimônio cultural e natural em um único instrumento. Além disso no decorrer das discussões realizações do comitê acabou-se gerando o conceito de paisagem cultural que engloba fatores naturais e humanos e as combinações dos ambos. Além disso os conceitos de patrimônio cultural incluem os lugares de valores históricos, paisagísticos, ecológicos que representam o seu povo. Já a discussão sobre o conceito de natureza é uma criação cultural, dessa forma podemos dizer que paisagens naturais também são culturais. Para Spirn (1998)

[...]ao chamar uma paisagem de natural ou cultural, esquecesse do fato que ela é ao mesmo tempo natural e cultural. No entanto, ao definir uma paisagem como ‘cultural’, faz com que o valor cultural seja sobreposto ao natural, dissociando o homem ainda mais da natureza. O problema maior talvez seja exatamente em colocar o homem fora da natureza, como se não fizesse parte dela. Essa ideia, ainda presente em nossa civilização, vem sendo confrontada, e a consciência de reconhecer o homem como parte da natureza (o que realmente é), como um dos agentes da natureza, vem despertando uma maior preocupação com a conservação do ambiente e de seus recursos. O homem faz cultura e é natureza, ele é natural e cultural ao mesmo tempo.

2.2.1 Casa Vendramin - Patrimônio Cultural

A Casa Vendramin é elemento de grande importância para a história do município e também, foi a primeira edificação construída com a técnica construtiva de alvenaria do município, fica localizada no bairro Independência, em frente ao conjunto habitacional Santa felicidade. É um dos elementos mais antigos do bairro e guarda memórias do início da colonização.
A edificação foi construída em 1933 com o intuito de abrigar o senhor Luiz Vendramin, o primeiro intendente de Pouso Redondo indicado pelo Prefeito Eugenio Schneider. Luiz Vendramin, neto do intendente e atual proprietário, conta que seu avô anteriormente morava no Bairro Itoupava no município de Rio do Sul, e após ser designado ao cargo comprou uma gleba de terras, onde hoje fica a edificação. 
Seu avô e família inicialmente morava em um bangalô de madeira, posteriormente decidiram construir a edificação. De acordo com ele, a habitação que possui características alemã foi construída por Adolfo Bretske e coberta pelas primeiras telhas produzidas na própria localidade. 
Luís (Neto) relata que também residiu na casa quando criança e guarda lembranças dessa época, tais como iluminação feita por lamparinas, o fogão à lenha e o poço de bomba a mão. Depois da família de Luiz Vedramin, houveram outros moradores, dentre eles, Amélio Mengarda, Sebastião Maurício, Professor Professor Pedro Cecílio Vieira. Atualmente a casa está ocupada por Antônio Poleza que já mora na edificação, desde 1976.
A edificação encontra-se com algumas patologias identificadas através de visitas e fotografias feitas in loco. Observa-se que o reboco está desgastado deixando os tijolos maciços da alvenaria autoportante, aparentes. Há pedaços faltantes de alvenaria em alguns pontos, a pintura apresenta  sinais da presença de umidade e mofo, o madeiramento do beiral e alvenaria apresentam rachaduras, o telhado está danificado e com algumas telhas faltantes, as esquadrias estão com a madeira desgastada.
Percebe-se que na fachada houve intervenções de reparos, onde foram utilizados materiais comuns que não são semelhantes aos que eram encontrados na época da construção.  Tal cautela é indispensável na restauração de edificações históricas, é preciso que os materiais empregados se aproximem o máximo possível aos usados quando foi realizada a construção, do contrário faz com que a edificação perca as características originais. De acordo com Salcedo, (2013) devemos restaurar uma edificação sem que altere “(...)as características originais da obra, substituindo os materiais estragados por novos, porém envelhecidos artificialmente, e não mexer no desenho original”.
Gabrieli Paterno, Angelina Wittmann e Antônio Poleza.



Sobre os elementos arquitetônicos percebesse a presença de molduras clássicas nas aberturas, além de conter janelas tipo veneziana com caixilho de madeira e folha de vidro transparente. Nota-se a presença de colunas nas fachadas laterais e pilastras da fachada frontal - influência do Art Decó. 
A edificação apresenta  fachadas providas de simetria com uso de linhas retas e cores claras. Percebe-se entre os materiais, o uso do tijolo maciço, bastante utilizados em edificações dos imigrantes na região do Vale do Itajaí, com o  emprego da argamassa feita a partir de barro, areia e água. 
A estrutura do telhado é feito com a técnica enxaimel - técnica construtiva de madeira com encaixes, trazida para região através do imigrante alemão. As telhas foram produzidas no local, uma das primeiras telhas produzidas na região.
Sobre a tipologia da edificação, há contribuições da arquitetura alemã, como por exemplo a mansarda do telhado, a qual utiliza dois tipos de inclinação diferentes para que haja aproveitamento do espaço sob o telhado, como mais um ambiente da casa. De acordo com Wittmann (2014), mansarda é um “é cômodo usado imediatamente sob a cobertura com o aproveitamento da área para mais um ambiente no edifício - este, apresenta paredes inclinadas e deve ser provida de janelas. Se não for usado como ambiente e não tiver janelas é somente o sótão”
A edificação possui traços da arquitetura do pioneiro alemão, com influência da arquitetura do pioneiro italiano, como por exemplo a estrutura autoportante. Também há influência da tecnologia da época de sua construção, na região,  cuja volumetria e linguagem arquitetônica dentro de um composição arquitetônica eclética, resultando em uma edificação única, não somente em Pouso Redondo, mas no Estado de Santa Catarina.

2.3 - Planejamento Ambiental

A partir da segunda metade do século XX, surgiu a preocupação com o planejamento urbano aliado a princípios ecológicos, por causa da iminente degradação dos recursos naturais e com a conscientização da necessidade de proteção do meio ambiente voltado ao contexto de cidade. Com essa eminente preocupação um grupo de pesquisadores McHarg (1969), Spirn (1995), Hough (1998), Lyle (1999), entre outros apresentaram o entendimento dos processos naturais com base no planejamento das cidades. Para melhorar os quadros de conflitos urbanos, os arquitetos e urbanistas preocupados com a atual paisagem, passaram a fazer o planejamento baseado em alguns pilares: repensando novas formas de apropriação para os espaços livres, seja organizando as áreas metropolitanas ao longo de grandes espaços verdes, ou mesmo, simplesmente, projetando jardins onde só existiam vazios urbanos.
Segundo Pellegrino (2000), essa nova forma de planejar ficou conhecida como planejamento ambiental. Neste, o profissional cria soluções capazes de manejar as mudanças dos elementos da paisagem, de uma forma, com que as intervenções humanas sejam combinadas com a capacidades dos ecossistemas de absorver os impactos. Com isto se mantêm os processos e ciclos vitais. O uso racional e sustentável da paisagem passou ser o foco do objeto dos projetos paisagísticos, buscando enaltecer o uso, considerando todos os aspectos da conservação dos recursos, de uma forma que não comprometa a capacidade das futuras gerações de atenderem suas necessidades. (MENEGUETTI, REGO E PELLEGRINO, 2005). De acordo com Brocaneli (2007) “o planejamento tradicional encontra-se em um embate que só pode ser resolvido com um planejamento ambiental, respeitando-se a vocação de cada solo, as associações vegetais e fisiológicas do território e percebendo os recursos naturais como valores ambientais”.
A definição de planejamento ambiental está relacionada ao planejamento das ações humanas sobre a terra, assim respeitando a capacidade de sustentação dos ecossistemas, nos diversos níveis, até chegar a uma escala global, com a melhor qualidade de vida dos seres humanos e uma ética ecológica. De acordo com Franco (2001) esse tipo de planejamento é territorial estratégico envolvendo a economia, sociocultural, agrícola e paisagístico passando dos limites territoriais das ações que já estamos tratando de ecossistema.
Atualmente as cidades brasileiras precisam urgentemente de intervenções paisagísticas, levando em conta o aumento da população, a falta de espaços de lazer, o aumento das taxas de consumo do solo, as constantes crises no abastecimento hídrico e a degradação de rios urbanos. É buscando aperfeiçoamento que se evidencia as novas ações, com a recuperação das margens dos rios, utilização de tecnologias verdes, preocupação ambiental e requalificação de partes importantes das áreas centrais. Conforme Macedo (2012):

A escassez de espaços alternativos para lazer nas cidades brasileiras se torna uma realidade, na medida em que são ocupados os fundos de vale por vias, os campos de várzeas por loteamentos, os riachos e rios se tornam poluídos por esgoto e lixo, e as lagoas urbanas correm risco de desaparecer (MACEDO, 2012, p.145).

Como forma de aliviar muitos dos problemas ambientais, nos últimos anos um grande número de pesquisas científicas relacionadas ao tema específico voltados ao planejamento ambiental começaram a  serem desenvolvidas, acreditando que iriam ser um novo mecanismo de união entre conservação de elementos naturais e as expectativas humanas de entretenimento. Partindo desse pressuposto de que os espaço livre poderiam servir como instrumento criativo e viável para uma possível melhoria de conflitos entre o uso humano e o meio ambiente no contexto urbano. (MEDEIRO, 2016)
2.4 – A paisagem Revisitada

Assim como os fenômenos naturais, a interferência do homem Teve como consequência, grandes transformações no planeta, porém, ao contrário desses fenômenos que levaram milhares de anos para modificar a superfície terrestre, a humanidade tem estabelecido novas paisagens em um curtíssimo espaço de tempo. Falar do conceito de paisagem é, aparentemente, simples, contudo ele se mostra complexo, intricado e impreciso, fruto de uma evolução constante. Como afirma Antrop (2000), a paisagem tem sido palco de grandes transformações, mas foi a partir da Revolução Industrial e de sua consequente evolução tecnológica que se dá início à contínua e grande mudança que se tem verificado na atualidade.
ecologia, segundo Sales (2015), foi essencial para a formalização de uma nova concepção de paisagem, que deixa para trás a ideia de cenário estático e começa a fazer referência a uma nova realidade, a par das questões sociais e culturais. Surgem, dessa maneira, várias reflexões sobre as interpretações das atitudes perante o meio ambiente e aparecem novos conceitos que integram preocupações de ordem ambiental nos modelos de desenvolvimento da sociedade. Nesse contexto, conceitos como “paisagem” e “espaço” são encarados como componentes do meio ambiente, devendo ser englobados nesse novo paradigma ecológico.
Sem dúvida nenhuma, o mundo atual está a cada dia mais urbano. As transformações ocorridas no planeta são, cada vez mais, resultantes das diversas apropriações mediante as relações sociais no espaço, 
Assim como os fenômenos naturais, a interferência do homem Teve como consequência, grandes transformações no planeta, porém, ao contrário desses fenômenos que levaram milhares de anos para modificar a superfície terrestre, a humanidade tem estabelecido novas paisagens em um curtíssimo espaço de tempo. Falar do conceito de paisagem é, aparentemente, simples, contudo ele se mostra complexo, intricado e impreciso, fruto de uma evolução constante. Como afirma Antrop (2000), a paisagem tem sido palco de grandes transformações, mas foi a partir da Revolução Industrial e de sua consequente evolução tecnológica que se dá início à contínua e grande mudança que se tem verificado na atualidade.
A  ecologia, segundo Sales (2015), foi essencial para a formalização de uma nova concepção de  paisagem, que deixa para trás a ideia de cenário estático e começa a fazer referência a uma nova realidade, a par das questões sociais e culturais. Surgem, dessa maneira, várias reflexões sobre as interpretações das atitudes perante o meio ambiente e aparecem novos conceitos que integram preocupações de ordem ambiental nos modelos de desenvolvimento da sociedade. Nesse contexto, conceitos como “paisagem” e “espaço” são encarados como componentes do meio ambiente, devendo ser englobados nesse novo paradigma ecológico.
Sem dúvida nenhuma, o mundo atual está a cada dia mais urbano. As transformações ocorridas no planeta são, cada vez mais, resultantes das diversas apropriações mediante as relações sociais no espaço, das tramas, das complexidades, dentre as quais criam formas e representações ao qual chamamos de cidade.
A justificativa para a realização do estudo sobre espaço vem da necessidade de aprofundar sua análise crítica, pois ainda é comum seu entendimento como “algo vazio”, “vácuo”, “estático” e “sem articulação”.
A ideia de área verde, segundo Hijioka et al. (2007), é frequentemente utilizada para qualificar ambiental e paisagisticamente as cidades, sendo frequentemente associada a índices de origem duvidosa e claramente não comprovados em sua eficácia. Para estes autores, área verde é definida como toda e qualquer área que contenha vegetação situada em solo permeável, sendo uma categoria dos espaços livres de edificação. O termo “área verde”, no entanto, difere-se do “espaço verde”. Conforme Hijioka et al. (2007), oespaço verde  é estruturado total e predominantemente por vegetação, e não necessariamente tem solo permeável. Um exemplo de um grande espaço verde seria uma avenida arborizada, que possui uma grande massa vegetal, mas não uma área verde significativa, pois não existe muita área permeável nem efetivamente plantada. 
2.5 – Sistemas de Espaços Livres como o Palco da Cidadania

Segundo Macedo, Queiroga e Degreas (2007), os espaços livres urbanos, enquanto sistema, apresentam relações de conectividade e complementaridade, mesmo que estes não tenham sido planejados ou implantados como tal. Os espaços livres urbanos constituem um sistema complexo, inter-relacionado com outros sistemas urbanos que podem se justapor ao sistema de espaços livres (sistema de objetos edificados e seu correspondente sistema de ações) ou se sobrepor, total ou parcialmente, enquanto sistemas de ações.
O sistema de espaços livres, conforme Tângari et al. (2009) possui múltiplos papéis, muitas vezes sobrepostos, como: a circulação e a drenagem urbanas, atividades de lazer, conforto, preservação, conservação, requalificação ambiental e convívio social. Os espaços livres públicos, para Meneguetti, Rego e Pellegrino (2005), são a esfera da vida pública, a gênese e a alma da cidade. São esses espaços que na maioria das vezes moldam os espaços construídos, conferindo suas características, formas e relevos. Romero (2001), ao conceituar os espaços livres públicos (figura 10), inspira-se na classificação do Ministério de Obras Públicas – MOPU (1991):
Dessa forma, os espaços livres das cidades não devem ser entendidos apenas como aqueles desprovidos de edificações, mas, muito além desse fato, devem ser os espaços mutantes, que possibilitem as trocas sociais, os encontros, o exercício da política. Os espaços livres públicos urbanos devem ser o “palco da cidadania” (MENEGUETTI, REGO E PELLEGRINO, 2005, p.169).
Como pôde ser visto nesta discussão, a qualificação e a conformação da urbe dependem muito dos espaços livres. Todos os cidadãos, independente de classe, gênero, etnia ou escolaridade deveriam poder apropriar-se desses espaços, sendo uma condição importante da apropriação das pessoas com as suas cidades. Portanto, o planejamento pode ser entendido como uma ferramenta mitigadora dos processos de degradação da paisagem urbana. Concluindo, faz-se necessário pensar o planejamento como um instrumento capaz da promoção da sustentabilidade das cidades contemporâneas. Um retrato da evolução do pensamento do planejamento urbano será visto com mais detalhes nos próximos itens.

2.6 – Planejamento Ecológico

Ao definir novos conceitos e metodologias para o planejamento ambiental, McHarg ressaltou a importância de preservação das áreas úmidas nos processos urbanos, devido às necessidade de drenagem, estabilidade dos solos, manutenção dos ecossistemas, entre outros. Utilizando o planejamento em escala regional, seus mapas e gráficos propunham manter preservados os espaços sensíveis, como os rios, lagos e áreas alagadas. Nos mapas, eram visíveis os recursos naturais e culturais, a geologia, a fisiografia, a hidrologia, as associações entre flora e a fauna, os recursos minerais, entre outros, revelando, assim, as áreas possíveis aos usos antrópicos. O autor, portanto, considerava a bacia hidrográfica como unidade básica de planejamento, sendo este um dos princípios mais importantes do planejamento ambiental atual.
Na década de 1970, o arquiteto paisagista Michel Laurie descreveu três fases referentes ao relacionamento do homem com a natureza:
  • “Fase do Temor: quando a incompreensão dos fenômenos naturais gera temor a tendência em torná-los sagrados por medo de ofender o que não se compreende é muito grande”;
  • “Fase da Harmonia: na qual o homem passa a compreender alguns processos naturais, beneficiar-se deles e organizar-se de forma a respeitar os limites”.
  • “Fase de Domínio: em que, a partir do conhecimento de ciclos naturais e características de alguns processos periódicos da natureza, o homem, através de estudos matemáticos, busca dominá-la, modificando o território para ampliar as benesses advindas de sua exploração e defender-se das intempéries” (LAURIE, 1978, p.13-15). 
A ecologia da paisagem, segundo Meneguetti (2007, p. 35), “fortalece a base teórica da ecologia por habilitar planejadores e ecologistas a entender a terra em termos de relacionamentos entre três inseparáveis perspectivas: visual, cronológica e ecossistêmica”. As informações ecológicas, ao serem trabalhadas nas mesmas perspectivas, podem ser mais bem interpretadas para prover paisagens ecologicamente equilibradas e que incorporam significado, identidade e sentido de lugar. Dessa maneira, o surgimento do paradigma ecológico como resposta aos problemas globais é também reflexo das indagações e das inquietudes causadas pela crise da industrialização e do ritmo de uma economia que não para de crescer. Isso significa que cada vez mais a ecologia deve estar presente nas práticas do cotidiano, por causa das constantes crises ambientais e da difusão dessa ciência na sociedade. Como enaltece Saraiva (1999), o funcionamento dos ecossistemas fluviais em uma perspectiva holística, integra as distintas disciplinas científicas que têm procurado estudar, sob diferentes lógicas e métodos, os seus diferentes componentes. É, portanto, nesse quadro de referência, que surge a necessidade de encontrar modelos de planejamento ecológico que compatibilize os diferentes tipos de uso com a conservação, valorização e recuperação de sistemas fluviais.

2.7– O planejamento como ferramenta de desenvolvimento

Durante as várias fases da evolução dos estudos da cidade, o planejamento urbano teve diferentes abordagens. Hoje, sabemos que ele “constitui antes de tudo uma questão humana, seus problemas não são de modo algum exclusivamente técnicos ou econômicos. Nunca poderá ser conduzido satisfatoriamente sem uma compreensão clara da concepção contemporânea de vida”. (GIEDION, 2004, p. 839)
Não há dúvidas de que o planejamento é algo importante, em todos os objetivos de vida, mas quando se trata de cidades

O planejamento urbano e territorial constitui um investimento essencial para o futuro. Ele é uma pré-condição para uma qualidade de vida melhor e processos bem sucedidos de globalização que respeitem patrimônios e diversidade cultural, e para o reconhecimento das necessidades distintas de vários grupos. (ONU-HABITATAT,2015, p.14)

.
Por fim, em nenhum outro campo da Arquitetura, encontramos uma visão de conjunto tão intensamente quanto no planejamento urbano, onde tarefa do urbanista é formular ideias com base em investigações amplas, de modo que estas se ajustem às condições existentes e, na medida do possível ao futuro. (GIEDION, 2004).
2.8 – Problemáticas Socioambientais
As cidades estão em processos contínuos de construção, influenciadas por desordens em torno do uso e da ocupação do solo urbano, conflitos socioambientais e exclusões. De acordo com o autor Peixoto (2007) os grupos sociais envolvidos nas transformações sociais e espaciais no meio urbano, contribuíram para o aumento dessas problemáticas representando interesses difusos dentro de um contexto específico e colaborando para disparidades sociais.
Como já citado, a expansão urbana, sem planejamento e as pressões antrópicas sobre os recurso naturais tem provocados riscos e o surgimento de zonas de vulnerabilidade socioambiental no município. Já o risco surge a partir de diversos aspectos em uma mesma localidade, dentre eles os ecológicos, econômicos, geográficos, químicos, genéticos, nucleares, políticos, entre outros. Os riscos são considerados globais e surgem a partir de ações humanas criadas pela própria sociedade e, não a partir de desastres naturais, como muitos acreditam.
Para tanto, destaca-se a importância da gestão ambiental, como um conjunto de ações destinadas à regular o uso, o controle e a proteção ambiental, em conformidade com os princípios estabelecidos na políticas ambientais, tendo como resultado dessas ações o modelo de gerenciamento ambiental. Buscando um equilíbrio entre as relações sociais e ambientais existentes. Nessa perspectiva a conservação dos recursos naturais devem estar associadas ao planejamento, entendido aqui como um instrumento privilegiado de ações prospectivas para assegurar o direito a ambientes sustentáveis, preservar e conservar o patrimônio ambiental.
4 – Diagnóstico da Área


4.1 Contextualização

Pouso Redondo está localizada no Alto Vale do Itajaí e faz parte da microrregião de Rio do Sul. Em 2019, sua população estimada era de 17.453 habitantes. Possui área de 362,4km2, dos quais, apenas 25 km2 são áreas de zona urbana e, o restante, são áreas de  zona rural.  
O nome Pouso Redondo decorre da chegada dos tropeiros que levavam gado do  planalto serrano para a região de Blumenau. Os tropeiros paravam para descansar em clareiras circulares, na região onde hoje fica localizado o trevo de Taió, as estalagens davam acomodações e apoio logístico para os tropeiros, assim formou-se a sede do município. Mais tarde, em 1928, o município passou a ter a própria barreira de arrecadações de tributos. 
Em 1931, Pouso Redondo passou a ser distrito de Rio do Sul, sendo emancipada 27 anos depois
4.1.1 - Contextualização Urbanística
A área desta proposta está localizada  no Bairro Independência, conhecido popularmente como Beira Rio. O “apelido” faz referência às famílias que moravam nas margens do Rio das Pombas. Está situado em uma região que passa por uma transição de área rural para área urbana, cujo entorno ainda possui características rurais.
As primeiras famílias a se instalar nas margens do Rio em áreas de APP, moravam no antigo Campo Imperial, área pública que era pertencente ao município. De acordo com os relatos, as famílias foram atraídas pelos baixos preços dos terrenos, moradias e aluguéis, afinal era o que poderiam pagar.
As famílias da Beira Rio sofriam constantemente com as cheias e deslizamentos, em épocas de cheias bastava as águas subirem para que tivessem que improvisar maneiras de salvar seus pertences. O momento mais crítico se deu com a enchente que assolou o Alto Vale Itajaí em 2012, foi a partir desse acontecimento que ao órgão municipal resolveu realocar essas famílias. 
O Conjunto habitacional Santa Felicidade foi construído e entregue aos moradores no ano de 2009, onde foram entregues 50 edificações para famílias de baixa renda.  Posteriormente, em 2014, a prefeitura entregou mais 30 habitações com mesma destinação. No mesmo ano, a Defesa Civil, junto com a Prefeitura, decidiram construir 14 habitações modulares, que seriam entregues às famílias residentes no “Beira Rio”, as quais que foram atingidas pelas cheias e deslizamentos. As construções moduladas foram invadidas, antes mesmo, de serem terminadas. Os moradores adentraram as habitações que seriam destinados a eles, pois não tinham condições de continuar pagando aluguel e seriam despejados. É a versão do poder público, por ainda não terminar a obra.  O conjunto habitacional fica a 1.5km do centro da cidade e não possui nenhum tipo de serviço básico, o que dificulta bastante o acesso aos moradores.  O saneamento também é precário, apesar de ter rede de esgoto, não há tratamento e os desejos são jogados direto no rio.

O caso da Beira Rio não é peculiar no Brasil, segundo Maricato (2003) a dinâmica de urbanização nas regiões periféricas é exatamente esta, as áreas de risco e proteção ambiental, como as margens dos cursos d'água, são ocupadas precariamente pela população de baixa renda, que não possuem outra alternativa pelo mercado privado ou através de políticas públicas. Nesse mesmo sentido, Torres (1997) traça um paralelo entre a desigualdade ambiental e a desigualdade social, ou seja, essas pessoas estão mais expostas á riscos de desastres ambientais, tais como deslizamentos e enchentes justamente porque enfrentam questões provocadas por uma sociedade desigual. 
Outro ponto a ser considerado são as consequências da expansão urbana sem o devido planejamento, acrescentando áreas rurais a gleba urbana, sem pensar nas consequências sofridas pela paisagem natural, cultural e também sua população.  Para Maia de Concenza (2019), os motivos da flexibilização da regulação do território não buscam o desenvolvimento social, mas cedem às pressões do mercado privado, bem como visam arrecadação de impostos (IPTU).
Esse descompasso entre as necessidades reais da população e o que o Poder Público oferece são perceptíveis nos relatos dos moradores do conjunto habitacional, que apontam como principais necessidades alguns serviços essenciais disponíveis somente no centro da cidade.
Feita a descrição anterior sobre como o processo de urbanização de Pouso Redondo definiu questões além das relacionadas à malha urbana, mas também interferiu nos hábitos, no lazer, na cultura e na identidade do lugar, a partir desta perspectiva debruçamo-nos agora, acerca destas questões culturais, com enfoque no banho de rio.
Dentre as inúmeras relações com as águas, tomar banho de rio é elemento que consta da história da Pouso Redondo ainda na época de sua colonização. Ao longo dos processos do  desenvolvimento urbano, a dinâmica da cidade mudou e passou a dar mais importância ao uso do solo, transformando os aspectos da cidade e modificando o cotidiano das pessoas, redefinindo o modo de viver. A privação dos costumes que caracteriza as raízes de uma população, é um aspecto marcante no processo de desenvolvimento urbano, interligada à ideia de modernidade que é em si mesma, socialmente excludente (GUGLIELMINI, 2005).
O clássico Banho de Rio, prática antiga realizada com uma opção de lazer, que era frequentemente escolhida pelos habitantes, o que pode ser visto como um traço cultural da cidade.
 Atualmente essa prática foi prejudicada por conta da poluição do Rio das Pombas, fazendo com que a população tenha de abdicar de seu costumes e tradições.  De acordo com Felizardo (2020) a prática do Banho de Rio era muito comum até o ano de 1990, onde a população ainda podia tomar banho no rio, ele descreve que a prática era uma das grandes diversões das famílias do município. 
O Banho de Rio caracteriza a cultura Pouso Redondenses ao longo de toda a história desta cidade, conforme expusemos anteriormente. Portanto, mesmo antes de Pouso Redondo ser considerada cidade, esta atividade já era uma forma de lazer característica da população. O banho, lazer e cultural é tradicional, guarda em si característica de estruturante da vida social, é habitus. 
Casa Vendramin, também, um elemento cultural na paisagem local, datada do início da década de 1930, faz parte da história da comunidade.  Tipologia do patrimônio histórico cultural e que está no meio de um conflito de transição onde seu entorno está se descaracterizando, transformando e assim impactando na paisagem cultural. Seu entorno está em constante processo de mudança, tais como a inserção de conjunto habitacional em frente a edificação, movimentações de terras para loteamentos e a poluição do rio que faz parte da paisagem natural e cultural. 


4.1.2 - Contextualização Arquitetônica
4.1.2.1 - Casa Vendramin
A Casa Vendramin é um patrimônio histórico local extraordinária, é um marco histórico muito importante para a preservação da história da cidade. É uma das construções mais importante para o município pois não sobrou nenhuma igual a esta tipologia, e atualmente está correndo risco de demolição por causa da especulação imobiliária. Foi construída pelo pioneiro alemão residente nessa região, feita em alvenaria autoportantes com tijolo à vista e aproveitamento do sótão, seu madeiramento de cobertura possui estrutura enxaimel. 
A preservação do patrimônio cultural e natural é importante pois pois sem ela perdemos nossas memórias e é só através delas que podemos interagir com nosso passado e projetar nosso futuro sem passar por cima de valores imprescindíveis para a sociedade.
4.1.2.2 - Centro Comunitário
O Centro Comunitário surge da necessidade das pessoas moradoras do bairro Independência também conhecido como “Beira Rio”, que estão excluídas da sociedade em um bairro distante da centralidade e que estão desprovidas de infraestrutura e serviços urbanos.  A referida região encontra-se na periferia da cidade, onde estão alojadas diversas famílias de baixa renda, o Centro faz parte da proposta desse projeto e deverá conter espaço como Posto de Saúde, Creche, Biblioteca, sala de reuniões, sala para cursos entre outros. Os Centros Comunitários representam a importância da integração social e as possibilidades e benefícios que traz à comunidade, desenvolvendo o interesse das pessoas em participar e colaborar com ações voltadas à sociedade, criando uma ação transformadora para a vida dos moradores da comunidade.
4.1.2.3 - Sanitários
O equipamento do Sanitários Público será disposto por toda a área de contemplação do parque verde de proposta de projeto.  Onde atenderá os equipamentos esportivos, lazer recreação junto ao Rio das Pombas, Pick Nick, bosques, cais de pedalinho e caiaque, centro comunitário, Casa Vendramin e restaurantes. Deverá possuir estrutura acessível adequada às necessidades das pessoas, seguindo as normas de acessibilidade NBR 9050. 
Os quiosques são estruturas de atendimentos a população que farão parque da proposta do projeto, onde serão alugados e o valor arrecadado será revestido para a manutenção do parque verde.  Os quiosques deverão comercializar diversos produtos e deverá ser disposto de 4 a 5 unidades próximos ao local esportivos, recreação junto ao Rio, Pick Nick e Bosques. 
4.2 – Análise do Entorno
4.2.1 – Cheios e Vazios
O terreno de intervenção encontra-se em perímetro urbano, e parcialmente rural. A partir de análises de mapas, podemos observar que no sentido norte há uma densidade de habitações maior. No sentido leste, onde está em desenvolvimento a transição da área rural para, urbana, se encontra um loteamento de edificações para pessoas de baixa renda disponibilizada pela  Prefeitura Municipal.
No sentido Oeste, há grande predominância de áreas de plantios e mata nativa, e no sentido Sul há uma presença de edificações na área de APP, bem como, a Beira Rio se encontra em área de risco. Devido a transição atual, de área rural, para, urbana. É perceptível a presença de grandes glebas de terra com áreas vazias. Percebe-se o impacto na paisagem natural e cultural.

























4.2.2 – Uso do solo
A área de estudo fica localizado próxima da consolidação urbana, onde está localizado o centro administrativo da cidade. No entorno imediato é perceptível o aspecto de área rural, ainda predominante, mas que, em pequena quantia, vem se instalando algumas indústrias e, até loteamentos.  A partir do levantamento realizado em visita in loco, observou-se o predomínio de edificações residenciais com alguns pontos comerciais e mistos geralmente locados mais próximos ao centro da cidade. Percebe um ponto institucional próximo ao local de intervenção onde funcional Centro de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e um campus de extensão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já no centro da cidade vemos a presença e um escola estadual e creches. Os pontos de serviço se alternam entre a indústria moveleira, Casan e Centro de Eventos. Não há ponto do sistema de saúde próximo.
4.2.3 – Gabarito
Conforme ilustra o mapa abaixo, há a predominância de gabaritos térreos de volumetria horizontal, com algumas edificações de até 04 pavimentos. O entorno do terreno há pouca densidade, com exceção da fachada Leste, onde encontra-se o conjunto de habitações popular Bela Vista. Nesse loteamento os lotes são totalmente ocupados de formas irregulares, criando uma barreira visual entre as próprias edificações. De modo geral, a área total estudada conta com gabaritos baixas, dessa não interferindo ou modificando a paisagem em geral.
4.3 – Sistema Viário
O sistema viário da área desta proposta ilustra o mapa, demonstra-se o acesso pela via principal denominada coletora, e a via de acesso secundário de local. Ambas se demonstram sem conflitos significantes. A BR-470, via principal da cidade de Pouso Redondo é considerada arterial, a mesma faz ligação direta com os municípios vizinhos.
4.2.4.1 – Pavimentação
A rua principal Querino Ferrari que dá acesso à área estudada possui um trecho pavimentado com asfalto, com passeios inadequados e atualmente mais um trecho está passando por processo de pavimentação. A rua Estevão Riscaroli, que também dá acesso ao terreno, é desprovida de pavimentação, e possui caixas variáveis.

4.4 – Infraestrutura Urbana
Nas áreas próximo ao centro, há infraestrutura básica, mais próximo do local da área desta proposta, verifica-se que a única drenagem, é a natural. Na área da proposta, as ruas são desprovidas de pavimentação e  não possuem drenagem e, vegetação, apenas a nativa. 
No conjunto habitacional Santa Felicidade, onde há maior densidade de moradias, na área, não há infraestrutura urbana, e nem tratamento de esgoto. Atualmente, toda a rede de esgoto dos residentes é direcionado para o Rio das Pombas. De modo geral a infraestrutura do terreno e de seu entorno imediato, na área desta proposta, é inexistente.
4.4.1- Transporte
Através da análise da área da proposta, se percebe que a comunidade conta apenas com uma linha de transporte escolar. A mesma, desloca escolares das localidades rurais do entorno da área desta proposta, até a Escola Municipal Prefeito Arno Sieverdt localizada no centro da cidade.
 Além do transporte escolar, o município conta com a estrutura de uma rodoviária, onde recebe transporte intermunicipal e interestadual. A comunidade conta, também, com serviço de táxi e mototáxi
4.5 – Localização do Terreno
O terreno desta proposta está localizado no Bairro Independência, popularmente conhecida como Comunidade Beira Rio, no perímetro Urbano/Rural da cidade de Pouso Redondo/SC. Está localizado em torno de 800m da BR-470. Sua área é de aproximadamente 515.120,000,00m², com lote de esquina, e testada para a Rua Querino Ferrari ligando-o ao interior do município, e a Rua Estevão Riscaroli, servindo de acesso ao Centro de Eventos da cidade.
4.5.1 – Relevo e Forma
Conforme ilustra o figura ao lado, a topografia é levemente acidentada e possui algumas ondulações próximo ao Rio das Pombas. O terreno não tem um acesso definido, ocorrem através da Rua Querino Ferrari ou pela Rua Estevão Riscaroli. O terreno da área estudada e cortado pelo Rio das Pombas, sentido Norte/Sul, o que permite o aproveitamento da paisagem e da vista do local.







































































4.5.2 – Condicionantes Ambientais
A área desta proposta está localizada em uma região com clima mesotérmico úmido onde possui verões quentes e invernos rigorosos. A temperatura média anual é de 18,4ºC e a precipitação média anual é de 1300mm. Os ventos predominantes no local possuem orientação ENE (leste nordeste), com uma velocidade média anual de 19 km/h. 
A área possui arborização nativa na margem do Rio das Pombas que contribuem para o bloqueio do sol na tarde. A arborização nativa desenvolve um papel importante na climatização do terreno, além de contribuir para a redução da sensação térmica, também reduz a velocidade do vento o que ocasiona um microclima mais confortável com temperaturas mais amenas. 


4.5.3 – Skyline do Terreno
O Skyline é simplificado em um panorama urbano, como resultado da horizontalidade que o local fora. Será considerado as fachadas Norte, leste, oeste e por fim  a fachada Sul.
A massa de construções está concentrada na fachada leste , na norte, já na fachada oeste e sul temos a presença de bastante vegetação nativa.



4.6 – Legislação Vigente
4.6.1 - Plano Diretor Pouso Redondo

De acordo com o Plano Diretor Municipal de Pouso Redondo, as áreas urbanas são divididas e definidas de acordo com o zoneamento municipal, onde são dispostas diretrizes para o seu uso e ocupação do solo, bem como, os índices urbanísticos permitidos em cada região, garantindo a organização da cidade. 
A área de implantação está localizada na ZU6 - Zona Urbana 6, área de baixo adensamento dentro do perímetro urbano. Nessa Zona é permitido edificações com as seguintes atividades: residenciais, comerciais, institucionais, polo gerador de tráfego, e polo gerador de ruído diurno. As demais atividades estarão sujeitas a análise de viabilidade. Além disso, os índices dessa região precisam considerar o afastamento frontal de 4m, lateral de 1,5m mínimo e limita as edificações a quatro pavimentos.
O plano diretor municipal Lei nº 11340, foi atualizado em 2014, onde foram acrescentados novas áreas a gleba urbana. 
4.6.2 - Código Florestal

Até boa parte do século XX as legislações voltadas para o meio ambiente no Brasil não tinham objetivos ecológicos, apenas versavam sobre a regulamentação de atividades econômicas como pesca, caça e extração de madeira (SILVA, 2015). Mudanças nesse sentido começaram surgir a partir da Conferência de Estocolmo de 1972, as preocupações com finitude de recursos naturais lá abordadas refletiram na Constituição Federal de 1988 (ANTUNES, 1992). A CF dedica ao meio ambiente o capítulo VI do Título VIII – Da ordem Social. O caput artigo 225 prevê que “todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” e impõe ao “Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Em 2012 o Código Florestal foi reeditado pela segunda vez, a primeira foi 1965, para contemplar os novos contornos da proteção ambiental. Destas mudanças é preciso destacar o que contempla as Áreas e Preservação Permanente. O termo passou por mudança em 2001 através de Medida Provisória n.º 2.166-67/2001, de Florestas de Preservação Permanente para Área de Preservação Permanente (APP), para abranger também como preservadas as áreas não cobertas por vegetação. Sendo então definida desta forma pelo Novo Código Florestal:
II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas (Lei nº 12.651/12, artigo 3º, inciso II).
Em seu artigo 4º o Código Florestal determina os limites das APPs que varia conforme o curso das águas, apesar das polêmicas essas diretrizes foram mantidas. Portanto define que:
I – as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento. (Lei n.º 12.651/12, artigo 4º).
Porém, tais parâmetros previstos no Código podem se mostrar ineficazes no perímetro urbano por conta da ocupação desses espaços por estradas e moradias de pessoas de baixa renda. Nesse sentido, alerta Macedo: “Em alguns grandes aglomerados urbanos, tais medidas se mostram tardias e inócuas, devido à ocupação destas áreas por elementos de sistema viário e favelas, tornando sua viabilidade quase impossível” (MACEDO, 2012, p.98). Também se faz necessário pontuar que o Código Florestal prevê no artigo nº8 que as Áreas de Preservação Permanente podem ser usadas se destinadas para atividades de utilidade pública ou de interesse social.
Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei (Lei n.º 12.651, de 25 de maio de 2012)”.
Para Borges et al (2011) atividades de utilidade pública tem um sentido amplo sem definir um grupo social específico, mas que atendam interesses gerais. Já as atividades de interesse social ele define como aquelas que correspondem aos interesses de grupos sociais menores, inclusive familiares. Para Carvalho e Francisco os parques lineares seriam a solução para que as Áreas de Proteção Ambiental em perímetros urbanos, onde há essa dificuldade de respeitar os limites determinados pelo Código:

[...] o desenho de parques lineares, assim como usos urbanos menos densos (agricultura urbana, grandes equipamentos sociais, zonas de baixa taxa de ocupação, etc.), ao longo dos cursos d’água perfazem uma estratégia adequada de compatibilizar esta ambiência tão diferenciada na cidade. Seriam áreas de transição em densidades urbanas que ajudariam, estendendo a função das APP, a minimizar os impactos da urbanização (CARVALHO e FRANCISCO, 2003, p.09).

Dessa forma parques, área de lazer, esportivas e recreativas em APPs urbanas seriam uma resposta precisa a eficácia da proteção dessas áreas, bem como proporcionar um espaço para desenvolver atividades para população diminuído impactos negativos da urbanização. 

4.7 – Levantamento das Edificações Existentes






4.5.4.1– Casa Vendramin

5 – Conceito e Partido Geral
5.1 – Transcendência

O conceito surge da preocupação com os elementos naturais e culturais que são de um valor imprescindível os cidadãos do município.  O conceito a ser utilizado será transcendência onde buscamos enaltecer a importância de tais elementos para o meio em que vivemos. A palavra Transcendência é a denominação de algo com enorme importância ou relevância, bem como a água que é um elemento fundamental para a manutenção da vida no planeta, é um elemento de sobrevivência, de conservação e equilíbrio da biodiversidade. De acordo com Bacci e Pacata (2008)

A presença ou ausência de água escreve a história, cria culturas e hábitos, determina a ocupação de territórios, vence batalhas, extingue e dá vida às espécies, determina o futuro de gerações. Nosso planeta não teria se transformado em ambiente apropriado para a vida sem a água. Desde a sua origem, os elementos hidrogênio e oxigênio se combinaram para dar origem ao elemento-chave da existência da vida. [...]Ao longo de milhares de anos, nossa espécie ocupou territórios, cresceu e desenvolveu com base nesse bem natural tão importante e valioso que é a água. No entanto, ao longo da história, modificações aconteceram na relação do homem com a natureza e, por consequência, na sua relação com a água.  Na sociedade em que vivemos, a água passou a ser vista como recurso hídrico e não mais como um bem natural, disponível para a existência humana e das demais espécies. Passamos a usá-la indiscriminadamente, encontrando sempre novos usos, sem avaliar as consequências ambientais em relação à quantidade e qualidade da água.(BACCI e PACATA, 2008, p.211)

A sociedade está passando, por uma situação na qual estamos ameaçados por causa da exploração dos recursos naturais, dentre ela a água, de forma muito agressiva e descontrolada que leva a crises socioambientais bastante grave. A poluição do Rio das Pombas é um desses problemas causadores.
Dessa forma a figura exemplifica o conceito onde, a circunferência representa o início da vida, início de algo novo, ou até mesmo novas oportunidades e fazer melhor. A água é o elemento norteador no projeto, tudo será desenvolvido ao longo do Rio das Pombas e assim transcendendo a importância desse corpo hídrico tão importante para o município.
5.2 – Partido Geral






5.3 - Programa de Necessidades

De acordo com os dados obtidos no desenvolvimento do trabalho e intervenções projetuais, obteve-se a intenção de fazer espaços lazer, prática de esportes, caminhos junto ao Rio das Pombas, locais destinados a restaurantes, quiosques, sanitários comunitários, Centro Comunitário Museu de memórias. A tabela abaixo mostra lista de compartimentos necessários para execução do projeto. 



5.4 – Fluxograma
5.4.1 – Fluxograma Urbano Macro

O fluxograma, elaborado a partir do Programa de Necessidades apresentado anteriormente, foi classificado através de setores, conforme determinadas no programa de necessidades anterior, e posteriormente detalhado separado.
5.4.2 – Fluxograma Arquitetônico - Centro Comunitário
5.4.3 – Fluxograma Arquitetônico demais Edificações
6 – Proposta - Anteprojeto

Mediante céleres mudanças que vem ocorrendo através da ocupação desprovida de um plano urbano de uma área com características rurais por loteamentos  populares desprovido de uma mínima infraestrutura junto a um dos elementos estruturadores e culturais na cidade de Pouso Redondo surgiu a necessidade de, através de uma grande área de terra prover o planejamento  ambiental sob aspectos ecológicos, urbanísticos patrimoniais e sociais. Com isto esta proposta tem uma parte importante inserida e apresentada dentro de um projeto urbanístico, com a presença de projetos arquitetônicos  relacionado ao patrimônio histórico, e respectivo restauro e também, através de propostas de novos edifícios com  perfil e uso social.  
Também foi proposto em desenhos, equipamentos e monumentos urbanos.
Este anteprojeto, apresentado aqui é composto por: Anteprojetos Urbanístico, Arquitetônico e Paisagístico. Cada um, dentro de sua escala e proposta materializada, considerando todos os elementos naturais, sociais, patrimoniais, ambientais, sociais para preparar a transformação desta parte da cidade de Pouso Redondo, de Rural, para urbanos. 
A região tem grande proximidade com o centro administrativo da cidade, o qual foi considerado.

6.1 – Planta de Situação (Macro) 




































6.2 – Ponto focal
6.2.1 – Casa Vendramim
6.2.2 – Rio das Pombas
6.3 – Sistema Viário

Todas as vias serão pavimentadas com com material de pedra conhecido como pedra tosca, é um material que apresenta baixa complexidade de execução e custo inferior quando comparado com o asfalto. É um técnica utilizada para a redução do tráfego por causa da trepidação, além disso é um material que não impermeabiliza o solo.
As demais Vias de passeios e caminhos no interior do projeto serão utilizados blocos proveniente dos entulhos de demolição das construções que encontrasse no interior do local de intervenção. Esse tipo de material traz benefícios ambientais importantíssimos, pois ele diminui a disposição dos entulhos em locais inadequados e ainda mínima a extração da matéria-prima.
6.4 – Mobiliário Urbano

Implantação de mobiliário urbano completos, instalação de iluminação pública adequada e proveniente da energia solar. Sinalização adequada nas vias públicas e implantação de faixas de travessias por toda extensão do projeto.
6.2 – Projetos Arquitetônicos
6.2.1 – Casa Vendramim
6.2.1.1 – Demolir
6.2.1.2 – Construir

6.2.1.3 – Planta Baixa

6.2.1.4 – Planta Baixa
6.2.1.5 – Cobertura

6.2.1.6 – Fachadas




6.2.1.7 – Corte

6.2.1.8 – Perspectivas Internas

6.2.2 – Centro Comunitário
6.2.2.1 – Planta Baixa
Térreo

Superior

6.2.2.2 – Cobertura

6.2.2.3 – Fachadas



6.2.2.4 – Corte

6.2.3 – Quiosque

6.2.3.1 – Planta Baixa e Cobertura

6.2.3.2 – Fachadas

6.2.3.3 – Corte e Detalhamento

6.2.4 – Sanitário Público

6.2.4.1 – Planta Baixa e Cobertura

6.2.4.2 – Fachada


6.2.4.3 – Corte e Detalhamento
6.2.5 –  Vestiário Público
6.2.5.1 – Planta Baixa e Cobertura

6.2.5.2 – Fachada
6.2.5.3 – Fachada
6.2.5.4 – Corte e Detalhamento
6.2.6 –  Palco
6.2.6.1 – Planta Baixa e Cobertura

6.2.6.2 – Fachada

6.2.6.3  – Corte
6.2.7  –  Porta/Torre Panorâmica
6.2.7.1 – Planta Baixa e Cobertura

6.2.7.2 – Fachada



6.2.7.3  – Fachada e Corte

6.3 –  Corte Longitudinais e Transversais Urbanísticos
6.3 - ODS



6.4 –  Desenho universal

Igualitário – Às construções e espaços foram projetados para que todas as pessoas possam utilizá-los independente de sua capacidade. Todos os caminhos possuem acessibilidade universal, assim o usuário pode se deslocar por todo local sem nenhum tipo de obstáculos.
Adaptável – A construção existente passou por adaptações para que que pudesse entender a diferente públicos. 

7 – Considerações Finais

Mediante as transformações ocorridas na cidade, que é um "organismo vivo", esta está sempre em movimento e com adequações, resultado das inúmeras interações ocorridas no seio  sociedade, seus espaços. Com isto há a necessidade de um acompanhamento técnico, ou mesmo de uma equipe técnica interdisciplinar para que sejam feitas estas adequações. 
No local e área desta proposta está ocorrendo de maneira acentuado, a transformação de uma área rural para uma área urbana, com uma ocupação desprovida de planejamento e com impactos ambientais imensuráveis. 
A proposta buscou , a partir de uma gleba de terra preservar esta parte, que coincidentemente é muito próxima da centralidade de Pouso Redondo. 
A proposta oferece, através do planejamento a garantia de uma área verde e a disponibilidade de um exemplar pertencente ao Patrimônio Cultural, Casa Vendramin, como também, um Centro Comunitário, com apoio social, mais espaços de lazer e esportes. É importante destacar que a preservação de uma cultura local, o Banho de Rio - no Rio das Pombas, promovendo seu resgate, mediante o encerramento do depósito de lixo em suas águas a partir da ocupação irregular no ambiente.
Planejar também, sob o aspecto o ambiental é importante.

8 – Referências
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  2. ANTUNES, Paulo Bessa de. Direito Ambiental como Direito Econômico – Análise Crítica. Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 29, n. 115, p. 321/324, jul./set. 1992.
  3. BACCI, Denise de La Corte; PATACA, Ermelinda Moutinho. Educação para a água. Estudos avançados, [s. l.], 2 out. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v22n63/v22n63a14.pdf. Acesso em: 2 out. 2020.
  4. JÚNIOR, Luiz; BARROS, Dalmo. Áreas de preservação permanente na legislação ambiental brasileira. In: Ciência Rural, Santa Maria, v.41, n.7, p.1202-1210, jul, 2011. ISSN 0103-8478
  5. BROCANELI, Pérola. O ressurgimento das águas na paisagem paulistana: fator fundamental para a cidade sustentável. Tese (Doutorado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2007.
  6. CAMERON, Christina. Entre chien et loup. World Heritage Cultural Landscapes on the Fortieth Anniversary of the World Heritage Convention. In: TAYLOR, Ken; ST CLAIR, Archer; MITCHELL, Nora J. (eds.). Conserving Cultural Landscapes: challenges and new directions. Oxon: Routledge, 2015, pp.61-74.
  7. CARDOSO,Silvia Laura Costa; SOBRINHO, Mário Vasconcellos; ALBURQUERQUE, Ana Maria de Albuquerque. Gestão ambiental de parques urbanos: o caso do Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren. URBE. Revista Brasileira de Gestão Urbana (Brazilian Journal of Urban Management), 2015 jan./abr., 7(1), 74-90
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  9. DENYER, Susan. Sustaining the Outstanding Universal Value of World Heritage Cultural Landscapes. In:
  10.  TAYLOR, Ken; ST CLAIR, Archer; MITCHELL, Nora J. (eds.). Conserving Cultural Landscapes: challenges and new directions. Oxon: Routledge, 2015, pp.47-60.
  11. FRANCO, Maria. Planejamento ambiental para a cidade sustentável. São Paulo: Annablume; FAPESP, 2001.
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  13. HIJIOKA, Akemi; SANTOS, Antonio; KLINTOWITZ, Danielle; QUEIROGA, Eugenio. Espaços livres e espacialidades da esfera de vida pública: uma proposição conceitual para o estudo de sistemas de espaços livres urbanos no país. Paisagem Ambiente: ensaios - n. 23 - São Paulo - p. 116 - 123 – 2007.
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  23. MEDEIROS, José Marcelo Orientadora: ROMERO, Marta Adriana Bustos. Parques Lineares ao Longo de Corpos Hídricos: Conflitos e Possibilidades; o Caso da Orla do Lago Paranoá DF. Tese de Doutoramento do Programa de Pesquisa e Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Brasília. Brasília, 2016.
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  25. MENEGUETTI, Karin; REGO, Renato; PELLEGRINO, Paulo. A natureza no cotidiano urbano - o projeto da paisagem na cidade de Maringá. Artigo. Maringá, v. 27, n. 2, p. 167-173, July/Dec., 2005.
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  29. Paulo Teixeira do Vale. IV Título 2019.
  30. ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um Pequeno Planeta. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, SL, 2005.
  31. ROMERO, Marta A. B. A arquitetura bioclimática do espaço público. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001.
  32. RÖSSLER, Mechtild. World Heritage Cultural Landscapes 1992-2012. In: TAYLOR, Ken; ST CLAIR, Archer; MITCHELL, Nora J. (eds.). Conserving Cultural Landscapes: challenges and new directions. Oxon: Routledge, 2015, pp.29-46.
  33. SALES, Maria Teresa. Percursos na Paisagem. Tese de doutorado. Universidade de Évora, Instituto de Investigação e Formação Avançada, Universidade de Évora: 2015.
  34. SARAIVA, Maria da Graça. O Rio como Paisagem – Gestão de Corredores Fluviais no Quadro do Ordenamento do Território. Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Ministério da Ciência e Tecnologia, 1999.
  35. SILVA, Ana Caroline. A Efetividade das Medidas Alternativas na Proteção do Meio Ambiente: Aplicação da Suspensão Condicional do Processo no Caso da Orla do Lago Paranoá. Monografia. Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2015.
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  37. SPIRN, Anne. O Jardim de Granito: a natureza no desenho da cidade. São Paulo: Edusp, 1995.
  38. T NGARI, Vera; SCHLEE, Mônica; NUNES, Maria; REGO, Andrea; RHEINGANTZ, Paulo; DIAS, Maria. Sistema de espaços livres nas cidades brasileiras – um debate conceitual. Paisagem Ambiente: ensaios - n. 26 - São Paulo - p. 225 - 247 – 2009.
  39. VERAS, Lúcia Maria de Siqueira Cavalcanti. Paisagem-postal: a imagem e a palavra na compreensão de um Recife urbano. Tese de Doutorado - Recife: UFPE, 2014.
Vídeos
Processo - Via Meet Google (Em Breve)
Em fase de edição - São mais de 25 vídeos de um a duas horas de duração - Assessoramento on line, que que estão sendo resumidos em  um vídeo 2 horas, com os melhores momentos e o processo deste trabalho.

Vídeo projeto apresentado na Banca

Em breve!!

Avaliação da Banca

TCC defendido em 7 de dezembro de 2020, pela plataforma meet do Google, entre os horários de 20:00 às 21:00. 
A Banca examinadora, formada somente por docentes do quadro de Arquitetura e Urbanismo da UNIDAVI, coordenado pela professora Maristela Macedo Polezza foi formada pelos professores e suas respectivas notas: 

Bruno Aied Passos  -  Nota: 7,00       
Patricia Geittenes Tondelo  - Nota: 7,20
-Angelina Wittmann (Orientação) - Nota: 10,0 - equivalente a 20% nota final)
 
Nota Final: 7,68.

Parabéns Gabrieli. Seu trabalho é dez, por sua superação, pelo volume e abrangência de sua proposta. Trabalhou muito!
Esta proposta foi elaborada a partir de muita pesquisa, refeita e adequada ao ambiente e ao tempo presente, a partir de novos conceitos, como Planejamento Ambiental. A nota que recebeste não reflete a VERDADE. 
É importante que não esqueça disso, Arquiteta. O mundo não é justo e a ciência deste fato, deve nos fortalecer. Você está pronta e o Horizonte é seu limite. Sempre pontue seu eixo, na Verdade, pois sempre, mas sempre mesmo. Você e àquele que nega a verdade - na sua trajetória - sabem disto, mesmo que este a negue. Nunca se afaste da Verdade. Ela prevalece sempre, e também, na História. Segue sempre, pautada na Verdade. 
Neste trabalho, você conseguiu refletir, a partir de vários pontos: A escala da Arquitetura - com a tipologia pertencente ao patrimônio cultural regional, a Casa Vendramin; e as novas propostas arquitetônicas desenvolvidas por você. Projetos atuais com tecnologia contemporânea. Também, este trabalho teve um olhar para o Planejamento Urbano, Regional e Ambiental, apontando questões importantes aos gestores do município sobre vários aspectos que poderão auxiliar no planejamento de Pouso Redondo. E para terminar, você observou a "costura" do novo e o existente nas paisagens naturais e construídas com o olhar crítico que um urbanista deve ter - dentro das muitas escalas. 
Só me resta desejar-lhe Parabéns. Segue, tornando o mundo um pouco melhor, a partir de sua profissão.
Sucesso!  - Angelina Wittmann

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