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| Obra da reconstrução da volumetria da edificação pertencente ao patrimônio arquitetônico histórico cultural de Blumenau – com as informações técnicas dos responsáveis técnicos - Escritório de Arquitetura Vita. |
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| Arte e Projeto - Escritório Vita - Blumenau. |
Um registro para a história. Uma edificação histórica, que ficou sem cuidados e manutenção por muitos anos, que teve parte de suas paredes e telhado derrubados em 2021, em função de fortes chuvas e aparentemente, seria mais uma, entre muitas tipologia pertencentes ao patrimônio histórico arquitetônico e cultural de Blumenau, demolida, nos últimos anos.
Mas não foi. A Casa Fiedler está sendo reconstruída, com sua volumetria original por uma equipe técnica com experiência no ramo, formada por arquitetos e construtores.
Não podemos chamar de restauro, que significa a busca da originalidade espacial e de materiais usados, observando a sua técnicas construtiva e acabamentos. Também acontece na Alemanha, este tipo de intervenção, que vimos em algumas obras que visitamos durante a pesquisa. Faz-se importante a manutenção do entorno e da volumetria, próximo do original, mas esta intervenção, deve focar na readequação espacial e ao uso atual, onde a sociedade é outra e adota outras tecnologias em suas atividades. Este é um dos principais motivos, que este trabalho deve estar nas mãos de técnicos e não poderá ser feito de qualquer maneira. Deve existir um projeto bem estudado e debatido.
A Casa Fiedler de Itoupavazinha está localizado na antiga Estrada da Cachaça - Blumenau SC.
Relembrando
A edificação foi tombada pelo Município de Blumenau em 1° de julho de 2009, por seu valor histórico, cultural e arquitetônico, conforme cópia do Livro Tombo da Municipalidade e está localizada na Rua Frederico Jensen - antiga Estrada da Cachaça - sob o número 3587, bairro Itoupavazinha - Blumenau SC.
A linguagem artística arquitetônica predominante do Casa Fiedler de Itoupavazinha reporta à arquitetura adotada pelos comerciantes e industriais que se destacaram dentro da comunidade colonial e entre os colonos da Colônia Blumenau do início do século XX, que é a arquitetura internacional eclética, com a predominância de traços do neoclassicismo. Há apliques delicado de rendilhados - conhecido como lambrequins, junto ao telhado, o que lhe confere um certo requinte e singularidade.
As linhas são retas com destaque para a simetria clássica. Sua fachada frontal é marcada pela presença de uma monumental escada com dois acessos às duas portas centrais. Estas, ladeadas, aos dois lados, por um par de janelas, decoradas pelas características cimalhas do classicismo. As portas, de madeira entalhada, possuem bandeiras - meio para o acesso da luz natural ao meio interno e também para compor proporções dos elementos formadores das fachadas. O vão do grande patamar da escada, central, bem com as escadas, são cobertos pela extensão do telhado na parte frontal - sentido frente, sustentado por duas colunas com capitéis belamente ornados, não deixando nada a desejar a qualquer edifício de uma grande cidade construído neste mesmo período do início do século XX - com linhas do classicismo.
As demais fachadas, também são munidas de simetria. A cumeeira do telhado, característico duas águas com inclinação usual das construções pioneiras (45%) é alinhada paralelamente a estrada, outra características da construção pioneira alemã, na região. Telhado coberto com telhas cerâmicas planas - ou conhecida rabo de castor. Há a presença da mansarda (link sobre - final desta postagem), que é o aproveitamento do sótão, igualmente características das edificações construídas pelos imigrantes alemães e de seus descendentes, como também há a presença do Keller - o porão. Supõe-se que eram espaços indispensáveis para guardar o estoque do estabelecimento comercial.
A edificação é dotada de estrutura mista: autoportante e enxaimel rebocado.
Efetuamos registro da tipologia pertencente ao patrimônio histórico arquitetônico cultural de Blumenau, em períodos distintos. Apresentamos os últimos.
25 de janeiro de 2021
Um ano após estas movimentações, em fevereiro de 2022, fomos alertados, que o casarão estava em estado muito ruim e em processo de demolição. Fomos ao local. Em verdade ocorriam movimentações para o início de sua recuperação, pois o projeto de “restauro” foi analisado no Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural Edificado de Blumenau - COPE, para deliberar o início das obras, em 21 de julho de 2021 – sob o processo 2021/2181. |
| A edificação pertencente ao patrimônio cultural originalmente foi construída com a técnica construtiva mista: enxaimel e autoportante. Em sua recuperação o projeto prevê estrutura em concreto armado no corpo da edificação e estrutura metálica no telhado. |
Não usaremos a expressão - "sendo restaurado", por questões de conceito, e não o poderão fazer, como verificamos no local, quando percebemos elementos decorativos em madeira - danificados e junto ao entulho. Também, acabamentos originais não estão sendo considerados. Isto é somente questão de conceito e há vários, quando a temática está relacionada à manutenção de edificações pertencentes ao patrimônio arquitetônico histórico cultural, como mencionado na introdução.
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| Casarão em julho de 2022. |
O projeto de recuperação da Casa Fiedler apresentado na época da análise pela equipe do escritório Vita Arquitetura em julho de 2021 sob a responsabilidades técnica dos arquitetos Juliana Fiamoncini P. Tobias e Marcelo Luiz Tobias, além da construção da volumetria da edificação histórica prevê uma ampliação, com conceito contemporâneo em estrutura metálica, integrada à arquitetura do patrimônio arquitetônico histórico cultural. O sistema construtivo da edificação histórica que era mista a partir da estrutura autoportante em tijolos maciços e enxaimel foi alterada e a passará e ter, também, a estrutura em concreto armado no corpo principal da edificação e a estrutura da cobertura em material metálico. Em certo sentido, a construção continua a ser dotada de uma técnica construtiva mista.
Arte do Escritório Vita
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| Detalhes construtivos que deverão ser observados na etapa da construção, permanecendo ou não. O assoalho não está mais presente na obra. |
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| Duas imagens em tempos históricos distintos. Antes do telhado e paredes caírem - década de 2010 e em em obras e 10 de julho de 2022. |
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| Divisórias internas com estrutura em enxaimel, não apresentarão mais o reboco e a pintura do roda-teto característicos dos casarões deste período histórico. Mostrará a estrutura aparente com fechamento de tijolos maciços, como eram construídas as edificações na região, antes deste período, podendo gerar uma pequena confusão no observador do futuro. |
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| Defumador. |
Conversando...
Em pesquisa na Alemanha fomos apresentados a uma equipe, que recuperava um moinho do século XI. Externamente a arquitetura era exatamente como aquela da idade média. Internamente esta edificação história recebia adequações alinhadas à tecnologia do homem do século XXI.
Nesta revitalização da Casa Fiedler, de certa maneira, está sendo feito o contrário. A técnica construtiva e arquitetura adotada na edificação histórica é posterior, historicamente, aquele que fazia uso de técnica construtiva enxaimel com tijolos maciços aparentes. Neste período da passagem do século XIX para o século XX, os novos ricos, comerciantes e industriais, construíam sua casas, não conhecendo como construir com a técnica construtiva autoportante, adotando a estrutura enxaimel rebocada e estas vedações recebiam cores e ornamentos florais e com arabescos coloridos. como também aconteceu com esta específica edificação histórica. Neste caso, a Casa Fiedler possuía esta pintura mural sobre o reboco que escondia a estrutura enxaimel.
Aguardamos mais informações da equipe técnica e também, a arte da perspectiva da proposta da Casa Fiedler, que após o término de obra, estará disponibilizada para aluguel, sendo esta, junto com a Igreja Luterana de Itoupavazinha, as edificações mais longevas da comunidade. A igreja completou em 2021, 130 anos e a casa 134 anos.
Um registro - positivo - para a História.
Eu sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twiter)
Um ano após estas movimentações, em fevereiro de 2022, fomos alertados, que o casarão estava em estado muito ruim e em processo de demolição. Fomos ao local. Em verdade ocorriam movimentações para o início de sua recuperação, pois o projeto de “restauro” foi analisado no Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural Edificado de Blumenau - COPE, para deliberar o início das obras, em 21 de julho de 2021 – sob o processo 2021/2181.
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