Beatriz Bona - Arte em cores e telas por mais de 65 anos - Sua Trajetória e Exposição ocorrendo no MAB - Blumenau SC

 Lindolf Bell.

Beatriz Bona é um dos nomes das arte de Blumenau e toda a região. O Museu de Artes de Blumenau - MAB, paulatinamente vem resgatando a efervescência existente na cidade de Blumenau nas décadas de 1980 e 1990, capitaneado pelo poeta Lindolf Bell que promovia concorridos saraus regado à vinho, poesia e bons papos, com coloridas exposições. Neste período conhecemos alguns nomes das artes da cidade e da região. Ocorreu um hífen na linha de tempo histórico e hoje somos brindados com a exposição desta consagrada artista, acompanhada dos lançamentos de livros, e música. Tudo isto acontecendo em alguns dos espaços da Fundação Cultural de Blumenau, antiga e primeira Prefeitura Municipal de Blumenau.

O MAB, com estes eventos, tem como objetivo principal, a socialização da arte em todos as áreas, técnicas e níveis, disponibilizando-as à sociedade a partir de seus espaços públicos.  

Nesta noite de 7 de julho de 2022, durante a abertura da 3° Temporada de Exposições, além da exposições de obras da artista plástica Beatriz Bona no sala Pedro Dantas, ocorreram o solo de saxofone de João Carlos Cunico, lançamentos dos livros "O Ultra-Realismo na cena literária de Itajaí", do Grupo de Poetas e Escritores Mário Quintana; “Colonização e Descendência Italiana de Ascurra”, de Amauri Alberto Buzzi, e ‘Mas papai”..., de Maria de Lourdes Scottini. 

Chegando ao MAB.

O livro "Colonização e Descendência Italiana" de Amauri Alberto Buzzi. O autor e a  agente consular da Itália, na região, Norma Maria da Rui.

A r t e s    p l á s t i c a s

Beatriz Bona - mais de 65 anos de Arte
Um pouco desta História

Beatriz Bona nasceu em 21 de outubro de 1942, em Indaial, pertinho da estação ferroviária da EFSC. Há mais de 55 anos reside na cidade de Blumenau - no histórico bairro do Badenfurt, em um lugar bucólico, cheio de flores e pássaros, onde também está seu atelier por vários anos.

Atelier e residencia da Beatriz Bona em Blumenau.

Estação de Indaial - literalmente onde iniciou sua arte. Durante o lançamento do Livro "A Ferrovia no Vale do Itajaí", o qual contou com um quandro seu, com o motivo ferroviário. Neste episódio contou que quando menina, pintou as paredes desta estação. Seu pai a fez limpar sua primeira arte a partir de sua "arte", de querer já se expressar através da arte.

Beatriz Bona no lançamento do Livro em 6 de maio de 2010:
A Ferrovia no Vale do Itajaí - Estrada  de Ferro Santa Catarina

Obra de Beatriz Bona para o evento - inspirada em sua primeira obra, nas paredes da estação ferroviária de Indaial.

Beatriz Bona pinta há mais 65 anos, neste ano de 2022. Iniciou o ofício no Colégio Sagrada Família, em Blumenau onde teve aulas de pintura com a Irmã Sapiencia. Nesta época tinha 13 anos de idade. Suas duas primeiras obras foram dentro do realismo, óleo sobre a madeira.

1° Obra - Pintada em Blumenau. Óleo sobre madeira.

1° Obra - Pintada em Blumenau. Óleo sobre madeira.

Eine kleine "Frida" von Badenfurt mit seinen Katzen.

A artista plástica Beatriz Bona pintada por uma colega de curso de pintura
 Estudava em Curitiba e tinha na época 18 anos de idade.
Anos Dourados - década de 1960.

Guido Viaro.

A formação acadêmica nas artes de Beatriz Bona, além da grande vocação, recebeu a contribuição dos professores da Escola de Belas Artes de Curitiba, com os quais teve contato entre os anos  de 1960 e 1962. Um de seu professores foi o italiano Guido Viaro. Conhecemos Beatriz Bona em 2000 no atelier e em um dos saraus de Freya Gross e de imediato percebemos a pessoa vibrante, intensa e apaixonada pelas cores e pelo mar. Uma pessoa que vive intensamente e respira a arte. Quando não a encontrávamos no atelier produzindo arte, estava pescando em alto mar.  É uma pessoa livre, como uma pescadora.

"Pescar é o que mais gosto de fazer depois de pintar" - disse-nos em um  momento, em um dos muitos encontros que tivemos na década de 2010. 

Em seu atelier - em Badenfurt, Blumenau.

Longe do assédio de propostas e conceitos contemporâneos, criou uma linguagem própria, a partir do uso de diversas técnicas e materiais, dentro da linguagem contemporânea, segundo os críticos. Nós pessoalmente somos da opinião que Beatriz criou uma técnica própria quando burila com as diversas cores e materiais. As cores são feitas a partir da tinta acrílica, as quais também molda e cria em alto relevo. Sua obra ainda será objeto de análise dentro de um recorte de tempo e importantes conclusões serão extraídas desta análise. Para isto, é preciso que o futuro torne-se presente.

Tem obras colocadas em galerias de São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e também nos Estados Unidos da América e Argentina. Possui obras e coleções particulares, também,  em países da Europa e Ásia, como: Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra e China. Em toda sua carreira, fez e participou de mais de 70 coletivas e 22 Mostras (Dados de 2015). Entre estas coletivas e amostras,  Beatriz Bona lembrou da inauguração da Galeria de Arte do Canvas - Hilton Hotel, São Paulo, com uma Mostra sua.

Galeria de Arte do Canvas - Morumbi - São Paulo.

Em 2011 - em seu atelier.

Beatriz Bona está passando por um momento que requer muito equilíbrio e resignação. Perde sistematicamente duas de suas essenciais "ferramentas" importantes para o seu prazer de fazer sua arte: as mãos e a visão, justificando sua frase:"Não vou mais pintar"! Jamais deixaria de pintar. Mas aceita o momento. Sua obra é muito grande e seu atelier um pequena santuário de parte desta. Sua companhia. Suas mãos estão perdendo a flexibilidade e movimentos e seus olhos estão diminuindo a visão gradativamente de maneira célere. Suas obras - figurativas- reproduzem cenários pictóricos intimistas e paisagísticos, modulando perfis de mulheres, flores e objetos. São obras com características femininas, fortes, com o uso ousado das cores bem delineadas e, quase sempre a partir de texturas feitas com espátulas e acrílico. Alguns, ao observarem aos quadros de Bona, afirmam que a artistas mantem sua iluminação, redesenhando com autenticidade seus poemas visuais. Em nossa opinião, preferencialmente, elas são bem colocadas em ambientes centrais de uma residência, átrio, salão, pois marcam  e dão vida. Também fica bem no Hall de entrada, quer seja de uma residência ou, em qualquer outro tipo de edificação, pois suas cores quentes e vibrantes, irradiam calor e acolhimento, bem como uma boa vibração, "convidando" a pessoa que chega a adentrar. 

Imagens fotografadas parte externa do seu atelier - melhor lugar para observar a combinação de cores.

O amigo...

"Falar de Beatriz Bona é falar de uma viagem.

De penumbra para uma iluminação artística assumida.

Da aparência para uma identidade inevitável.

Da desconfiança maniqueísta, para uma decisiva visão plural da vida, dos acontecimentos, da arte como expressão e inquietação."

Lindolf Bell

Jornal de Santa Catarina, 1998.

Arte a partir das cores vibrantes e sem medo de misturá-las na forma de mulheres, flores, paisagem e objetos de arte...

"Estribada sobre a experiência das feiras provincianas e urbanas, e trinta anos de busca criativa, procura-se em suas obras uma geometrização da figura humana.

Esta geometria que sustenta a natureza (Cizanní) faz parte de visão da arte moderna e pós-moderna, com uma paleta própria, onde as cores não eliminam a figura, mas a sustentam plasticamente, sem cair no fotográfico nem no óbvio." Lindolf Bell - poeta e crítico de arte 

 

"Longe do assédio avassalador de propostas e conceitos contemporâneos, a artista blumenauense Beatriz Bona conserva desafiadoramente seus pincéis e espátulas. Criando cenários pictóricos intimistas e paisagísticos, modulando personalíssimas mulheres, flores e objetos, a artista, despojadamente, mantém sua feérica iluminação, redesenhando com autenticidade seus poemas visuais. Poucos artistas atingem técnica e estética tão notáveis."

Vilson do Nascimento - escritor, crítico de arte e membro ABCA

Visita no ateliê  - 11 de Julho de 2015

Perdendo o movimento dos dedos e da visão.

Em 11 de julho de 2015, visitamos a artista - Beatriz Bona em seu atelier. Alma nobre e sensível, convive com a perda gradativa dos movimentos das mãos e da visão. Segundo Bona, não enxerga mais com um olho e o processo é continuo e gradativo. Convive com a realidade de estar perdendo as duas "ferramentas", mãos e visão indispensáveis para criar a partir das cores e que em outros tempos, tomavam seus dias e noites. Tem ocupado seu tempo, diversificando suas atividades artísticas a partir da criação de artesanatos com materiais alternativos, nos quais usa mais o tato, embora já com as mãos doloridas, em função do avançar da doença - artrose, persiste  e se realiza, criando, de acordo com suas palavras. Vive os momentos dos dias no meio de suas inúmeras obras e artesanato, feito a partir de sua sensibilidade e criatividade. Alguns registros desta visita.

Lindo e colorido atelier de Beatriz Bona.

Uma de suas obras que aprecia - Gosta de pescar em alto mar - Pescadores.

Por que?

Entrevista Vídeo - 2015

Imagens feitas no dia 26 de Novembro de 2015

Exposição - MAB - Blumenau em 7 de julho de 2022.

(Em breve vídeos)

Noemi Kellermann lembrou aos presentes mediante a afirmativa de Beatriz , de que não vais mais trabalhar, esclarecendo, que seu atelier tem muita obra, resultado de grande produção e trabalho da artista quando se encontrava bem de saúde.

A gerente do museu, Mia Ávila, na abertura da 3° Temporada, a partir da exposição de Beatriz Bona.

Com a família. A noraMarizane  Hoffmana, filha Fabiana Cristina Bona Sousa, o neto Vitor Bona Zaccarao, o filho  Jean Carlo Sousa.

 A edição da  3° Temporada de Exposições ficará em cartaz até 24 de agosto com trabalhos de Beatriz Bona (Blumenau), Celaine Refosco (Pomerode), Andréa Brächer (Porto Alegre), Edilson Viriato (Curitiba) e Ulla von Czékus (Salvador).

Para saber mais sobre o MAB, acesse o seu blog, ou entre em contato pelo 3381.6176. Horário de funcionamento: das 10:00h às 16:00h.   

Beatriz Bona...

Parte de nossa história, a partir da arte.

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Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.

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