terça-feira, 8 de junho de 2021

Intervenção Urbanística e Arquitetônica Espaço Cultural de Rio do Sul - TCC - Arquitetura e Urbanismo para Rio do Sul SC - Pesquisa e Projeto: Diordi Finardi - Orientação: Angelina Wittmann

Arquiteto Diordi Finardi
Trabalho  de Conclusão de Curso - TCC desenvolvido por  Diordi Finardi no curso de Arquitetura e Urbanismo sob orientação da  Arquiteta Angelina Wittmann, no 2° Semestre de 2020, quase totalmente através da plataforma Meet do Google, exceto, no dia da visita ao local de estudos, que aconteceu em 29 de agosto de 2020 - momento que também, foi efetuado parte do levantamento fotográfico. A pesquisa e a proposta foram desenvolvidas para um local da cidade do Alto Vale do Itajaí - Rio do Sul - na região onde aproximadamente surgiu o primeiro núcleo da cidade com foco na área cultural da cidade - Fundação Cultural de Rio do Sul, que ocupa a edificação de uma antiga fábrica. esta se encontra ilhada por uma sistema viário formado por diversas hierarquias de uso, com direito a passagem do trânsito intermunicipal junto às suas paredes, onde o menor espaço é destinado ao pedestre e ao ciclista, sendo que o trafegar para esta parcela da sociedade não é seguro. O local também contem a ponte ferroviária, inaugurada na década de 1930, que apresenta uma plástica muito bonita e marcante nas paisagens construída e natural e está localizada sobre Rio Itajaí do Sul, nas proximidades do antigo raso - local onde as tropas atravessavam o rio no início do século XX.
A área estudada neste trabalho desenvolvido por Finardi contempla a paisagem natural, formada pelo rio, suas margens e a paisagem construída e seu uso com característica predominante cultural e histórico que apresente conflitos sob o aspecto acessibilidade, pela presença e prioridades  dada ao sistema viário, sob várias hierarquias, formado pelas vias locais, arteriais e coletoras, sendo que além de perfil cultural, o local é parte do Centro Histórico de Rio do Sul que formalmente inexiste.
O trabalho de Diordi Finardi buscou organizar e criar mais ambientes para atividades culturais desenvolvidas na Fundação Cultural de Rio do Sul, sendo que para isto, apresentou a proposta de uma nova arquitetura para complementar a demanda de espaços fornecidos pelo edifício pertencente ao patrimônio cultural da cidade. O projeto também sugere uma nova organização viária, considerando a intermodalidade. Sugere a retirada do trânsito intermunicipal do local, bem como apresenta opções para uso compartilhado de vias importantes que fazem a interligação do local com a histórica Rua Carlos Gomes, Ponte Curt Hering, local da primeira balsa, as margens do Rio Itajaí do Sul e outros pontos importantes, com a devida humanização e criação de áreas de contemplação e lazer, munidas de equipamentos urbanos, sinalizações e adequações, dentro de um projeto de cidade para as pessoas, com isto, igualmente enaltecendo e destacando o espaço do Centro Histórico de Rio do Sul, viabilizando diretrizes  para reflexões da sociedade, com uma contribuição a partir de apontamentos técnico-interdisciplinar.
 
29 de agosto de 2020 - único contato presencial - visita ao local de estudo
Rua histórica - Rua Ruy Barbosa - A direita, Fundação
Cultural de Rio do Sul SC.

Rua histórica - Rua Ruy Barbosa.

Rua histórica - Rua Ruy Barbosa. Tráfego intermunicipal, na frente da Fundação Cultural de Blumenau.

Rua histórica - Rua Ruy Barbosa. Tráfego intermunicipal, na frente da Fundação Cultural de Blumenau.

Histórica Rua Ruy Barbosa e acesso à ponte dos Arcos, Trânsito intermunicipal e local, junto a Fundação Cultural de Rio do Sul.

Paisagem mata ciliar juntos às margens do Rio Itajaí do Sul sob a Ponte dos Arcos.


Sob a ponte dos Arcos, junto à margem do Rio Itajaí do Sul.


Às margens do Rio Itajaí do Sul, próximo ao local do Raso, onde a tropas cruzavam o rio no inicio do século XX - Fundos do Colégio Salesiano.

Às margens do Rio Itajaí do Sul, próximo ao local do Raso, onde a tropas cruzavam o rio no inicio do século XX - Fundos do Colégio Salesiano.

Sob a histórica ponte ferroviária, próximo ao raso do rio.

Dejetos no rio, sob a ponte.

Piso da passarela de pedestre da ponte, corrosão.

Sob a Ponte do Arcos, inaugurada na década de 1930.

Rio Itajaí do Sul sob a ponte dos Arcos, próximo ao local da primeira balsa, em torno da qual surgiu o local de Rio do Sul Atual, através da Nucleação, ou seja, Braço do Sul, que reporta ao Rio Itajaí do Sul, ou ao Südarm

Espécies da Mata Atlântica. Remanescentes.

Vista da Igreja Luterana a partir da Ponte dos Arcos, dois pontos focais na cidade de Rio do Sul, que não possui a formalização de seu Centro Histórico.

Piso da passarela de pedestre da Ponte dos Arcos.

A igreja luterana de Rio do Sul na mesma foto da ponte ferroviária.

Assessoria e percepções.

Assessoria e percepções.

Assessoria e percepções.

Assessoria e percepções.

Assessoria e percepções.

Ponto focal e importante na proposta de Diordi Finardi.


Obra de uma plástica e engenharia incomum.

























Mapa de Rio do Sul e o local estudado.
Área de Estudo.




Proposta
‘‘A gente tem que sonhar, senão as coisas  não acontecem." Oscar Niemeyer.
1 - Introdução

Os espaços públicos são relevantes na configuração espacial de uma cidadepartir da apropriação destes, pelas pessoas. Podem ser, ou não, munidos de equipamentos mediante uma organização lógica, considerando seus usos e caminhos. Também, considerando sua organização mediana - poderá contribuir para a qualidade de vidapara a saúde, sob vários aspectos, da sociedade atual que interage no mesmo, deslocando-se, em momentos de lazercontemplação, trabalho, durante encontros entre outras atividades. O espaço urbano pode ser organizado, munidos de equipamentos urbanos, vias (intermodalidade), paisagismo para encontros, lazer, convivência, deslocamento, trabalho e para as manifestações culturais.
Um dos objetivos é de democratizar a cultura com o aumento do acesso das pessoas às atividades culturais que já existem e a outras, necessárias para completar lacunas e deficiências
Quanto ao urbanismo, para melhor compreensão do espaço urbano, é necessário conhecer os principais elementos formadores deste e sua contribuição para a formação dos cheios e vazios e respectivos usos. Conhecer o processo e a apropriação deste, pela sociedade que interage no mesmo,conhecendo a importância de sua preservação, ou não. Os conceitos e diretrizes das últimas intervenções urbanas nas quais foi submetido, para compreender sua configuração atual e então, definir as diretrizes para pautar o desenvolvimento desta proposta.
Rio do Sul, possui muitas áreas de espaços públicos, no entanto, sub utilizados e aproveitados - principalmente, àqueles destinados às práticas culturais. 
Geralmente eventos de grande porte são realizados em locais privados. A cidade possui a Fundação Cultural atuante, capacitada para gerir e organizar estes eventos, tanto de maneira organizacional quanto espacial - preenchendo o quesito cultura e arte públicas e contribuindo para fomentar as relações sociais local e até mesmo regional, lembrando seu aspecto gravitacional, como localizado na cidade  denominada capital do Alto Vale do Itajaí.
Esta proposta também pretende estudar e analisar as diferentes formas de manifestações artísticas regionais e também, praticadas na Fundação Cultural de Rio do Sul, bem como, os conceitos teóricos referentes ao Patrimônio Cultural, e compreender, com base em projetos correlatos, como o Patrimônio Histórico Cultural Arquitetônico poderá ser potencializado dentro desta proposta. 
Deste modo, objetiva-se propor uma intervenção urbanística e arquitetônica no entorno e também, no espaço da Fundação Cultural de Rio do Sul - SC, utilizando conceitos que valorizem o Patrimônio Histórico Cultural Arquitetônico existente, através de uma requalificação urbana, privilegiando a paisagem natural e considerando o valor histórico, paisagístico e cultural da Ponte dos Arcos, do rio, da Rua Ruy Barbosa e demais elementos do entorno que é munido com uma paisagem característica histórica.

1 .1 - Problema e Justificativa

Rio do Sul – SC se transformou, urbanisticamente, a partir de movimentações sociais, e espaciais de diversas nucleações urbanas que se desenvolveram ao longo dos leitos dos rios. Também é importante destacar que outro fator determinante e também para o desenvolvimento da cidade e outras da região foi a Estrada de Ferro e as consequências desta na paisagem, a partir da organização espacial, e o surgimento de novas atividades de prestação de serviços na região. Com a presença de colonizadores alemães e italianos, a cidade se desenvolveu ao longo dos rios (Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste e Itajaí Açú, como os principais). Segundo Dagnoni (2017):

O Rio Itajaí-Açu desempenhou papel principal para a fixação dos colonizadores no Alto Vale do Itajaí. O núcleo populacional que se formou nas margens do Rio Itajaí do Sul [...] Graças à sua posição geográfica privilegiada, impôs-se aos demais núcleos do Alto Vale do Itajaí. Começou
logo a desenvolver um intenso comércio de produtos extraídos da área rural enquanto a indústria surgia aos poucos. Outro fator para o crescimento foi a construção da Estrada de Ferro, permitindo a exploração de novas fontes de economia, como a madeira (DAGNONI, 2017
A cidade de
Rio do Sul apresenta um papel de pólo econômico na região, pois sua localização está em uma  posição geográfica privilegiada dentro da microrregião do Alto Vale do Itajaí. Cercada  pelos Rios Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste, formando o Rio Itajaí Açú. Também, por esta localização  estratégica, tem fácil acesso às importantes rodovias regional e estadual -  BR-470 e a SC-350.
Rio do Sul
é reconhecido por ter uma das maiores estruturas públicas municipais destinadas a cultura na região do Alto Vale, a Fundação Cultural de Rio do Sul. Com isso, é reconhecida por seus diversos cursos e eventos realizados anualmente em suas instalações e no município em geral, exemplo disso é a Feira do Livro de Rio do Sul, um dos principais eventos literários de Santa Catarina. Além do comércio e lançamentos de livros e a participação de autores consagrados, o evento promove uma programação artística variada, com apresentações de música, teatro, cinema, contação de histórias, palestras, atividades de formação e espaço para escritores regionais.
Porém, as principais atividades culturais e eventos se concentram na Fundação Cultural de Rio do Sul, que é um local com com área  aproximada de 5.155 m², e está localizado próximo da Ponte dos Arcos
O objetivo principal da Fundação Cultural de Rio do Sul (FCRS), é promover a arte e a cultura em todos os níveis e para os mais diversificados públicos, atendendo todas as faixas etárias. A instituição é o órgão do poder público municipal que planeja, desenvolve, fomenta e orienta as atividades culturais na cidade de rio do Sul. A FCRS, atua com a oferta de cursos, promoção de eventos, e também, na articulação de ações, artistas, agentes e produtores culturais.
Atualmente, a Fundação Cultural conta com cursos de artes cênicas, artes visuais, dança moderna, violão, teoria musical, ginástica, flauta, órgão, tricô, jazz, pintura em tecido, aulas de músicas, dança folclórica, Biblioteca Pública, Museu Histórico, Galeria de Artes e Museu de Arte de Rio do Sul.
A instituição mantém também as Estações Culturais dos bairros Barra do Trombudo, Bela Aliança e Santa Rita, (Fig. 8), como forma de descentralizar a ofertas de cursos e serviços, atendendo aproximadamente 2500 alunos em seus diversos cursos, atendendo a comunidade e estudantes, não apenas de Rio do Sul, mas de toda a Região do Alto Vale do Itajaí. (FCRS, 2019).
As manifestações culturais acontecem em alguns pontos na cidade de Rio do Sul, pode-se verificar esses principais pontos distribuídos de forma linear ao longo dos rios,  para melhor entendimento do local de implantação destes espaços culturais.

Os centros culturais são instituições criadas com o objetivo de se produzir, elaborar e disseminar práticas culturais e bens simbólicos, obtendo o status de local privilegiado para práticas informacionais que dão subsídios às ações culturais. São espaços para se fazer cultura viva, por meio de obra de arte, com informação, em um processo crítico, criativo, provocativo, grupal e dinâmico [...] Centro cultural não pode ser um espaço que funcione como uma distração, mas sim, ser conceituado como um local onde há centralização de atividades diversificadas e que atuam de maneiras interdependentes, simultâneas e multidisciplinares. (NEVES, 2012, p. 2)

A edificação da Fundação Cultural de Rio do Sul, foi um antiga indústria de café, conhecida como Indústrias Gerais Ouro, na década de 1940, onde ocorria o beneficiamento, a torrefação e a moagem de café, a fabricação de balas e  caramelos, doces de frutas e fruticultura. Nodgi Eneas Pellizzetti, tinha um o objetivo obstinado de adquirir o edifício das antigas Indústrias Gerais Ouro, para transformá-lo em uma Fundação Cultural, com depoimento de artistas locais como um dos principais fatores que tornaram Rio do Sul uma das referências regionais da  cultura.

A administração pública, durante governo de Nodgi, adquiriu a edificação industrial do prédio das antigas Indústrias Gerais Ouro, em 1992, na sua própria gestão como prefeito, com o propósito de transforma-lo em uma Fundação Cultural, confirmando sua prioridade com a cultura regional. Escolheu um local, com a preocupação, também, de manter as características originais do edifício, mas uma forma de preservar o nosso patrimônio (DAGNONI, 2010, P. 40).
Conforme documento fornecido pela Amavi, Projeto Resgate Do Patrimônio Histórico Alto Vale Do Itajaí, o edifício é protegido através da Lei Municipal de Tombamento Histórico em que abriga o espaço cultural até os dias atuais. Destaca-se na Figura 10, as seguintes frases: “A Importância do Imóvel para a Coletividade, por ser um imóvel com grandes proporções e estilo característico de edificações industriais. Conservando a história do desenvolvimento econômico de Rio do Sul, bem como, a arquitetura”. Com isso, conclui-se sobre a importância, de uma valorização do imóvel, conservando a arquitetura existente. É necessário, a partir deste exemplo observar outros e o próprio Centro Histórico.
Para fomentar a necessidade de uma reforma, sob o aspecto de conservação do edifício, refere-se ao Estado de Conservação Atual do Imóvel: “Como vem sofrendo reformas específicas e pontuais, talvez necessite de uma reforma geral e/ou cuidados específicos”. O edifício resgata a história do desenvolvimento econômico no município de Rio do Sul, portanto, verifica-se as necessidades de uma reforma e cuidados específicos.
Analisando os dados, percebe-se que Rio do Sul tem uma demanda para atividades culturais, e essas atividades se concentram, em grande parte, na Fundação Cultural.
Observa-se, de acordo com documento da AMAVI, a importância do imóvel para a coletividade bem como o estado de conservação atual necessite de uma valorização junto a área externa e cuidados específicos por ser um patrimônio tombado
Este espaço se encontra em condições especiais, por ter um espaço limitado, falta integração adequada com o entorno. A Fundação Cultural poderia comportar eventos internos nas dependências da edificação e potencializar e atender eventos externos no entorno, assim como o aproveitamento e a integração com a Ponte dos Arcos, proporcionando integração dos ambientes e com o meio natural, para isso, é proposto o terreno adjacente para ampliação em forma de extensão da Fundação Cultural, criando espaços públicos para a sociedade.  A proposta do trabalho é flexibilizar o uso devido para a edificação, propondo uma revitalização na edificação, considerando o seu estado atual, além da intervenção urbanística e arquitetônica, integrar o entorno com o Centro Cultural, propondo uma ligação com a área verde, tendo acesso à Ponte dos Arcos com uma integração de espaços urbanos. A Fundação Cultural poderia comportar eventos internos nas dependências da edificação e potencializar e atender eventos externos no entorno, assim como o aproveitamento e a integração com a Ponte dos Arcos, proporcionando integração dos ambientes e com o meio natural, para isso, é proposto o terreno adjacente para ampliação em forma de extensão da Fundação Cultural, criando espaços públicos para as pessoas.
A proposta do trabalho é flexibilizar o uso devido para a edificação histórica, propondo uma revitalização, considerando o seu estado atual, além da  intervenção  urbanística e arquitetônica, integrar o entorno com o Centro Cultural, propondo uma ligação com a área verde, tendo acesso à Ponte dos Arcos com uma integração de espaços urbanos.
As áreas centrais, são lugares onde pode ser encontradas as sedimentações da história de uma cidade. Seria essa a preocupação em preservar e recuperar o cenário urbano central, onde encontra-se as áreas de imagem e memória de uma determinada história da cidade e sua população, afirma as autoras:

“Recuperar o centro das metrópoles nos dias atuais significa, entre outros aspectos, melhorar a imagem da cidade que, ao perpetuar a sua história cria um espirito de comunidade e pertenciamento. Significa também promover a reutilização de seus edifícios e a valorização do patrimônio” (VARGAS e CASTILHO, 2015, p. 5).

Um grande potencial da área de intervenção é a Ponte dos Arcos, construída em 1936, considerado um dos referenciais urbanos dentro da paisagem do município, representa no plano histórico, um valor histórico e estrutural. Observa-se na Figura 12 da Ponte dos Arcos em 1945, e no ano de 2020.
A edificação da antiga Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC), sobre o Rio Itajaí do Sul, atual rua Prof. João Conrado Stoll, conecta os bairros da cidade, Budag ao bairro Centro, através de um elemento histórico de grande valor e lastro para a cidade, porém, este monumento necessita de uma valorização, pois representa um valor histórico cultural imensurável, não somente para Rio do Sul, como para o Estado de Santa Catarina.

“Os rios são o elo entre a cidade, a natureza e os espaços públicos, que são esses espaços que pertencem a todos. São os espaços democráticos, onde as pessoas podem estar juntas. Então eu acho que a gente, primeiramente, precisa pensar no rio como um fio condutor de desenvolvimento da cidade”, explica a Arquiteta, (NUNES, 2016).

Os eventos da Fundação Cultural poderiam ser aprimorados, se houvessem espaços adequados, internos e externos, pois acontecem diversos eventos administrados por esta instituição de Rio do Sul, como anteriormente mencionado.
Na
Feira do livro há a participação de autores consagrados, o evento promove uma programação artística variada, com apresentações de música, teatro, contação de histórias, palestras, oficinas e debates. A feira visa tornar Rio do Sul cidade polo no desenvolvimento da literatura na região do Alto Vale do Itajaí, incentivando a organização do setor em associações, a publicação de obras em mídias impressas digitais e o comércio literário. Porém, esse evento não é realizado na (FCRS), por não ter espaços adequados, sendo assim, a Feira do Livro é realizada nas dependências do Parque Universitário Norberto Frahm, mesmo terreno onde acontece o Teatro Embaixo da Ponte, Espaço Cultural Moysés Boni, citado anteriormente. 


1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um anteprojeto de intervenção arquitetônica na Fundação Cultural de Rio do Sul e urbanística no seu entorno, utilizando conceitos que valorizem o patrimônio histórico existente, através de uma requalificação espacial urbana, privilegiando a paisagem natural e a paisagem cultural, considerando o valor histórico e cultural da Ponte dos Arcos. A proposta observará a estrutura urbana através da malha viária, igualmente requalificada a partir da intermodalidade.

1.2.2 Objetivos Específicos

  • Analisar as diferentes formas de manifestações artísticas existentes na Fundação Cultural de Rio do Sul, bem como os conceitos teóricos referentes ao Patrimônio; Compreender com base em projetos correlatos, como o patrimônio histórico pode ser potencializado e adequar estas conclusões à paisagem de Rio do Sul, observando suas características sociais, econômicas, culturais, históricas, sociológicas e geográficas; 
  • Adequar os dados da Pesquisa do TCC I ao desenvolvimento desta proposta, incluindo a atualização dos; 
  • Revisar o levantamento arquitetônico e urbanístico da edificação histórica – atual sede da Fundação Cultural de Rio do Sul; 
  • Reorganizar o Programa de Necessidades da Fundação Cultural, contando com a ampliação de área, mediante a proposta de um novo edifício. Separar as áreas de acordo com o espaço e definir sua localização dentro dos edifícios antigo e novo; 
  • Desenvolver uma intervenção arquitetônica de requalificação na Fundação Cultural, assim como urbana, servindo de equipamentos de apoio para comunidade; 
  • Promover a integração da ciclovia projetada, conectando a Fundação Cultural ao Bosque Carlos Gerd Schroeder, e com o Parque Municipal Rua XV de Novembro
  • Organizar os ambientes, através do projeto arquitetônico em planta baixa – do edifício novo, considerando sua forma volumétrica, sua técnica construtiva - integrada à paisagem e com o edifício antigo – a partir do programa de necessidades, considerando a insolação, o uso, os acessos, a paisagem fora deste e o conjunto todo desta proposta atento aos seus principais objetivos;

1.2.3 Delimitação do Tema

A as atividades desenvolvidas na Fundação Cultural sob aspecto cultural, artístico, de educação atende não somente à cidade de Rio do Sul, mas também, à região do Alto Vale do Itajaí. Dentre as atividades práticas também existem os espaços para: escola de música e teatro,  espaço para a memória e biblioteca, utilizados por pessoas de todas as faixas etárias. Esta proposta pretende tornar o edifício adequado e acessível, atendendo as diretrizes de acessibilidade universal e a inclusão.
2 Referencial Teórico
2.1 - A Importância da Preservação do Patrimônio

O patrimônio cultural das cidades é tido não somente como um monumento edificado por si só, mas como, agente transformador do espaço. Por meio da proteção dos bens culturais se entende o desenvolvimento das comunidades e traz à tona o sentimento de memória e pertencimento dos espaços. Neles são criados significados por  meio dos usos, sejam eles atuais ou remanescentes, de modo que o patrimônio cultural  seja entendido a partir dos fatores urbanos, ressaltando a importância histórica e social como construtora da cidade (EDELWEISS, 2016). 
O patrimônio cultural hoje é entendido nas cidades como parte do tecido urbano de uma cidade que necessita de uma adequação a partir do planejamento urbano e faz parte das políticas urbanas, onde o patrimônio cultural torna-se uma estratégia do Estatuto da Cidade, e não só uma busca da memória de um povo, mas como, um agente complexo. No entanto, patrimônio pode ser qualquer edificação que represente parte da história local de uma cidade ou município. O primeiro aspecto que se destaca quando se faz uma visita a algum lugar, são os edifícios históricos ou as construções que de alguma forma representem ou trazem em suas características sobre a história da localidade visitada e de seus habitantes. Esses patrimônios despertam o interesse e a procura por mais informações sobre o lugar, assim como, representam a materialização da cultura de uma localidade e trazem em suas características, e no estilo, a história das pessoas que o construíram. Numa cidade, estão sujeitas a tombamento histórico quaisquer obras que representem a memória urbana, por questões arquitetônicas, simbólicas ou sentimentais.
Assim, tanto ruínas, edificações incompletas- demolidas ou com partes faltosas - e sítios arqueológicos como construções recentes, casas modestas e edifícios ainda em uso podem ser tombados como patrimônio. A perda do patrimônio representa a perda da história e da identidade, o que pode ser preocupante, pois a história do nosso município e do local onde moramos é única e insubstituível. A destruição das suas representações materiais representa o esquecimento de parte da nossa identidade cultural, e esquecer nossa cultura é esquecer quem somos.

2.2 Conceitos dos Espaços Públicos.

Os espaços públicos na cidade, assumem diferentes formas e tamanhos, as avenidas, calçadas e praças que compõem o tecido urbano são espaços públicos considerados abertos e acessíveis a todas as pessoas. Estes espaços são projetados para o uso cotidiano a fim de organizarem a malha urbana e garantir a circulação de pessoas, além de promover, em certos casos, a permanência e o lazer da população.
De acordo com Gehl e Gemzoe (2002), a função dos espaços públicos está ligada ao conjunto de atividades e eventos que são realizados no espaço urbano. As atividades realizadas nos espaços públicos podem ser divididas em três categorias: necessárias, opcionais e sociais. As atividades necessárias estão diretamente relacionadas ao ato de caminhar, onde a pessoa se desloca no espaço fazendo o trajeto de sua residência ao trabalho, às compras, à escola, enfim, são atividades rotineiras que acontecem em seu cotidiano na vida urbana. As atividades opcionais nascem a partir do desejo de uma pessoa de frequentar determinado espaço público para fins como tomar sol, passear e contemplar a paisagem, ou seja, constituem-se numa opção particular de cada indivíduo (GEHL, 2014).
As atividades sociais, como jogos esportivos em grupos ou rodas de conversas, se referem às práticas sociais que podem ser  desenvolvidas em um espaço público. Visando a necessidade de espaços públicos para a melhoria da qualidade de vida é necessário caracterizar os equipamentos de lazer urbanos.
Para Pellegrin, (2004) os equipamentos urbanos de lazer são os espaços de realização de diversas atividades de caráter público ou privado, pode-se enquadrar nessa categoria os ginásios, centros culturais, cinemas, parques, praças, entre outros.
Devido a cidade escolhida para a pesquisa ser de pequeno porte, será apresentado como objeto de estudo espaço públicos utilizados para lazer e prática de esportes ao ar livre, sendo eles as praças e os caminhódromos.

4 Diagnóstico da Área
4.1 Contextualização Regional

O município de Rio do Sul está localizado no estado de Santa Catarina, no Alto Vale do Itajaí, a cerca de 194 km de Florianópolis (capital do estado) e pela rodovia BR 282, com acesso por uma rota que utiliza a rodovia BR 470, a distância aumenta para aproximadamente 245 quilômetros. A distância em linha reta, é de, aproximadamente, 116 quilômetros.
Rio do Sul apresenta extensão territorial de 260,18 km², com altitude média de 341 metros acima do nível do mar. Possui dois principais acessos rodoviários com pavimentação asfáltica: rodovia SC 350, que liga ao município de Ituporanga e a rodovia  BR 470, com sentido a Blumenau e a Pouso Redondo. Rio do Sul é um polo regional, conforme citado anteriormente e é um interposto comercial, localizado geograficamente e através de elementos estruturais, de maneira central, entre os municípios vizinhos limítrofes, que são: Agronômica, Aurora, Ibirama, Laurentino, Lontras e Presidente Getúlio. Ao Sul -  Aurora, ao Oeste - Laurentino e Rio do Oeste, ao Leste - Lontras e Ibirama e ao Norte - Presidente Getúlio.
A cidade possui em seu território, importantes rios da Bacia do Itajaí, como: os Rios Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste, formando o Rio Itajaí Açú.

4.1.1 Questões importantes para a delimitação da área de intervenção

As questões formam um conjunto composto pela presença da edificação histórica pertencente ao patrimônio cultural - Fundação Cultural de Rio do Sul, por sua importância histórica e cultural para a cidade, bem como, também, sua privilegiada localização, próxima ao centro urbano e parte do Centro Histórico, onde faz vizinhança com o histórico raso, no Rio Itajaí do Sul, onde passavam as tropas, nos primeiros anos de história da cidade e do monumento história que é  a ponte ferroviária, conhecida Ponte dos Arcos.
4.2 Análise do Entorno
4.2.1 Cheios e Vazios

Observa-se que o uso da área é preenchido com 42% dos volumes cheios, por ser um bairro localizado na centralidade da cidade, que se desenvolveu ao longo dos rios. Percebe-se o que há 57,4% dos espaços vazios, dentro do perímetro urbano. Dagnoni (2017) assim se expressou:

O Rio Itajaí-Açu desempenhou papel principal para a fixação dos colonizadores no Alto Vale do Itajaí. O núcleo populacional que se formou nas margens do Rio Itajaí do Sul [...] Graças à sua posição geográfica privilegiada, impôs-se aos demais núcleos do Alto Vale do Itajaí. Começou logo a desenvolver um intenso comércio de produtos extraídos da área rural enquanto a indústria surgia aos poucos [...], (DAGNONI, 2017).
A concentração de pessoas que vivem em centros urbanos hoje tem sua origem nos crescentes índices de urbanização decorrente do processo do êxodo rural, ocasionado pelos processos de industrialização e de informação, assolados pela era moderna, processo tipico em todo o globo (PESCI, 2003).

4.2.2 Uso do Solo Urbano

Observa-se no Mapa de Uso do Solo Urbano, a predominância do uso comercial e misto no entorno do terreno desta proposta. Praticamente, em toda a quadra, o uso predominante é comercial, sendo que as principais vias que fazem a ligação do local com a área central da cidade, são predominantemente de uso comercial e misto (mercados, farmácias, hotéis, pizzarias, entre outros), sendo que nas edificações de uso misto, o pavimento térreo apresenta o uso comercial e o primeiro pavimento ou outros, são predominantemente comercial contando também, com a presença de outros usos, como por exemplo: edifícios com disponibilidades de salas comerciais.

4.2.3 Gabarito das Edificações

Rio do Sul se desenvolveu sob o aspecto econômico e também teve um aumento populacional considerável ao longo de sua história, o que impactou na forma da ocupação do solo, muitas vezes não de acordo com o que deveria ser feito, mediante ausência da aplicabilidade de políticas públicas mais firmes com relação ao planejamento urbano.
Mesmo assim, com uma população inferior a 80 mil habitantes, a cidade possui muitos problemas e conflitos no espaço urbano. Em contrapartida, no local da área de estudo, destacada nas Figuras 40 e 41, percebe-se que sofreu pouco deste impacto, pois está fora do principal foco da especulação imobiliária do momento presente. O número de pavimentos nesta área, permanece na média de 2 a 3 pavimentos, criando assim, um nível contínuo das edificações no entorno da paisagem urbana.
4.3 Sistema Viário

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) vigente, são consideradas Vias Arteriais, “aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade”. Elas se caracterizam por fazer a ligação de um bairro ao outro, ou seja, promovem as ligações entre as vias de acesso rápido e as vias coletoras. Na área desta proposta são as ruas Ruy Barbosa, a Avenida Barão do Rio Branco e Prof. João Conrado Stoll. Suas pistas são dotadas de faixas duplas, uma vez que seu uso é mais voltado para o fluxo de automóvel, (Fig. 85) na cor vermelha. As vias coletoras, segundo o (CTB), são aquelas destinadas a coletar e distribuir o trânsito de automóveis que tenham necessidades de acessar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, viabilizando o ingresso destes, nas regiões da cidade”. Elas estão caracterizadas por facilitar movimentação de uma região a outra em uma cidade por estarem ligadas as vias arteriais e de trânsito rápido. Estão destacadas na cor laranja no mapa e na área desta proposta são as ruas, Osvaldo Cruz, Gerhold Hobus e Rua dos Caçadores. Ainda de acordo com o (CTB), Vias locais são aquelas que possuem interseções em nível não semaforizadas, destinadas apenas ao acesso local ou a áreas restritas”. Estas têm como característica não possuir nenhum tipo de ligação, sendo usadas apenas por veículos restritos ou com algum interesse. As ruas de um condomínio fechado, por exemplo, destacadas na cor amarela.

4.3.1 Mapa de Infraestrutura Urbana Geral

A área que receberá esta proposta é munida de infraestrutura básica na maioria de suas vias, como por exemplo: rede de iluminação pública e sistema de drenagem pluvial. A vegetação da mata ciliar nas margens do Rio Itajaí do Sul, é um dos grandes potenciais à ser explorado neste trabalho. No entanto, na fauna local percebe-se a presença de vegetação - árvores nos vazios da área da proposta e nas margens dos Rios: Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste. Esta áreas verdes estão delimitadas nas áreas de preservação, APP – Áreas não aterráveis e não identificáveis. Segundo o atual Código Florestal, Lei no12.651/12, Art. 3°: Para os efeitos desta Lei, entende-se por: (...) II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
As APPs se destinam a proteger solos e principalmente, as matas ciliares.Rede de Esgoto e o rio: A rede de esgoto sanitário é atribuída as fossas sépticas, onde acontecerá o processo de tratamento e não está identificado na (Fig. 99) devido à falta de informação a respeito. Contudo, de acordo com o Art. 564 do Plano Diretor municipal de Rio do Sul, “I – os esgotos sanitários, enquanto não houver rede de coleta pública com tratamento, deverão ter sua destinação final dentro dos limites dos lotes por sistema obrigatório de fossas e mecanismos de eliminação dos efluentes [...]” (PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO DO SUL, 2006)

4.4 Transporte

A mobilidade urbana é um componente da qualidade de vida aspirada pelos habitantes de uma cidade. Não há como considerar determinada região habitada como exemplo  de alto nível se a mobilidade não estiver presente, (Cardoso, 2008). Tratando-se de uma localidade central, o transporte coletivo, tem um itinerário diário e pontual neste raio em destaque na (Fig. 96), a Avenida Barão do Rio Branco, além de levar os usuários para outros bairros do município, ainda faz a linha intermunicipal, conectando os municípios de Agronômica e Laurentino. Na Rua Ruy Barbosa, também há pontos de ônibus ligando os
bairros Budag com bairro Canoas e Centro. Atravessando a Ponte dos Arcos, a linha de ônibus também liga os bairros Centro com Laranjeiras e demais bairros, assim como a linha intermunicipal, ligando ao município de Lontras. Os Pontos de táxi estão em destaque no mapa, em cor amarela.
Para que o trânsito possa realizar sua função eminentemente social, faz-se  necessário o atendimento às demandas dos seus participantes. Dentre essas demandas, está a garantia à mobilidade. Esse conceito pode ser interpretado como “a capacidade dos indivíduos se moverem de um lugar para outro” (Tagore & Skidar, 1995, citados por Cardoso, 2008, p.42).
4.5 Localização do Terreno

O espaço desta proposta está localizado na cidade de Rio do Sul, na Rua Ruy Barbosa, número 204, bairro Budag. CEP – 89165-487 e também envolve seu entorno e vias que acessam seu território.
Sua posição geográfica se encontra nas coordenadas - 27.22185,-49.64870. O local do terreno que receberá o novo projeto arquitetônico da proposta está localizado na esquina, cuja testada está voltada para as Ruas Ruy Barbosa e Rua Vidal Ramos. Sua área total é de 8.230,00m.
4.6 Condicionantes Ambientais

Os resultados da carta solar podem ser observados na (Tabela 3), identificam que a fachada Norte possui maior incidência solar no inverno, assim como a fachada Sul no verão, distribuída em dois intervalos de tempo. Analisando a maior incidência solar em relação ao período do dia, percebe-se que a fachada Leste no verão possui maior incidência solar, com cerca de 07 horas no período da manhã.
Devido a localidade estar próxima a outras edificações do mesmo gabarito em relação à altura, na
Rua Assis Brasil, a fachada Oeste receberá pouca interferência do sombreamento, não intervindo na quantidade de horas em que a incidência solar estará presente no local. Portanto, analisa-se a carta solar, relacionada ao terreno escolhido, para a intervenção arquitetônica e urbanística, nota-se que a fachada Leste, irá receber maior incidência solar.

4.7 Skyle

O entorno do local onde será efetuado a intervenção desta proposta possui características topográficas lineares, pouco acidentadas como identificada nas Figura 107 e 108, o aumento topográfico pode ser percebido, na Rua Vidal Ramos sentido Leste, para Rua Ruy Barbosa.

4.8 Levantamento das Edificações Existentes

O terreno escolhido para a implantação da ampliação do espaço cultural possui algumas edificações existentes, distribuídas defronte para a Rua Ruy Barbosa com esquina para a Rua Prof João Conrado Stoll. 
Abaixo o levantamento quantitativo da área requalificada, das edificações existentes, verificando seu uso e indicando as desapropriações necessárias para a implantação do novo espaço cultural e a praça cultural.
O edifício histórico onde está a Fundação Cultural de Rio do Sul, como já mencionado, foi o espaço industrial de processamento de café - na década de 1940 – denominada Industrias Gerais Ouro. Após levantamentos de projetos do antigo edifício é visível o quanto sua função espacial, que de fato é diferente para uso de fundação cultural.
Setorizado por blocos, para melhor entendimento do levantamento de dados, verificou-se que a Fundação Cultural utiliza o mesmo espaço da antiga fabrica, utilizando as divisões internas, adaptando-se a arquitetura da edificação ao novo uso, que  não de fábrica. Muita coisa mal ajustada.



5 Conceito e Partido Geral
5.1 Conceito

A sociedade atual, mediante novas tecnologia e múltiplas atividades possuem a disponibilidade e uso do tempo de maneiras  diferentes, do que foi em algumas décadas passadas. Mediante esta questão é fundamental a adequação dos espaços e também a disponibilidade de espaços outros, como para o lazer, por exemplo. A partir dessa situação, é detectado a falta de opções de cultura e lazer, mesmo sendo referência, na cidade de Rio do Sul. Simultaneamente, há grandes áreas de espaço público subutilizadas.
O conceito do projeto teve origem no momento da idealização do termo “conectar”, que tem como definição, ligar ou unir, termo utilizado nas relações sociais. Um dos principais objetivos desta proposta é conectar o espaço atual da Fundação Cultural de Rio do Sul, mantendo sua identidade cultural e a memória histórica da cidade de Rio do Sul, buscando integrar o centro cultural à cidade, que também está no centro histórico, como ponto de lazer, visitação, contemplação, encontros, compras, através desta intervenção urbanística e arquitetônica. O espaço deve, entre outras questões, priorizar a integração dos elementos, em um ambiente comum, com espaços com qualidade para suas atividades culturais, de encontros, lazer,  entretenimento, compras, ... . 

Também, conectar espacialmente a fundação cultural e seus espaços - antigo e o proposto, através de um eixo. A conexão do antigo ao novo espaço cultural, ampliando o espaço existente e viabilizando uma extensão cultural.


5.2 Partido Geral

O partido geral do projeto se baseia em promover o dialogo entre o edifício da fundação cultural existente com o novo complexo cultural e a praça da cultura, conectando a edificação através de uma extensão espacial, com ambientes de uso coletivo, integrando ao conjunto, as paisagens naturais  e o monumento histórico que representa a ponte ferroviária - a Ponte dos Arcos.

01 - A origem da ideia - criar um único bloco para abrigar novos usos após setorizar os usos internos realizados na fundação cultural.
02 - O bloco foi dividido em quatro partes para setorizar os principais usos: oficinas culturais, exposições, auditório e biblioteca.
03 - A proposta foi de agrupar os setores da biblioteca e auditório e os demais usos agrupados entre áreas de exposição e oficinas culturais.
04 - Observando o gabarito do entorno, percebeu-se a necessidade de criar dois pavimentos, além disso, por estar em uma área próxima ao rio.
05 - Decide-se propor os dois pavimentos, distribuindo seus usos na parte interna e trabalhando com volumes na parte externa.
5.3 Programa de Necessidades
5.4 Fluxograma

Os fluxogramas foram desenvolvidos de acordo com os ambientes das respectivas edificações - histórica e projetada, inserindo os conforme os fluxos internos, desta forma compreende-se a sua funcionalidade e organização espacial dos mesmos.
6 Anteprojeto
6.1 Proposta Urbanística
A presente proposta buscou revitalizar o espaço em torno dos edifícios da fundação, criando ambientes para o pleno uso da comunidade e visitantes. Para isso foi considerado os espaços histórico e novo, com a inserção da ponte ferroviária, constando com o sistema de caminhos com menos conflitos, maior qualidade, segurança e conforto e menor trânsito de veículos no local, priorizando a retirada da rota dos caminhões a Rua Rui Barbosa. Para isso, entre outras questões e propostas, foi adotado a implantação do projeto existente na Amavi e Prefeitura Municipal de Rio do Sul, devolvido pela PROSUL e DEINFRA, para do tráfego pesado de caminhões, da Rua Ruy Barbosa. Respeitando assim, a área residencial ao longo da via, incluindo ciclovias que conectam o Bosque Carlos Gerd Schroeder, até a Fundação Cultural, interligando com a passarela da Ponte dos Arcos, sentido Rua XV de Novembro. 
Um dos principais objetivo da proposta urbanística é interligar o complexo cultural ao Bosque e ao Parque Municipal da Rua XV com a simultânea mudança da rota do tráfego pesado de caminhões deste trecho.


A ligação deste Parque e do Bosque  será feito através de uma ponte pênsil, possibilitando maior acessibilidade e conexão de  mais espaços de lazer e convivência no espaço da cidade.
6.1.1 Sistema Viário

O sistema viário é um elemento estruturador importante da paisagem urbana e portanto, importante para a consolidação satisfatória de um projeto urbanístico. Durante a pesquisa para esta proposta foi detectado muitos conflitos entre veículos e veículos e pessoas e ciclistas. Esta proposta, sugere uma reorganização da malha viária, propondo um novo traçado para a rota de caminhões, através do desvio da rota de caminhões, que atualmente faz uso da via Rua Ruy Barbosa, para conectar a SC-350, passando por dentro da área residencial da cidade. O fluxo de caminhões passantes na Rua Rui Barbosa será desviado através de rota projetada, para não utilizar o espaço residencial para uso de veículos pesados e sim criando uma rota alternativa, com que fará a conexão com a SC 350 e a BR 470, como mostra a figura abaixo.

6.1.2 Planta Situação

6.1.3 Diretrizes Urbanísticas
  • Projeto de um traçado cicloviário, que contemple a Rua Rui Barbosa, atendendo a demanda dos usuários deste modal, no local, lhes oferecendo segurança durante o transitar. No local da área estudada a ciclovia interligará o espaço entre a Fundação Cultural e o Bosque Carlos Gerd Schroeder e deste ao Parque Municipal da Rua XV de Novembro, terminando novamente na fundação Cultural. Esta rota apresentará “esperas” para conexões com outras rotas e do conjunto destas à rotas de outros municípios da região.
  • Os dois edifícios, histórico e o novoestarão “alinhados”, perfilados de maneira ortogonal à Rua Rui Barbosa. Neste espaço da rua, de maneira especial, entre os dois edifícios, será criado um elevado, alertando o motorista desavisado que se encontra em uma rua compartilhada.
  •  A Via Assis receberá equipamentos urbanos e revitalização quanto à sua pavimentação, que também receberá passeios munidos de acessibilidades.
  • No demais ambientes externos, no entorno da Fundação Cultural, nesta proposta localizada nos ambientes dos edifícios históricos e novo e contando com a presença da ponte ferroviária e do Rio Itajaí do Sul, serão feitos adequações através a colocação de mobiliário urbano, caminhos, sinalização informativa, delimitação de ambientes para contemplação, encontros - contando com a presença  da bela plástica da ponte ferroviária, atualmente, escondida entre volumes criados sem qualquer reflexão, ocupação irregular e interferências que destoam.





6.2 Proposta Arquitetônica

A parte arquitetônica desta proposta abrange a edificação existente – patrimônio histórico arquitetônico de Rio do Sul e a nova edificação projetada. Para isto, foi reestruturado o programa de necessidades, com readequações, acréscimos de ambientes para novos usos, considerando também, os existentes. O fluxograma foi elaborado a partir da análise dos usos contemplados para a Fundação Cultural, nesta proposta considerando os ambientes existentes na edificação histórica e os ambientes propostos na nova edificação. Foi efetuado um levantamento no edifício histórico para viabilizar esta nova reestruturação espacial.


6.2.1 Edifício do Patrimônio Histórico

6.2.2 Construir - Demolir



Fachadas da Fundação - Edifício Histórico
Comparativos

6.2 - Edifício Proposto
Fachadas da Fundação - Edifício Proposto 
6.3 - Projeto Paisagístico

Detalhamento do Parque

Perspectivas da Proposta

















































7 - Considerações Finais
Os centros culturais desenvolvem papel fundamental para as relações sociais, por meio de equipamentos públicos, pontos de encontros, áreas de lazer, convivência e manifestações culturais. Os espaços públicos, lembrando os ágoras da Grécia clássica, fazem parte da cultura das cidades ocidentais. Além desta certeza do pertencimento do homem aos espaços públicos comuns, estes, se bem resolvidos, contribuem para a qualidade de vida e saúde da sociedade que o utiliza no momento presente, em momentos de lazer, contemplação, durante encontros entre outras atividades. Para compreender melhor o espaço urbano, é necessário conhecer os principais elementos formadores deste e sua contribuição para a formação dos cheios e vazios e respectivos usos. Conhecer o processo e a apropriação deste espaço, pela sociedade que o usa no momento atual. Com isto, conhecer a importância da preservação deste, ou não, os conceitos e diretrizes das últimas intervenções urbanas pelas quais foi submetido, para compreender sua formação atual e questões que foram importantes para a definição e o desenvolvimento desta proposta, pautada na pesquisa e no diagnóstico, cujo propósito foi compreender e analisar as diferentes formas de manifestações artísticas regionais e também praticadas na Fundação Cultural de Rio do Sul, bem como, os conceitos teóricos referentes ao Patrimônio Cultural. Referenciando em projetos correlatos, foram potencializados nesta proposta - a importância do patrimônio históricoo conceito de espaços públicos, as intervenções urbanas no local, a relação entre o rio e a cidade e, finalmente, os parques urbanos. 
A proposta, de maneira ampla, apresentou uma intervenção urbanística e arquitetônica no entorno da Fundação Cultural de Rio do Sul - localizada na cidade de Rio do Sul - SC.
O desenvolvimento da forma da arquitetura e dos espaços públicos, neste trabalho, esteve relacionado com a evolução das cidades. A edificação permite concentrar o maior número de atividades culturais em um mesmo espaço, se abrindo e se conectando com os ambientes do edifício projetado, fortalecendo as interações sociais. O resultado final dos ambientes da Fundação e suas novas disposição foi um alinhamento e integração com as áreas externas, possibilitando igualmente uma conexão visual, permitindo a contemplação e a visibilidade de todas as áreas envolvidas.
Foi escolhida a área de implantação, devido a sua importância histórica e cultural para o município de Rio do Sul, bem como, sua privilegiada localização, que encontra-se ao próximo ao centro da cidade, com vista para um dos principais cartões postais da cidade, a Ponte dos Arcos.
Buscou-se, aplicar diretrizes e conceitos fundamentais para alcançar os objetivos propostos e conectar este espaço existente com espaços abertos de convívio e lazer para toda a sociedade, para atender vários tipos de eventos culturais, e elementos que permitam a comunicação física e visual entre a edificação e seu entorno, valorizando e priorizando o uso por pedestres, espaços públicos interagindo com a paisagem natural, privilegiando a Ponte dos Arcos e as margens do Rio Itajaí do Sul.
8 - Referências

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  • VITRUVIUS. Complexo Cultural Luz: Governo do Estado de São Paulo apresenta projeto de Herzog Sao Paulo. 2012. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/jornal/news/read/1270>. Acesso em: 23 mar. 2020.

* Para acessar o link do trabalho da apresentação - Clicar sobre: Trabalho da Apresentação de Diordi Finardi.
Vídeos
Processo - Via Meet Google (Em Breve)
Em fase de edição - São mais de 25 vídeos de um a duas horas de duração - Assessoramento on line, que que estão sendo resumidos em  um vídeo 2 horas, com os melhores momentos e o processo deste trabalho.

Vídeo projeto apresentado na Banca

Avaliação da Banca

TCC defendido em 9 de dezembro de 2020, pela plataforma meet do Google, entre os horários de 19:00 às 20:00. 
A Banca examinadora, formada somente por docentes do quadro de Arquitetura e Urbanismo da UNIDAVI, coordenado pela professora Maristela Macedo Polezza foi formada pelos professores e suas respectivas notas: 

Joice Warmling -  Nota: 7,80       
Gustavo Peters  - Nota: 7,48
-Angelina Wittmann (Orientação) - Nota: 10,0 - equivalente a 20% nota final)
 
Nota Final: 8,11.

Teu trabalho foi instigante e com foco, em parte, na tua área cultural e de lazer. Buscou no Centro Cultural, o desafio de poder transformar e contribuir a partir do Projeto. 
Com olhar de arquiteto, buscou no entorno um pouco esquecido e ainda provido de muito lastro histórico, importante lastro histórico, não somente para a cidade de Rio do Sul, mas para toda a região. Através do desenho e da sensibilidade de um arquiteto, delineou uma proposta, e muitas vezes, durante o processo, querendo seguir com as próprias pernas. Ou seria com as próprias asas? 
Voa Diordi e faz da tua profissão um instrumento de transformar boas idéias em realidade, com ética, arte, paixão, empatia e retidão.



























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